Capítulo bônus - D.R. (narrado por Alex)
Da primeira vez que Katerine esteve na minha casa eu estava feliz, mas era ligeiramente estranho. Eu queria que ela estivesse lá, é claro, mas de certa forma entendia que ela não fazia parte da cena. Já dessa vez ela fazia mais parte da cena do que a Sophie, por exemplo. Interagiu com todos os membros da família como se fosse de casa desde sempre, deixando todos (menos Sophie) com um sorriso de orelha a orelha. Eu entendo: era difícil não gostar dela. David que o diga.
Pareceu uma eternidade até eu finalmente conseguir arrastá-la para a casa de vidro. Todo mundo parecia querer falar algo/mostrar algo... Se eu quisesse que fossemos perseguidos pelos paparazzi eu não teria saído do apartamento!
Não estava mais pensando em nada disso quando chegamos ao topo da escada e eu dei de cara com aquela vista. Era o lugar mais bonito do mundo e que tinha um monte de lembranças maravilhosas acopladas.
― É mais bonito ainda do que eu me lembrava – foi Katerine que disse, se apressando para entrar na casa de vidro.
― É, não é? Eu me surpreendo positivamente toda vez também – eu disse, segurando a porta aberta para ela entrar.
Ela se sentou no sofá com vista para a cidade, onde tínhamos nos sentado da última vez. Eu me apressei para ligar o aquecedor, sabendo que ela não estava acostumada com o frio que fazia na minha terra.
― Ei Katerine, quer vinho? – Eu perguntei, ainda oculto na sala que ligava o aquecedor central e onde tinha uma mini adega.
― Você não precisa me embebedar, Alexander – ela respondeu. Mesmo a distância, eu sabia que ela estava revirando os olhos.
― Tem certeza? Você é uma pessoa muito legal quando está bêbada – eu impliquei, carregando uma garrafa e taças.
― Eu acho que eu sou uma pessoa muito legal sempre, não sei do que você está falando – ela respondeu, revirando os olhos na minha frente agora.
― Tudo bem – eu disse, sentando-me ao seu lado e apoiando tudo na mesinha de apoio. – Se você não quer uma taça, eu tomo sozinho.
Ela bufou em tom de reclamação. Então, se esticou por cima de mim para alcançar a outra taça. Eu encarei, sem entender nada, enquanto ela segurava a taça esticada para mim.
― Não é educado deixar alguém beber sozinho.
Eu alarguei o sorriso. Parecia estar sempre sorrindo quando ela estava por perto – mesmo quando eu não percebia. Coloquei um pouco de vinho na taça estendida e me servi também, propondo um brinde.
― Você tem uma quantidade absurda de vinhos aí que usa quando atraí suas vítimas? – Ela perguntou, bebericando a taça.
― Você se considera uma vítima? – Eu perguntei, na brincadeira.
― Essa não era a resposta certa – ela quase gritou, baixando a taça para me olhar com raiva.
Eu contive uma gargalhada.
― Qual era a resposta certa? – Perguntei.
― "Claro que não Katerine, eu nunca trago nenhuma menina aqui, só você" – ela fez uma imitação medonha do que deve ser minha voz.
― Isso é ciúmes, Katerine? – Eu impliquei.
― Não – ela respondeu, tomando compridos goles da taça.
Eu puxei seu queixo na minha direção, para que ela olhasse nos meus olhos. Era uma besta, aquela menina. Mas meu coração dizia cada vez mais que era especial.
― Claro que não, Katerine – eu disse, pausadamente. – Eu nunca trouxe nenhuma menina aqui. É meu lugar preferido no mundo, não quero estraga-lo com lembranças ruins.
― Serei uma lembrança boa? – Ela ponderou, se desvencilhando dos meus dedos.
― Por que você precisa ser uma lembrança? – Perguntei, tombando a cabeça.
Eu sabia o que ela responderia antes mesmo dela abrir a boca. Falamos juntos:
― Porque você tem que voltar para o Brasil.
― Porque eu tenho que voltar para o Brasil.
Silêncio.
Tínhamos longos momentos de silêncio toda vez que esse assunto vinha à tona. Eu não queria nem ponderar essa possibilidade e Katerine não conseguia pensar além dela. Era como se o cartão de embarque do retorno fosse feito de ouro e como se ela fosse perder a vida toda, se perdesse aquele voo.
Dava vontade de fazê-la perder de propósito, só para ela entender que o mundo não acabaria se ela resolvesse estender seu tempo em Londres. Tinha um monte de coisa para fazer, um monte de lojas de CD para trabalhar e um monte de lugares para estudar.
Mas eu entendia.
Eu não abriria mão da minha vida para ficar comigo. Era um ônus muito grande para um bônus duvidoso. Namorar um astro do cinema.
A dúvida que reinava era: eu abriria mão da minha vida para ficar com ela?
― Não precisamos falar sobre isso – ela disse. – Não no seu lugar preferido do mundo.
Era assustador pensar dessa forma. Em abandonar tudo e fazer sabe lá Deus o que em outro país, carregando o estigma de um ator que desistiu para onde formos. Eu gostava da carreira – às vezes. Verdade seja dita: eu já amei mais. Estava ligeiramente desiludido com minhas perspectivas de carreira e bastante cansado de ser perseguido o tempo todo. E cansado de Sara, mais do que tudo.
― Acha que falar sobre isso vai estragar minhas boas lembranças daqui? – Eu perguntei.
― Talvez – ela disse, dando de ombros. – Não acho que seja um bom momento.
― Ok – eu assenti. Não era mesmo um bom momento. Mas nosso tempo estava se esgotando. – Sobre o que você quer falar?
― Sobre seu futuro – ela sugeriu.
― Você não acha que isso tem a ver com o assunto que você não quer falar? – Perguntei.
― Não... – Ela disse. – Quer dizer, tem?
― Você quer falar ou não quer falar sobre isso? – Eu questionei, meio nervoso.
― Não – ela respondeu, sucinta. – Me diga você sobre o que quer falar, então.
― Sobre suas músicas – eu disse, dando um sorriso.
― Ah – ela encolheu os ombros. – Não quero muito falar sobre elas.
Katerine era uma daquelas meninas que não fazia ideia de que era bonita. Nem esforço. Eu não conheço muito sobre as coisas, mas namorei Gabriella tempo suficiente para saber que o rosto de Katerine era quase 100% do tempo totalmente livre de qualquer produto de maquiagem. Ela tinha pintinhas visíveis em diversas partes de seu rosto e eu tinha vontade de cobrir todas elas com beijos. Ela tinha cílios longos sem precisar usar aquelas gororobas que Gabriella usava ou aquele treco que servia para entortá-los, que mais parecia um instrumento de tortura. E ela tinha um sorriso quase sempre presente no rosto, ainda que gostasse de fingir ser um ser humano invocado. Não era. Era sorridente. Menos quando tinha uma expressão de profundo pânico no rosto, como agora.
― Acho que nós devíamos gravar a música, o que você acha? Você pode tocar bateria, eu tocar o violão ou guitarra e cantamos juntos... – Eu sugeri.
― Alexander, NÃO. – Ela levantou a mão, sem nem querer ouvir. – Eu não vou gravar música nenhuma, nem por um mandato. Já me basta o maldito vídeo que tem no Youtube onde estou tocando a maldita bateria feito uma louca desvairada.
― Eu adoro aquele vídeo – eu disse. – Rockstar.
― NÃO – ela levantou ainda mais a mão. – Pelo amor de Deus, spare me.
Eu ri. Ela era genuinamente engraçada também, mesmo quando não queria ser.
― Okay... Nós não podemos falar do Brasil, não podemos falar das suas músicas e não podemos falar do meu futuro, do que você quer falar? – Eu tentei novamente.
― O que você acha que eu devo fazer com Mariana? – Ela disse de uma vez, quase inaudível.
― O que tem a Mariana? – Eu perguntei, sem entender muito bem.
― Nós não nos falamos direito praticamente desde que pisamos na Inglaterra. As coisas tem andado bastante esquisitas entre nós duas, especialmente porque ela desconfia de verdade que tem algo acontecendo entre nós dois – ela explicou.
― De onde será que ela tirou isso, não é mesmo? – Eu brinquei, dando um sorriso.
Não estava muito interessado em falar de Mariana. Eu acompanhava a boca de Katerine abrindo e fechando enquanto ela fazia uma longa e extensa narração sobre a amiga e sobre Igor, questionando o que ela deveria fazer sobre o que parecia ser, no final das contas, só uma enorme dor de cotovelo.
― Ué, Katerine. Ela é a sua melhor amiga desde o útero, você mesmo que disse – eu pontuei. – Como eu vou saber qual é a melhor forma de lidar com a situação?
― Você causou a situação – ela apontou.
― Eu causei a situação? – Eu ri, mas estava um pouco irritado. – Pelo que eu sei nunca te forcei a fazer nada comigo.
Ela levantou o rosto, irritadiça. Eu queria ignorar a discussão e me jogar por cima dela naquele sofá. Só que Katerine queria continuar falando. A boquinha não parava fechada nem um segundo.
― Se você não tivesse me beijado aqui da última vez... – Ela começou.
― Eu teria te beijado em outro lugar – eu cortei.
― Não teria não – ela peitou.
― Teria sim – eu respondi, exasperado. – Katerine, pelo amor de Deus, você não entendeu ainda que não tinha nada que eu pudesse fazer? Eu queria agarrá-la desde que acidentalmente te segui no instragram!
Ela finalmente emudeceu. Não disse nada por longos segundos, piscando os longos cílios como se eu tivesse dito algo que ela nunca nem sequer pudesse imaginar. Ora, por favor. Qualquer um sabia disso. Aposto que até os amigos dela sabiam disso. Se bobear até Sara sabe disso – e ela nem sabe desse meu nível de envolvimento com Katerine.
Agora eu estava irritado.
E quem queria falar era eu.
Tudo que eu vinha segurando na garganta.
― Eu não sei porque você precisa voltar para o Brasil – eu pontuei, levantando do sofá. Eu ia buscar mais vinho, mas desisti no meio do caminho. – Não tem nada te esperando lá.
― Tem meus pais – ela pontuou.
― Eles podem te visitar aqui – eu retruquei.
― Tem minha faculdade – ela pontuou.
― Você pode prestar as provas aqui – eu retruquei.
― Tem meus amigos – ela pontuou.
― Mariana não fala com você e está namorando seu ex-namorado... Igor não fala com você e nem sequer acho que ele é realmente seu amigo, mas sim de Mariana... Caio... I'll not even mention.
― Eu preciso voltar, tá bem? Minha vida está lá – ela reclamou, levantando do sofá também.
― Você pode começar uma fase nova dela – eu indiquei, torcendo para que ela entendesse.
― Não.
O problema não era Londres ou começar uma vida nova em outro lugar. Esse tanto não era o problema que ela tinha feito a porcaria dos SATs. O problema era EU. Ela não queria ficar comigo. Ela não queria ficar perto de mim. Eu senti o tiro e segurei a pose, mesmo com a dor.
― O problema sou eu, Katerine? – Eu perguntei, apesar de já saber a resposta.
― Quê? – Ela me olhou como se eu fosse louco. Uma ótima atriz, isso sim. – Claro que não, Alexander.
― O problema é nosso relacionamento sim – eu disse, tentando manter a calma. – Você não acredita nele. Em nós. Ou talvez seja só em mim.
― Que relacionamento, Alexander? Eu preciso voltar para o Brasil – ela continuava insistindo.
― Então porque você não volta logo agora, Katerine? Já que nem deve sentir a minha bloody falta! – Eu gritei.
Era tudo.
Saí do meu lugar favorito no mundo com a sensação que tinha arrasado com todas as suas lembranças positivas, para sempre. Desci as escadas como se minha vida dependesse disso, ouvindo os gritos de Katerine atrás de mim, chamando meu nome. Não quis ouvir.
Entrei em casa feito um foguete e tentei chegar até meu quarto. Meu plano foi interrompido pela minha mãe, que obstruiu o caminho para escada, com um sorriso horrendo que parecia o do gato da Alice.
― Está tudo bem, meu filho? – Ela perguntou.
Mãe era um bicho surreal. Eu por acaso tinha uma placa de ANGRY na testa?
― Não – eu respondi.
― Você quer conversar sobre o assunto? – Ela continuou.
― Não.
― É sobre Katerine?
O soco no estômago me fez fazer uma careta tão feia que nem precisei dizer que sim.
― Estão tendo problemas sobre o que fazer quando ela precisar voltar para o Brasil? – Minha mãe perguntou, tocando meu ombro.
― Porque ela precisa voltar para o Brasil? – Eu perguntei, com ênfase no verbo. – Ela não precisa voltar. Ela quer voltar.
― Não seja egoísta, Alexander – minha mãe disse. – A vida dela toda está lá.
― Ela pode começar uma fase nova – eu argumentei o mesmo.
― Claro que sim. Você a convidou para fazer isso? – Ela perguntou.
Eu abri a boca para dizer que sim.
― Da maneira correta, Alexander. Não atropelando tudo do jeito que você sempre faz. As pessoas não sabem ler nas entrelinhas. Essa é uma decisão muito séria e vocês precisam conversar como duas pessoas adultas – ela apertou meu ombro. – Ela sabe como você se sente?
Ela sabia? Eu não sabia dizer.
Eu nem querer sabia dizer como eu me sentia.
Eu só sabia que só de pensar em vê-la embarcar em um maldito avião me dava vontade de socar a merda da parede até a casa cair em pedaços. E eu gostava para cacete dessa casa.
― Você disse a ela que gostaria que ela ficasse, ou ficou jogando indiretas para que ela escolhesse ficar? – Minha mãe pontuou. – Você sequer perguntou se ela gostaria de ser sua namorada?
Eu olhei para minha mãe, sem saber o que dizer. Nós nunca tínhamos tido esse tipo de conversa, especialmente porque eu nunca tinha passado por esse tipo de situação. Gabriella tinha sido minha única namorada e nosso namoro começou com minha agente dizendo: Alex? Sabe a Gabriella? Agora vocês namoram. Finja estar perdidamente apaixonado, está bem?
― Você está querendo me dizer que eu estou errado nessa história? – Eu perguntei, ainda irritado.
― Não tem certo nem errado, meu filho – minha mãe disse, puxando minha cabeça para dar um beijo em minha testa. – Vocês precisam ver com os olhos um do outro. E precisam, mais do que tudo, ser sinceros com seus sentimentos.
Eu dei um passo para trás, receoso. Eu provavelmente não estava sendo sincero nem com os meus sentimentos. Eu nem sequer entendia muito sobre sentimentos. Talvez eu devesse reler alguns roteiros de romance?
― E se ela não quiser ficar? – Eu perguntei, piscando lentamente.
― Por que é que você precisa ficar? – Minha mãe questionou, dando um sorriso.
Então saiu de cena e me deixou continuar o caminho até meu quarto.
Eu e Katerine não nos falamos pelo resto do dia. Não faço ideia do que ela ficou fazendo, mas eu não saí para jantar. Fingi que estava dormindo quando minha mãe veio me convidar. Ela nunca me acorda nessas situações, pois fica com pena do meu estado constante de exaustão. Eu ouvi a casa toda indo para cama. Ouvi David reclamando pelos corredores com meu pai, dizendo que queria dormir com a Tia Katerine. Meu pai respondeu que a Tia Katerine estava muito cansada, recolhida desde cedo.
Eu esperei alguns segundos e abri a porta do meu quarto. O corredor estava vazio. Caminhei silenciosamente pelos corredores e desci com cautela as escadas. O que fazia mais barulho não eram meus movimentos e sim meu coração, martelando contra meu peito como se estivesse tocando algo na bateria. Toquei na maçaneta do quarto de hospedes.
E se ela não quisesse me ver? Eu não quereria. Mas eu não poderia dormir sem pedir desculpas. As palavras da minha mãe ficaram ecoando em minha mente pelo resto do dia. Era só um pedido de desculpas e eu ia dormir. Abri a porta.
― Katerine? – Eu sussurrei.
Ouvi soluços.
― Alexander! – Ela disse, chorosa.
Eu mal consegui fechar a porta antes de Katerine se enroscar em meus braços. Seu rosto estava molhado contra meu peito. Ela chacoalhava, chorando como uma criança.
― Oh my God – eu disse, horrorizado. A culpa tomando conta de mim como se fosse um monstro. – Não chora, please. I'm so so sorry.
― Eu que peço desculpas – ela disse, com a respiração descompassada. – Não é culpa sua.
― Não é culpa sua either – eu ponderei, esfregando suas costas.
― Nós realmente precisamos conversar sobre nosso futuro – ela disse.
― Sim – eu respondi, tentando conter a emoção dela ter tido nosso.
― Mas não agora – ela disse, esticando o rosto para me olhar.
― Não? – Eu perguntei, indagando quais eram seus outros planos.
― Não – ela disse, esticando-se para me beijar.
Entendi quais eram seus planos no momento que suas mãos percorreram meu tórax e ela se apertou toda contra meu corpo. Entendi perfeitamente e, inclusive, gostei muito deles.
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#1 DR do casal a gente não esquece! Quer dizer, até já tiveram outras DRs, mas essa foi a #1 grande. Por que eu tenho essa impressão de que não vai ser a última, hum??
Espero que vocês tenham amado o capítulo. Gosto muito de escrever a perspectiva do Alex. Ele já estava planejado para ser o capítulo de hoje (no caso, de terça. Atrasei 1h e já são 1h da manhã de quarta, sorry), então não sei se qualifica muito como "bônus".
Tava fazendo umas contas aqui e pelo jeito faltam 13 capítulos + Epílogo. Talvez esses 13 capítulos se condensem e virem menos. OU SEJA, fala pouco!!!! Eu sei que 13 capítulos parece muito, mas realmente não é. Os momentos de TENSÃO estão vindo por aí. Estão prontos??? Eu nem sei se eu estou.
Lembrando novamente dos meus eventos: a) Livraria Eldorado, no Rio de Janeiro, dia 16/07, 10h e b) Bienal de São Paulo, nos dois finais de semana (o livro estará lá durante todo período).
Se tiver alguém do interior de São Paulo por aí, avisa?? Vou passar 3 meses e meio por lá a trabalho a partir do dia 17/07. (não sei bem aonde, mas deve ser nos arredores de Vargem Grande Paulista/Cotia/São Roque). Gostaria de encontrar leitores fofos <3
E ah, finalmente consegui um número novo de telefone!!! Já me adicionaram de volta no grupo de Acampamento, mas ainda não me adicionaram no de Tiete! Alguém pode fazer esse favor? E mil perdões se eu não respondi mensagens no número anterior! Se vocês tiverem paciência, mandem novamente para o número novo que eu juro que vou responder! O número é (21) 99064-5315.
UM BEIJO E ATÉ MAIS
PS: Estou providenciando o GIF mandando beijos. Aguardem que se Deus quiser próximo capítulo estarei divando aqui no final.
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