❦Chapter X - Where did we fall from the dragon
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Capítulo Dez: ONDE CAÍMOS DO DRAGÃO
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Beatrice
Atualmente
JASON E PIPER FELIZMENTE VOLTARAM MAIS RÁPIDO do que eu esperava, felizmente depois de eu conseguir tomar um banho quente e colocar as roupas mais quentes que Drew havia colocado na minha mochila. Durante o banho, acabei notando uma marca negra em meu ombro que até agora não havia percebido, era uma palavra em latim, anima, significava alma.
O motivo daquela marca estar ali era desconhecido, novamente amaldiçoei a falta das minhas memórias.
Leo havia feito Festus retornar para sua forma normal de dragão ao invés da mala mais pesada do mundo, fingi não sentir seus olhares preocupados nada discretos.
Fui esquecida no momento em que ele notou a deusa de neve descendo as escadas junto com Jason e Piper, procurei imediatamente os olhos do meu melhor amigo, fizemos uma rápida avaliação um no outro a procura de ferimentos e respiramos aliviados quando não achamos.
Ignorei toda a discussão dramática, meu corpo ainda completamente tenso e a minha mente confusa demais para conseguir prestar atenção em algo, tudo pareceu um borrão e só consegui voltar a me concentrar quando estávamos em Festus e as luzes de Quebec haviam ficado para trás, suspirei baixinho, passando as mãos pelo rosto e tentando focar em algo.
Quando consegui percebi que Jason e Piper estavam conversando, era quase como se estivessem flertando, o que desejei ser apenas paranóia minha.
Nós não tínhamos nossas memórias, e se tivéssemos deixado alguém importante para trás?
Não seria justo com a pessoa.
Olhei para a pulseira preta em meu pulso, em cima da pulseira com pingentes que eu sabia se transformar em armas, aparentemente um presente fofinho de pai para filha. A primeira pulseira, que parecia uma de amizade, sempre me passava carinho.
Havia alguém nos esperando, provavelmente nesse momento deveria estar surtando enquanto nos procurava, tendo duas pessoas de sua vida desaparecendo do nada.
Acabei notando algo entre meus anéis de prata, minha cabeça andava cheia demais para prestar atenção em coisas simples, mas naquele momento consegui focar totalmente em algo. Entre meus anéis, havia um diferente dos outros, era mais fino e tinha um único pingente do que parecia uma asa de anjo, também em prata.
Como uma aliança.
Leo me estendeu um sanduíche, pisquei diversas vezes, como se apenas agora lembrasse que estava voando em cima de um dragão em uma missão.
Peguei o sanduíche e agradeci com um sussurro, em seguida, peguei os outros dois sanduíches e passei para Jason e Piper, aparentemente o da garota era vegetariano, anotei mentalmente o detalhe.
Abri minha mochila na parte onde Drew havia colocado coisas para a viagem e peguei pequenas caixinhas de suco com canudinho, cada um ganhou uma e fiquei com uma de laranja para mim, combinou muito com o suco, para a felicidade do meu estômago que revirava no momento.
Ouvi a história de Jason sobre a visita ao pai da garota de neve, o detalhe dele ficar em sua forma romana chamou minha atenção, mas após uma troca de olhares do garoto loiro, percebi que não era algo que ele queria discutir na frente dos outros.
Comi o resto do meu lanche e depois me enrolei junto de Piper, ambas dormindo na posição mais confortável possível em cima de um dragão enquanto voávamos pelo céu em uma missão suicida.
O sono veio logo e quando abri meus olhos novamente, sabia que era mais um daqueles momentos estranhos de semideuses.
Uma mulher sorriu para mim, mas seus olhos estavam fechados e ela parecia fundida a terra, como se estivesse dormindo, um arrepio gélido me atravessou mesmo no sonho.
— Beatrice di Ângelo, estava ansiosa para o nosso encontro.
Lhe encarei confusa.
— Desculpe não dizer o mesmo, o que quer comigo?
A mulher riu.
— Tão doce quanto todas as crianças do mundo inferior. Você tem tanto potencial e por isso os deuses lhe temem, por isso Hera tirou sua memória e a colocou nesse joguinho estúpido, querida... Poderia ser muito mais do que um simples peão dos deuses.
— Essa é a minha escolha, não a sua.
A terra se mexeu inquieta ao meu redor.
— Escolhas, é justamente sobre essa conversa — diz com diversão — Você perdeu muito, Beatrice, apenas não se lembra agora. Não posso lhe devolver tudo, mas podemos fazer um acordo: Se junte a mim e eu vou devolver o mais importante para você, seu precioso garoto rebelde.
Luke.
— Não precisa me devolver ele, Luke ainda está comigo.
A mulher zombou.
— Como um fantasma, mas isso é realmente o suficiente? Você não pode nem ao menos o tocar... No momento, ele apenas é uma piada dos deuses lhe mostrando o que perdeu, uma provocação. Posso o trazer de volta para você, vivo.
Eu não me preparei para a tentação que aquela proposta gerou, me atingiu como uma adaga.
Havia uma grande parte de mim que queria aceitar aquilo sem pensar duas vezes, mas...
— Lhe darei um tempo para pensar, criança. Enquanto isso, se divirta tentando salvar pessoas que não merecem a sua confiança.
UM DAS COISAS QUE ME GERAVA PÂNICO ESTAVA ACONTECENDO, acordei caindo do dragão, levei algum tempo para perceber que os gritos vinham de mim, levei ainda mais tempo para perceber que alguém segurava meu pulso.
Jason.
— Calma, você não vai cair enquanto eu estiver do seu lado, Trice.
Soltei um maldito palavrão e tentei ficar calma, o que não era fácil considerando a situação.
Procurei Piper e Leo, que também estavam caindo e gritavam desesperadamente.
— Você pega a rainha da beleza ali e eu o garoto de reparos.
Jason me lançou um olhar incrédulo.
— Eu não vou soltar você, Beatrice — retrucou indignado — Enlouqueceu?
— Confia em mim, acho que posso usar as sombras.
Ele bufou, parecendo odiar a ideia, mas após uma breve troca de olhares, me soltou, me deixando cair novamente com tudo enquanto ia atrás de Piper e gritava para ela tentar planar.
Respirei fundo e consegui reunir sombras o suficiente para entrar, surgi perto o suficiente de Leo para agarrar seu pulso,
— MEU DRAGÃO!
Ignorei os gritos de Leo, era impossível transportar Festus pelas sombras ou Jason o segurar, considerando o quanto aquele dragão pesava. A única coisa que eu podia fazer naquele momento, era salvar o elfo ali, e era exatamente o que iria fazer agora.
Olhei para baixo, vendo um distrito industrial, foquei em um dos telhados de um armazém e nos atravessei nas sombras, fazendo Leo e eu sairmos em pé no telhado, para a surpresa de absolutamente ninguém, o garoto dos reparos vomitou assim que seus pés tocaram o telhado.
— Quantas vezes já pedi para avisar antes de fazer isso?
Revirei os olhos com sua reclamação e me preparei para responder, mas antes que eu conseguisse, Jason e Piper caíram com tudo ao nosso lado e atravessaram o telhado, me fazendo arregalar os olhos.
— JASON!
— PIPER.
Troquei um olhar com Leo e fomos correndo até a beirada do buraco que nossos amigos haviam feito com sua queda, infelizmente estava escuro, o que dificultava para nós achar os dois. Pular não era a melhor ideia, definitivamente iriamos nos machucar ao colidir com o chão.
— O que vamos fazer?
Ignorei a pergunta de Leo e decidi agir, toquei num dos pingentes da minha pulseira e o chicote de ferro estígio surgiu, ele era longo o suficiente para servir de corda.
O atei a chaminé que havia no teto e segurei a outra ponta, pulando pelo buraco sem pensar mais, para não acabar perdendo a coragem. Ouvi os gritos incrédulos do elfo e bufei, sentindo minhas botas logo tocarem no chão, dei uma olhadinha para cima, vendo Leo me olhando pela borda do buraco.
— SÓ DESCER!
Não esperei para ver se ele realmente iria, ouvi um gemido de dor e corri para o corpo de Piper, que estava jogado no chão, para nosso azar, seu tornozelo estava numa posição estranha.
Muito estranha.
Piper estava numa passarela de metal que circundava o interior do armazém, aparentemente Jason havia caído mais embaixo, pois ouvi seus passos na escadaria de metal.
— Piper, eu estou aqui — murmuro colocando a mão cuidadosamente em seu braço — consegue me ouvir?
Ela choramingou.
— Meus dedos deveriam estar assim?
— Er... Não.
Jason e Leo se aproximaram, o elfo me entregando meu chicote que voltou a ser uma pulseira no momento que toquei.
— Você está bem...? — perguntou Leo, e então ele viu o pé de Piper — Não, não está.
— Obrigada por confirmar — murmurou Piper.
Algo me dizia que eu já havia visto ferimentos piores, então apenas dei de ombros.
— Você vai ficar bem — disse Jason, ainda que todos pudessem notar um tom de preocupação — Leo, você trouxe algum material de primeiros socorros? Beatrice?
— Sim... sim, claro.
Ele buscou em seu cinto de ferramentas, pegando um pouco de gaze e fita isolante, ainda que as duas coisas parecessem um pouco grandes para os bolsos do cinto.
— Como você... — Piper tentou se sentar, mas se encolheu — Como encontrou tudo isso num cinto vazio?
— Mágica — disse Leo — Ainda não entendi muito bem, mas aqui encontro as coisas normais de um cinto de ferramentas, além de outras coisinhas úteis.
Leo enfiou a mão em outro bolso, pegando uma pequena caixa.
— Balas de menta para o mau hálito?
Jason não aceitou, mas eu rapidamente peguei uma, adorava balas de menta!
— Isso é ótimo, Leo. Mas agora precisamos que cuide do pé de Piper. Trice?
— Eu lido com gente morta, não saio por aí curando.
Leo concordou.
— Sou mecânico, cara. Se ela fosse um carro eu talvez... — disse, tamborilando os dedos — Espere, o que era aquela comida dos deuses regeneradora lá do acampamento... comida Rambo?
— Ambrosia, cara — disse Piper, rangendo os dentes.
Lembrei do negócio que Drew havia me dado e abro a mochila, entregando a ambrosia para Piper, que comeu um pedaço.
— Mais.
Lhe encarei preocupada, assim como Jason.
— Piper, não deveríamos arriscar. Dizem que comer isso em exagero pode nos transformar em cinzas. Acho que deveria tentar endireitar o pé.
— Você já fez isso antes? — ela perguntou.
Fiz uma careta.
— Ah... acho que sim.
— Na verdade, normalmente quem faz isso é a...
Era como se devesse saber um nome, alguém cuidava dos nossos machucados em missões, sempre - era um sentimento, algo me dizia aquilo - mas eu não conseguia lembrar quem.
Leo encontrou um pedaço de madeira e quebrou-o ao meio para fazer uma tala. Depois pegou a fita isolante e a gaze.
— Segure a perna dela bem firme — disse Jason a Leo — Piper, isso vai doer.
Quando Jason colocou o pé no lugar, Piper se retorceu tanto que acabou socando o braço de Leo, e ele gritou tanto quanto ela.
Se o momento não fosse tenso, eu teria tido uma crise de riso.
— Ai — ela disse.
— Caramba, rainha da beleza! — disse Leo, esfregando o braço — Sorte que o meu rosto não estava perto de você.
— Sinto muito — desculpou-se — E não me chame de "rainha da beleza", ou acerto você de novo. Vocês fizeram um bom trabalho.
Abri a mochila de Piper que estava amassada pela queda, achei um cantil e lhe entreguei, ela bebeu lentamente um pouco de água, ainda longe de parecer realmente bem.
— O que aconteceu com o dragão? — ela perguntou — Onde estamos?
A expressão de Leo ficou dura.
— Não sei o que aconteceu com Festus. Ele ficou instável de repente, como se tivesse batido contra um muro invisível, e começou a cair.
Leo apontou para o logotipo na parede.
— Estamos...— era difícil ler por trás das pichações.
— É uma fábrica de veículos fechada — disse Leo — Acho que caímos em Detroit.
Me sentei no chão ao lado de Piper, lhe fazendo beber mais água.
— Estamos muito longe de Chicago?
— Beba água, depois faça perguntas, Piper — retruco séria.
Jason suspirou.
— Acho que já percorremos mais da metade do caminho, vindo de Quebec. A questão é: sem o dragão, vamos ter que viajar por terra.
— Nem pensar — disse Leo — Não é seguro.
Penso na mulher do sonho, que estava fundida na terra, onde aparentemente era o controle dela.
— Ele tem razão. Além disso, não sei se poderia caminhar. E Quatro pessoas... Jason, você não poderia voar por todo esse trecho sozinho. Ou Beatrice viajar com todos nós pelas sombras.
Piper tinha razão, seria impossível para mim, ao menos, em um trajeto tão grande.
— De jeito nenhum — disse Jason — Leo, você tem certeza de que o dragão estava funcionando bem? Quer dizer, Festus é velho, e...
— E Beatrice e eu talvez não o tenhamos consertado direito?
Mandei um olhar irritado para o garoto loiro, era óbvio que Festus era importante para Leo e dizer algo assim era estúpido.
— Eu não disse isso — protestou Jason — É só... talvez você possa consertá-lo.
— Não sei — disse Leo, soando catastrófico. Pegou algumas coisas nos bolsos e começou a brincar com as peças — Preciso descobrir onde ele caiu e se pelo menos continua inteiro.
Coloco a mão no ombro de Leo, chamando sua atenção.
— Posso lhe ajudar a procurar — murmuro suave — Você não está sozinho.
— Foi culpa minha — afirmou Piper.
Lhe encarei confusa, o aviso da mulher de terra sobre pessoas que eu não podia confiar soou novamente na minha cabeça, mas tentei ignorar.
— Piper — disse Jason, em tom gentil — Você estava dormindo quando Festus caiu. Não pode ser culpa sua.
— É verdade — concordou Leo, que nem tentou fazer uma piada — Você estava dormindo junto com Beatrice.
Leo se levantou, atraindo minha atenção.
— Jason, por que não fica aqui com ela, cara? Eu vou dar uma olhada e ver se encontro Festus. Acho que ele deve ter caído em algum lugar aí fora. Caso o encontre, talvez possa tentar entender o que aconteceu e consertá-lo.
— Isso é muito perigoso — advertiu Jason — Você não deveria ir sozinho.
Me levantei rapidamente, tirando a poeira da roupa.
— Ah, eu tenho fita isolante e balas de menta. Vou ficar bem — disse Leo, rapidamente — Vocês não fazem nada sem mim.
O elfo enfiou a mão no seu cinto mágico e pegou uma lanterna.
— Espera! Eu vou com você!
Leo desviou o olhar.
— Não precisa, valeu.
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