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Capítulo bônus - Declaração (por Alex)


O gesso de Katerine estava em um estado deplorável.

Também pudera. O cuidado que ela tinha com ele estava longe do recomendado – e não precisava nem ser médico para saber disso. Ela quase nunca se lembrava de enrolar um saco plástico no braço para a hora do banho, por exemplo. Um dos seus passatempos favoritos era ficar empurrando a pontinha do gesso, pelo simples prazer de vê-lo descascar. O gesso tinha algumas assinaturas esporádicas, mas o que mais ocupava espaço era um desenho de David. A maior parte ele havia desenhado no gesso da perna, mas claro que ele não se esqueceria de fazer uma marca dele no gesso do braço.

E claro, tinha minha assinatura. A primeira.

Ela estava tão feia que eu estava até envergonhado por ela. O que eu poderia fazer para deixa-la mais aprazível? Parecia tão fria.

Nós estávamos a caminho de Londres novamente. Katerine estava sentada ao meu lado no trem e eu estava tentando controlar minhas mãos para não tocá-la novamente. Eu queria sequestrar o trem e fazê-lo retornar para Paris. Saltar e pegar o sentido contrário, voltando para o final de semana.

Os padrões para final de semana deste ano estavam agora muito altos. O melhor final de semana havia sido o primeiro do ano. Quantos finais de semana eu teria com Katerine, antes de seu retorno? Como eu poderia torná-los de tal forma tão memoráveis que fossem motivo suficiente para que ela repensasse sua vida e, quem sabe assim, resolvesse ficar?

― O que foi, Alexander? – Ela perguntou, sem desviar os olhos do que assistia na televisão de bordo. – Está muito calado.

A forma como ela dizia meu nome me fazia querer beijá-la. Seu sorriso surdino, idem. A maneira como ela desviava os olhos da tela para mim, lentamente, como se estivesse vendo a pessoa mais maravilhosa do planeta, me trazia lembranças ligeiramente pecaminosas do final de semana.

― Só estou pensando – eu respondi e depois inventei qualquer assunto, porque não podia dizer sobre o que, de fato, estava pensando.

Tentei me concentrar na conversa que engatamos, mas estava perdido dentro de mim mesmo. O que estava acontecendo com minha vida? Como tudo se desenrolou para o que temos hoje? Katerine era só uma fã (quer dizer, mais ou menos uma fã), vencedora de um concurso. Poderia ser qualquer louca. Eu teria cuidado e tratado da mesma forma, se qualquer pessoa tivesse sofrido um acidente por minha causa. Mas não estaria aqui. Nesse lugar. Físico e metafórico. Não teria esse nível de envolvimento, que já chegava a ser desesperador.

A culpa é da própria Katerine, na realidade. Por ser a garota mais interessante que conheci. Por ser minha gota de normalidade. Por não ligar para minha posição nas listas de revistas famosas (ainda que me incomode o fato dela sequer saber da existência delas). Pelo toque do celular dela ser a marcha imperial. E por um monte de outras coisas, que eu ia descobrindo e adorando a cada dia.

É verdade que ela poderia ser qualquer uma, qualquer louca. Mas não era.

A verdade é que era eu, contrariando todas as expectativas, que estava completamente crazy about her (maluco por ela).

Isso era um problema enorme. Eu não fazia ideia do risco que estava correndo quando stalked (stalkeei) o perfil dela no facebook. Talvez fosse melhor não ter feito nada disso. Não ter corrido atrás do próprio sofrimento. Mas ainda não era um sofrimento. Só havia uma grave ameaça, iminente, que de fato se tornasse um.

Não podia ser hipócrita, todavia. Eu faria tudo de novo.

Ela valia, até mesmo o sofrimento. Só não tinha ainda certeza que ela diria o mesmo.

― Eu acho que, ainda assim, prefiro Londres – Katerine disse, finalizando algum raciocínio que não prestei atenção desde o início.

― Se eu não pude te convencer com esse final de semana que Paris é uma boa cidade, tenho certeza que nunca conseguirei – eu brinquei.

Eu senti minhas bochechas queimarem com a brincadeira, mas Katerine também enrubesceu. Eu ficava muito mais envergonhado do que ela no dia-a-dia, mas ela ainda tinha seus pontos fracos. Eu queria explorá-los, pois ela ficava extremamente cute (fofa/bonita/gracinha) envergonhada.

― Não foi isso que eu quis dizer – ela conseguiu dizer, aos sussurros.

― Eu entendi, só estava brincando – eu estiquei a mão para tocar a dela. – Também prefiro Londres do que Paris.

― Você nasceu lá, Alexander – ela riu. – Não é um julgamento justo.

Well (Bem), eu achei que você preferia Londres justamente porque eu nasci lá! – Brinquei novamente.

― Engraçadinho... – Ela esticou os compridos dedos para tocar meu nariz.

― Vou providenciar um Big Ben para sua pulseira.

Ela tocou o presente com minha menção, como se ele estivesse subitamente pegando fogo. Foi um hábito que a vi repetir muitas vezes nos dias que sucederam aquele final de semana. Ainda estava tentando entender o padrão, mas Katerine vivia agarrando a pulseira. Era meio cute.

But (mas) eu achava a maior parte das coisas que ela fazia cute. O restante eu achava incrivelmente sexy.

Tão sexy que o fato dela ter passado mais tempo no meu apartamento do que no hotel me atrasou para diversos compromissos profissionais. Fato que eu não estou, nem um pouco, reclamando. Sua presença alegrava meus dias e parecia ser, justamente, a vida que faltava naquele apartamento grande e sem graça.

Eu achava ótimo ter Katerine por perto. Quem não curtia nem um pouco era Sara, que já estava prestes a me jogar pela janela. Todavia, ela não poderia fazer isso, já que minha vida é a fonte de seu dinheiro.

Mas ela podia gritar. E isso ela fazia muito bem.

Especialmente porque eu não contava o real motivo dos meus atrasos. Inventei uma desculpa nova, cada vez que eles aconteceram. Nas primeiras, ela acreditou, suspeitando só um pouco. Nas mais recentes, ela já estava muito irritada e absolutamente certa de que eu estava fazendo algo extremamente errado.

― Alex, que raios está acontecendo? Você chegou atrasado mais vezes do que na hora e quando está aqui, parece que não está, sempre com a cara enfiada nesse maldito telefone! – Ela esbravejou.

Eu guardei o celular no bolso e pensei no que responder. Minhas opções transitavam entre dois extremos: contar a verdade ou demitir Sara. Poucas outras opções residiam no meio. Abri a boca e contrarregra entrou na sala:

― Senhor Rodder, é a sua deixa.

Sorri, abrindo os braços como quem diz "fazer o quê?". Escapei.

Quem não estava escapando era meu porteiro, que tinha que segurar a fera lá embaixo no prédio, já que ela não tinha mais autorização para subir quando bem entendesse. Ele estava fazendo um bom trabalho, provavelmente porque já tinha experiência prévia no assunto. Pelo menos eu não ouvia os gritos de Sara de lá de cima, como outrora ouvi os de Gabriella.

Sara e minha carreira eram preocupações que me sondavam constantemente, mas nunca tomavam muito tempo. Eu tinha uma que me assombrava com muito mais frequência: o retorno de Katerine para o Brasil.

― E como está Katerine? – Minha mãe perguntou, no telefone.

Eu olhei por cima do ombro para cama, onde o motivo da pergunta dormia tranquilamente, encolhida com um número ridiculamente pequeno de peças de roupa em baixo de pesados cobertores.

― Bem – eu respondi. – Parece que já vai tirar o gesso nos próximos dias.

As palavras queimaram na minha garganta.

― Não era bem isso que eu queria saber – minha mãe ponderou.

― O que você queria saber? – Perguntei já ciente do que iria ouvir em resposta.

― Como está a situação você e Katerine? – O silêncio reinou na linha. Tirei o telefone da orelha para respirar fundo. Coloquei de volta a tempo de ouvi-la dizer. – Porque sabe, sua irmã diz que você está sumido das notícias, não tem sido fotografado em lugar nenhum...

― Eu não tenho saído muito – menti.

― É mesmo? Porque eu liguei outro dia no restaurante da Tita para reservar uma mesa para o aniversário da Vivian, do clube da leitura e ela me disse que você esteve lá diversas vezes nos últimos dias... Com uma menina.

Tita era dona de um dos meus restaurantes favoritos e amiga da minha mãe desde a infância. Seu restaurante era um dos pontos seguros da cidade e eu, de fato, tinha estado lá diversas vezes com Katerine.

― Gostaria que vocês voltassem aqui, antes dela ir embora – ela disse. – David parou de se enrolar em papel higiênico, mas ainda pergunta dela todo dia.

― Ok – respondi, não querendo prolongar o assunto.

― E filho, se você precisar conversar... – Ela começou.

― Eu sei – respondi. – Obrigado.

Despedimo-nos e eu desliguei. Não me movi por um tempo, observando Katerine dormir. O braço engessado era a única coisa para fora do bolinho que ela formava no edredom. Minha assinatura estava à mostra, já que ela estava com a parte interna do braço virada para cima.

Peguei um pilot permanente da gaveta. Eu tinha um estoque ridículo deles, uma vez que era o único tipo de caneta que pegava em quase toda superfície. E se eu contasse o tipo de coisa que eu já tive que autografar na vida, vocês entenderiam porque necessitava desse tipo de caneta.

Esgueirei-me para a cama, fazendo o mínimo de movimento possível. Destampei a caneta e estiquei o braço. Katerine ressonou e eu o recolhi temeroso, como se estivesse cometendo um crime. Sua respiração se normalizou e ela não se mexeu. Estiquei-me novamente. O pilot deslizou no pequeno espaço que sobrava em branco em cima da minha assinatura. Antes de ela ressonar novamente, já tinha terminado meu adendo. Estava me afastando novamente quando o pilot escorregou da minha mão, batendo contra o gesso e fazendo um barulho alto. Eu tentei segurá-lo, mas não consegui, espalmando minha mão contra o gesso e piorando a situação.

Katerine pulou na cama. Eu só tive tempo de esconder o pilot embaixo do travesseiro antes dela abrir os olhos.

― Desculpe, não quis te acordar.

― Não tem problema – ela disse, com uma adorável voz rouca. Espreguiçou-se mais adoravelmente ainda.

― Meu irmão é um artista mesmo – eu disse, disfarçando. Não queria contar de minha alteração. Eu queria que ela descobrisse sozinha.

Katerine riu. Eu deitei de frente, indicando para que ela viesse se deitar mais perto, no meu peito.

― Um artista igual a você – ela disse. – Deve ser de família.

― Sim – eu concordei a contragosto, escorregando meus dedos por seus cabelos. – Deve ser.

Ela suspirou e se ajeitou em meus braços. Vi minha assinatura completa pelo canto de olho. Se eu não conseguia declarar o que sentia e o quanto eu queria que ela ficasse em forma de palavras ditas, talvez ela entendesse se as visse escritas.

No antigo espaço em branco, abri meu coração.

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Vamos deixar um Zac Efron representando Alex nesse final de capítulo:

E vamos deixar também um GIF para o sentimento coletivo:

ENTÃO MIL BEIJOS PORQUE EU NÃO CONSIGO MAIS ESCREVER DO CHÃO ONDE ESTOU.

E também sei que se eu ficar aqui vocês vão tentar extorquir de mim o conteúdo do que ele escreveu no gesso da Katerine.

Beijossss

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