❦Chapter XXVII - The mountain
001 ━━ Hey! Galera, comentem, pois me desanima muito fazer o capítulo e quando posto, não ter comentários.
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Capítulo Vinte e Sete: A MONTANHA
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Beatrice
Atualmente
EU TIVE A ESPERANÇA DE QUE O táxi nos levasse até lá em cima.
Mas não tive tanta sorte. O carro engasgava e gemia ao subir a montanha, e no meio do caminho encontraram o posto da guarda-florestal fechado e uma corrente bloqueando a estrada.
— Não posso ir adiante — disse o taxista. — Vocês têm certeza do que estão fazendo? Vai ser um longo caminho de volta, e meu carro não está bom. Não vou poder esperar por vocês.
— Temos certeza — disse Leo, o primeiro a descer.
Sem muitas opções, peguei minha mochila e segui ele para fora do carro. A única parte positiva era que as botas que Afrodite forneceu, eram confortáveis o suficiente para a caminha que teriamos.
A via era de terra batida. Não havia como aquilo ser macio, mas as minhas botas estavam começando a afundar, Gaia estava claramente brincando com a gente.
Enquanto os outros saiam, Leo pagou uma quantia generosa ao motorista.
— Fique com o troco — disse Leo. — E saia daqui. Rápido.
O motorista não argumentou. Em pouco tempo, tudo o que viamos era uma trilha de poeira.
A vista da montanha era incrível. O vale ao redor era como uma teia de cidades — grades de ruas arborizadas e bairros de classe média, com lojas e escolas. Toda aquela gente vivia uma vida normal, do tipo que eu gostaria de estar vivendo agora.
— Isso é Concord — disse Jason, apontando ao norte. — Walnut Creek está embaixo de nós. Ao sul, Danville, atrás dessas colinas. E naquela direção...
Apontou para oeste, onde uma cadeia de colinas douradas estava quase oculta por uma camada de neblina.
— Isso é Berkeley Hills. East Bay. Mais à frente, São Francisco.
O lugar era familiar, parecia que havia um fio invisivel me puxando naquela direção, pequenos flashs brincando dentro da minha mente, memórias que deveriam estar lá, mas não estavam.
— Jason? — disse Piper, tocando seu braço. — Você está se lembrando de algo? Já esteve aqui antes?
— Sim... não. — Jason olhou para ela, confuso. — E só que... parece importante.
Os outros três me olharam com expectativa.
— É só... Algo nos dizendo que estamos perto de casa.
— Aquela é a terra dos titãs — disse o treinador, apontando em direção ao oeste. — Um lugar ruim, Jason e Beatrice. Confiem em mim, estamos o mais próximo que gostaríamos de São Francisco.
Um silêncio desconfortável surgiu.
— Pessoal, vamos em frente.
Quando tentei, percebi que meu pé estava afundando até o tornozelo no solo. Os outros pareciam estar com o mesmo problema.
— Gaia é mais forte aqui — disse Hedge. E tirou as patas dos sapatos, que entregou a Leo. — Guarde-os para mim, Valdez. São bonitos.
Leo bufou.
— Claro, treinador. O senhor gostaria que eu os polisse?
— Essa é a cabeça de um universitário, Valdez — disse Hedge, aprovando. — Mas primeiro vamos subir esta montanha enquanto ainda podemos.
— Como vamos saber onde está o gigante? — perguntou Piper.
Jason apontou para o pico. No topo havia certa fumaça. À distância, aquilo parecia uma nuvem aos meus olhos, mas não era. Algo estava queimando.
— Onde há fumaça, há fogo — disse Jason. — Melhor corrermos!
Subir aquela montanha não era nada fácil, ainda mais considerando que nossos pés continuavam afundando, fazendo a gente ter que usar o dobro de energia que normalmente dariamos, o sol forte também não ajudava.
Meu peito doía pelo esforço.
Finalmente, Jason se agachou atrás de uma parede de pedra e eu o segui. Gesticulou para todos, pedindo que fizessem o mesmo. Leo engatinhou até ficar ao meu lado. Piper teve de puxar o treinador Hedge para baixo.
— Não quero sujar minha roupa! — reclamou Hedge.
— Calado — disse Piper.
Relutante, o treinador se ajoelhou.
Logo após o lugar onde a gente se escondia, nas sombras da última parte da montanha, havia uma depressão arborizada, do tamanho de um campo de futebol, onde o gigante Encélado montara seu acampamento.
Árvores foram cortadas para construir a alta fogueira roxa. A margem da clareira estava cheia de lenha e de materiais de construção: uma escavadeira, um grande braço mecânico com lâminas que giravam como um barbeador elétrico — deve ser um cortador de árvores —, e uma coluna alta de metal com uma lâmina de machado, como uma guilhotina posta de lado — um machado hidráulico.
Por que o gigante precisava de tanto material de construção, eu não sabia muito bem. E não entendia como a criatura à sua frente poderia caber no assento do condutor. O gigante Encélado era tão grande, tão feio, que eu não queria olhar para ele.
Mas me forcei a focar meu olhar no monstro.
Para começo de conversa, devia ter quase dez metros de altura — tão alto quanto a copa das árvores. Eu tinha certeza de que o gigante poderia nos ver, mas parecia concentrado na louca fogueira roxa, rodeando-a e cantando baixinho. Da cintura para cima, parecia um humanóide, com seu peito musculoso protegido por uma armadura de bronze decorada com desenhos de chamas. Seus braços estavam completamente machucados. Sua pele era bronzeada, mas suja de fuligem. Seu rosto tinha formas duras, como se fosse um desenho não terminado, mas seus olhos brilhavam, brancos, e seus cabelos eram dreadlocks desgrenhados até a altura dos ombros, presos com ossos.
Da cintura para baixo ele era ainda mais medonho. Suas pernas eram escamosas e verdes, com garras em vez de pés — como as patas traseiras de um dragão. Em uma das mãos, Encélado carregava um arpão do tamanho de um mastro de bandeira. De tempos em tempos, mergulhava a ponta da arma na fogueira, deixando o metal avermelhado.
— Certo — murmurou o treinador Hedge. — Eis o nosso plano...
Leo pôs-se na frente dele.
— Você não vai cuidar dele sozinho!
— Ah, por favor...
— Olha aquilo — disse Piper, contendo o choro.
Do outro lado da fogueira havia um homem atado a um mastro. Sua cabeça pendia, como se estivesse inconsciente, e eu não podia ver o seu rosto, mas Piper não parecia ter dúvida.
— Papai — ela disse.
Gostaria que aquilo não passasse de um filme de Tristan McLean. Se fosse assim, a inconsciência do pai de Piper seria fingimento. Ele desataria aqueles nós e derrubaria o inimigo com um gás anti-gigante, que levava espertamente escondido em algum lugar. Uma música heróica começaria a tocar e Tristan McLean faria sua incrível escapada, correndo em câmera lenta, enquanto a montanha explodiria logo atrás.
Mas aquilo não era um filme. Tristan McLean estava quase morto e a ponto de ser devorado. As únicas pessoas capazes de deter aquilo eram quatro jovens semideuses com roupas fashion e um bode megalomaníaco.
— Nós somos cinco — murmurou Hedge, nervoso. — E ele é apenas um.
— Mas você não notou que ele tem quase dez metros de altura? — perguntou Leo.
— Certo — disse Hedge. — Então, Jason, Beatrice, você e eu vamos distraí-lo. Piper se aproxima e liberta seu pai.
Todos olharam para Jason, me fazendo revirar os olhos.
— O quê? — ele perguntou. — Eu não sou o líder.
— Sim — disse Piper — você é.
Jason não pareceu feliz com aquilo.
— Odeio ter que dizer isso — suspirou Jason —, mas o treinador Hedge tem razão. A melhor chance para Piper libertar o pai seria distrairmos o gigante.
— Vamos em frente — Leo disse. — Antes que eu recupere a razão.
Troquei um olhar com Jason, que parecia desanimado.
— Eu sinto que essa não é a primeira vez que nos metemos em uma briga com grande chances da gente morrer.
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