❦Chapter XV - Festus ends up becoming our hero
Demorei, mas voltei! Aliás, com noticias: agora tenho uma conta no tik tok, me sigam lá, é @ sumoconnor, em breve irei postar vídeos sobre a fic lá.
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Capítulo Quinze: FESTUS ACABA SE TORNANDO O NOSSO HERÓI
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Beatrice
Atualmente
PIPER ENCURRALOU A PRINCESA ENQUANTO Jason e Leo observavam os casacos de pele vivos. Sem muitas opções, acabei seguindo a filha da deusa do amor, ansiosa para ver ela mostrar suas garras.
— Você quer que eles comprem a própria morte? — perguntou Piper.
— Hum... — A princesa tirou o pó de uma vitrine de espadas — Sou uma vidente, querida. Conheço o seu pequeno segredo. Mas não queremos mexer nisso, certo? Os meninos estão se divertindo.
Leo sorriu ao experimentar um chapéu que parecia feito de pele de texugo encantada. A cauda se mexia, e as pequenas pernas se moviam freneticamente enquanto Leo caminhava. Jason deu uma olhada na seção de roupa masculina esportiva.
Piper olhou para a princesa e eu suspirei frustrada, arrancando o chapéu de texugo da cabeça de Leo.
— Não machucamos animais aqui, Valdez — resmunguei mal humorada.
Encarei Piper e a princesa, querendo que aquilo tudo acabasse logo antes que os garotos comprassem coisas estúpidas.
— Quem é você?
— Eu já disse, querida. Sou a princesa de Colchis.
Colchis era uma marca de colchões? Não? Ah.
— Onde fica Colchis?
A expressão da princesa ficou um pouco triste.
— Onde ficava Colchis, você quer dizer? Meu pai governava as terras às margens do Mar Negro, até o ponto mais oriental aonde um barco grego podia chegar. Mas Colchis já não existe... desapareceu éons atrás.
— Éons? — perguntou Piper.
A princesa parecia não ter mais de cinquenta anos, cutuquei a garota com o cotovelo, me inclinando na sua direção.
— Ela é velha, mas está conservada — sussurrei discretamente.
— Quantos anos você tem?
A princesa sorriu.
— Uma dama não deveria perguntar nem responder isso. Mas vamos dizer que... o processo de imigração para entrar no seu país demorou um pouco. Porém, a minha patrona conseguiu, ela tornou isso possível — disse a princesa, acenando para a loja de departamentos.
— Sua patrona... — repetiu Piper, lentamente.
— Ah, sim. Ela não traz qualquer pessoa, veja bem... só os que têm talentos especiais, como eu. Na verdade, ela só insistiu em poucos detalhes... Queria uma entrada por baixo da terra, para que pudesse monitorar meus clientes, e um favor vez ou outra... e eu cedi. Foi uma boa troca em nome de uma nova vida. A melhor barganha que fiz em séculos.
Aquilo estava cada vez pior.
— Eu, como filha de Hades, acho que pessoas mortas deveriam permanecer... Mortas.
— Ei, olhem só!
A voz de Jason chamou a minha atenção. De uma arara em que se lia "Roupas Penhoradas", ele ergueu uma camisa roxa, igual à que usara na excursão da escola e a minha que estava muito bem guardada dentro da mochila. Só que essa parecia ter sido rasgada por garras de tigres.
Ele franziu a testa:
— Por que essa camisa parece tão familiar?
Soquei o ombro do loiro, fazendo ele me lançar um olhar magoado.
— Porque é idêntica a nossa, seu idiota — resmunguei — Sabe, acho que sua cara ficaria melhor depois.
Jason me encarou confuso.
— Depois de que?
— Depois de eu socar ela — respondi séria — o que acredite em mim, falta pouco para acontecer.
— Precisamos sair daqui — Piper murmurou.
Passei as mãos pelo rosto, respirando fundo. Não sabia o que havia dentro daquela maldita loja que estava piorando meu humor, que normalmente já não era lá essas coisas.
Acho que o fato de estar no auge do mau humor e tensão, acabava revivendo aquela disputa que existia entre filhos dos três grandes quando eles estavam no mesmo lugar, certeza que Quíron havia dito alguma coisa sobre aquilo. No momento, só conseguia imaginar duzentas e trinta e quatro formas diferentes de bater em Jason, o que era estúpido, porque ele era meu melhor amigo.
Minha cabeça doeu, a gente já tinha brigado antes? Alguém impediu?
— Que bobagem — disse a princesa — Os meninos ainda não terminaram, certo? E sim, meu querido, estas camisetas são muito comuns. Mercadoria trocada pelos clientes. Ficou perfeita em você.
Leo segurava uma camiseta laranja do Acampamento Meio-Sangue com um buraco no meio, como se tivesse sido atingida por uma flecha. Ao lado havia uma armadura para o peito corroída — por ácido, talvez? — e uma toga romana rasgada em pedaços, com algo que parecia sangue seco.
— Sua Alteza — disse Piper, tentando controlar os nervos — Por que não conta aos meninos como traiu sua família? Tenho certeza de que eles gostariam de ouvir essa história.
As palavras não causaram qualquer efeito na princesa, mas os meninos viraram o corpo, interessados.
— Mais histórias? — perguntou Leo.
— Eu gosto de mais histórias — disse Jason.
A princesa olhou para Piper, irritada.
— Sabe, as pessoas fazem coisas estranhas por amor, Piper. Você deveria saber disso. Eu me apaixonei por aquele jovem guerreiro, pois sua mãe, Afrodite, me lançou uma maldição. Se não fosse por ela... Mas eu não poderia lutar contra uma deusa, certo?
Com o tom empregado na voz, a princesa queria deixar uma coisa bem clara: Você não conseguirá me vencer!
— Mas esse tal herói a levou quando fugiu de Colchis — lembrou Piper. — Certo, Sua Alteza? E se casou com você, como prometeu.
O olhar da princesa fez eu sentir vontade de pedir desculpas por Piper, mas logo passou.
— No início — admitiu Vossa Alteza —, ele pareceu disposto a manter sua palavra. Porém, mesmo após eu tê-lo ajudado a roubar a fortuna do meu pai, ele ainda precisava da minha ajuda. Enquanto fugíamos, a frota do meu irmão nos seguiu. Seus navios de guerra nos alcançaram. E nos teriam destruído, mas eu convenci meu irmão a subir a bordo. E ele confiou em mim.
— E você matou o seu irmão — disse Piper.
— O quê? — perguntou Jason. Por um momento, ele parecia ter voltado a si. — Matou o próprio...
Não se confia em ninguém que machuca o próprio irmão assim.
— Não — disse a princesa, imediatamente — Essas histórias são mentiras. Foram meu marido e os seus homens que mataram meu irmão, mas eles não poderiam ter feito isso sem a minha trapaça. Jogaram seu corpo no mar, e dessa forma os navios que nos perseguiam tiveram de parar para procurá-lo, pois queriam oferecer ao meu irmão um enterro digno. Isso nos deu tempo para fugir. Fiz tudo pelo meu marido. E ele se esqueceu do nosso trato. No final, ele me traiu.
Jason ainda parecia desconfortável.
— O que ele fez?
A princesa pôs a toga rasgada sobre o peito de Jason, como se o estivesse medindo para logo assassiná-lo.
— Você não conhece essa história, meu rapaz? Deveria conhecer. O seu nome é uma homenagem a ele.
— Jason — disse Piper — O Jason original: Jasão. Mas você... deveria ter morrido!
A princesa sorriu.
— Como eu disse, uma nova vida em um novo país. Claro que cometi erros. E virei as costas ao meu próprio povo. Fui chamada de traidora, ladra, mentirosa, assassina. Mas agi por amor.
Joguei a cabeça para trás, não aguentando mais toda aquela manipulação.
— Vocês não fariam o mesmo por alguém que amam, meus queridos?
— Ah, claro — disse Jason.
— Sim — respondeu Leo.
Franzi a testa, me negando a responder aquilo.
— Meninos! — gritou Piper, frustrada, rangendo os dentes — Vocês não enxergam quem é ela? Não enxergam...
— Vamos em frente, certo? — disse a princesa, tranquilamente — Acho que vocês queriam negociar o preço de uns espíritos da tempestade... e do seu sátiro.
Leo ficou distraído em meio aos equipamentos do segundo andar.
— Não pode ser! — ele disse — Isso é uma fundição blindada?
Ele desceu pelas escadas e correu em direção a um grande forno oval que parecia uma churrasqueira gigante.
— LEO VALDEZ! — gritei furiosa — O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?
Quando se aproximou de Leo, a princesa disse:
— Você tem bom gosto. Este é o H-2000, desenhado pelo próprio Hefesto. Com calor suficiente para fundir bronze celestial e ouro imperial.
— Ouro imperial? — perguntou Jason, como se reconhecesse o termo.
A princesa fez que sim.
— Sim, meu querido. Como o da arma que esconde no seu bolso. Para ser bem fundido, o ouro imperial deve ser consagrado no templo de Júpiter, na colina do Capitólio, em Roma. Trata-se de um metal poderoso e raro. Mas, assim como os imperadores de Roma, muito volátil. Tome cuidado para nunca quebrar essa lâmina... — Ela sorriu, parecendo contente — Roma veio depois de mim, claro, mas escutei histórias. E agora venham aqui... este trono de ouro é um dos meus itens mais luxuosos. Hefesto o construiu como punição para sua mãe, Hera. Sentem-se nele e serão imediatamente presos.
Leo aparentemente tomou aquilo como uma ordem. E caminhou para o trono, como se estivesse em transe.
— Leo, não! — gritou Piper.
Ele piscou.
— Quanto pelos dois?
— Ah, o trono você poderá ter por cinco boas ações. A fundição por sete anos de serviços... e por um pouco da sua força. — E levou Leo à seção dos aparelhos, dizendo-lhe o preço de várias coisas.
Troquei um rápido olhar com Piper.
— Você cuida do loiro e eu do elfo fugitivo do Papai Noel?
Ela concordou e eu suspirei desanimada, correndo atrás da princesa e de Leo, consegui o alcançar e o puxei pelo pulso, o fazendo me encarar confuso. Coloquei as mãos em seus ombros, o obrigando a me encarar.
— Leo, foca em mim: precisamos sair daqui.
A princesa deu uma risadinha.
— Bobagem, ainda há tantas coisas para vocês verem!
Lhe enviei um olhar mortal que a mulher apenas ignorou, respirei fundo e voltei a focar em Leo.
— Ela é do mal, Leo! Está manipulando Jason e você desde que entramos nessa loja estúpida — digo irritada — Eu sei que você tem uma quedinha por mulheres perigosas, mas AGORA NÃO É O MOMENTO DE SER MANIPULADO POR MULHER BONITA.
Leo fez uma careta.
— Mas...
Ele ainda parecia completamente enfeitiçado, me fazendo bufar.
— Qual é! Ela é só uma mulher velha que deveria estar morta a séculos.
A princesa sorriu para mim.
— Engraçado você falar isso, Beatrice... — comentou lentamente —... Considerando que você também é bem mais velha que os seus amigos, não é? E deveria estar morta a muito tempo atrás...
Forcei um sorriso.
— Ao menos eu não traí minha família.
— Bobagem! Bom, vamos achar seus outros amigos, sim?
Leo a seguiu como um maldito cachorrinho e eu respirei fundo, girando meu cetro até ele se tornar novamente apenas um pingente da minha pulseira.
Piper não parecia ter tido muito sucesso com Jason também, ela me encarou, parecendo totalmente furiosa e frustrada, lhe entendi completamente, pois não estava muito melhor do que isso.
— Meninos — disse a princesa — Se me dão licença, vamos ver o que vocês querem. É isso o que vocês querem, certo?
Usamos a escada rolante para chegar à base do chafariz. Pela primeira vez, notei dois grandes relógios de sol de bronze — cada um do tamanho de um trampolim — incrustados no mármore do piso, ao sul e ao norte do chafariz. As grandes gaiolas estavam a oeste e a leste. E a que fora posta mais longe guardava os espíritos da tempestade. Estavam tão comprimidos e moviam-se como um tornado super-concentrado, que era impossível contar quantos seriam os espíritos presos lá dentro... dúzias, pelo menos.
— Ei — disse Leo — O treinador Hedge parece bem.
E corremos para a gaiola mais próxima. O velho sátiro parecia petrificado ao subir aos céus do Grand Canyon, com o bastão erguido, como se pedisse à turma de ginástica que fizesse cinquenta flexões. Seus cabelos cacheados permaneciam paralisados em posições estranhas.
— Sim — disse a princesa — Sempre mantenho minhas mercadorias em boas condições. Nós podemos fazer negócio pelo sátiro e pelos espíritos da tempestade. Um pacote. Se chegarmos a um acordo, posso incluir duas poções curativas, e vocês poderão partir em paz. — E olhou para Piper, sagaz — Isso é melhor do que começar a negociar sem vontade, certo, querida?
— Podemos negociar — disse ela.
— Claro! — concordou Leo — Diga qual é o seu preço.
— Leo! — gritou Piper.
A princesa de uma risadinha.
— O meu preço? Talvez não seja a melhor estratégia, meu rapaz, mas pelo menos você sabe que tudo tem um preço. A liberdade é muito valorizada, sabe? Você poderia pedir que eu libertasse esse sátiro, o mesmo sátiro que atacou os meus espíritos da tempestade...
— Que nos atacaram — retruquei mal humorada.
Vossa Alteza deu de ombros.
— Como eu disse, minha patrona pede alguns favores de tempos em tempos. Enviar os espíritos da tempestade para sequestrá-los, por exemplo. Esse foi um dos favores que me pediu. Mas posso garantir que não foi nada pessoal. E não houve danos, já que, no final das contas, vocês vieram até aqui por vontade própria! Seja como for, vocês querem o sátiro livre e querem os meus espíritos da tempestade... que, aliás, são muito bons servos... para desta forma chegarem ao tirano Éolo. Isso não parece justo, certo? O preço será alto.
— Você é Medeia — disse Piper — Ajudou o Jason original a roubar o Velocino de Ouro. Você é uma das maiores vilãs da mitologia grega. Jason, Leo... não confiem nela.
Olhei surpresa para a garota, com a quantidade de charme que ela havia usado. Jason afastou-se da feiticeira, Leo coçou a cabeça e deu uma olhada em volta, como se estivesse acordando de um sonho.
— De novo: o que estamos fazendo?
— Meninos! — disse a princesa, abrindo os braços, como se estivesse dando as boas-vindas. Suas jóias brilhavam, seus dedos com as unhas pintadas curvaram- -se como garras sujas de sangue. — É verdade, sou Medeia. Mas as pessoas não me entenderam. Ah, Piper, querida, você não sabe o que era ser mulher naquela época. Não tínhamos poder nem influência. Normalmente, não podíamos nem escolher os nossos maridos. Mas eu era diferente. Escolhi meu destino, transformando-me em feiticeira. Isso é errado? Fiz um pacto com Jasão: ofereci a minha ajuda em troca do seu amor. Um acordo justo. E assim ele se tornou um guerreiro famoso! Sem a minha ajuda, teria morrido na obscuridade, na costa de Colchis.
Jason fechou a cara.
— Então... você realmente morreu há três mil anos? E voltou do Mundo Inferior?
— A morte já não me aprisiona, jovem herói — disse Medeia — Graças à minha patrona, voltei a ser de carne e osso.
— Você... retomou sua forma? — perguntou Leo, piscando — Como os monstros?
Sufoquei uma risadinha, ah, eles definitivamente eram melhores quando não estavam sendo manipulados.
— Vocês não têm ideia do que está acontecendo, certo, meninos? — perguntou Medeia, estirando os dedos, e um vapor escapou de suas unhas, como água que respinga no ferro quente — Isso é muito pior que monstros escapando do Tártaro. Minha patrona sabe que gigantes e monstros não são seus melhores servos. Eu sou mortal. Aprendi com meus erros. E agora que retornei ao mundo dos vivos, não vou ser enganada mais uma vez. Agora, eis meu preço para o que vocês querem levar.
— Meninos! — disse Piper — Jasão deixou Medeia porque ela era uma louca com sede de sangue.
— Mentira! — disse Medeia.
Sinto alguma coisa envolver meu pulso e percebo que é Jason, me fazendo suspirar baixinho, mais relaxada.
— No caminho de volta a Colchis, o barco de Jasão atracou em outro reino, e ele concordou em deixar Medeia e casar-se com a filha do rei.
— Depois que lhe dei dois filhos! — disse Medeia — Ainda assim ele quebrou sua promessa. E eu pergunto: isso foi certo?
Mordi o lábio inferior, Jason e Leo balançaram a cabeça.
— Talvez não, mas se vingar também não é — digo lentamente — Como você fez, não é?
— Você matou os dois filhos para vingar-se de Jasão. Envenenou sua nova esposa e fugiu do reino — Piper completou.
Medeia rosnou.
— Isso foi uma invenção para arruinar a minha reputação! O povo de Corinto... aquela massa ingovernável... matou os meus filhos e me afastou. Jason não fez nada para me proteger. Ele roubou tudo de mim. Então, sim, eu voltei ao palácio e envenenei sua adorável esposa. Foi apenas um... preço justo.
— Você é louca — disse Piper.
— Eu sou a vítima! — gritou Medeia — Morri com os meus sonhos despedaçados, mas isso acabou. Sei que não devo confiar nos heróis. Quando chegam aqui buscando tesouros, têm de pagar um preço alto. Especialmente quando quem pede se chama Jason!
O chafariz ficou vermelho.
Piper sacou sua adaga, mas suas mãos tremiam tanto que era complicado mantê-la firme, me coloquei ao seu lado e girei um dos pingentes da minha pulseira, estalando o chicote no chão e fazendo Medeia dar um passo para trás.
— Jason, Leo... hora de ir embora. Agora.
— Antes de fecharem o negócio? — perguntou Medeia — E quanto à sua missão, rapazes? Além do mais, o meu preço é baixo. Vocês sabem que esse chafariz é mágico? Se um homem morto for atirado nele, mesmo partido em pedaços, ele volta à vida... mais forte e mais poderoso que nunca.
— Sério? — perguntou Leo.
— Leo, ela está mentindo — disse Piper — Já fez isso antes... com um rei, eu acho. Convenceu sua filha a cortá-lo em pedaços para que voltasse das águas mais jovem e mais forte que antes, mas ela simplesmente o matou!
Eu só queria um dia normal, era pedir muito?
— Que coisa mais ridícula! — disse Medeia — Leo, Jason... o meu preço é baixo. Por que vocês dois não lutam entre si? Caso se machuquem, ou sejam mortos, não haverá problema. Basta serem jogados no chafariz e ficarão melhores que nunca. E vocês querem lutar, certo? Estão ressentidos um com ou outro... Oh, melhor! Beatriz e Jason, vocês estão magoados um com o outro, não estão? Só eram amigos por causa do ponto de equilíbrio de vocês... Mas agora ela não está aqui.
— Não! — disse Piper.
Jason me encarou e eu estalei o chicote novamente, sentindo aquela raiva novamente borbulhar dentro de mim.
— Você fica sempre de conversinha com a Piper e esquece que temos uma vida!
— E você não superou a droga do seu ex! Mas deixa eu te contar algo: ELE MORREU, TRICE.
Raios cortaram os céus e Jason levantou sua espada dourada, o chão tremeu enquanto eu me colocava na posição de ataque.
— CHEGA!
Ignorei a voz de Piper, sentindo a raiva aumentar mais a cada vez que olhava para o filho de Júpiter em minha frente.
— Deixe-os, Piper — disse Medeia — Estou fazendo um favor a você, afinal, todos sabem que filhos dos três grandes nunca se dão bem por muito tempo. Deixe que isso aconteça agora, e sua escolha será bem mais fácil. Encélado vai ficar contente. E você poderá ter seu pai de volta ainda hoje!
— Você trabalha para Encélado — ela disse.
Havia uma roseira atrás de Jason, com rosas vermelhas. Algo ali me fez recuar, ponto de equilíbrio, alguém que deixamos para trás.
Rose..
Um pouco de clareza surgiu na minha mente, Jason era meu melhor amigo e estávamos juntos naquela confusão, eu não queria realmente o machucar... Mas isso não fez aquela raiva diminuir.
Droga, eu realmente odeio quando tentam me manipular.
— A mãe de Leo... — disse Piper — Leo, ouça! Ela ajudou a matar sua mãe!
Pisquei confusa, encarando a filha da deusa do amor sem entender, como se apenas agora lembrasse que ela ainda estava ali.
— Sei — murmurou Leo, perdido. E franziu a testa olhando para o seu martelo — Então... Vou atacar Jason, certo? Ou Beatrice?
— É perfeitamente seguro — respondeu Medeia — É Jason, ataque-o com firmeza. Mostre que honra seu nome... Beatrice, os ataque também, você está tão cansada de todos o olham como um herói por ser filho de Zeus e quando descobrem que você é filha de Hades, lhe olham com medo, não é?
Lembro imediatamente de como todos olhavam para Jason como se ele fosse incrível na noite da fogueira e depois de como olharam para mim, com cautela e...
— Não! — gritou Piper — Jason, Trice, Leo... ela está enganando vocês. Baixem suas armas.
Olho para meu chicote, confusa.
— Jason, Trice, Leo, escutem — disse Piper,— Medeia está usando seu charme contra vocês. É parte de sua magia. Vocês são grandes amigos. Não lutem entre si. Lutem contra ela! Trice, você e Jason são melhores amigos, como irmãos!
Dei um passo para trás e Jason piscou.
— Leo, eu estava a ponto de machucar você?
— Algo sobre a minha mãe...? — disse Leo, franzindo a testa, depois se virou para Medeia — Você... trabalhando para a Mulher de Poeira. Você a enviou à loja. — E levantou um braço — Senhora, eu tenho um martelo de dois quilos com o seu nome escrito.
Girei o chicote, mal humorada.
— Eu nunca quis que me olhassem como se eu fosse um herói e não vou machucar o meu melhor amigo.
Jason bufou.
— E eu não vou machucar a Trice, ela é a minha família.
— Bobagem! — disse Medeia — Vou conseguir o pagamento de outra forma.
Ela apertou uma das lajotas do mosaico do piso e o prédio tremeu. Jason tentou golpear Medeia, mas ela se dissolveu em fumaça e reapareceu na base da escada.
— Você é muito lento, herói — ela gargalhou — Alivie sua frustração com meus bichinhos de estimação.
Antes que Jason pudesse se aproximar dela, os dois relógios de bronze nas extremidades do chafariz se abriram. Duas bestas douradas — dragões alados de carne e osso — saíram dos calabouços logo abaixo. Cada um deles do tamanho de um trailer, talvez não tão grandes se comparados a Festus, mas ainda assim bem grandes.
— Então, é isso o que ela guarda no canil — disse Leo, desanimado.
— Por que nunca pode ser algo normal? Tipo cachorros?
Leo concordou desanimado.
Os dragões abriram as asas e sibilaram. Eu podia sentir o calor que emanava de sua pele brilhante. Um deles virou seus furiosos olhos alaranjados para Piper.
— Não olhe nos olhos dele — avisou Jason. — Vai ficar paralisada.
— Exatamente! — disse Medeia, subindo as escadas rolantes, apoiada no corrimão, enquanto observava a cena divertida — Essas duas belezuras estão comigo há tempos... dragões do sol, presentes do meu avô, Hélio. Puxaram minha carruagem quando deixei Corinto, e agora serão a sua destruição. Ha-ha!
Jason me encarou, parando ao meu lado.
— Pronta pra uma briga?
— Sempre estou pronta para uma briga, superman.
Ele sorriu e levantou a espada, Leo segurou o martelo e eu estalei o chicote.
— Agora teremos uma aula de como adestrar um dragão do sol, crianças, peço que não façam isso em casa.
Leo sorriu.
— Ah cara, eu adoro o humor da Trice.
Os dragões atacaram.
Corri na direção do da direita e joguei o chicote ao redor do seu enorme pescoço, tentando o prender no lugar. Jason segurou levantou a espada e invocou raios, que atravessaram meu chicote e foram diretamente para o dragão, o eletrocutando e lhe deixando confuso por um tempo.
— Alguém aí sabe o ponto fraco de um dragão milenar do sol? — perguntei esperançosa.
Jason fez uma careta.
— Se eu descobrir, te aviso.
Dei um puxão no chicote e Jason correu na direção do dragão, o golpeando com a espada.
— Socorro!
Um dos dragões prendeu Leo no chão. Estava com as garras à mostra, pronto para atacar.
— Trice, ajuda ele.
— Resgate ao caminho.
Assobiei com tudo, uma rachadura se abriu no chão e de lá saiu dois enormes cães infernais, que correram na direção do dragão que estava prendendo Leo, o afastando do elfo.
Leo arregalou os olhos.
— DESDE QUANDO VOCÊ PODE FAZER ISSO?
— EU NÃO SEI!
O teto de vidro se partiu numa chuva de cacos multicoloridos, e Festus, o dragão de bronze, desceu na loja de departamentos. Ele entrou na briga, capturando um dragão do sol com cada uma de suas garras.
— ESSE É O MEU GAROTO.
Festus deu um vôo rasante pelo átrio, depois atirou os dragões no buraco de onde saíram. Leo correu até o chafariz e pressionou o piso de mármore, fechando os relógios de sol, que se sacudiram, pois os dragões forçavam para sair lá de dentro — mas, pelo menos por ora, ficariam presos.
Assobiei, os dois cães infernais correram até mim e se sentaram na minha frente, não consegui resistir à fofura dos dois e dei carinho neles.
— Bons garotos! Quem são meus lindos meninos? Vocês são!
Jason arqueou a sobrancelha.
— São cães infernais.
— Cães infernais fofos — corrigi rapidamente — Ok, obrigada pela ajuda meninos, podem ir.
Eles latiram e desapareceram na sombra mais próxima.
— Vão subir ou não?
Sorri para Leo e junto com Jason, corri para o Festus e subi no mesmo, sentando atrás do elfo fugitivo do Papai Noel. O loiro sentou atrás de mim
Piper saltou de onde estava no segundo andar, mas felizmente conseguimos pegar a garota e a ajudar a sentar no dragão, Festus agarrou a gaiola do treinador e ouvimos Medeia gritar de raiva enquanto a gente escapava pelo teto estilhaçado, sobrevoando o centro de Chicago.
Lá atrás, a loja de departamentos explodiu.
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