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— Está bem mesmo? — Lestat perguntou rindo quando seu ômega se jogou na cama.

— Oui — Louis riu.

O casamento tinha sido ao anoitecer, quando eles tinham ido embora já tinha amanhecido e a família Ferro não dava sinais que pararia de comemorar. Mais tarde eles teriam que voltar para a casa de Sergio e Juliana para se despedirem dos outros e seguiriam para o aeroporto, já que precisavam voltar para os Estados Unidos.

Louis tinha bebido um pouco e estava bem alegre, rindo de tudo, o que estragou os planos do alfa de aproveitar aqueles momentos a sós com seu ômega. Lestat nunca faria nada com seu soulmate daquele jeito, mesmo que a quantidade de álcool fosse pouca, não desrespeitaria seu ômega assim.

Tomaram banho juntos, Louis abraçava e beijava Lestat, querendo ficar o mais próximo possível do seu alfa, mas nada passou disso. Seu ômega dormiu enquanto fazia carinho nos seus cabelos. Lestat também estava quase dormindo quando recebeu uma mensagem no celular.

Oscar "bastardo" Lionscurts — Nunca atender

Irmão, estou indo para Nova York e preciso falar com você

Lestat revirou os olhos, por que Oscar achava que tinha direito de encher seu saco? Estava tendo um ótimo momento com sua família, agora todos aqueles com quem realmente se importava conheciam Louis e gostavam dele. Não havia motivo para perder tempo com alguém que, por infelicidade, dividia parte de seu código genético.

Oscar "bastardo" Lionscurts — Nunca atender

Lestat, sei que está passando um tempo com a família Ferro, mas gostaria de conversar com você

O lúpus suspirou e resolveu responder.

Lestat:

Não me importo com o que você "gostaria" ou não. Não quero te ver ou conversar com você. Se for um assunto sobre negócios, segunda—feira entre em contato com minha assistente. Se algo grave tiver acontecido, ligue para o secretário de Heidi e tente marcar uma reunião

Se for sobre qualquer coisa que não envolva negócios, enfie esse assunto no seu rabo e não me incomode

Oscar "bastardo" Lionscurts — Nunca atender

Você ainda é meu irmão mais velho

Lestat

Deveria ter lembrado disso antes de tentar me trair

O loiro bloqueou o celular, não respondendo mais nada. Deixou o aparelho na mesa de cabeceira e se aconchegou ao seu ômega. Louis ressonava baixinho, sua respiração ritmada acalmou o alfa que, sentindo o cheiro do seu soulmate, também adormeceu.

— Venham assim que puderem — Juliana pediu, abraçando quando eles se despediam.

Ao chegarem na casa dos Ferro, Louis ficou surpreso ao ver que a maioria da família ainda estava lá, comemorando. Muitos nem pareciam ter ido embora. Victor tinha trocado de roupa e estava com cabelo úmido, já Tiziano estava com a calça e sapatos da noite anterior, mas com uma camiseta que dizia "lupo ubriaco".

— Cane pazzo! — ele gritou quando viu o amigo, tem uma camiseta para você também. Danila usava uma escrito "lupo cativo".

— Não mesmo — Lestat respondeu.

— Olha — Tiziano mostrou a camiseta orgulhoso, tinha os dizeres "lupo pazzo". — Vai usar sim!

— Rasgo a camiseta e sua carne se tentar colocar isso em mim — o loiro avisou.

— Considere um presente de casamento — Tiziano sorriu.

— Eu estar aqui já é suficiente, fique longe de mim. Não se atreva — avisou a Danila, que estava se aproximando de Lestat.

— Podem me ajudar? — Tiziano pediu para Harry, que negou rindo.

— Gosto muito de vocês, mas gosto mais de que minha alma ainda habite meu corpo — o cacheado riu.

Liam, Zayn e Harry estavam com os Ferro, almoçando. Juliana insistia que Zayn estava muito magro e estava enchendo-o de comida, o alfa não estava recusando. Também deu uma bronca em Liam por ter deixado seu soulmate ficar assim, ainda disse que Zayn deveria passar uma temporada com os Ferro para se "recuperar", coisa que o alfa quase aceitou, tendo que ser impedido por Liam e Harry.

— Você é o futuro líder e um puro! — o italiano exclamou.

— Sou, mas meu padrinho é um louco homicida, então estou de boa — Harry sorriu.

— Vem, eles vão ficar nessa por horas — Victor chamou Louis.

O ômega se sentou com eles, ignorando os barulhos de briga que vinham do Trio do Caos, que estavam prestes a rolar pelo chão. Matteo e Gigio pareciam nem ter dormido, mas contavam sobre a festa. Gigio estava com seu filhotinho no colo, Giovanne tinha um pouco mais de um ano e era o queridinho de Juliana e Sergio Ferro.

— Você está bem? — Louis perguntou para Donna, ele mal tinha visto a amiga naqueles dias.

— Se eu disser que não quero voltar para Nova York, vai parecer loucura?

— Não, nem eu quero voltar. Esse lugar é maravilhoso — Matteo riu, comendo seu cornetto al cioccolato.

— A diferença é que quando formos embora, seu namorado vai junto. Mas o de Donna não — Jake falou, bebendo seu café.

— Namorado? — Louis perguntou surpreso. — Você e Angelo já estão...

— Não — a alfa se apressou em explicar. — Acho que não, pelo menos. Eles são meio doidos.

— Meio? — Jordan, que estava do lado de Matteo riu. — Ontem Tiziano me ofereceu 100 mil dólares para jogar tinta de lula no cabelo de Lestat.

— Foi para isso que ele comprou essa tinta? — Victor disse revoltado.

— E você aceitou? — Matteo perguntou.

— Amor, eu ainda estou vivo, então é claro que não — o alfa respondeu.

— Angelo disse que quando eu quisesse, poderia trabalhar em um restaurante dos Ferro ou poderíamos abrir um — Donna sussurrou para Louis, que sorriu para ela.

— Por isso não quer voltar?

— Também. Não quero perder essa oportunidade, mas também sinto falta da minha família. Não sabia como estava com saudade de casa, até estar aqui.

Louis apenas concordou, mas ele não conhecia esse sentimento. Apesar de amar a casa de Tante Marjorie, não sentia mais como seu lar. E quando voltou para a casa que crescera, a única coisa que sentiu foi saudades de sua mãe, porque aquele lugar não significava mais nada.

O ômega suspirou, enquanto seus amigos conversavam. Agora que sabia que era um lúpus e entendia melhor seus sentimentos, não assustava mais. Mas o fato era que, o único lugar que o fazia se sentir em casa, era o abraço de Lestat.

— Vou dar minha opinião sincera — Gigio falou — volte para Nova York e termine sua pós. Sei que será difícil, você sentirá muita falta daqui e, por mais que não tenha admitido verbalmente, todo mundo nessa mesa já notou que você procura Angelo com o olhar a cada trinta segundos, mesmo que ele não tenha saído do mesmo lugar há mais de meia hora — o italiano apontou para Angelo, que conversava com Kira perto da porta. Donna ficou corada. — Não, tudo bem, te entendemos. Se eu der um passo para fora desse terreno, minha alfa surge do nada, pronta para entrar em ação como se eu estivesse prestes a ser sequestrado.

— Como se não fossem eles que sequestram a gente — Victor comentou.

— Volte para a "Grande Maçã", termine sua pós, viva a decadente experiência universitária, depois volte para Roma. — Gigio continuou. — Não desista de uma coisa que, claramente, quis por muito tempo. Angelo é seu soulmate, ele te apoiará em tudo e arrumará milhões de desculpas para te visitar. Isso se não inventar de passar um tempo em Nova York também.

— Aposto nisso, não dou seis meses para ele fazer um "estágio" com Lestat — Victor brincou.

— Seis? Como está generoso. Se aguentar três é muito — o italiano riu. — E, Donna, conversa com Louis sobre como é viver com um lúpus, porque agora você tem um na sua vida e se não tem um grande apartamento te esperando em Nova York, pronto para você se mudar. Terá um em breve.

— O que? — Donna arregalou os olhos.

— Angelo estava perguntando para Heidi e eu se não tinham apartamentos disponíveis em nossos prédios — Jordan comentou.

— Mas por quê? — a alfa estava espantada.

— Mon Loup não gostou muito quando viu que compartilhamos os banheiros nos dormitórios. Angelo é ômega, mas um lúpus, não deve ter gostado também.

— Cane pazzo viu esses chuveiros compartilhados? — Gigio perguntou e Louis confirmou com a cabeça. — Caspita, daria tudo para ver a cara dele!

— Falando nele, cadê esses três? — Victor olhou em volta, não os achando. — Zeus, não posso tirar os olhos por um minuto, que já somem. Certeza que estão aprontando.

— Harry, Zayn — Gigio gritou — cadê o padrinho homicida de vocês?

— Tentando matar Danila afogado — Zayn apontou para a praia.

— Podem ir buscá-los, por favor? Se demorarem vamos nos atrasar para pegar o avião — Victor pediu suspirando, Harry e Zayn concordaram rindo, indo para a praia. — Liam, vá atrás deles, por favor. Harry e Zayn são como Lestat e Tiziano, é capaz de os ajudarem.

— Tudo bem, só não garanto que será rápido, sabe como ele são — Liam respondeu.

— Avise Tiziano e Lestat que se eles não estiverem aqui em dez minutos, levo Louis para o Caribe comigo na minha lua de mel — Victor ameaçou.

— Em vez de mandar o Trio do Caos 2.0 atrás da formação original, só precisava fingir estar fugindo com Louis. Cane pazzo surgiria como o touro raivoso — Gigio deu de ombros.

— Exagerado — Louis riu.

— Por experiência, não é exagero — Jordan comentou. — Lestat pode estar na reunião mais importante da empresa. Se Louis mandar uma mensagem, ele para tudo para conversarem. Semana passada mandou um acionista calar a boca, porque estava o atrapalhando em conversar com "Ma lune".

— Uma vez Gigio inventou para Tiziano que eu estava chateado com ele, porque meu marido precisou cancelar nosso almoço por causa de uma reunião. Trabalhamos no mesmo prédio, em andares diferentes, por isso almoçamos todo dia juntos, mas não me importei. Entendo que ele é o presidente do Grupo Ferro — Victor contava. — Estava trabalhando tranquilamente, quando Tiziano, que deveria estar em uma reunião muito importante, invade meu escritório, me pega no colo, me leva para o carro e dirige até Nápoles. Eu não tinha entendido nada, ficava perguntando o que tinha acontecido e ele só me pedia perdão, estava muito chateado por acreditar que tinha me magoado. Chegando em Nápoles pegamos um helicóptero e fomos para Capri, que é uma ilha, porque ele queria me recompensar. Aí que descobri que Gigio o torturou por horas comentando como eu tinha ficado triste.

— Bons tempos, preciso fazer de novo — o beta sorriu.

— Enfim, nunca desconfie do potencial dramático e exagerado deles — Victor falou.

— Louis — Gabrielle disse chegando até eles. Com ela estavam Heidi, Juliana e Angelo, o ômega imediatamente se sentou ao lado de Donna, colocando sua cabeça em seu ombro. A alfa corou. — Já mandei levarem nossas malas para o carro. Assim que Lestat e os outros voltarem, nos despedimos.

— Queria que pudessem ficar mais — Juliana comentou um pouco triste.

— Assim que os meninos — Gabrielle indicou Louis, Matteo, Jake e Donna — entrarem de férias, podemos vir com mais tempo.

— Tutto bene — a italiana concordou — é importante eles terminarem os estudos. Vou combinar com Sergio e podemos passar algum tempo em Levanzo. A paisagem de lá é stupenda.

— Com certeza — Gabrielle sorriu.

— Elas lembram que mesmo que fiquemos de férias da universidade, ainda teremos estágio? — Matteo sussurrou.

— Desconfio que elas sabem, mas não se importam — Jake deu de ombros.

— Não provoquem, é capaz de se irritarem e comprarem o restaurante que vocês estagiam só para poderem deixar vocês de folga quando elas quiserem — Angelo brincou. — Se bem que não é má ideia.

— Gigio! — Danila gritou, chegou por trás e abraçando o italiano.

— Não, que merda. Solta! Vou ficar cheirando cachorro molhado!

— Danila! Solte meu marido! — Martina disse séria, mas não parecia brava. O que foi uma reação totalmente diferente que Lestat teria se o russo tivesse abraçado Louis.

— Está pingando, seu cachorro vira-lata — Gigio empurrou.

— Não se atreva — Victor avisou o russo, já indo para trás de Juliana para se proteger. — Tiziano, não acredito! Não podemos deixar vocês sem supervisão por um minuto.

— Culpa do canne pazzo, mio amore, ele tentou afogar Danila — o italiano tentou se justificar. Ele, Harry, Zayn, Liam e Danila estavam completamente molhados e um pouco sujos de areia. Lestat era o que estava menos sujo e menos molhado.

— Eu tentei impedir, eu juro — Liam suspirou. — Aí eles me jogaram junto.

— Traidor — Harry disse, mas ria, como os outros.

— Chega, todo mundo para o banho — Victor apontou para a grande casa dos Ferro. — E é bom que o Trio do Caos esteja pronto em quinze minutos, ou partiremos sem vocês!

— Seu marido é um pouco bravo, não? — Lestat perguntou para Tiziano

— Sim — o italiano sorria orgulhoso.

— Quer mais um chocolate, Louis? — Danila perguntou, oferecendo a pequena barra para o ômega, que aceitou rindo.

— Sério, pare com isso — Lestat respondeu respirando fundo.

Eles estavam no jatinho voltando para Nova York, depois de uma longa despedida no aeroporto, com direito a Danila colocar suas malas junto das de Lestat e o loiro retirar de perto várias vezes, até que o Lestat desistiu. Tiziano e Victor tinham embarcado para o Caribe, para aproveitar a lua de mel, mas o italiano prometeu que iria encontrá-los nos Estados Unidos depois.

— Meninos, se comportem — Gabrielle disse calmamente, lendo sua revista.

— Isso será melhor que férias — Heidi riu.

— Amanhã podíamos ter uma tarde de compras, o que acham? — Gabrielle perguntou. — Louis, Matteo e Heidi, vamos?

— Estudantes universitários, lembra? — Matteo os indicou.

— Isso não é problema querido, tenho muito dinheiro dos Lioncourt para gastar — a ômega sorriu.

— Então, com certeza estamos dentro — o italiano exclamou.

— Vocês não têm estágio amanhã? — Donna perguntou.

— É essa sua preocupação? Antes de sairmos o alfa do Louis MATOU nosso professor dentro da nossa universidade — Matteo apontou para Lestat, que apenas deu de ombros, como se fosse algo comum.

— Tinha me esquecido disso — Jake suspirou. — A universidade deve estar uma loucura. Ninguém entrou em contato?

— Quando saímos eu avisei a reitoria, eles devem ter chamado a polícia — Jordan respondeu. — Mas não sei o que fizeram depois.

— Por isso que me deixou entrar no avião, seu cretino — Danila acusou Lestat, que sorriu de canto.

— Você é advogado, faça o que é pago para fazer, advogue — Lestat respondeu.

— Estou de férias — Danila revirou os olhos.

— Então, compras amanhã? — Gabrielle perguntou aceitando o café que a comissária de bordo ofereceu.

— Estou dentro, verão está chegando e preciso renovar meu guarda-roupas — Matteo deu de ombros, também um aceitando um café. — Não compro sem olhar o preço desde... bem, nunca fiz, mas tudo tem sua primeira vez.

— Nova York no verão é insuportável, também preciso comprar algumas coisas — Donna comentou.

— Dois pontos. Primeiro, duvide que Angelo permita que você passe o verão inteiro nos Estados Unidos. Assim que tiverem férias, uma passagem com seu nome estará te esperando para te levar de volta a Roma. Isso se ele não mandar o jatinho do Grupo Ferro te buscar — Lestat disse para a alfa. — Segundo, estou avisando que você precisa fazer compras, provavelmente o próprio aparecerá em Nova York em alguns dias.

— Por quê? — Donna perguntou espantada.

— Apenas aceite — Jake colocou a mão no ombro da amiga. — Eles são lúpus e nós as pessoas a serem mimadas, independentemente se somos alfas, betas ou ômegas. Não lute contra, é pior, acredite em mim.

— Que bom que já sabe — Heidi sorriu, beijando o namorado.

— Você está bem? — Lestat perguntou para Louis, que até então tinha ficado quieto.

— Oui, só estou assistindo, é divertido — ele sorriu alegre.

— Ah, Angelo irá nos encontrar esse fim de semana — Gabrielle exclamou alegremente, mexendo no celular. — Podemos sair todos para jantar no sábado.

— Merda — Danila exclamou entregando uma nota de cinquenta para Lestat. — Achei que ele esperaria duas semanas.

— Tiziano fez a mesma coisa em dois dias, porque achou que Angelo esperaria mais? — Lestat zombou.

— Só para lembrar vocês, semana que vem teremos aquela vista a Hudson Valley — Jake falou. — Ficaremos cinco dias lá.

— Verdade, muito obrigado Lestat, por patrocinar a nossa viagem — Matteo suspirou dramaticamente com a mão no peito.

— Não queria patrocinar nem a de ma lune, ridículo precisarem ficar cinco dias fora — o loiro resmungou. — E ainda queriam fazer sorteio para dividirem os quartos.

— Mon loup tentou fazer com que dessem um quarto só para mim, mas a pousada que vamos ficar não tinha mais quartos disponíveis — Louis explicou.

— E por isso garantiu que meu amigo tivesse a suíte presidencial e que seu companheiro de quarto fosse eu. Como eu já disse, nunca valeu tanto a pena investir em uma amizade — Matteo sorriu.

— A suíte presidencial não era para o coordenador do curso? — Donna perguntou confusa.

— E Lestat se importa com isso? — Danila devolveu a pergunta.

— Consegue andar? — Lestat perguntou para Louis, quando eles desciam do carro e iam buscar suas malas. O ômega estava muito cansado e coçava os olhos sem parar, tentando se manter acordado.

— Oui, mas quero chegar na nossa cama logo, por favor — respondeu bocejando.

Finalmente tinham chegado em casa e Louis nem queria pensar que teria que estar na universidade na manhã seguinte. Tudo que queria era chegar em sua macia e quentinha cama e poder dormir o máximo possível.

— Se quiser...

— Calado! — Lestat cortou Danila.

— Viu como ele me trata, zia? — o russo suspirou dramaticamente, mas a ômega apenas riu.

— É engraçado você a chamar de zia e não de tante — Louis comentou, mas então arregalou os olhos, com medo de ter sido inconveniente. — Engraçado de um jeito bom, parece eu trocando os idiomas.

— Tudo bem, eu entendi — Danila o acalmou. — Passei muito tempo com os Ferro, acabo usando mais expressões em italianos do que em russo.

— É verdade — o ômega disse franzindo o cenho. — Só te vi falar uma palavra em russo, as outras foram em italiano ou inglês.

— Também sei falar francês, coreano, alemão, polonês, espanhol, um pouco de mandarim e pretendo aprender português brasileiro, apesar que o português angolano também me chama muita atenção.

— Uau, é muita coisa — Louis falou admirado.

— Faço o que posso — Danila deu de ombros.

— Faço o que posso — Lestat zombou e o russo riu. — Não se esqueça que amanhã tem que ir à Lionscurt Group para resolver a morte do professor.

— O assassinato, você quer dizer? — Danila retrucou.

— Tanto faz, o resultado foi o mesmo. E ele mereceu.

— Conversas sobre matarem abusadores sempre são revigorantes, mas no momento estou cansada. Amanhã continuamos com esse assunto com detalhes — Gabrielle disse sorrindo, assim que saíram do elevador e Lestat abriu a porta de seu apartamento. — Vou para meu quarto, boa noite crianças.

A ômega beijou a testa de Danila, depois a de Lestat, deu um abraço apertado em Louis e beijou sua testa também. Então seguiu para o andar de cima, direto para seu quarto.

— Não é melhor comer algo antes de dormir? — Lestat perguntou para Louis, que bocejou de novo.

— Non, só quero tomar banho e dormir — o ômega coçava os olhinhos. O alfa suspirou resignado e beijou o topo da cabeça de seu soulmate.

— Minha deixa, até amanhã — Danila exclamou, levando sua mala para seu quarto, que ficava no corredor do térreo.

— O quarto dele não é perto do nosso? — Louis perguntou confuso.

— Por que iríamos querê-lo por mais perto? — Lestat respondeu horrorizado. — Venha ma lune, vou preparar um banho para você.

Ele os conduziu pela escada, sempre com a mão na cintura do ômega, que quase andava de olhos fechados. Lestat deixou o ômega sentado na cama e foi até o banheiro, ligando a banheira e deixando na temperatura ideal. Quando voltou para o quarto, riu de Louis.

O ômega tinha desistido de tirar a roupa na metade do processo, e tinha se jogado na cama, apenas com as pernas para fora. Ele estava apenas com a calça aberta, mostrando a barra da cueca, e o braço em frente aos olhos. Sua respiração estava calma, ele estava quase adormecido.

— Ma lune — Lestat o chamou carinhosamente. O ômega resmungou, mas se sentou, ainda com os olhos fechados. — Vamos, eu te ajudo. Você queria tomar banho.

— Non, desisti disso — Louis suspirou. Lestat o ajudou a se levantar e tirar o resto das roupas. O ômega colocou os braços em volta do pescoço do alfa, que riu. Ele claramente queria ser carregado.

— Gatinho manhoso — o alfa sussurrou, beijando o rosto do seu ômega e o levando até a banheira.

Lestat ajudou Louis a entrar e se encostar, amarrou os cabelos do ômega em coque para que não molhassem. Depois tirou a própria roupa e entrou na banheira também, imediatamente Louis se aninhou a ele, deitando sua cabeça no peito do alfa.

— Tudo bem ma lune?

— Oui — o ômega suspirou feliz. — Apenas me sinto em paz.