Capítulo 30 - Obrigação só a de tomar remédios
Alex ficou sentado ao lado da minha cama até a minha alta. Ele distribuiu pelo menos mais quinze autógrafos até sair do quarto. Do quarto até a porta do hospital, não sei dizer. Nós nos separamos quando ele saiu do quarto e eu fiquei para trás, para trocar de roupa. Mariana tinha comprado uma calça alguns números maiores para mim, para que meu gesso passasse. E, claro, um cinto para que a calça não despencasse. Eu parecia um pequeno saco de batatas da cintura para baixo, mas pelo menos não congelaria (muito). Congelaria um pouquinho de qualquer maneira, visto que não havia condições de usar uma segunda pele com aquele gesso até meu joelho.
A equipe de Alex tratou de nos colocar num carro e nos levar até nosso hotel. Eu tentei não ficar nervosa no caminho, mas a verdade é que minha estadia no hotel – em teoria – já tinha terminado. Afinal, eu já estava no Brasil! E se eu chegasse lá e minhas coisas estivessem todas espalhadas no lobby?
Não tinha nada meu no lobby, mas tinha a Graziella, com um sorrisinho amarelo.
— Minha equipe está consternada pelo que aconteceu com você, Katerine. Lamentemos muito mesmo – ela disse, quando nos aproximamos. – Cuidamos de tudo para que sua estadia fosse estendida, mas...
Meu coração parou. Um "mas" dessa forma não poderia significar coisa boa.
— Mas Alex Rodder fez questão de fazermos um upgrade no seu hotel. Desta forma, estamos só esperando autorização de vocês para buscar suas malas no quarto e leva-las para seu novo hotel.
— Novo hotel? – eu perguntei. – Mas isso não é nem um pouco necessár...
— Adoraríamos ir para um novo hotel, muito obrigada – Mari me cortou e respondeu.
— Não é a mim que vocês têm que agradecer, é ao Alex – Graziella respondeu. – Ele disse que Katerine precisava de um quarto maior, visto que estava com dificuldades de locomoção devido ao gesso... Acho que ele estava certo, né?
— Claro – Mariana respondeu, antes que eu pudesse dizer algo. Acho que ela estava com medo deu conseguir convencer Graziella de que nada daquilo era necessário. Afinal, nunca gostou muito do nosso hotel.
— Tenho autorização para pedir para buscarem as malas? – Graziella perguntou.
— Claro – Mariana respondeu. – Só vamos subir para nos certificarmos de que guardamos tudo dentro delas, ok?
— Ok – Graziella respondeu. – Já vou chamar minha equipe, aguardo vocês aqui em baixo.
— Obrigada – foi tudo que eu consegui dizer.
Alguns minutos mais tarde, nossas malas estavam no porta-malas do carro da equipe novamente e nós estávamos paradas na frente de um hotel chique. Eu estava com medo de sair do carro e entrar nele. Vai que eu tropeçava em alguma coisa – algo bem possível de acontecer com tanto gesso no meu corpo – e quebrava qualquer coisa? Eu não conseguiria pagar o dano nem se eu parcelasse até o resto da minha vida.
Graziella foi na frente para acertar os detalhes de check-in e Mariana me ajudou a sair do carro e chegar até a recepção. Nossas malas já estavam sendo levadas para nosso quarto pelos carregadores quando Graziella apareceu, segurando os cartões-chave.
— Espero que vocês apreciem a estadia aqui. Estimo melhoras, Kate. Se vocês precisarem de alguma coisa, podem me ligar – ela disse, estendendo um cartão. – Isso me lembra, vocês duas por acaso tem um número inglês? Fica mais fácil entrar em contato quando eu não preciso pagar roaming internacional – riu.
— Sim – eu e Mariana respondemos juntas.
Ela anotou os números no celular da Graziella e nos despedimos. Mariana me ajudou a andar até o elevador, mas o ascensorista também foi bastante solícito. Especialmente depois que viu os cartões em nossas mãos. Ninguém tinha informado o número do nosso andar, mas o rapaz apertou o último botão, certo de para onde estava indo.
Quando as portas abriram, eu não saí, certa de que ele havia cometido um erro. Claro que Mariana já estava do lado de fora antes que eu pudesse tentar corrigi-lo. Ela entrou de volta no elevador só para me puxar para fora. O corredor do nosso andar tinha uma única porta. Ela era dupla e gigantesca.
— Mariana, você tem certeza que nosso andar é ess... – eu tentei dizer, mas fui interrompida quando ela enfiou o cartão na fechadura e a porta abriu em um click.
Eu me arrastei para dentro e fechei a porta atrás de nós, chocada.
Mariana estava ocupada demais para reparar no meu choque, porque estava pulando no meio da sala feito uma pipoca.
Sim, no meio da sala.
Nosso quarto novo tinha uma sala.
Mas claro que não era só isso: ele também tinha uma VARANDA.
E duas suítes - além de um lavabo.
Claro que a decoração também era impecável. Os móveis pareciam tão caros que eu estava com medo de sentar.
Mariana não.
Mariana já estava sem sapatos, dançando em cima do sofá. Um sofá que provavelmente custa mais do que o carro da minha família.
Bem, com certeza custa mais do que o carro do Caio.
— Ai meu Deus, você consegue acreditar nisso? – Ela perguntou, quicando no sofá.
— Que absurdo, Mariana. Por que precisamos de um lugar tão grande?
— Porque você está debilitada, ué.
— Debilitada? Semana que vem eu já vou tirar o gesso da perna! – Justifiquei.
Nossa discussão foi interrompida por batidas na porta. Nos entreolhamos e Mariana se apressou para abrir, sem calçar os sapatos de volta – já se sentia em casa.
— Ah, é o moço das malas – Mariana gritou da porta. – Thank you!
— Mariana, a gente tem que dar a gorjeta dele – eu gritei de um dos quartos. Estava escolhendo qual seria o meu.
— Ah, é! – Ela respondeu. Depois disse alguma coisa mais baixa em inglês. – Ele disse que a gorjeta já foi paga pela equipe do Alex! Inclusive disse que foi uma bem gordinha.
— Ah – eu disse, olhando pela janela. A vista era incrível. – O que ele está fazendo? Pagando tudo dessa maneira? Foi um acidente, ele não deveria se sentir culpado.
— O quê? – Mariana perguntou da sala. – Não ouvi nada!
— Nada – respondi. Ela não entenderia de qualquer maneira.
Eu escolhi o quarto que ficava do lado direito da sala e Mariana me ajudou a arrastar minhas coisas até lá, assim como também me ajudou a tirar algumas coisas da minha mala. Eu provavelmente ficaria trancada dentro do hotel por alguns dias, até tirar o gesso da perna. Minha locomoção estava realmente péssima.
E Alex estava certo, era claramente melhor andar por um lugar espaçoso.
Só não precisava ser tão espaçoso.
Quando já tínhamos separado tudo, alguém bateu na porta de novo. Mariana deu um sorrisinho e correu para abrir. Eu tenho certeza que a pergunta "será que é o Alex?" passou pela cabeça dela. Mas não era, era o...
— Minha Lady Gaga querida, que lugar maravilhoso!
Igor.
— Né? – Mariana disse, animada, correndo pela sala.
— Agora eu oficialmente só vou voltar para meu hotel quando eu precisar dormir – ele disse.
— Você já fazia isso, Igor – eu disse, ancorada na porta do meu novo quarto.
— Pois é, se eu já fazia isso naquele muquifo, imagina agora!
Revirei os olhos, mas dei uma risada.
Alguém bateu na porta novamente. Mariana estava girando a maçaneta antes que eu pensasse em dar um passo lento.
— Ah, hello. Desculpe entrar assim sem ser convidado...
— Ah, que isso! Você é sempre convidado – Mariana escancarou a porta e eu vi Alex entrar no nosso novo quarto. – Muito obrigada pelo quarto, nós amamos.
— De nada – Alex respondeu e então percebeu Igor. – Você tem tele transporte? Como chega nos lugares tão rápido? Precisa me ensinar.
Igor deu uma risadinha nervosa, mas não disse nada. Acho que o efeito de Alex Rodder ainda o destruía um pouco. Mariana já estava mais inteira. Parecia achar que era a melhor amiga dele.
— Você quer alguma coisa, Alex? – Mariana disse, espiando o frigobar. – Temos água, champagne e alguma coisa que eu não faço ideia do que é...
E agora estava agindo como dona de casa íntima, oferecendo uma bebida.
— Na verdade eu só passei rapidinho para saber como vocês estã... – ele ia dizendo, olhando o quarto como se buscasse algo. Ou alguém. No caso, eu. Eu vi quando ele me avistou e levantei o braço para acenar. – Oi.
— Oi – respondi.
— Como você está?
— Da mesma forma que eu estava há trinta minutos atrás, quando nos separamos – eu ri.
— Ah – ele riu. – Então bem.
— Bem – respondi, ainda rindo. – Obrigada pelo quarto, mas gostaria de dizer que é realmente um absur...
— TEMOS GIM TAMBÉM – Mariana gritou, ainda enfiada dentro do frigobar, querendo me silenciar.
— Não tem a menor necessidade de ficarmos em um quarto tão grande, ainda mais por tanto tempo – eu continuei mesmo assim. – Não consigo nem imaginar a fortuna que você está gastando e...
Alex ficou me encarando em silêncio, com um pequeno sorriso nos lábios. Eu parei de falar quando percebi que ele estava achando graça do meu discurso. Coloquei minha mão na cintura, ligeiramente irritada.
— Você não precisa agradecer por nada – ele disse, simplesmente. Então virou para o outro lado e disse: – Mariana, será que você poderia me servir uma água?
— Duas – aproveitei a situação, observando-o se sentar no sofá da sala do meu novo quarto.
Nós quatro bebemos água e conversamos um pouco. Igor e Mariana, com a graça de Deus, não voltaram a fazer perguntas desagradáveis sobre certas cenas do filme que assistimos. Alex também não estava muito falante. Ele preferia ouvir o que tínhamos a dizer. Eu não tinha muito a dizer, então Igor e Mariana monopolizavam a conversa.
— Você está tomando todos os remédios corretamente? – Alex se debruçou em sua poltrona para perguntar. Nossas poltronas estavam separadas por uma mesa de centro.
— Claro – respondi. – Alexander, sério, você me viu há menos de uma hora. Eu nem tenho remédio para tomar agora.
— Ah – ele respondeu e pareceu ligeiramente ofendido. – Mas não esqueça de tomar quando tiver, ou vai acabar ficando com dor.
— Obrigada pela preocupação – eu tentei corrigir o que pudesse ter ofendido.
Ele sorriu e voltou a ficar em silêncio. Mais ou menos uma hora se passou até o momento que ele resolveu ir embora. Tive que ouvir novamente seus avisos sobre meus remédios e para em caso de qualquer necessidade, entrar em contato com a equipe dele.
Eu já estava segurando a porta para ele sair, quando ele parou na minha frente e perguntou:
— Você se importa se eu vier ver como você está amanhã?
— Você não precisa pedir permissão para me ver todo dia – respondi. – Pode vir quando quiser.
Ele sorriu. Era um típico sorriso de galã, que te faria responder o que ele quisesse ouvir. Pena que eu não faço isso sempre.
— Mas não quero que você se sinta obrigado a vir – completei.
— Eu sei – ele respondeu. – Você já disse.
— Eu também sei a hora dos meus remédios e mesmo assim você fica repetindo – eu brinquei.
— Até amanhã, então. Quando te lembrarei sobre os remédios novamente – ele riu ao sair.
Fechei a porta. Mariana e Igor ainda esperaram alguns segundos antes de começar a gritar.
— Ai, meu Deus, você acredita nisso, Igor? Somos ÍNTIMOS DO ALEX RODDER. Ele vem nos ver todo dia! – Mariana estava pulando no sofá novamente.
— Na verdade, ele vem me ver – eu tentei corrigir.
E eu APOSTO que ele só vem me ver porque se sente péssimo pelo que aconteceu. OU porque a EQUIPE dele se sente péssima pelo que aconteceu e o obriga a vir até aqui ver a pobre fã doente.
— Nunca achei que Lady Gaga ia atender minhas orações dessa maneira – Igor disse. – Imagina, nem nos meus melhores sonhos pensei que isso ia acontecer...
— Que a sua amiga ia quebrar o corpo todo e obrigar vocês a ficarem em Londres por mais um mês? – eu disse, mas minha voz ficou ao fundo com tantos gritos.
— Será que já somos íntimos o suficiente para darmos presente de Natal? – Mariana perguntou. – As festas já são daqui há dois dias!
— Ai, Lady Gaga do meu coração, será? O que daríamos? – Igor apertou a mão de Mariana e os dois começaram a pular – ela, ainda em cima do sofá.
A lembrança do Natal me fez juntar forças e me arrastar para o quarto. Precisava falar com a minha mãe. Que Lady Gaga me ajudasse. Afinal, ela estava me devendo. Para atender os pedidos do Igor, tinha quebrado ossos meus. O mínimo que ela podia fazer era poupar meus ouvidos...
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Lady Gaga não ouviu minhas preces. Minha mãe estava em pânico quando atendeu o telefone e ameaçou pegar um avião duzentas vezes em uma ligação de mais ou menos 30 minutos – pelo Skype, claro. Eu achei que ela ia chorar quando eu disse que não estaria em casa para o Natal. Nem para o Ano Novo.
— Na verdade, mãe, só vou voltar para o Brasil na semana do dia 18... De Janeiro.
Tive que tirar o telefone da orelha tamanho o suplício. Nada do que eu dizia parecia suficiente para tranquiliza-la. Ela só conseguiu se convencer a desligar – e a não pegar o próximo avião para Londres – quando teve a brilhante ideia de se reunir com os pais de Mariana e com meu pai para resolver o que era melhor fazer. Ouvir o monólogo de minha mãe sobre minha saúde e os problemas deu ficar em Londres sozinha foi pior do que ouvir os de Mariana sobre Alex Rodder.
— Mas você está INTIMADA a me ligar TODOS OS DIAS, ou eu juro por Deus que vou colocar a Interpol atrás de você – foi assim que ela terminou a ligação.
— Também te amo, mãe – desliguei.
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Eu estava jogada no sofá da sala assistindo uma maratona de Star Wars quando mais alguém bateu na porta no dia seguinte. Já era a terceira vez que alguém batia na porta (Igor, camareira e essa pessoa agora, nessa ordem). Eu tive que me convencer que era realmente muito necessário levantar minha bunda do sofá e ir atender. Mari e Igor tinham saído para passear. Eles não queriam, mas eu insisti que tudo bem. Especialmente depois que eu achei a maratona passando.
Pipoca, moletom e sabres de luz? Estava tudo bem mesmo.
Eu já estava no final do último filme. O último filme, no caso, o Episódio VI. O sete ainda estava passando nos cinemas, mas eu não tinha visto ainda.
Abri a porta, um pouco impaciente.
— Oi! – Alex disse, do outro lado dela.
— Oi! – Eu respondi. – Entra aí.
Eu me arrastei de volta para o sofá, mas Alex me alcançou antes que eu tivesse dado dois passos. Ele me ajudou a caminhar até o sofá e se sentou ao meu lado. Eu recoloquei o pote de pipoca no meu colo e voltei minhas atenções para o filme.
— Você já viu o novo? Está fantástic... – Alex disse. Então engasgou, antes de completar. - Quer dizer, ouvi dizer que está fantástico.
— Não vi ainda – eu respondi, em tom de lamúria. – Aposto que está mesmo fantástico. Não vejo a hora de assistir. Espero que minha perna sare logo, assim posso ir.
— Está muito bom, mas você precisa estar preparada para possíveis perdas... – ele disse, esticando a mão para pegar pipoca no meu pote.
Eu o encarei, chocada. Metade chocada pela minha pipoca e metade chocada por ele estar me falando um possível spoiler.
— Você viu ou não viu o filme, Alexander?
— Er, eu ouvi dizer...
Ficou claro que ele estava mentindo quando ele ficou sentado naquele sofá até o final do filme. Fico mais claro ainda que ele estava mentindo quando ele sabia algumas falas do filme de cor e gesticulava com a boca, sem emitir som, achando que eu não estava vendo.
Claro que eu estava vendo.
O motivo dele estar mentindo sobre ser fã de Star Wars era uma incógnita.
Especialmente para mim, que claramente era fã.
O filme acabou e eu estava juntando coragem para perguntar a verdade, mas foi exatamente nesse momento que Igor e Mariana chegaram. Eles gritaram quando viram Alex e foram correndo cumprimenta-lo. Eu aproveitei o momento para ir até meu quarto, ligar para minha mãe. A última coisa que eu precisava era a Interpol me caçando.
Nós conversamos um pouco e ela me disse que ainda não tinha resolvido o que fazer com a situação Kate-quebrada-do-outro-lado-do-oceano, mas que todos iam se reunir no Natal e resolver isso. Como se a reunião deles fosse miraculosamente consertar todos os meus ossos.
— Mas filha, o que você vai fazer no Natal? – Minha mãe perguntou, soando triste.
— Não sei, mãe. Provavelmente vou ficar no hotel – respondi. – Pedir um prato de alguma coisa gostosa. Eles devem ter ceia para oferecer.
— Estou triste, Kate. Gostaria que você tivesse um Natal em família...
— Eu também gostaria – respondi. E nem era mentira.
Eu amava o Natal e pensar em passá-lo trancada no quarto de hotel era um pouco deprimente. Estava tentando não pensar nisso. Eu arrumaria algo para fazer. Algo que alguém com perna e braço imobilizados pudesse fazer.
Quando voltei para sala, Mariana e Igor estavam em volta de Alex, divididos entre gritar de animação e fazer um monte de perguntas. Eu não estava conseguindo ouvir direito, mas acho que tinha alguma coisa a ver com... Peru?
— Kate, aí está você! – Igor disse, animado.
— Aqui estou eu – respondi, tentando imitar sua animação.
— Ah, oi – Alex disse. – Na verdade, eu vim aqui te fazer um convite, mas acabei esquecendo...
Mariana e Igor se entreolharam. Aposto que eles estavam cogitando o que estávamos fazendo juntos antes deles chegarem que o fez esquecer de seu convite. Aposto o dobro que assistindo Star Wars não era resposta que eles chutariam.
— Eu estava explicando para seus amigos porque estava aqui, então... – ele continuou.
— Então... – eu incentivei.
— Eu queria saber se você não gostaria de passar o Natal comigo. Er, digo, com a minha família.
O quê?
Eu olhei de novo para ele, franzindo o cenho e cogitando se eu tinha ouvido certo. Ou se ele estava fazendo uma piada. Ele estava ficando perigoso com essa coisa de piadas.
Não vi indícios de piada em seus olhos. Inclusive eles estavam bastante inquietos.
— Seria uma coisa pequena, familiar. Não faço festas e nem vou em festas no Natal – ele disse, se justificando. – Acho que é uma festa familiar...
— Alexander, você não precisa fazer isso – eu interrompi. – Sinceramente, não quero que você faça isso por obrigação.
— De novo o discurso da obrigação? – Igor revirou os olhos.
— É sério. Você não tem dívida nenhuma comigo. Não quero que você ache que tem que se redimir pelo que aconteceu. Foi sem querer, um acidente e não foi sua culpa – eu continuei. – Não vou invadir o seu Natal em família com meus dois gessos simplesmente porque você está se sentindo culpado. Ou porque alguém está mandando você fazer isso.
— Ninguém está me mandando fazer isso – ele se apressou em responder. – E não é obrigação. Eu realmente gostaria que você... Que vocês fossem.
— Alexander...
— Por favor? – Ele pediu, dando um sorriso.
Eu não respondi nada.
— Então combinado, posso passar para buscar vocês por volta das três?
— Claro – Mariana respondeu em uníssono com Igor.
— Katerine, posso?
— Ok – respondi.
— Então tudo bem, até amanhã – ele disse, encolhendo os ombros daquele jeito de sempre. Ele parecia ter vergonha de um monte de coisas, o que não fazia o menor sentido, considerando sua profissão.
Mariana o acompanhou até a porta e eu fiquei assistindo sua saída, incerta do que tinha acabado de combinar. Um Natal na casa de Alex Rodder? Um Natal com a família de Alex Rodder? Quantos irmãos Mariana disse que ele tinha mesmo? Seus pais são casados ou divorciados? O que eu estava fazendo?!
Mari estava começando a fechar a porta quando Alex deu um passo para trás, e disse, dando uma risada:
— Kate? Não esqueça de tomar seus remédios.
Eu baixei a cabeça para esconder minha gargalhada e Mariana fechou a porta. Não demorou nem dois segundos para ela e Igor estarem gritando novamente.
— Espera – Igor silenciou-a. – E o que vamos dar de presente para ele?
Essa era, realmente, uma ótima pergunta.
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OLÁ!
Conforme combinado, próximo capítulo será postado dia 24/12! Eu vou tentar ao máximo postar até meio-dia, para que todo mundo possa ler sem atrapalhas as comilanças e festividades desse dia lindo que eu, Kate e Alex amamos. Espero que você se sintam convidadas para o Natal com Alex.
Sei que tem gente fazendo aniversário hoje novamente, mas óbvio que já perdi os comentários dizendo quem era, mas: PARABÉNS! Capítulo em comemoração!
GENTE: Tiete está com 99,5k de leituras! Vai ter 100k a qualquer momento e eu ainda estou devendo bolo! MAS EU VOU FAZER AGORA. Sério. Tô levantando a bunda da cadeira pra fazer o bolo, juro juradinho. Ou talvez faça biscoitos natalinos.... Enfim, vou fazer algum doce em homenagem a tantas alegrias, tá bem? Posto no instagram procês verem. Se minha internet colaborar, filmo a criação no snap. Os dois são claraguta, tá?
Quero saber sentimentos em relação a este capítulo.
E quero que todo mundo que ainda não viu Star Wars vá ver, tá? Os sete. Obrigada, de nada.
Vou deixar vocês por enquanto.
Até mais!
99,5k de beijos.
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