Capítulo 8
Capítulo levinho e de boa (dessa vez é sério)
:)
- Mon Zeus, você está perfeito! - Gabrielle disse quando Louis saiu do provador.
- Você acha? - Louis se olhou no espelho de novo, ainda um pouco inseguro - Não está justo demais?
- O suficiente para deixar meu filho louco - a ômega deu de ombros o que fez Louis corar.
- Querem ver mais algum modelo? - a vendedora perguntou para Gabrielle.
- Eu adoraria, mas sinto que meu filho irá enfartar se não formos encontrar com ele logo.
- Ele não estaria assim se você não o tivesse proibido de nos acompanhar dentro das lojas - Louis riu.
- Eu tenho o direito de passar um tempo com meu beau-fils - ela se fez de inocente, entregando uma grande pilha de roupas para a vendedora - e que graça teria ele te ver com a roupa de hoje noite e estragar a surpresa. Mon amour, quero ver o queixo do meu filho caído quando te ver vestido com aquele terno.
- Mon Zeus - ele corou de novo e Gabrielle riu.
- Não precisa ficar com vergonha, até porque só pelo jeito que vocês dois se olham, deu para notar que a intensidade vem dos dois lados.
- Non - Louis cobriu o rosto com vergonha, o que fez a ômega rir mais - não vou ter essa conversa com você!
- Por que? - a ômega o provocou.
- Você é a mãe dele - Louis sussurrou, como se só a ideia dele falar sobre aquilo com ela fosse assustador.
- Ok, podemos falar de outra coisa - Gabrielle estava se divertindo com a situação - que tal conversarmos sobre o fato que meu filho está completamente apaixonado por você? - ela falou e Louis arregalou os olhos - Mon chéri, só estou te provocando, até porque é nítido que um gosta muito do outro.
- Eu realmente gosto dele - Louis sussurrou de novo e a ômega sorriu.
- E eu fico muito feliz com isso - Gabrielle fez carinho no rosto de Louis - meu filho passou por muita coisa, ele teve que assumir grandes responsabilidades muito cedo e sempre lidou com muito ódio. Isso endureceu seu coração, e, vamos ser sinceros, o gênio dele nunca foi dos melhores - ela comentou e os dois sorriram - Com você, Lestat sorri, está mais leve, ele é feliz e isso é muito importante para mim.
- Eu também me sinto assim com ele - o ômega confidenciou - é estranho, porque só estamos juntos há semanas, um pouco mais de um mês, mas quando estou com ele, me sinto protegido e mais forte.
- Vocês são perfeitos um para o outro - Gabrielle sorriu abraçando o ômega. Ele sabia que Louis era o soulmate do seu filho, mas ouvi-lo dizer aquelas coisas a deixava mais feliz. Seu filho era a coisa mais importante da sua vida, tudo o que ela queria era vê-lo feliz - agora vamos terminar de fazer essas compras, porque eu vi um conjunto de camisa cinza e blazer estampado com uma calça branca que vão ficar bem justos no seu corpo e deixar meu filho louco!
Louis começou a rir, Gabrielle o arrastou para outra parte da loja cara e refinada, um lugar que ele nunca entraria antigamente. O ômega teve tempo de de ver seu alfa do lado de fora da vidraça, sentado em uma mesa, mexendo no seu notebook e tomando café. Lestat ergueu os olhos assim que o ômega o olhou, ele sorriu para seu ômega e Louis acenou de volta.
- O que foi? - Gabrielle perguntou para Louis e olhou pelo vidro - Ele não dá um tempo mesmo, né? - ela se virou para o filho e fez sinal para ele ir embora, o alfa só revirou os olhos e bateu o dedo em cima do relógio, indicando que o tempo estava acabando - Mas é um abusado mesmo - Gabrielle mostrou o dedo do meio para o alfa e saiu puxando Louis com ela.
- Será que ele ainda está lá fora? - Gabrielle perguntou olhando para as roupas penduradas nos cabides.
- Sim - Louis respondeu olhando jaquetas, ele gostava das que marcavam a cintura, porque davam um ar mais feminino.
- Ele não saí de cima - Gabrielle riu puxando um cabide com o lindo blazer que ela estava procurando - não sei como ele não implica de você sair sozinho e ir para universidade, aposto que ele te leva e busca.
- Quase sempre - o ômega riu - Mon loup me leva para universidade de manhã, quando eu tenho que ir para o restaurante eu vou com os meus amigos, mas ele sempre me busca. Eu gosto desse cuidado, é fofo.
- Claro que gosta e quem não gosta de ter um motorista particular? - Gabrielle deu de ombros - Eu tenho René, ele é meu motorista e também me ajuda em outras coisas, se é que você me entende.
- Zeus - Louis sussurrou de olhos arregalados e voltou a olhar as roupas - não é só isso, eu realmente gosto de estar com ele, ele me faz me sentir, como se quando ele me abraça eu sentisse meu coração quentinho. Parece bobo, eu sei - ele riu de si mesmo.
- Não é bobo, é quase possível ver a ligação que há entre vocês - ela brincou, porque sabia que eles eram soulmates, só não entendia porque Lestat ainda não tinha contado a Louis.
- Eu estava com medo que você me julgasse - Louis desabafou - sabe, faz pouco tempo que estamos namorando e quase parece que moramos juntos.
- Quase parece, né? - Gabrielle sorriu irônica - Mas por que eu teria problemas com isso? Do jeito que Lestat é, o estranho seria se meu filho não tivesse te arrastado para viver com ele.
- Às vezes eu me sinto um pouco sequestrado - Louis riu - mas quando eu estou com ele, parece que não consigo pensar direito e me afastar por muito tempo é quase doloroso.
- Doloroso? - Gabrielle perguntou, apesar dela ter conseguido disfarçar, aquilo a deixou espantada e ela se lembrou que Louis sabia que Lestat os estava esperando, mesmo sem precisar olhar, ele o sentia por perto?
- Sim... Eu não sei se estou conseguindo me expressar direito - o ômega se culpou por estar se confundido com as palavras - é que eu realmente me sinto bem com ele, como se precisasse estar com ele.
- Você se sente conectado a ele? - ela arriscou e se fosse aquilo que ela estava pensando, Lestat teria muito o que se explicar.
- Sim! - Louis sorriu feliz por ter encontrado a palavra certa - É exatamente assim que me sinto! - quando a ômega não disse nada, ele começou a ficar com medo de ter feito algo ou que ela pensasse que não era sincero e ele queria se aproveitar da situação - Eu juro que não quero apressar, entendo que estamos há pouco tempo juntos e não tenho direito de cobrar nada, afinal só estamos namorando. Eu só estava tentando explicar e...
- Louis - Gabrielle o chamou sorrindo carinhosa - está tudo bem, não estou te julgando. Eu acho lindo e fico muito feliz que você se sinta confortável em me falar sobre isso, você sempre pode confiar em mim. Lestat me disse que você perdeu sua mãe muito cedo, eu não quero tomar o lugar dela, mas sempre que precisar de uma, eu estarei aqui, tudo bem?
- Oui - Louis concordou emocionado, era muito bom sentir esse amor maternal e era importante a aprovação de Gabrielle, ele queria muito mesmo que ela gostasse dele.
- Você é muito fofo, não é a toa que meu filho te ama - ela disse dando tapinhas no ombro dele e Louis paralisou no lugar - Então, mon amour, eu entendo o que você está falando, é normal nesses casos, sabe, nós lúpus somos muito intensos em tudo, inclusive em sentimentos, como você está com ele, foi afetado por isso.
- Eu me sinto muito feliz por saber que tudo isso é normal - Louis riu aliviado - realmente é tudo intenso, quando estamos juntos parece que eu não consigo pensar direito e se estou sem ele eu sinto muita falta, mas, ao mesmo tempo, desde que estamos juntos me sinto mais forte. Eu já estava achando que estava louco.
- Bem vindo ao mundo lúpus, ou você é louco ou não tem caráter - ela deu de ombros.
- Vocês são os únicos que conheci, então não tenho muita experiência na área, mas é divertido.
- Lestat ser associado a diversão, isso sim é surpreende - Gabrielle brincou.
- Mas ele é, mon loup é muito legal, engraçado e sempre foi muito cavalheiro comigo - Louis o defendeu.
- Que fofo, você está cego de amor - ela colocou as mãos no peito de um jeito dramático, que fez o outro ômega rir.
- Eu tinha medo que ele não se sentisse do mesmo jeito, mas desde que conversamos sobre nosso relacionamento, quando ele me avisou que estamos juntos, eu entendi que ele também gosta de mim.
- Querido, além de lúpus sempre serem sinceros e literais, meu filho é o pior deles. Ele nunca teria olhado uma segunda vez para você se não sentisse algo. Sou a pessoa que o melhor conhece no mundo e consigo ver claramente a mudança, se eu não conhecesse a história de vocês, até acreditaria que estão marcados.
- Ele me falou que um dia vai me marcar - Louis confidenciou feliz - mas eu me sinto as vezes assim, pelo menos eu acho que é essa a sensação. É como eu se sentisse como que o humor dele está, quando está por perto ou se tem algo errado. E quando eu precisei dele, assim que ele me tocou eu me senti muito protegido e mais forte, como se eu mesmo pudesse resolver tudo aquilo.
- Você se sente assim? - Gabrielle perguntou sorrindo e Louis concordou com a cabeça - Tem certeza que meu filho não te marcou mesmo? - ela brincou, procurando por uma marca de mordida no pescoço, o que o fez rir.
- Tenho, eu lembraria se eu tivesse sido marcado - ele riu.
- Tem razão, você se lembraria se você tivesse sido mordido - ela concordou pensativa, então sorriu e pegou um conjunto de blazer e calças cinza claro - Você precisa provar esse conjunto, tenho certeza que vai ficar lindo!
- Normalmente eu uso roupas mais escuras - ele respondeu incerto.
- Eu entendo, mas tente esse porque eu tenho certeza que vai ficar lindo em você - ela pediu e chamou a vendedora - por favor, acompanhe meu genro até o provador e dê todo apoio que ele precisar, eu já volto querido, vou procurar mais roupas para te deixar ainda mais lindo.
Gabrielle ficou no lugar só até Louis entrar no provador, então rumou para fora da loja, direto para a mesa onde Lestat estava. O alfa levantou os olhos da tela do seu computador a tempo de ver sua mãe.
- Já terminaram... o que foi, maman? - ele perguntou preocupado.
- Lestat Lucien de Lionscurt - ela exclamou irritada - onde está?
- Está o que? - ele perguntou confuso.
Gabrielle praticamente avançou sobre o filho e sua mãos foram em direção a gola de sua jaqueta. A primeira reação do alfa foi segurar os pulsos dela e a empurrar, mas assim que sua mão encostou na sua mãe, ele recuou, não podia fazer nada contra ela.
- Bom menino - Gabrielle zombou e procurou no outro lado do pescoço, assim que ela puxou a gola da jaqueta, viu a marca de mordida em seu pescoço - Eu não acredito!
- Maman - ele disse em tom aviso e ela se sentou na frente dele.
- Você escondeu isso de mim - ela começou a bater nele, que só pode se proteger, já que não poderia revidar - Como isso aconteceu? Quando?
- Vai querer saber detalhes da minha vida sexual mesmo?
- Não me provoque! Louis não sabe, não é? Por que você não disse a ele?
- Eu irei fazer isso, não precisa se preocupar. Louis é meu ômega, você sabe que eu faria qualquer coisa para protege-lo
- Blablabla - ela zombou - eu quero saber porque ele não tem ideia que te marcou.
- Louis não tem ideia de como funciona os lúpus, ele não sabe que só soulmates podem se marcar.
- Espera, ele é um de nó ou isso é porque ele é o seu soulmate?
- Eu acho que ele é um de nós - Lestat respondeu tomando um gole do seu café.
- Me diz que você não fez a árvore genealógica dele - Gabrielle passou a mão pelo rosto.
- Como se você nunca tivesse feito algo parecido - ele zombou e ela teve que concordar - e não precisei ir longe, os avó paternos eram betas, mas a mãe era ômega e o tio dela é um ômega lúpus, não foi difícil descobrir.
- Se a descendência é tão direta, a mãe dele era uma lúpus também?
- Se era, não tem como sabe agora. E o pai dele é um alfa comum, então ela nunca esteve com um lúpus, o que nunca a deixou se conectar com seu lobo.
- A única coisa que me conforta em ser uma ômega é o meu lobo, não consigo nem imaginar o que é viver sem ele - Gabrielle comentou - então Louis tem um lobo e nunca soube? Nunca teve contato com esse tio avô?
- Não, a família é afastada - Lestat respondeu - estamos indo visitar a tia avó de Louis, que o ajudou, ela também é beta, mas pode saber alguma coisa sobre isso.
- Certo, eu entendi essa parte, mas eu quero que você conte a verdade para ele ou eu conto - a ômega avisou - isso não está em discussão!
- Maman, eu já disse que vou resolver isso - ele retrucou - não precisa se intrometer.
- Mon amour, você precisa entender que eu sempre estarei do lado dele, Louis merece a verdade e você vai dar a ele. Ele tem medo que o relacionamento de vocês possa acabar a qualquer momento, diga a ele que são soulmates, que ele te marcou e que não há volta. Ele tem todas as sensações de alguém marcado, mas não faz ideia do que está acontecendo. Além de que seguir o código ou não é uma escolha e você não pode tirar isso dele.
- Mas eu não tirei escolha nenhuma dele - Gabrielle levantou a sobrancelha e Lestat revirou os olhos - ok, mas nenhuma que era importante.
- Se ele é lúpus, a partir de quando passar o heat ou rut com você não tem mais com voltar atrás, explique tudo para ele e deixe que ele decida, mesmo sabendo que ele decidirá por ficar com você, é o direito dele.
- Ele já me marcou - Lestat a lembrou.
- Eu sei, explique isso a ele e todo o resto - Gabrielle ordenou.
- E se... - o alfa disse hesitante.
- Não! - a ômega o cortou - Nem pense nisso, apenas conte a verdade.
- Ma lune, você está pronto? - Lestat o chamou entrando no quarto.
- Oui, o que acha? - Louis perguntou para o alfa que estava encostado no batente da porta o admirando.
- Perfeito - Lestat se aproximou e o beijou - você está muito lindo, talvez eu tenha problemas essa noite, terão muitas pessoas lá.
- Não seja bobo - Louis riu - sua mãe fez questão de comprar esse terno, eu nem quero pensar no preço disso. Ela usou o cartão que você me deu, ela disse que era o mínimo que você deveria fazer por mim, eu não pude impedi-la, pardon.
- Isso é a cara da minha mãe e não se preocupe, o cartão é para ser usado com mais coisas do que apenas sorvetes - ele beijou a testa do seu ômega - vamos, quanto mais cedo formos para essa festa, mais cedo poderemos voltar.
- Achei que você tivesse gostado da minha roupa - Louis brincou.
- Ma lune, eu gostei tanto, que agora só consigo pensar em tira-la.
Lestat levou seu ômega pela mão até a sala da casa, onde Gabrielle estava. Ela usava um conjunto de terno azul escuro com detalhes em preto, seu cabelo estava jogado para trás e maquiagem era clara, como se, praticamente, não usasse nada. Lestat usava um conjunto todo escuro, calça, camisa e terno preto, isso destacava seus cabelos claros e seus olhos cor de gelo.
- Veja se não somos o trio mais bem vestido e elegante dessa cidade - Gabrielle sorriu.
Louis usava um terno mais tradicional, preto e com a camisa branca, o detalhe era que Gabrielle fez questão que fosse justo ao seu corpo, marcando sua cintura e dando um ar um pouco mais feminino ao traje, o completo oposto do que ela tinha feito com suas próprias roupas, que tinha um leve tom masculino, deixando os dois com aparência andrógina. Louis adorou que alguém lhe entendeu e ele realmente gostou da roupa.
A festa foi em um elegante salão de bailes, o lugar tinha a arquitetura francesa antiga, com belos vitrais e lustres de cristais. O salão estava lotado com o que deveria ser a alta sociedade da cidade e arredores, centenas de pessoas bem vestidas em trajes muitos caros.
- Madame Lionscurt - um homem se adiantou em cumprimenta-los e beijou a mão da ômega.
- Monsieur Garrel - ela sorriu para ele - Não sei conhece, mas esse é meu filho, Lestat, e meu genro Louis.
- Oui, eu não conhecia pessoalmente, mas já tinha ouvido falar de você - o alfa falou apertando a mão de Lestat.
- Que bom, isso me poupa alguns avisos - Lestat respondeu quando o alfa apertou a mão de Louis.
- Garrel preside uma empresa de investimentos, ele também está começando na politica e acredito que um dia chegue a ser governador - Gabrielle falava sorrindo, mas era o sorriso que ela usava quando ia aprontar, o outro alfa sorria honrado pelo elogio, sem saber que poderia estar entrando nas armações da ômega.
- Muito obrigada, eu vou receber os outros convidados, conversamos depois? - ele perguntou para a ômega que concordou.
- "Um dia chegue a ser governador"? - Lestat perguntou para a mãe.
- Ele será, porque eu quero que ele seja - ela respondeu aceitando uma taça de champanhe do garçom e pegando outra para Louis - prove Louis, esse é o champanhe original.
- Maman - Lestat pegou a taça que ele ofereceu para o ômega - Louis não gosta de vinho, de qualquer tipo.
- Sim - o ômega disse sem graça - champanhe é um vinho branco espumante e, bem, eu não gosto muito de vinho.
- Aqui - Lestat trocou a taça por um copo de outra bebida da bandeja e entregou ao seu ômega - é um Red Sunset, pode beber.
- É doce - o ômega sorriu depois de provar - merci.
- Sabia que você ia gostar - ele beijou o rosto do ômega.
- Por Zeus, não me façam ter uma crise de carência aqui mesmo - Gabrielle zombou - vamos andar por aí.
Gabrielle os fez andar pelo salão e os apresentou para algumas pessoas, sempre apresentando o filho e genro. Foi um pouco desconfortável para Louis quando elogiavam demais a aparência de Lestat, mas ele mordeu os lábios ou tomou mais um gole da sua bebida e não falou nada. Já quando elogiavam Louis, Lestat concordava, mas não permitia que ninguém chegasse muito perto dele. O único que teve coragem de tocar em seus ombros, teve sua mão empurrada rapidamente e um lembrete que não é educado encostar em pessoas sem a permissão delas.
- Eu gosto dessa música - Louis comentou tempos depois.
- Quer dançar? - Lestat perguntou, ele queria ter um momento com seu ômega e também queria fugir daquela conversa irritante, porque sua mãe o estava punindo daquele jeito? O fazendo perder tempo com pessoas que ele nem queria conhecer.
- Não vai te atrapalhar? - o ômega perguntou.
- Vai me ajudar, preciso de uma desculpa para me afastar dessas pessoas, se não posso acabar agredindo alguém - Lestat sussurrou e o ômega riu.
Como no dia em que se conheceram, Lestat segurou a mão do ômega quando iam para a pista de dança, onde vários outros casais já estavam, mas dessa vez o toque era mais firme, como se estivesse mostrando a Louis o lugar a que ele pertencia. Ele envolveu sua cintura e o puxou para perto, os dois com os corpos colados, um sentindo o calor do outro.
Dessa vez Louis não hesitou em envolver o pescoço do seu alfa com seus braços e Lestat aproveitou o momento para beija-lo. O alfa os conduzia em movimentos, girando delicadamente, mas sem soltar. Ele via o sorriso do ômega e seus olhos brilhando e o ômega amava como se sentia protegido. Ele encostou sua cabeça no ombro do alfa e seu nariz passou pelo pescoço dele, inalando aquele perfume que ele tanto adorava.
- Ma lune, se fizer isso de novo, é provável que eu te arraste de volta para o nosso quarto - Lestat avisou.
- Isso foi uma ameaça ou promessa? - Louis brincou. Lestat riu perigoso e ele girou Louis, que começou a rir por ter sido pego de surpresa.
- Obrigado pelas ideias que me deu sobre o que podemos fazer mais tarde - ele sussurrou no ouvido do ômega que se arrepiou inteiro.
- Só mais cinco minutos e vamos embora - Lestat sussurrou para seu ômega que concordou animado, o que fez o alfa sorrir.
- Vou pegar mais macarons, você quer? - Louis perguntou para o alfa, eles estavam em mais uma roda de conversa com pessoas chatas. O ômega nem prestava muita atenção, a maioria queria falar de negócios e ele só realmente escutava quando seu alfa dava alguma cortada em alguém. Como no caso quando falaram que ele não deveria ter investido em um certo lugar porque era arriscado e Lestat respondeu:
- O dia que eu quiser um conselho de um covarde eu lhe peço, até lá não me encha o saco, porque isso, sim, é arriscado.
O ômega se afastou só um pouco, a mesa de doces não era muito longe, ficava perto de um dos corredores que dava para a área externa. Ele deu uma olhada ali e, mesmo sendo noite, a paisagem era muito bonita, mas ele não se aproximou, não queria deixar seu alfa esperando. Na verdade ele queria ir embora logo.
A festa até que estava legal e tal, não era o tipo de lugar que ele estava acostumado a frequentar e não seria o tipo de festa que ele daria, mas não era ruim. Por mais que não quisesse admitir, ele estava animado para irem para o quarto. O que ele não queria pensar de jeito nenhum, era que estavam na casa da mãe do seu alfa, será que era errado pensar em transar na casa dela?
Alguém esbarrou em Louis e quase derrubou o pequeno prato em sua mão, ele tinha colocado apenas três doces, por isso conseguiu segura-los.
- Perdão - disse uma alfa que ele ainda não tinha conhecido.
- Tudo bem - ele respondeu e tentou de afastar.
- Espera - o alfa entrou na sua frente - eu ainda não tive o prazer de te conhecer, fiquei te vendo de longe a noite inteira, mas não tive coragem de aproximar até agora.
- Por favor, eu não quero ser grosso, eu só quero ir embora - Louis o cortou tentando passar, mas o alfa parou no seu caminho, o que o fez recuar.
- Calma, eu só quero conversar - ele insistiu.
- Mon Zeus - Louis suspirou - se você me viu a noite inteira, o que é bem estranho, viu que estou acompanhado e meu alfa...
- Seu alfa? - ele olhou o pescoço de Louis e quando tentou toca-lo, o ômega recuou mais um pouco - Eu não estou vendo uma marca.
- Primeiro, não me toque. Segundo, não preciso de uma marca para ter um relacionamento.
- Se eu fosse seu alfa, teria te marcado na primeira noite - o alfa deu dois passos na direção de Louis que recuou três.
- Mas você nunca seria meu alfa - o ômega respondeu. Louis quase caiu quando bateu em uma mesa, ele estava no corredor que dava para a parte de fora do salão, não conseguia ver seu alfa e ficou preocupado, precisava sair dali - me deixe passar.
- Eu já disse, eu só quero conversar - o alfa sorriu malicioso - eu te vi com o Lionscurt, ele é um lúpus, não é?
- Se você quer saber dele, deveria conversar com ele e não comigo - Louis estava começando a ficar com medo, ninguém estava por perto e estar em um corredor semiescuro com um alfa que ele não conhecia não era bom, se ele gritasse será que alguém ia escutar?
- Já que você que não quer conversar - ele sorriu malicioso e segurou o rosto de Louis com uma das mãos, seus dedos no seu cabelo e ele entrou em pânico, parecia um deja vu do que tinha acontecido com ele semanas atrás.
Alguém surgiu por trás do alfa, mas tudo que Louis viu foi uma mão agarrando a cabeça daquele, dedos pressionando seu rosto a ponto das unhas entrarem na pele do alfa e o batendo contra a parede. O impacto foi forte, tanto que o próprio Louis quase desequilibrou, mas o alfa não conseguiu se soltar a tempo e sua cabeça foi batida, com força, de novo.
Mas não era Lestat, era Gabrielle.
- Sabia que tudo depois do "não", é assédio? - ela perguntou para o alfa com seu sorriso maldoso - Os lúpus não lidam muito bem quando um dos nosso é assediado.
- Eu...
- Calado - Gabrielle colocou dois dedos tampando a boca dele - poupe o folego com explicações, você vai precisar dele - então ela desferiu o mais forte tapa que Louis já tinha visto algum ômega dar em alguém, bem no rosto daquele alfa. Ela segurou o queixo dele com força, o fazendo a encarar - eu poderia dizer que será uma pena você ter esse lindo rosto desfigurado, mas não é.
Ela o socou com a outra mão, o anel em formato de lobo que ela tinha em um dos dedos fez um rasgo na bochecha dele, fazendo sangue no chão. Mas ela não deu tempo que ele reagisse e chutou sua perna, o fazendo cair no chão.
- Ah, não, pingou sangue no seu blazer - ela falou para Louis, o ômega ainda estava no mesmo lugar, só assistindo a cena - vou mandar lavar a seco, espero que saia.
- Ma lune? Eu estava preocupado com você - Lestat disse, mas quando o alfa chegou perto e viu gotas de sangue no blazer de Louis, ele olhou para os dois ômegas , Gabrielle apontou para o alfa caído no chão - ma lune, feche os olhos por favor.
Louis nem sabia explicar o motivo, mas fechou os olhos imediatamente. Ele ouviu sons altos de coisas quebrando, o alfa gritou, mais pessoas chegaram perto, elas falavam coisas como "o que está acontecendo?" ou "parem", mas Lestat não parou.
- Posso pegar um? - Louis acabou abrindo os olhos e viu Gabrielle apontando para o prato nas mãos do ômega, que ele ainda segurava fortemente.
- Sim... claro...
- Está delicioso, eu amo macaron de morango - a ômega sorriu para ele depois de provar.
Mas então Louis olhou para seu alfa e a imagem ficou registrada em seu cérebro, só que ele quase não conseguia acreditar, Lestat socava o rosto daquele alfa sem parar. Seus olhos eram frios, seu maxilar estava levemente trincado, seu punho fechado acertava o corpo do outro vez atrás de vez. Mas, apesar de tudo isso, ele não demonstrava emoção nenhuma. O lúpus não estava descontrolado, cada golpe que ele dava era consciente, ele queria ferir.
Algo dentro do ômega se agitou, sempre falaram que lúpus são instáveis, imprevisíveis e perigosos. Havia os que os admiravam, como sua amiga Donnatella, mas a grande maioria os temia. Só que Louis conhecia Lestat, era o seu alfa, que sempre foi carinhoso, gentil e engraçado com ele. Por mais que a cena devesse ser assustadora e, a julgar pela quantidade de pessoas a volta gritando e pedindo que alguém interferisse, o ômega não conseguia ter medo. Ele sabia que deveria, mas não tinha.
Quando Lestat soltou o alfa totalmente desmaiado no chão, ele levou seu olhar ao seu ômega, que o encarava, sem dizer nada. Pela primeira vez em sua vida, o lúpus ficou inseguro com alguma coisa. Ele ficou com medo que Louis estivesse chocado ou até com medo dele, por mais que ele sempre tivesse avisado do que fosse capaz, o ômega não pareceu levar a sério.
Ele andou até seu soulmate preparado para o que viesse, ele explicaria tudo e daria um jeito de convencer o ômega a ficar com ele.
- Você está bem? - ele perguntou para Louis.
- Sua mão está cheia de sangue - o ômega sussurrou e o coração de Lestat gelou - você se machucou?
- O que?
- Você se machucou? - ele apontou para a mão do alfa, que negou confuso e o ômega suspirou aliviado - eu fiquei com medo que você tivesse se machucado por minha causa.
- Esse é o seu único medo? - Lestat perguntou preocupado, o ômega estava bem?
- Era para ter outro? - Louis perguntou confuso e o lúpus sorriu.
- Não - ele ia o abraçar, mas se lembrou das mãos cheias de sangue e beijou a testa do seu ômega - eu vou limpar minhas mãos e vamos para casa, tudo bem? - Louis confirmou com a cabeça, mas assim que Lestat deu alguns passos em direção ao banheiro, ignorando completamente todas as outras pessoas, Louis o chamou.
- Mon loup - ele correu até Lestat, o abraçou forte e sussurrou - eu não me importo com o sangue, eu só preciso de você.
- Tudo bem - Lestat envolveu seu ômegas em seus braços - eu estou aqui.
Eu disse que era um capítulo leve, o meu leve, mas é leve :)
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