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Epílogo: Uma vida feliz vocês vão ter

4 anos e alguns meses depois

Eu saí do banheiro perfeitamente ciente de que eu estava atrasada, mas minha mãe fez questão de berrar isso no momento que eu pisei no corredor.

— Eu sei, mãe! — Eu respondi, me apressando.

Era difícil andar com salto alto! Ainda mais com pressa. Ainda mais num corredor minúsculo, onde pessoas não paravam de brotar do chão.

— Não enche o saco da menina — meu pai apareceu, passando a mão por cima do ombro dela.

Os dois não se desgrudavam nem um segundo depois que ele pediu demissão e seu chefe, horrorizado com a possibilidade de perde-lo, ofereceu um emprego na sede da empresa, no Rio de Janeiro. Agora meu pai só viajava a lazer ou, então, para ver a filha em Los Angeles. Será que isso qualificava como lazer? Provavelmente sim.

— Eu estou parecendo um saco de lixo! — Eu choraminguei.

Talvez quando eu fazia esse tipo de pirraça, mesmo com quase 23 anos, não fosse tanto lazer assim, afinal.

— Você está linda — Alexander apareceu, passando o braço por cima do meu próprio ombro. — Não estou vendo nenhum traço de saco aí.

Minha mãe deu uma pequena gargalhada e até meu pai levantou um cantinho da boca. Os dois não tinham sido muito partidários da ideia da filha se envolver com um ator e gostaram menos ainda quando descobriram que nós dois estávamos dividindo o mesmo apartamento em Los Angeles. Eu consegui esconder esse fato por 2 meses e 4 dias. Foi quando eles apareceram para me visitar pela primeira vez, completamente de surpresa, e eu não tive nem tempo de preparar o apartamento. Por sorte, Alexander estava na aula e quando chegou em casa, os gritos já tinham parado.

— Como não? — Eu respondi, esticando as mãos para mostrar minha roupa. — Preto e largo desse jeito!

Alexander baixou os olhos, percorrendo-os pelo meu corpo. Então deu um novo sorrisinho, balançou a cabeça e disse:

— Não, uh-hum. Nenhum vestígio de saco.

Meus pais riram novamente. Eu estava muito feliz de tê-los comigo nessa data especial. Eles tinham surtado durante longos dias quando eu disse que gostaria de fazer faculdade nos Estados Unidos e que, não só isso, eu também tinha sido aprovada com bolsa para a Universidade da Califórnia. Minha mãe só tinha encarado bem no ínicio porque achava que era alguma maluquice minha. Quando eu cheguei com os documentos e fatos, ela surtou. Por sorte, foi bem nessa época que meu pai foi remanejado. Ele aproveitou o momento e pediu férias. Segurou as pontas na minha casa, se convenceu de que era uma boa ideia e acabou convencendo minha mãe também. Os dois me ajudaram muito a conseguir cumprir todos os prazos do visto e da universidade.

— Fácil para você dizer! — Eu dei língua. — Você não ficou parecendo um saco na sua formatura.

— Uma boquinha tão bonitinha e falando tanta besteira — ele respondeu, apertando minhas bochechas e depositando um beijo no meu biquinho recém-formado.

Alexander tinha se formado pouco mais de um ano antes. Como ele já tinha começado a faculdade muito antes e trancado para se dedicar a carreira, ele já estava adiantado. Na sua formatura, ele não só não tinha parecido um saco de lixo como também tinha saído muito bem em todas as fotos que a mídia havia publicado no dia. Ele tinha bacharelado em Film & Television, pela Universidade da Califórnia e eu estava prestes a me tornar bacharel em Music.

Nossas aulas eram no mesmo campus, o que nos fez compartilhar grande parte das refeições e das viagens de ida e volta para casa. Passamos um tempo ridículo juntos, a ponto de eu achar que ia enjoar da cara dele. Não enjoei. Pelo contrário. Às vezes eu o observava fazendo as pequenas atividades do dia-a-dia e me dava vontade de apertá-lo, numa tentativa de transpor todo meu amor.

— O que você está olhando? — ele perguntava.

— Nada...

E aí normalmente quem acabava apertada era eu.

— Vambora, filha! — Igor apareceu no corredor do apartamento. — Me despenquei do Brasil até aqui para te ver, é bom que você não perca a hora da cerimônia.

— Ah é! E você está achando péssimo estar em Los Angeles, né Igor? — eu revirei os olhos, abrindo espaço no meio de toda aquela gente para tentar chegar na sala.

Todo mundo começou a se deslocar junto, congestionando ainda mais o caminho.

— Não vou mentir, querida, estou a-man-do — ele respondeu, seguindo o fluxo. — Falta só conhecer a Lady Gaga.

— Eu já disse que eu vou chama-la para meu próximo aniversário — Alex disse, quando ainda caminhávamos feito um monte de bois em um pequeno curral chamado corredor.

— Contado os dias, meu querido, contando os dias — Igor respondeu e nós finalmente chegamos na sala.

Para que eu desse de cara com ainda mais pessoas. Acho que nunca na história da humanidade meu apartamento com Alexander tinha ficado tão cheio. Apesar dele poder pagar o aluguel de algo muito maior, eu fiz questão de alugarmos algo que coubesse no meu orçamento. O apartamento era pequeno e um pouco afastado da cidade, mas era suficientemente grande para caber todas as coleções nerds de Alexander e minha bateria. E todo amor do mundo. Não precisava de mais nada.

— Aí está a nossa formanda favorita — Mariana abriu os braços para me dar um abraço.

— E esse casamento, vai sair esse ano ainda? — Eu perguntei, apertando-a entre os braços.

— Pergunta para o traste do Roberto — ela respondeu, exasperada.

— Ei, eu tô bem aqui — o próprio se defendeu, um pouco atrás dela.

Mariana e Roberto tinham um relacionamento difícil. Eles passavam grande parte do tempo quebrando o pau sobre todo tipo de assunto. Ficavam dias sem se falar, antes de correr um para o outro. No início, eu tentei fazer a conciliação acontecer mais rápido. Com as repetições de discussões sem o menor fundamento, tipo: onde eles colocariam o filho que nem existe para estudar; eu simplesmente desisti e cheguei a conclusão de que os dois se mereciam. Com todos os dramas que carregavam. Ela já estava formada em Artes Cênicas e trabalhava em um pequeno grupo de teatro no Rio. Já ele estava prestes a se formar em Engenharia Química e era estagiário de uma empresa grande do ramo farmacêutico.

— Parabéns, Kate — o casal disse em uníssono, com sorrisos um pouco assustadores.

Atrás dele estava Caio, sentado no sofá da minha minúscula sala, naquela sua típica pose de quem fazia isso o tempo todo. Nós não nos encontrávamos esporadicamente desde seu retorno definitivo para Londres, nos momentos que eu e Alex estivemos na Inglaterra para visitar o resto da família Rodder.

— Olha quem está toda séria e profissionalzinha — ele riu, levantando do sofá.

— Ué, não tem nenhuma acompanhante hoje? — Eu olhei em volta, procurando por alguém.

Caio ainda estava trabalhando como personal trainner na Inglaterra. Ainda que nós não encontrássemos há muito tempo, eu sabia que ele estava bem porque vira e mexe saía em alguma grande revista ou site de fofocas, cada vez com uma beldade diferente. Pelo jeito era padrão que as alunas se envolvessem com os treinadores na Inglaterra. Ou, pelo menos, era padrão que elas se envolvessem com Caio. Era de se esperar que a imagem profissional dele começasse a ser manchada com o decorrer do tempo, mas a verdade era que quanto mais ele aparecia com as clientes, mais aumentava sua lista de espera. Tinha sido assim que ele tinha conhecido Gabriella, para início de conversa.

— Um evento muito especial para trazer qualquer uma delas — ele abriu um sorriso. — Parabéns, Kate.

— Sei, Caio — eu ri. —Toma vergonha na cara — ele também riu. — Mas obrigada pela presença.

— Valeu pelo convite — Caio estendeu a mão para Alex, que estava o tempo todo ao meu lado. Ele sorriu, apertando a mão estendida.

No segundo exato que aquilo poderia começar a ficar muito esquisito, alguém tocou a campainha.

— Ué, quem falta? — Minha mãe indagou.

— A Lady Gaga! — Igor respondeu, do fundo da sala.

Alexander deu uma gargalhada e correu para abrir a porta. David passou zunindo entre todos os convidados e agarrou minhas pernas - que ele conseguiu achar, mesmo embaixo do pano de chão também conhecido como toga.

Os Rodder invadiram minha sala de estar e eu comecei a ficar com medo de faltar ar para tanta gente. Era realmente um lugar pequeno, mas ninguém parecia se importar. Estavam todos sorrindo, se abraçando e batendo papo, como se uma reunião na menor sala de toda Los Angeles fosse exatamente o que eles queriam fazer naquele dia de junho.

— Tia Kate! — David disse. — Mamãe disse que hoje é um dia especial, entçao parabéns!

— Obrigada, lindo! — eu agachei para abraçá-lo.

Ele não entendia muito bem o que significava se formar, mas entendia que era um conceito importante. David já era um mocinho, com 10 anos de idade. Ele não desenhava mais em gessos e nem se enrolava em papel higiênico, mas ainda era um dos meus seres humanos favoritos de todo o planeta.

— E comigo, você não vai falar? — Alex se abaixou e David trocou meus braços pelos dele

Compreensível. Eu também trocaria.

— Parabéns, Kate! — Carol aproveitou a deixa para me abraçar. — Estamos imensamente orgulhos de você.

— Obrigada — pelo jeito essa seria a palavra que eu mais usaria durante o dia. — Fico muito feliz que vocês tenham vindo.

— Não perderíamos por nada — ela sorriu. — Isn't it right, love?

Steve, o pai de Alexander, assentiu, apesar de provavelmente não ter entendido uma palavra de nosso diálogo. Quando ele abriu a boca, me surpreendeu.

— Parabéns, Kate — ele disse em português, no sotaque mais carregado que eu já tinha ouvido na vida. Quando percebeu minha cara de espanto, se explicou. — Tenho aprendido uma ou outra palavra em suas língua.

— Em sua língua — Carol corrigiu.

Great professora — ele disse, beijando a testa da esposa.

Carol ficou vermelha, como Alex também ficava. Sophie, sua irmã, apareceu ao lado dos pais, com um largo sorriso típico de quem tinha uma fofoca para contar. Agora ela era uma jovem de 20 anos, muito mais fácil de me relacionar. A verdade é que depois que eu e Alexander reatamos, Sophie vinha sendo uma pessoa completamente diferente. No início, o clima era um pouco estranho e ligeiramente pesado, mas o tempo foi passando e hoje eu já achava que eramos amigas.

— Parabéns, Kate! — ela disse, me dando um abraço.

Acho que Sophie compartilhava da mesma opinião sobre nossa amizade, pois me puxou pelo braço para finalmente transformar aquele sorriso em palavras.

— Lembra daquele menino da faculdade que eu te falei? — ela não me deu tempo para responder e continuou falando. — Me chamou para sair! Ontem! Ah!

— Que maravilha, Sophie!

— O que é uma maravilha? — Alexander reapareceu.

Sophie ficou vermelha na hora. Nisso, pelo jeito, todos os Rodders eram iguais. Ela tinha horror que o irmão sequer sonhasse que ela tinha namorados ou 'pequenos casos', como ela gostava de nomear. Alexander não fazia (muito) o tipo ciumento, mas Sophie morria de vergonha só de pensar na possibilidade.

— Sophie estava me contando sobre a sula de ortodontia dela e parece incrível — eu menti, dando uma piscadela discreta para minha cunhada.

Sophie estava estudando para se tornar dentista, em uma das universidades que Alex tinha levado a brochura.

— Sim! E você sabe como é Cambridge, né? Cidade incrível — ela embarcou na mentira.

— Vocês duas, vocês duas! — ele repreendeu, tentando ser sério. A verdade é que sorria.

— Kate, é sério — minha mãe atravessou aquele meio mundo de gente falando alto. — Estamos mesmo muito em cima da hora.

Eu estiquei o braço para encarar meu relógio no pulso, embaixo daquela toga-saco-de-lixo. Estávamos mesmo! Eu tratei de tentar organizar a saída de todos, mas viramos um aglomerado de pessoas confusas caminhando em direção à porta.

— Eu vou na frente! — Igor berrou. — Para controla-los.

Igor vinha sendo nossa cara para mídia ou, digamos assim, nosso relações públicas. Tudo começou quando ele foi abordado por um jornalista e resolveu dizer que era amigo íntimo do casal e que sempre tinha shippado. Toda fez que as fofocas noticiam que 'fontes próximas do casal informaram', eu mando um áudio para Igor, berrando. Às vezes ele vinha com umas histórias muito loucas, como no dia que "fontes próximas do casal" afirmaram que os dois estavam planejando um casamento secreto. Eu e Alexander nunca nem debatemos sobre o tema!

A parte de fora do nosso prédio está cheia de repórteres. Eles tinham até começado a ser menos invasivos, mas então Alexander voltou a atuar. Depois de três anos fora das telas, seu retorno foi recebido pela crítica, pelas mulheres e pelo mundo cinematográfico como um todo com muito frissom. A diferença era que ele não estava só atuando dessa vez. Ele estava atuando e produzindo o filme, usando seus conhecimentos adquiridos na faculdade e seus conhecimentos de vida. Ele nem sequer era o protagonista do longa. Ele ainda estava fazendo um suspense danado com relação ao roteiro, mas eu sei que a história contava as desavenças de um casal nerd, que estudava junto. Ele jurava de pé jnto que não tinha nada a ver com a gente. Eu ria, sem saber o que pensar.

Sarah e Gabriella nunca mais foram vistas em canto nenhum.

Da mesma forma atordoada que estávamos na sala, começamos a nos deslocar para fora, dividindo-nos em carros. Mariana estava berrando com Roberto sobre algo que só Jesus sabia, Caio estava de papo com Sophie (mas eu mandei olhares bastante recriminadores de a-minha-cunhada-não), meu pai estava tentando algum tipo de comunicação maluca com Steve, que provavelmente só fazia ele achar que éramos todos loucos e Carol estava procurando David no meio do caos. Ele apareceu, carregando meu celular.

— Tia Kate, estava tocando lá na cozinha — ele me esticou o aparelho.

Eu só consegui atender quando estávamos dentro do carro, tamanha confusão de pessoas e repórteres. Que bom que o número tinha tentado de novo! Mariana, Roberto e Caio se alojaram no banco de trás do carro de Alex antes que eu me desse conta e ainda estavam fazendo um escarcéu. Caio agora participava do debate, que era sobre as eleições americanas. Nenhum deles morava no Estados Unidos. Realmente, um tema de debate muito relevante.

— Calem a boca que tem alguém me ligando do Brasil — eu gritei.

— Todo mundo que importa está aqui — Mari retrucou. — Não é ninguém importante.

— Alô? — eu atendi.

— Oi Kate! É a Regina — meu coração se encheu de alegria. — Só estou ligando para desejar parabéns.

Eu ri. Eu e Regina nos falávamos constantemente, na maior parte das vezes por Direct Message. Quando eu decidi vir para os Estados Unidos, liguei para ela a fim de contar a notícia. No mesmo telefonema, ela confessou que havia sido responsável pelo envio do meu vídeo para as universidades.

Talento, Kate — ela disse, naquele dia. — Você tem. O mundo precisava saber.

Na mesma ligação, me segregou também que era a pessoa por trás do perfil KATEX4EVER no Twitter. Eu já sabia disso: Mariana tinha ligado os pontos e me contado, no dia que Alexander brotou na porta da minha casa, na minha vila, no Rio de Janeiro.

No dia que suas três palavras mudaram minha vida toda de novo.

— Obrigada, Regina — eu respondi, ainda rindo.

— Estou esperando uma foto bem bonita de vocês dois para compartilhar no perfil! — ela disse.

Eu mesma era a responsável por fornecer fotos minhas e de Alexander. As fotos apareceriam de qualquer maneira. Pelo menos eu gostava da ideia de ter um local com fotos autorizadas e oficiais. Fotos nas quais eu tinha certeza que estava minimamente decente.

— Providenciarei — eu respondi.

— Quero mais é que você providencie o casamento! — ela riu.

— Um beijo, Regina. Obrigada pela ligação! Tchau!

Ela ainda estava rindo quando desligou o telefone. Ninguém respeitou meu pedido de silencio e agora até Alex estava engajado na discussão daqueles três malucos. Uma mensagem de Daniel apareceu na minha tela no momento em que eu desliguei a ligação.

Era uma foto. Eu esperei o carregamento terminar, ansiosa. A foto mostrava ele e o namorado, segurando uma plaquinha de "Parabéns, Kate" e imensamente sorridentes. Os dois eram os atuais donos da Prato & Tambor, visto que Rosângela tinha se aposentado mais cedo fazia alguns anos. Daniel ainda estava com o cabelo roxo e já namorava Vitor há pelo menos um ano quando os dois se tornaram sócios da empresa. Daniel me mandava uma enxurrada de perguntas via mensagem no primeiro mês, tirando dúvidas sobre vários procedimentos da loja. A verdade é que eu amava: sentia que ainda era parte daquele lugar tão incrível. Respondi com um monte de corações, sorrindo de orelha a orelha.

Fazer a faculdade só me fez entender o tanto que eu amava música e o quanto que eu, aparentemente, também tinha talento. As portas se abriam para mim mesmo antes de alguém fazer as conexões e me identificar como namorada de Alex Rodder. A diferença é que, depois da identificação ser feita, as portas abertas se tornavam portas escancaradas. Atualmente eu estava trabalhando em uma empresa que trabalhava com a edição de filmes e estava, especialmente, alocada na área de trilha sonora. Normalmente os filmes já chegavam com indicações do roteirista ou diretor, mas eu normalmente conseguia dar um pitaco ou outro sobre músicas, arranjos ou versões que complementariam melhor o enredo. E ah! Muitas vezes precisei sentar na frente de grandes nomes do cinema para negociar a produção de uma música original para o filme.

Alexander fez o grande favor de, na festa de final de ano, comentar que eu tinha minhas próprias produções musicais. Meu chefe ficou muito surpreso e pediu para ver tudo. E agora, pronto. Eu estava negociando a venda das minhas letras para grandes nomes da música para que elas se tornassem trilha sonora de filmes! Era tão surreal que às vezes eu ainda tinha dúvidas se aquela era realmente minha vida. Pelo jeito o roteirista dela tinha mudado, desde aquelas três palavras. Ou talvez desde o momento que eu me estabaquei no meio do tapete vermelho.

Nós chegamos no ginásio em cima da hora. Meus amigos ainda não tinham nem saído do carro, mas Alexander já estava segurando a porta para eu sair correndo do carro. Inclusive, ele estava berrando que eu precisava me apressar. Saí correndo, mas voltei para lhe dar um beijo.

Corri na direção dos outros formandos, cumprimentando o que pareceu uma imensidão de pessoas no caminho. Ser a namorada de Alexander me rendeu uma tonelada de colegas na faculdade. Alguns eu concluí que valiam a pena. Outros, eu só fazia o mínimo para não parecer extremamente mal-educada. Estava tentando controlar meu temperamento explosivo, no final das contas.

Sentei no local designado, no meio daquela multidão de formandos. Todos estavam animados, conversando e compartilhando planos sobre seus futuros. Discutiam onde estavam e para onde queriam ir. Eu, contemplativa, recordava de onde vim e o que me fez parar ali. Se me dissessem que tudo isso aconteceria, eu diria que estavam todos loucos. Talvez eu só acreditasse que viria fazer faculdade nos Estados Unidos, visto que essa sempre foi uma das minhas chances. Todos os complementos disso só aconteciam nos meus sonhos e, na minha conecepção, permaneceriam lá para sempre. Exceto, é claro, a parte de namorar Alexander. Isso não fazia parte nem do meu mundo dos sonhos. E, que irônico, a realidade seria melhor que qualquer um deles.

Quando chamaram meu nome, não conseguia parar de sorrir. Fiz a melhor caminhada que pude, preocupada com meus saltos. Sabia que todos estavam me olhando, tirando fotos e compartilhando na internet. Era chato, mas fazia parte. As alegrias que entrar nesse mundo me forneceram valiam as angústias de ver fotos minhas totalmente despenteada quando eu saio rapidinho para comprar absorvente na internet. Eu acho até que já era meme. E, por mim, tudo bem. Eu ainda era uma pessoa normal, assim como Alexander também era. Acho que esse foi o motivo de, no final das contas, quase todo mundo ter acabado gostando de nós como casal.

Subi as escadas com atenção e me contive. A verdade era que eu queria agarrar aquele canudo e fazer uma dança da comemoração, mas isso com certeza viraria viral. Então continuei andando pausadamente, ainda sorrindo, ainda mergulhada em memórias do meu passado. A vida era uma imensidão de concidencias ou, para quem era mais crédulo, de tramoias do destino. Quais eram as chances de Mariana ganhar um concurso, eu me estabacar no meio do tapete vermelho, me apaixonar pelo maior ídolo teen da atualidade, ser correspondida e acabar vindo fazer faculdade no lugar dos meus sonhos, dividindo apartamento com a pessoa mais fantástica que eu já conheci? Sinceramente. Quais eram as chances? Só podia ser destino. Ou uma série de coincidências. Ou qualquer tipo de força mística superior. Agradeci contida quando o professor me entregou o diploma e voltei para meu lugar, acenando para minha enorme quantidade de convidados, sentados na área reservada para eles. Meus pais tinham aberto um cartaz e, para minha alegria, não dizia "não fez mais do que a sua obrigação". Ele dizia: "estamos muito orgulhosos de você". Mariana, Roberto, Igor e Caio estavam soprando cornetas e jogando confete para o alto. David estava pulando, achando tudo muito engraçado. Carol e Sophie também riam. Já Steve encarava os quatro como se eles fossem de outro planeta. Alex também tinha um cartaz: "My rockstar".

Eu sentei de volta no meu lugar com lágrimas nos olhos, grata por ter tanta gente incrível em minha vida. Pessoas incríveis cheias de altos e baixos, é claro, mas era justamente isso que os tornava incríveis. Eram humanos, falhavam e pediam desculpa. Magoavam e eram magoados. Choravam e sorriam. O mais importante: evoluíam, mas sem deixar de carregar suas características mais marcantes – e aquelas que eu gostava mais. E, no final, continuavam com um cantinho especial no meu coração. Mesmo aqueles mais improváveis.

Os chapéus voaram e todos bateram palmas. Eu fiquei sentada mais um tempo, depois que tudo acabou. Os formandos correram para seus familiares, na plateia, mas eu queria mais um momento de reflexão. Um momento para agradecer à Deus, ao mundo, ao universo ou a quem quer que fosse responsável por me fornecer um momento tão lindo. A quem quer que fosse responsável por ter me mostrado que a gente só passa exatamente pelo que consegue aguentar e que devemos sempre acreditar que o melhor ainda está por vir.

Quando os corredores já estavam mais vazios, levantei e comecei a caminhar na direção na plateia, mas Alexander me encontrou primeiro. Provavelmente tinha usado sua influência como ex-aluno/atual-astro-pop para burlar o esquema de segurança e se aproximar, no contra-fluxo de pessoas. Às vezes eu ainda ficava surpresa sobre o quanto ele era lindo. Naquele dia pouco ensolarado de junho, ele usava uma camisa social azul, com os punhos dobrados até o cotovelo. Sua calça jeans só me fazia ter vontade de puxá-lo pelo passador, seus cabelos brilhavam no sol, castanhos-claros-mas-quase-loiros e seus olhos, ah seus olhos. Ele começou a correr quando me viu e eu também apressei meu passo. Não tinha quase ninguém passando, o que tornou nosso trabalho mais fácil.

— Parabéns, my rockstar! — ele disse, me içando nos ares pela cintura por alguns segundos.

— Obrigada, Alexander! — eu respondi, agarrada a ele mesmo quando já estava de volta no chão. — Amo você.

— Eu também te amo — ele sorriu, me dando um sutil beijo.

— Quem diria, hein? — eu sorri de volta, com os braços presos no pescoço dele. — Formada, empregada e namorando o #1 da lista dos 25 com um pouco mais de 25?

Very funny! — Alexander deu língua. — Agora fecha os olhos que eu quero te entregar o seu presente.

— Por que eu tenho que fechar os olhos? — eu reclamei, tirando os braços de seu pescoço para colocar na minha cintura. — Que ideia, entrega agora, assim mesmo.

— Por que você nunca faz as coisas que eu peço sem reclamar, pelo menos um pouquinho? — ele riu, revirando os olhos.

— Problemas de temperamento explosivo? — eu fiz uma careta, mas também sorria.

— Fecha logo esses olhinhos — ele apontou. — E estica sua mão!

— Aff, Alexander — eu ainda reclamei, mas obedeci. — Você não poderia pelo menos ter esperado eu tirar essa toga horrenda?

— Shh, Katerine — ele repreendeu e eu senti algo gelado sem depositado na minha palma. — Não vá estragar o momento.

Gelado? Se aquilo fosse uma pegadinha e ele tivesse colocado algo nojento na minha mão, eu seria obrigada a fazê-lo comer.

— Posso abrir? — Perguntei, já abrindo uma frestinha dos meus olhos.

Yes — Alexander respondeu.

Eu baixei os olhos para minha mão e berrei.

Era um pingente. Para minha pulseira. Ela nunca saía do meu pulso.

Só que era um pingente. Em formato de anel. Para minha pulseira. Que nunca saía do meu pulso.

Alexander estava me pedindo em casamento.

— Não sei se era exatamente essa a reação que eu estava esperando, mas se seu berro significar sim, ficará tudo bem — Alexander disse, fazendo menção de agachar em um joelho.

Eu não deixei: me joguei nos seus braços no meio do processo, agarrando meu novo pingente com todo amor do universo.

— Claro que eu também vou te comprar um anel, mas achei que o pingente era mais representativo e...

— Shh, Alexander — eu sorri, me esticando para alcançar seus lábios. — Não vá estragar o momento.

Eu o beijei, com a cabeça a mil por hora. Ai meu Deus, casar? Formada, empregada e casada com o #1 da lista dos 25 com um pouco mais de 25? Eu? Como pude ir de alguém que nem fazia ideia do que fazer na vida para alguém com essa quantidade toda de responsabilidade? E de felicidade também.

— Quais eram as chances, Alexander? — eu sacudi a cabeça, chocada, quando nos separamos.

The odds, Katerine — ele repetiu, ajeitando o meu cabelo atrás da orelha. — What were the odds?

Nós rimos e nos beijamos novamente: uma sequência que eu planejava repetir pelo resto da minha vida.

Fim.

(A frase em inglês embaixo do Yoda é a mesma do título do capítulo, só que em inglês. Para quem nunca viu Star Wars, o Yoda fala sempre tudo invertido).

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Eu não sei nem como é que eu vou fazer para escrever esse recadinho :')

Acho que eu vou começar pedindo desculpas por não ter postado o Epílogo ontem, conforme prometido. Eu não sei se vocês viram em algum lugar (postei no instagram - claraguta, twitter - claraguta e até aqui na wall do Wattpad), mas ontem de noite tive que levar minha mãe correndo para o hospital porque ela tava com uma febre muito bizarra que não passava. Estava mais ou menos no meio do epílogo quando isso aconteceu. Levei todos os meus papeis e fiquei escrevendo no hospital, mas já era depois de 3 da manhã quando voltei para casa. Não tinha nem condições de passar a limpo, muito menos de fazer os ajustes necessários e as imagens. Então resolvi dormir e tentar acordar melhor hoje, para conseguir entregar um desfecho melhor para vocês, como vocês merecem. Espero que eu tenha conseguido! Minha mãe já está melhor, para quem estiver curioso/preocupado.

Eu prometi trazer o resultado da enquete nesse epílogo, mas acho que alguns de vocês já sabem, porque eu fiz um snap de insta (?) com o resultado. Antes de mais nada, eu queria agradecer DEMAIS as 991 respostas! Fiquei mega feliz de ver todo esse engajamento de vocês! E se a sua história preferida não ganhou: sem tristeza! Eu quero muito escrever todos os meus projetos e com certeza muito em breve vai chegar a vez dela! Queria muito pedir para vocês não me abandonarem na história nova (medooo) e darem uma chance para ela, mesmo se ela não foi sua opção. Prometo que vou tentar fazer o melhor trabalho do mundo! Colo aqui o print:

Para quem não sabe, Chinelo & Salto Alto é uma história de um reencontro entre dois ex-namorados que acabam presos no elevador por longas horas. Ela é a Bárbara, vilã de Mocassins e All Stars (meu livro publicado) e ele é o Rafael, irmão do Eduardo (de Acampamento). As postagens estão previstas para começar dia 1/11 e vamos seguir nossa rotina de sempre: TODA TERÇA-FEIRA!

Na próxima semana, dia 25/10, vou postar aqui em um capítulo meu vídeo com as respostas das perguntas que vocês tem feito sobre mim, sobre Tiete e sobre futuros projetos! Vou aceitar perguntas até domingo, então comentem aqui o que vocês querem saber (ou me mandem por e-mail, facebook, instagram, por onde preferirem). Vou sortear três kits de marcadores (incluindo todos os meus) entre as pessoas que enviarem perguntas e o resultado vai sair no próprio vídeo (então mandem perguntas E assistam).

Como vocês podem ver, tem muito pano para manga para ~cenas bônus~ de Tiete! Então, não tirem o livro da biblioteca ou das listas! Assim vocês vão continuar recebendo notificações, se eu postar alguma coisa nova! E ah, se quiserem também podem me seguir aqui no wattpad! É sempre uma boa maneira de ficar por dentro das novidades. Que cenas bônus vocês gostariam de ver?

Enquanto Chinelo & Salto Alto não começa, eu espero vocês em Gato Preto - meu conto comédia, temático de Halloween. Ele está sendo postado toda segunda, já tem três partes e vai acabar de ser postado dia 31/10. 

Tô tentando encontrar outras coisas para falar, assim não preciso me despedir!! hahaha. Ah, lembrei mais uma!!! Estou concorrendo ao prêmio MELHORES DO ANO, como destaque do Wattpad!!! Se vocês puderem, votem lá! O link está na minha wall aqui do wattpad, mas também está no facebook, twitter e etc.

Acho que é isso, agora. Ainda tenho mais um dia (semana que vem, com o vídeo) para dizer tchau (tchau não, até Chinelo & Salto Alto), então vou fazer uma despedida bem normal aqui. Até porque não quero chorar duas semanas seguidas, rs. Vocês são todos incríveis, alegraram meus dias, me fizeram acreditar no meu talento e foram atores do destino/de Deus/das coincidências ou de qualquer outra coisa que faz a nossa vida rodar. Espero continuar perto de vocês para sempre, trazendo novos livros e compartilhando sonhos. Acreditem no de vocês. E obrigada por acreditarem nos meus. Amo vocês, de verdade. Espero que vocês já saibam disso, nessa altura do campeonato.

Então tá bem. Por favor, me contem o que acharam do epílogo. Eu posso não responder todos, mas sempre leio os comentários <3. Gosto MUITO de ouvir (no caso, ler) vocês. Vocês me fazem uma escritora melhor.

Até semana que vem? Então tá.

Beijos cheios de amor e gratidão! Um monte deles!



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