
❦Chapter XVI - A strange conversation with my father
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Capítulo Dezesseis: UMA CONVERSA ESTRANHA COM MEU PAI
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Beatrice
Atualmente
NUNCA PENSEI QUE FICARIA TÃO FELIZ por estar voando, mas era melhor do que ficar lá com a bruxa doida que controla os garotos ou os dragões do sol.
O cabelo de Leo estava comprido e como no momento, me sentia no profundo tédio e ansiosa demais para dormir, peguei uma pequena mecha do seu cabelo e comecei a fazer uma fina trança, mas decidi que mais tarde usaria o cabelo de Piper, por ser maior.
— Vamos ter que descer logo — avisou aos amigos — Podemos voar por mais algumas horas, talvez, para termos certeza de que Medeia não está nos seguindo. Mas acho que Festus não aguentaria muito mais.
— É verdade — concordou Piper — O treinador Hedge também deve estar louco para sair dessa gaiola. A pergunta é: para onde estamos indo?
Dei uma olhadinha sob o ombro, diretamente para a garota que estava sentada atrás de Jason, o abraçando por trás. Meus olhos cruzaram com os dela, mas rapidamente ela desviou o olhar.
— Para Bay Area — sugeriu Leo — Medeia falou algo sobre Oakland, não?
Na primeira oportunidade que tivesse, decidi que teria uma séria conversa com Piper.
— O pai de Piper — disse Jason — Algo aconteceu com o seu pai, não é isso? Ele caiu em alguma armadilha.
— Olha, se algo tiver acontecido com o seu pai, a gente vai ajudar você, Piper — digo lentamente, séria — Família é importante.
Piper suspirou, nervosa.
— Olhem, Medeia disse que vocês dois poderiam morrer em Bay Area. Além do mais... se fôssemos para lá, Bay Area é enorme! Antes precisamos encontrar Éolo e livrar-nos dos espíritos da tempestade. Bóreas disse que Éolo é o único que pode nos dizer exatamente aonde devemos ir.
— Mas como vamos encontrar Éolo? — perguntou Leo.
Jason inclinou-se para a frente.
— Você quer dizer que não está vendo? — perguntou, apontando à sua frente.
Olhei para onde ele estava apontando, mas não encontrei nada, troquei um olhar com os outros dois, que pareciam ainda mais confusos do que eu.
— O quê? — perguntou Leo.
— Aquilo... seja lá o que for — disse Jason — No ar.
O encarei, preocupada.
— Superman, você bateu a cabeça com força e eu não vi?
Ele franziu a testa.
— O que? Não.
— Certo — disse Leo, parecendo tão preocupado quanto eu — Você poderia ser mais específico com o "seja lá o que for"?
— Uma espécie de trilha de vapor — disse Jason — mas que brilha. Muito suave, mas está lá, definitivamente. Estamos seguindo isso desde Chicago, imaginei que tivessem visto.
Dei uma risadinha nervosa.
— Primeiro a gente perde a memória e agora ele está vendo glitter no céu, alguém pode nos internar, por favor?
Leo negou lentamente.
— Talvez Festus a tenha sentido. Você acha que é algo de Éolo? — murmurou.
— Bem, é uma trilha mágica no vento — disse Jason — Éolo é o deus do vento. Deve saber que temos prisioneiros para ele e está nos dizendo para onde voar... E não, ninguém vai nos internar, Trice.
Suspirei dramaticamente.
— Uma pena, ouvi dizer que os hospícios estão mais legais hoje em dia.
— Ou talvez seja outra armadilha — sugeriu Piper.
Seu tom não parecia nervoso e sim completamente desesperado, a encarei novamente, notando a forma como sua expressão parecia como se ela soubesse que iríamos morrer em três dias.
— Pips, você está bem? — Leo perguntou, preocupado.
— Não me chame assim.
— Certo, tudo bem. Você não gosta dos nomes que invento. Mas se o seu pai está em perigo e podemos ajudar...
Cutuquei Leo, chamando sua atenção.
— Não podem — ela disse, a voz agora falhando — Olhem, estou cansada. Se não se importam...
Ela se recostou, apoiando-se em Jason, e fechou os olhos. Estava óbvio que a garota não estava realmente dormindo e só queria evitar conversa, mas após nos três trocarmos um olhar, decidi deixar assim.
Cada um com seus segredos.
Com muita dificuldade consegui me virar na pequena cela e ficar de frente para meu melhor amigo, juntei nossas mãos e silenciosamente, começamos uma guerra de dedões. Fazer aquilo pareceu estranhamente normal e reconfortante, pelo olhar dele, sentiu o mesmo.
Quando ia conseguir ter minhas memórias de volta?
— Cuidado com a minha unha! Ela leva séculos para crescer, sabia?
Jason sorriu.
— Você é tão dramática...
Tirei um breve momento apenas para encarar o loiro, seus olhos pareciam mais azuis do que o céu ao nosso redor, mesmo disfarçando bem, dava para ver que ele estava cansado, provavelmente devido a todo o stress daquela situação em que acabamos.
Não consegui evitar um pequeno sorriso.
— Obrigado.
Ele me encarou curioso.
— Pelo o que?
— Por estarmos juntos nessa confusão, não ia conseguir aguentar tudo isso sozinha.
O loiro suspirou e beijou minha testa.
— Sempre juntos.
— Sempre juntos.
Algum tempo depois, Jason convenceu Leo a dormir um pouco e assim que o elfo fugitivo do papai noel se apoiou em mim, ele simplesmente apagou, uma prova do quão cansado estava.
Em algum momento, também acabei me entregando ao cansaço e adormeci.
Quando abri os olhos, olhei ao redor sem entender onde infernos estava, demorou para perceber que era uma espécie de sala do trono, parado perto de uma janela, estava um homem alto, algo dentro de mim se remexeu e eu simplesmente sabia quem ele era, mesmo sem as memórias, mesmo sem nada.
— Pai.
Ele se virou lentamente, girando um dos vários anéis em seu dedo.
— Beatrice.
Sua voz soou rouca, como se ele não estivesse acostumado a usar muito ela.
— Então...
Uma expressão mal humorada surgiu em seu rosto.
— Meu querido irmão decidiu que não deveríamos nos comunicar com nossos filhos, mas Perséfone e eu achamos uma decisão estúpida, o que é normal vindo de Zeus — murmurou — Ele não pode atrapalhar quando estou em meus domínios, mas mesmo assim creio que não tenhamos tanto tempo quanto eu gostaria.
Me aproximei lentamente.
— Eu tenho perguntas, muitas.
— Imagino que sim, você sempre foi uma criança curiosa.
Suspirei, nervosa.
— Porque tirou minhas memórias?
Ele revirou os olhos.
— Eu nunca faria isso com meus filhos, Beatrice — retrucou, mal humorado — Isso é tudo mais um dos planos da rainha do olimpo, avisei ela para não tocar nas minhas crianças, mas desde quando aquela mulher escuta os outros?
— Você sabe porque ela fez isso?
Um breve silêncio dominou a sala do trono, ele parecia usar aquele momento para ponderar a resposta que daria.
— Você é forte demais como todo filho dos três grandes. O maior problema dos meus filhos sempre foi o rancor e devido a morte daquele garoto, filho de Hermes, você estava num lugar sombrio.
— Então tirar minhas memórias foi a melhor solução?
O deus do mundo inferior franziu a testa.
— Nunca é a melhor opção, nós, deuses, não somos perfeitos, mas você já sabe disso. Só peço que tenha paciência.
Concordei lentamente.
— E sobre o fantasma de Luke?
— Eu pedi que ele ficasse de olho em você, não é como se ele achasse que fosse um grande sacrifício, você sabe... — Suspirou, desviando o olhar —... O garoto tinha uma motivação interessante, mas fez as escolhas erradas.
Mordi o lábio inferior, me sentindo um pouquinho confusa.
— Sobre o colar que Quíron me entregou...
O assunto pareceu o afetar de forma negativa, sua presença se tornou mais densa, melancólica, enquanto desviava o olhar para a janela.
— Era da sua mãe, depois ficou com Bianca...
Seja lá o que ele iria falar, nunca tive a oportunidade de ouvir o afinal, pois acordei com Jason e Piper gritando.
Ah não, de novo não.
— POR QUE EU NUNCA TENHO PAZ?
Festus estava caindo em círculos, aparentemente tendo parado de funcionar enquanto o elfo na minha frente parecia desesperado.
— Jason! — ele gritou — Agarre Piper e Beatrice e saia voando daqui!
— O quê?
O encarei incrédula.
— Precisamos diminuir a carga! Talvez eu consiga reativar Festus, mas ele está carregando muito peso!
— E você? — gritou Piper — E se não conseguir reativá-lo?
— Vou ficar bem — gritou Leo — Sigam-me em direção ao chão. Vão!
Jason me encarou e mesmo sem dizer palavras, nós dois nos entendemos perfeitamente.
— Vai! Eu fico com Leo para o caso de dar errado, posso viajar nas sombras.
Ele agarrou Piper pela cintura. Os dois se soltaram das costas do dragão e desapareceram rapidamente... disparando no ar.
— Por isso prefiro ficar com os pés no chão — resmunguei.
Leo suspirou.
— Agora estamos só nós três, Festus... e duas gaiolas pesadas. Você pode, rapaz!
O elfo conversava com o dragão enquanto trabalhava enquanto a gente caia em incrível velocidade e eu me sentia cada vez mais desesperada. Eu podia ver as luzes da cidade lá embaixo, cada vez mais perto.
Leo acendeu fogo na mão, para que pudesse ver o que fazia, mas o vento o apagou várias vezes.
Festus grunhiu... e logo depois ouvimos um barulho de metal no interior de seu pescoço. Seus olhos piscaram, fracos, voltando à vida, e ele abriu as asas. Nós paramos de cair e voltamos a planar, me permiti um segundo para tentar não parecer tão em pânico, como me sentia.
— Ótimo! — disse Leo — Vamos, garotão! Vamos!
Girei um dos pingentes da minha pulseira, o chicote negro surgindo na minha mão, minha mente trabalhando desesperadamente num plano de B.
Ele tentava dirigir Festus para um campo de pouso, os holofotes quase me cegaram e então ouvi o som de tiros e de metal estilhaçando, agarrei Leo e o puxei para a sombra que tinha por ali, entrando com tudo nela. Quando saí em outra sombra, ainda estávamos caindo, mas consegui usar o chicote como uma corda para agarrar o galho de uma árvore, evitando que caíssemos no chão.
Mesmo sendo baixinho, Leo não era exatamente leve, eu estava o segurando com o braço para evitar que seu corpo caísse, pois ele havia desmaiado.
Ótimo.
Respirei fundo e dei uma olhadinha para baixo, a árvore fazia uma sombra perfeita que eu poderia usar, mas para isso, teria que nos balançar, porque nada nunca era fácil para um semideus. Demorou mais de cinco minutos para eu conseguir isso e logo estávamos no chão, graças a viagem nas sombras.
Deitei o garoto delicadamente no chão e recuperei meu chicote.
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