❦Epilogue
001 ━━ Hey! Eu nem acredito que chegamos finalmente ao fim dessa primeira parte! Nem sei o que dizer, sério.
001 ━━ Me digam aqui, vocês querem que a segunda parte sejam aqueles meses antes de O Filho de Netuno, em que eles se preparam para a missão, ou que a segunda parte comece direto em A Marca de Athena?
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Epilogo
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Beatrice
Atualmente
A NOITE FOI UM COMPLETO BORRÃO, NO DIA SEGUINTE, decidi que iria tudo o que precisava, incluindo ter algumas conversas difíceis.
Tomei banho, me arrumei, tomei café da manhã junto com Jason e então voltei para o meu chalé. Nico ainda não havia aparecido, mas Quíron me informou que ele iria chegar pela tarde, junto com Annabeth.
Respirei fundo e me sentei no meio do chão do chalé, quando abri os olhos, Luke estava parado ali, casualmente.
— Oi.
— Oi.
Luke me observava com atenção, encostado na parede do chalé, usando uma camiseta fantasmagórica do acampamento e jeans.
— Eu recuperei minhas memórias.
— Eu sei.
Não era um momento fácil e nós dois sabíamos daquilo. Me levantei do chão e parei em sua frente, desejando memorizar cada mínimo detalhe do seu rosto, para nunca esquecer.
— Eu poderia ter escolhido morrer, ontem — sussurrei — mas não seria justo com o meu irmão, meus amigos e esses semideuses que acabei de conhecer e vão precisar de mim.
Ele suspirou.
— Estou orgulhoso que você não desistiu.
Dei um sorriso triste, sentindo meus olhos lacrimejarem.
— Vou fazer o que prometi para você. Vou viver, vou rir, chorar e sentir tudo ao máximo, eu sempre vou te amar e um pedaço do meu coração sempre vai ser seu, mas eu vou me esforçar para me abrir. Vou viver a minha vida enquanto durar e então, um dia, vou morrer, talvez em batalha ou talvez em algum acidente tosco e então vou encontrar você, vamos ficar juntos, renascer e então, na próxima vida, vamos nos apaixonar e ficar juntos para sempre... Mas até lá, você não precisa ficar preso a mim.
Luke levantou a mão e tocou meu rosto.
— Acordo fechado — sussurrou — mas saiba, que quando precisar, pode sempre me chamar. Eu amo você.
— Eu amo você.
Fechei os olhos e senti um toque fantasmagórico nos meus lábios, que durou apenas breve segundos e quando voltei a abrir os olhos, Luke já havia desaparecido.
Limpei as lágrimas que haviam escorrido e tirei um minuto para sentir aquela dor, então, respirei fundo e saí do chalé, fazendo o meu caminho pela floresta até o bunker 9, não me surpreendi ao encontrar ele aberto e logo entrei.
— Precisando de ajuda?
Leo me encarou surpreso e então sorriu, balançando o desenho que ele havia feito quando criança.
— Trice! Você é a pessoa certa para me ajudar.
Só uma coisa havia mudado ali dentro e eu logo notei. A cabeça de Festus estava na mesa central, ainda com os arranhões e amassados de sua queda final em Omaha.
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LEO HAVIA DECIDIDO MOSTRAR O LOCAL PARA seus irmãos, fiquei ao lado dele, para o incentivar. Agora estávamos na floresta, com Jason, Piper, Quíron e todos os semideuses do chalé de Hefesto.
— Aqui vamos nós.
Ele invocou fogo com uma das mãos e lançou-o contra a porta. Seus colegas de chalé engoliram em seco.
— Leo! — gritou Nyssa. — Você é um manipulador do fogo!
— Sim, obrigado — ele disse. — Eu sei.
Jake Mason disse:
— Por Hefesto! Isso significa... isso é tão raro que...
A pesada porta de pedra se abriu e todos ficaram de queixo caído. A mão flamejante de Leo parecia algo insignificante diante de tudo aquilo. Mesmo Piper e Jason ficaram assombrados, e tinham visto muita coisa incrível ultimamente.
O único que não parecia surpreso era Quíron. O centauro franziu as sobrancelhas grossas e coçou a barba, como se estivessem prestes a caminhar por um campo minado.
Apertei o ombro de Leo, em incentivo, e ele piscou para mim.
— Bem-vindos ao bunker 9 — ele disse, do jeito mais confiante que pôde. — Entrem.
Leo se aproximou da cabeça do dragão.
— Sinto muito, Festus. Nunca o esquecerei.
Jason colocou uma das mãos no ombro de Leo.
— Hefesto trouxe-o para cá, para você?
Leo fez que sim.
— Mas você não pode consertá-lo, certo? — disse Jason.
— Não — respondeu Leo. — Mas a cabeça será reaproveitada. Festus virá conosco.
Piper aproximou-se e franziu a testa.
— O que você quer dizer?
Antes que Leo pudesse responder, Nyssa gritou:
— Gente, olhem isso!
Ela estava de pé ao lado de uma das mesas de trabalho, olhando alguns rascunhos. Diagramas de centenas de máquinas e armas diferentes.
— Nunca vi nada igual — disse Nyssa. — Há mais ideias incríveis aqui do que na oficina de Dédalo. Levaria um século apenas para fazer o protótipo de tudo isso.
— Quem construiu este lugar? — perguntou Jake Mason. — E por quê? Quíron permaneceu em silêncio, mas Leo estava concentrado no mapa preso à parede que vira na primeira visita. Mostrava o Acampamento Meio-Sangue com vários galeões nas águas, catapultas montadas nas colinas ao redor do vale e pontos marcados indicando armadilhas, trincheiras e emboscadas.
— É um centro de comando para tempos de guerra — ele disse. — O acampamento foi atacado uma vez, certo?
— Na Guerra dos Titãs? — perguntou Piper.
— Não — disse Nyssa. — Além do mais, esse mapa parece muito velho. A data aqui é... 1864?
Todos se viraram para Quíron. A cauda do centauro mexia, impaciente.
— O acampamento foi atacado muitas vezes — ele admitiu. — Este mapa é da última Guerra Civil.
Os outros campistas do chalé de Hefesto se entreolhavam, franzindo a testa.
— Guerra Civil... — disse Piper — Você quer dizer a Guerra Civil americana, cento e cinqüenta anos atrás?
— Sim e não — respondeu Quíron. — Os dois conflitos... de mortais e de semideuses... espelharam-se um no outro, como costuma acontecer na história ocidental. Observem cada guerra civil ou revolução da queda do Império Romano em diante: ao mesmo tempo sempre houve algum conflito entre semideuses. Mas essa Guerra Civil foi especialmente horrível. Para os americanos mortais, foi o conflito mais sangrento de todos os tempos... pior que as perdas nas duas Guerras Mundiais. Para os semideuses, foi igualmente devastador. Naquele tempo, este vale já era o Acampamento Meio-Sangue. E aconteceu nestes bosques uma terrível batalha que durou dias, com perdas incontáveis para os dois lados.
— Os dois lados — disse Leo. — Você quer dizer que o acampamento se dividiu?
— Não -— respondeu Jason. — Ele quer dizer que havia dois grupos diferentes. O Acampamento Meio-Sangue estava de um lado do conflito.
Troquei um olhar com Jason, já sabendo a resposta. Leo foi o único que tomou coragem para perguntar:
— Quem estava do outro lado?
Quíron olhou para a bandeira do bunker 9, como se lembrasse o dia em que foi içada.
— A resposta é perigosa — ele avisou. — Algo que jurei às margens do rio Estige que nunca contaria a ninguém. Após a Guerra Civil americana, os deuses estavam tão horrorizados pelo preço pago por seus filhos que juraram: aquilo nunca mais se repetiria. Os dois grupos foram separados. Os deuses roubaram deles toda a vontade, e deixaram a Névoa o mais espessa possível, para certificar-se de que os inimigos jamais se lembrassem uns dos outros e jamais se encontrassem em qualquer missão. Assim os derramamentos de sangue seriam evitados. Este mapa é do período final dos dias negros de 1864, a última vez em que os dois grupos lutaram. Já estivemos muito perto de novos problemas outras vezes. A década de 1960 foi particularmente perigosa. Mas conseguimos evitar outra guerra civil... pelo menos até agora. Como Leo sugeriu, este bunker era um centro de comando do chalé de Hefesto. No último século foi reaberto algumas vezes, normalmente como esconderijo em tempos de muita agitação. Mas vir aqui é perigoso. Faz renascer velhas memórias, desperta antigos conflitos. Mesmo quando os titãs nos ameaçaram, ano passado, não achei que valeria a pena arriscar usar este local.
— Mas, olhem, este lugar me encontrou. Isso tinha de acontecer. É uma coisa boa.
— Espero que tenha razão — disse Quíron.
— Eu tenho! — disse Leo, tirando o velho desenho do bolso e colocando-o sobre a mesa, para que todos pudessem ver. — Aqui está. Éolo me devolveu isso. Eu desenhei aos cinco anos. Esse era o meu destino.
Nyssa franziu a testa.
— Leo, é o desenho de um barco com giz de cera.
— Olhem — ele disse, apontando para o maior diagrama que havia na parede: a planta mostrava uma trirreme grega.
Lentamente, seus companheiros de chalé arregalaram os olhos ao compararem os dois desenhos. O número de mastros e remos, até mesmo as decorações nas velas e os escudos eram exatamente iguais aos feitos por Leo.
— Isso é impossível — disse Nyssa. — Esse desenho deve ter um século ou mais.
— Profecia... Confusa... Luta — leu Jack Mason nas anotações feitas no desenho. — É o diagrama de um barco voador. Olhem, esse é o motor principal. E o armamento... Por Hefesto! Balesta giratória, arcos de montaria, peças construídas com bronze Celestial. Isso seria uma incrível máquina de guerra. Chegou a ser construído?
— Ainda não — disse Leo. — Olhe para a figura de proa.
Não havia dúvida... a figura à frente do barco era a cabeça de um dragão. Um dragão bem especial.
— Festus — disse Piper.
Todos viraram o corpo e olharam para a cabeça em cima da mesa.
— Ele vai ser a nossa figura de proa — disse Leo. — Nosso protetor, nossos olhos no mar. Eu tenho que construir esse barco. Vou chamá-lo Argo II. E, pessoal, preciso de sua ajuda.
— Argo II — sorriu Piper. — Em homenagem ao barco de Jasão.
Jason parecia um pouco desconfortável, mas assentiu.
— Leo tem razão. Esse barco é exatamente o que precisamos para a nossa jornada.
— Que jornada? — perguntou Nyssa. — Vocês acabam de voltar!
Piper passou os dedos pelo velho desenho.
— Temos de confrontar Porfiríon, o rei gigante. Ele disse que destruiria os deuses e suas raízes. Na verdade — disse Quíron —, grande parte da Grande Profecia de Rachel ainda é um mistério para mim, mas uma coisa está clara: vocês três... Jason, Piper e Leo... estão entre os sete semideuses que farão parte dessa missão.Terão de confrontar os gigantes em sua própria casa, onde eles são mais fortes. E detê-los antes que Gaia desperte completamente, antes que destruam o Olimpo.
— Mas... — disse Nyssa. — Você não quer dizer Manhattan, certo?
— Não — respondeu Leo. — O Monte Olimpo original. Temos que navegar até a Grécia.
Foram preciso alguns minutos para explicarem tudo. E logo os demais campistas de Hefesto começaram a perguntar mil coisas de uma só vez. Onde estão os outros quatro semideuses? Quanto tempo demorariam para construir o barco? Por que nem todos podiam ir à Grécia?
— Heróis! — gritou Quíron, batendo um casco no chão. — Nem todos os detalhes estão claros por enquanto, mas Leo tem razão. Ele precisará de ajuda para construir o Argo II. Talvez seja o maior projeto do chalé 9, ainda maior que o dragão de bronze.
— Vai demorar pelo menos um ano — calculou Nyssa. — Temos tempo?
— Vocês têm seis meses, no máximo — disse Quíron. — Devem partir no solstício de verão, quando o poder dos deuses é maior. Além disso, não podemos confiar nos deuses do vento, e os ventos do verão são os menos poderosos, mais fáceis para navegar. Não ousem navegar depois, ou talvez não consigam deter os gigantes. Devem evitar viajar por terra, usando apenas o ar e o mar, e este é o veículo perfeito. Jason é o filho do deus dos céus...
Todos entenderam: ele estava falando sobre Percy, o garoto que estava desaparecido.
Jake Mason virou-se para Leo:
— Uma coisa é certa: agora você é o novo conselheiro-chefe. Essa é a maior honra que o chalé já teve. Alguém não está de acordo?
Ninguém disse nada.
— É oficial, então — disse Jake. — Você é o cara.
— Bem — ele disse, finalmente —, se vocês me elegeram, devem ser mais loucos que eu. Então vamos construir essa supermáquina de guerra!
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SENTEI NA VARANDA DO CHALÉ 13, esperando ansiosamente que meu irmão chegasse logo. Pareceu se passar uma eternidade até que eu o vi: um garoto com roupas pretas, segurando uma espada de ferro estígio, um anel prata de caveira em uma das mãos e uma expressão que eu conseguiria reconhecer em qualquer lugar.
— NICO.
Sem pensar muito, corri em sua direção.
Nico me encarou surpreso e então abriu os braços, o abracei apertado, fechando os olhos e sentindo a sensação de ter meu irmão tão próximo.
— Eu senti sua falta, baixinho.
Ele bufou.
— Você me assustou — resmungou — Annabeth me mandou mensagem desesperada dizendo que Percy tinha desaparecido e então, minutos depois, Prim me ligou, chorando, dizendo que você e Jason tinham sumido... Pensei que tinha acontecido algo horrível e...
Não precisava terminar para eu entender o que ele queria dizer: estava com medo de me perder, do jeito que perdemos Bianca.
— Relaxa, maninho — sussurrei — você não vai conseguir se livrar de mim. Estamos juntos para sempre, lembra? Eu e você contra o mundo, não vou abandonar você, não importa o que aconteça.
Lentamente, ele relaxou nos meus abraços.
— Ótimo, porque eu não estou aceitando perder você, mana.
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