Capítulo 16
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— Calma — Lestat riu da impaciência do seu ômega.
— Já é o terceiro dia, quase quarto — Louis bufou — daqui a pouco meu heat acaba e eu ainda não conheci meu lobo.
— Ma lune, eu te disse que poderia demorar — o lúpus colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha do soulmate, que estava tão bravo, que nem tinha percebido que estava falando em francês.
— Oui, mas não achei que ia demorar tanto — ele bufou cruzando os braços e Lestat.
— Já conversamos como será um pouco doloroso, use o tempo que está consciente para descansar — Lestat disse abraçando seu ômega, que suspirou.
— Non — ele retrucou emburrado.
Eles estavam deitados na cama, Louis deitado com a cabeça no peito do alfa e de braços cruzados, irritado por não ter se transformado em lobo ainda. Lestat estava encostado nos travesseiros, fazendo carinho nos cabelos do seu ômega e achando divertido as reações do seu soulmate.
— Já que não quer descansar, podíamos passar esse tempo pensando na sua apresentação — o alfa sugeriu, mas era porque assim que falou, o ômega arregalou os olhos e descruzou os braços.
— Non — ele negou com a cabeça.
— Sabe que temos que fazer isso em breve — Lestat tentava segurar o sorriso, quando o ômega se virou na cama, escondendo o rosto no travesseiro.
— Non, vamos terminar nosso relacionamento, porque eu não vou lá.
— Você prefere terminar comigo do que ir para Holmes conhecer o conselho? — o alfa perguntou rindo.
— Oui — ele respondeu com a voz abafada pelo travesseiro.
— Ma lune — o alfa o chamou, mas ele negou com a cabeça. Lestat passou seu braço embaixo do soulmate e o virou, o puxando para cima de cima — eu avisei, não tem mais volta.
— Alguma vez teve? — ele perguntou pensativo — Na noite que me falou sobre seu lobo, me falou que se eu quisesse ir embora, você me deixaria. Era sério?
— Por que isso agora?
— Eu não sei, o que eu sinto desde que você me mordeu é muito forte — ele disse com a mão por cima da marca no próprio pescoço — eu não imagino como seria se sentir assim e não poder estar com você.
— Talvez eu tenha exagerado quando disse que sairia da sua vida — o alfa fez carinho no rosto do ômega, que sorriu — eu te daria o espaço, mas invariavelmente estaria presente, do jeito que eu pudesse.
— Matteo brincou que você faria qualquer coisa que eu quisesse.
— Matteo está completamente certo — o alfa suspirou dramaticamente e o Louis riu — Então tome cuidado, eu posso acabar comprando uma loja inteira, só porque você gostou de algo. Ou matar alguém, só porque você não gosta dela
— Todos os lúpus são assim tão... tão...
— Loucos? Psicopatas? Homicidas?
— Non! — Louis negou com a cabeça, se sentando no colo do seu alfa — Non! Nada disso! Isso é ofensivo!
— Sabe que eu já ouvi coisa muito pior, não é? — Lestat disse colocando uma mecha do cabelo do ômega atrás da orelha dele.
— Mas nunca vai ouvir de mim! — ele foi taxativo, com o cenho franzido — E você não é Psicopata.
— Como pode ter certeza? — o alfa só estava o provocando, porque o ômega realmente ficou ofendido que o alfa pensasse aquilo de si mesmo.
— Eu assisti muita as vezes Criminal Minds, você não é — o ômega disse confiante — psicopatas não amam nada além deles mesmos e você me ama.
— Ma lune — Lestat acariciou o rosto do ômega.
— Você só é meio frio com os outros, é só o seu jeito — Louis deu de ombros e o alfa riu, Heidi tinha razão, Louis encontraria uma explicação para qualquer coisa que ele fizesse — comigo você é carinhoso.
— Provavelmente esse meu jeito é o reflexo da minha criação. Meu pai sempre cobrou muito de mim, sendo cruel as vezes, mas eu tinha minha mãe para me confortar. Então aprendi a ser indiferente ao resto do mundo e demonstrar carinho apenas a aqueles que eu amo. O contrário de Tiziano, que sempre teve uma família acolhedora e que não se importa em demonstrar afeto. Ele é um idiota alegre, me lembra um golden retrivier.
— E Danila? — Louis perguntou rindo.
— Danila não teve a mesma sorte que eu, já que sua mãe alfa é a única da sua família próxima que está viva. Eu não tenho muitas lembranças de Irina, mas lembro dela sorrir, o que não a vejo fazer desde que o marido morreu. Porém ele sempre teve os Ferro, que praticamente o criaram, então ele ficou bem. E se você acha que eu sou grudento, o dia que Danila encontrar seu soulmate verá o que realmente é alguém que não desgruda do soulmate.
— Eu nem o conheço, mas quero abraça-lo — o ômega suspirou, colocando seu queixo sobre o peito do alfa.
— Não precisamos exagerar, ele está bem, ok?
— Ciumento — Louis riu.
— Eu diria protetor — Lestat disse puxando seu ômega para beija-lo.
Louis estava por cima, ele se inclinou para beijar seu alfa, mas antes mesmo que os lábios se encostassem, ele sentiu o calor voltando. O beijo era afoito e o ômega não conseguia controlar o quadril, rebolando no colo do namorado e se esfregando nele.
O alfa rosnou, os virando na cama e ficando por cima. Eles se beijavam vorazmente, o ômega envolveu a cintura do alfa com suas pernas, praticamente implorando para ser penetrado. Lestat sentia seu lobo rosnando furioso, querendo tomar Louis para si. Em ocasiões normais ele faria com calma no inicio, provocaria seu ômega até o limite e só então o tomaria. Mas não era uma situação normal.
— Mon Loup — Louis gemeu sentindo o pau do alfa entrar dentro de si.
— Ma Lune — Lestat meio que gemeu, meio que rosnou, procurando o pescoço do soulmate e deixando leves mordidas.
— É o quinto dia! — Louis disse emburrado.
Eles estavam na cozinha, era madrugada e Louis continuava chateado que ainda não tinha se tornado um lobo. Ele realmente estava gostando de ter passado aqueles momentos com seu alfa, foi o primeiro heat que ele pode aproveitar de verdade.
Mesmo que já tivesse passado heats com outros alfas e dois tinham sido namorados que ele teve, era diferente. Lestat o fazia se sentir diferente, cuidado e protegido. Ainda que estivessem no heat do ômega, totalmente controlados pelos instintos, seu alfa não o machucava o respeitava a cada segundo.
— Ma lune, no momento certo seu lobo virá — Lestat beijou a testa do seu ômega — vou preparar um banho para nós, tudo bem?
— Oui — o ômega respondeu fazendo um biquinho, que o alfa achou fofo.
Louis terminou de beber a água e colocou o copo sobre a mesa, seu coração disparou e ele sentiu um incomodo no peito. Não era como o calor do heat ou nada do que se lembrava. As pontadas ficaram mais fortes, tanto que seu corpo teve um solavanco. O ômega se apoiou no balcão da pia, tentando respirar fundo.
Não eram cólicas, era uma pressão de dentro para fora, comprimindo seu coração e pulmões. Apertando tanto seus pulmões, que parecia que eles iam explodir. Ele caiu no chão e quis gritar, mas não parecia ter voz suficiente.
— Ma lune — Lestat o abraçou desesperado — respire com calma, eu juro que vai passar.
— Ça fait mal — o ômega respondeu ofegante, com lágrimas nos olhos
— Eu sei ma lune, mas prometo que vai passar, apenas deixe seu lobo vir — ele pediu, fazendo carinho no seu ômega. Doía nele ver seu soulmate daquele jeito, mas ele não poderia fazer nada.
— Mon Loup — Louis engasgou nas lágrimas e gemidos de dor, ele se sentia sendo rasgado de dentro para fora.
— Você está sentindo meu batimento cardíaco? Meu coração bate por você — ele disse docemente para o namorado — Nós somos um só, por isso nós respiraremos bem fundo juntos, vamos deixar nossos corações baterem juntos, você pode fazer isso por mim?
— Oui — o ômega respondeu fraco, sentindo a dor o consumindo.
— Então vamos — o alfa inspirou fundo, incentivando Louis a fazer o mesmo, repetindo o processo por três vezes — Seu lobo também ansioso para vir, feche os olhos e o liberte.
Louis respirou fundo mais uma vez, então fechou seus olhos e deixando sua mente livre, abrindo espaço para o lobo. Lestat estava abraçado no seu soulmate, o segurando em seus braços, então pode ver muito bem a mudança acontecendo. Era bem rápida e mesmo que Lestat tivesse visto a sua própria várias vezes, aquela foi a transformação mais magica.
Os pelos brancos foram cobrindo o corpo do seu ômega, seu corpo se modificou e, em segundo, havia um lobo branco no seus braços. Aquilo fez Lestat sorrir, ele quase uma cópia sua. Alguns pontos eram mais escuros, como se fossem levem pinceladas de cinza na pelagem branca, mas não tinha como negar, Louis era um lobo ártico legitimo.
Ele jogaria isso na cara dos amigos, Tiziano e Danila sempre o encheram dizendo que Lestat talvez não tivesse um soulmate, já que não deveria ter alguém tão louco quanto ele. Mas Louis não era só perfeito e uma das melhores pessoas sobre a Terra, como eles também eram tão compatíveis, que até seus lobos eram iguais.
— Ma lune — o alfa o chamou e o lobo piscou várias vezes, até que sua visão focasse nele — seu desejo foi atendido, seu pelo é branquinho.
O lobo se assustou e se levantou tentando se enxergar, mas isso o fez escorregar no piso da cozinha e cair, sendo segurando por Lestat. O lobo ainda demorou alguns segundo para se equilibrar, olhando em volta assustado.
— Tudo bem, vamos com calma, ok? — Lestat perguntou e Louis concordou com a cabeça efusivamente, fazendo o alfa sorrir — Vou te soltar, você precisa ter firmeza nas patas antes de dar os primeiros passos.
O alfa sabia que não precisava ser tão protetor, mas ele não queria que ômega se machucasse e tivesse uma péssima experiência na sua primeira transformação. Seu soulmate estava muito empolgado com isso e ele queria que fosse perfeito.
Ok, talvez ele só estivesse inventando desculpas para ser o super protetor de sempre.
— Você está bem? — ele perguntou para o seu ômega que estava brincando de bater as patas no chão, ouvindo o tilintar das unhas contra o piso.
O lobo olhou para o alfa e Lestat podia jurar que era uma expressão de felicidades, tanto que ele riu e acariciou o rosto do lobo branco. Louis fechou os olhos, aproveitando o carinho, tanto que o rabo balançava como de um cachorro filhote.
— Vamos lá fora — Lestat sugeriu se levantando e indo na direção da porta.
Louis começou a pular animado, em um momento ele escorregou de novo, mas não foi preciso que seu alfa o ajudasse, já que logo ele estava de pé e correndo para o gramado. Era primavera e o tempo estava perfeito, uma brisa fresca batia no rosto do lobo enquanto ele corria pela grama.
Lestat se sentou no chão assistindo seu soulmate se divertir. Muitas vezes ele invejava a postura de Louis e como ele encarava o mundo, mesmo que muita coisas ruins tenham acontecido a ele, o ômega mantinha uma pureza e uma forma bonita de ver tudo a sua volta. Ele acreditava no melhor das pessoas, tinha uma energia animada e, ao mesmo tempo, trazia paz ao alfa.
O alfa sorriu com o lobo branco rolando nas flores, era isso que ele precisasse na sua vida. Ele tinha sensação que seu mudo tinha se tornado monocromático, como várias versões de cinza, mas agora ele enxergava as cores. Não que ele tenha se tornado mais tolerante com as pessoas, ainda mataria várias sem hesitar, mas era bom ter Louis na sua vida. Ele o fazia feliz.
— Cansou? — ele perguntou quando o lobo voltou, esfregando o focinho no pescoço do alfa — O que foi? — Louis começou a empurrar seu alfa com o focinho, parecia impaciente — Quer que eu corra com você?
O lobo concordou na hora, se sentando e esperando o alfa se transformar também. O rabo balançava tanto, que mostrava a empolgação. Lestat estava só de boxer, então a tirou e se tornou o enorme lobo branco, bem maior que o próprio Louis.
O alfa indicou o gramado a frente com a cabeça, o ômega nem respondeu de nenhum jeito, apenas saiu correndo, logo sendo seguido por seu alfa.
— Quando podemos fazer isso de novo? — o ômega perguntou feliz.
O heat tinha acabado e eles estavam voltando para casa, a transformação de Louis aconteceu no dia anterior ao término do heat, mas Lestat resolveu ficar um dia a mais para o ômega aproveitar. Ele adorava correr como lobo e fazia questão que seu alfa fosse junto.
— Meu rut acontecerá depois que voltarmos do casamento de Tiziano, mas acredito que com tempo nossos ciclos vão se sincronizar — o alfa respondeu colocando a mala no carro. Louis tinha feito uma mala para que passassem aquela semana, mas eles mal usaram roupas — Quando estivermos na Itália podemos correr como lobos com a família Ferro.
— E se eu cair? — o ômega fez biquinho.
— Ninguém vai se importar ma lune, a família Ferro é um pouco louca e intrometida, mas todos são adoráveis. E minha mãe estará lá, caso isso te ajude — o ômega suspirou aliviado — mas antes temos que ir para Holmes para sua apresentação.
— Sua mãe não vai mesmo? — o ômega perguntou fazendo careta, ele realmente estava nervoso com aquilo.
— Melhor não, maman não se dá bem com o conselho e toda vez que a chamam de viúva, ela quer dar um tiro em alguém.
— Mas ela não é? — Louis perguntou confuso, afinal Armand e Gabrielle nunca chegaram a se separar oficialmente, mesmo que há anos morassem em casas separadas quando o alfa morreu.
— Sim, mas ela não gosta de ser lembrada que era casada com meu pai e não posso julgá-la — Lestat deu de ombros — "Ômega viúva" é um termo considerado respeitoso para os ômegas que eram casados com conselheiros que faleceram. Mas como você só é tratado por esse titulo, alguns consideram uma perda de identidade. Praticamente não te chamam mais pelo nome, apenas pelo estado civil.
— Isso é horrível.
— Por isso minha mãe se mantém afastada do conselho. Bem, por isso e pelo fato que elo pode querer agredir alguém — o alfa ponderou. Eles entraram no carro e partiram da casa, Louis estava triste por se despedir do lugar — Mas você conhecerá Tiziano e Danila, Victor não irá porque vai ficar organizando o casamento, mesmo eu tendo certeza que é só uma desculpa para não aparecer. E também vou te apresentar meu afilhado Harry.
— Oui, você fala bastante dele, mais do que nos seus outros amigos.
— Harry é leal e tem bom senso de não me provocar, sei que vou poder te apresentar a ele sem que ele fique fazendo piadinhas e tente te convencer a me deixar ou algo assim — o alfa revirou os olhos — os outros dois são desprezíveis e sorrateiros.
— Mon loup — Louis começou a rir do drama — Não foi você que tentou convencer Victor a deixar Tiziano?
— Sim, mas isso não tem a nada a ver com a história — Lestat falou como se não fosse nada — mas quem deu em cima de Victor foi Danila e eu o avisei que se ele fizesse o mesmo com você, eu o rasgaria ao meio.
— Isso não foi no ano passado? — o ômega perguntou sorrindo — Você nem me conhecia.
— Mas eu me conheço e sabia que se meu amigo tentasse encostar as patas no meu soulmate ou fazer qualquer piada sexual, ele perderia as patas rapidamente.
— As vezes eu não sei se você está brincando ou não — o ômega riu e o alfa negou com a cabaça, sorrindo de canto.
— Não estou, mas Heidi disse que desde que te conheci estou mais tranquilo.
— Isso é você mais tranquilo? — Louis perguntou espantado.
— Sim, estou bem calmo. não matei ninguém desde que nos conhecemos, não é? — o alfa perguntou e o ômega parou para pensar.
— Acho que não... aquele alfa que você surrou naquela festa quando estávamos na França está bem?
— Ma lune, eu falei sobre matar, não sobre deixar alguém em coma, e a resposta é não. Heidi disse que é recorde e isso é graças a você — Lestat disse orgulhoso.
— Ok — Louis respondeu incerto — acho que isso é algo bom.
— Você vai voltar para a aula amanhã ou deixar para depois? — o alfa mudou de assunto.
— Não sei, estou com saudades de Jake e Matteo, mas também poderia dormir por uns dois dias — o ômega suspirou dividido pelas opções.
— O que foi? — Lestat atendeu a ligação no painel do carro totalmente sem paciência.
— Sempre é bom contar com seu bom humor — Heidi zombou — Já está voltando? Preciso de você aqui.
— Estou voltando direto para minha casa, não para resolver nada.
— Você não entendeu, não é sobre a empresa, são assuntos de lúpus — ela falou e ele inspirou fundo.
— O quão ruim?
— Lembra do Lawrence?
— Não faço a menor ideia de quem seja e nem faço questão.
— Eu mereço — Heidi suspirou — o alfa sócio daquela galeria de artes que o Louis gostou das pinturas.
— Ah, sim. Ele não seguiu meu conselho e aprontou?
— Um pouco pior dessa vez — pelo tom de voz dela, deu para entender que o 'pouco pior" não era tão pouco assim.
— Merda! — Lestat exclamou irritado, então se virou para seu ômega — Eu não queria te deixar sozinho agora, mas também não posso te levar junto.
— Mon loup — Louis disse colocando a mão sobre o braço do namorado — está tudo bem, eu posso encontrar com o Matteo e Jake.
— Eles vão para um bar hoje com a turma da faculdade, é aniversário de alguém — Heidi disse distraída.
— Claro, por que não? — o alfa bufou — Eu te deixo lá e assim que acabar vou te buscar. Não vamos demorar, não é?
— Acredito que não. Deve ser uma surra, algum membro amputado, algo rápido — a ômega respondeu — vou levar Jordan conosco, estou treinando ele.
— Certo, me mande o endereço do bar para deixar ma lune e onde te encontrar. E já vou deixar avisado, meu ômega acabou de sair do heat e estão me tirando de perto dele, eu vou estar mais irritado que o normal.
— Tudo bem, isso vai deixar as coisas mais divertidas — ela riu antes de desligar.
Um pouco depois Lestat parou na frente de uma bar restaurante, Jake e Matteo já tinham sido avisados que Louis estavam indo encontrá-los, então esperavam na frente do local. O alfa respirou fundo, ele não queria deixar seu ômega assim, mas se tudo desse certo eram por pouco tempo, duas horas no máximo.
— Vai ficar tudo bem — Louis sussurrou — e eu vou aproveitar esse tempo para fofocar com meus amigos.
— Vai? — o alfa sorriu de canto e o ômega o beijou — se cuide, volto logo e se alguém mexer com você, as coisas ficarão bem complicadas.
Louis sorriu concordando e beijou seu alfa de novo. Era para ser um beijo rápido, como um selinho, mas o alfa o segurou pela nuca, o prendendo no lugar, transformando o beijo em exigente e possessivo. O ômega saiu do carro com o rosto um pouco corado
— Louis! — Matteo correu abraçar o amigo, Lestat só saiu com o carro quando teve certeza que seu soulmate já estava com o amigos.
— Oi — Louis sorriu para os amigos
— Tudo bem? — Jake perguntou, também abraçando o ômega.
— Oui — o ômega confirmou sorrindo.
— Olha essa carinha de quem deu muito e gostou — Matteo falou apertando as bochechas do ômega — estou tão orgulhoso do meu bebê!
— Matteo — Jake passou a mão no rosto e Louis riu.
— E aquilo? Deu certo? Você, sabe, se transformou? — o beta perguntou em voz baixa, para que as pessoas por perto não ouvissem.
— Oui — Louis concordou sorrindo orgulhoso — sou um lobo ártico, exatamente como mon loup.
— Heidi falou que é muito raro os lobos serem idênticos, mas não sei se estou surpreso disso vindo do seu alfa — Jake deu de ombros — quando podemos ver?
— Eu não sei, mas mon loup disse que assim que estivermos em um lugar privado e espaçoso — o ômega respondeu dando de ombros — ele disse que vai me levar para correr com ele e Heidi.
— Que lobo ela é? — Matteo perguntou para Jake.
— Um lobo-europeu, o pelo tem tons de cinza e castanho avermelhado — o alfa respondeu — quase morri no dia que ela me contou e se transformou pela primeira vez na minha frente, mas agora eu não me importo, é normal.
— Sério? Eu achei mon loup tão fofinho — Louis comentou.
— Fofinho, com certeza, é um adjetivo que eu nunca usaria para Lestat de Lionscurt, mas cada um sabe o que faz, né? — Matteo deu de ombros.
Eles entraram no prédio, indo direto para a parte do bar, onde tinha uma mesa com vários colegas deles, que cumprimentaram Louis. o ômega ficou pedindo desculpas por não ter comprado um presente para o aniversariante, mas disse que faria isso assim que possível.
— Louis, como foi o heat? — Donna, a colega italiana perguntou.
— Foi tudo bem, melhor do que das outras vezes — ele respondeu um pouco envergonhado.
— Viajou para outro país e logo depois entrou em heat, assim não vai cumprir todas as horas obrigatórias — um dos colegas "brincou", mas o Louis não gostou do tom.
— Cala a boca — Jake interveio — não fique tão mal humorado só porque está com inveja.
— Era só brincadeira, não precisa ficar todo irritadinho defendendo ele — o outro retrucou — ele não sabe se defender sozinho?
— E precisa? — Donna perguntou — Todo mundo viu o que o alfa dele faz com que mexe com ele, não sei porque você está sendo burro provocando.
— Era só brincadeira — se justificou.
— Vai nessa — Matteo riu — o senso de humor do Lestat só é bom quando é com o nosso querido Louis, com os outros ele não é muito bem humorado.
— Mon loup não é tão ruim assim — Louis o defendeu — ele é muito engraçado quando quer.
— O problema é que ele só quer quando você está junto — Jake falou e o beta concordou.
— E o Louis está mais do que certo em viajar, se eu pudesse tinha ido para casa. Estou morrendo de saudades dos meus pais, dos meus amigos, da minha casa. Olham eu amo Nova York, mas pra mim nada se compara a Roma — Donna suspirou.
— Eu vou para Roma, mas não sei exatamente quando — Louis disse pensativo — o amigo de mon loup vai casar e ele vai ser o padrinho.
— Casamento? — Donna perguntou surpresa — É o casamento do Signore Tiziano?
— Oui.
— Claro que vão, eles são lúpus. Meu pai ômega está fazendo as roupas de muitas pessoas da família, disse que vai ser uma grande festa, porque a família Ferro é muito grande e tem muitos amigos na cidade, até meus pais foram convidados. Louis, se eu te der algumas coisas que comprei para a minha família, você entrega para eles?
— Claro — ele sorriu amável.
— É por isso que a Heidi perguntou para o Jordan se ele tinha visto para a Europa? — Matteo perguntou confuso — Scusa, eles não iriam sem mim, sendo que justamente sou eu o italiano do grupo, né?
— Não se preocupe, estamos na lista — Jake deu de ombros tomando sua cerveja — quando vi a lista estava com nossos nomes e documentos, achei que não valia a pena perguntar para a Heidi como ela conseguiu todos esses dados.
— Mon loup também faz isso direto, acho que é coisa de lúpus — Louis deu de ombros — ah, ele também quer que eu aprenda a me defender, sabe?
— Já estava na hora, tenho certeza que deve ter um pouquinho de ódio em algum lugar dentro desse coraçãozinho — Matteo brincou e ômega riu.
— Mon loup diz que eu posso ser bom nisso, mas não acreditei muito.
— Louis, não é por nada não, mas você só fala desse seu alfa? Como que o chama ele mesmo? — um dos alfas da mesa perguntou, ele era amigo de Garrett.
— Mon loup? — o ômega perguntou confuso, se sentindo desconfortável com aquilo.
— É, eu acho esses apelidos um pouco bregas, mas vindo de você é até fofo. Só que você só fala dele.
— Oui... je... é que...
— É que você deveria cuidar da sua vida imprestável, Casey — Matteo interferiu — Eu falo do Jordan o tempo todo e ninguém liga. A cada cinco palavras que o Jake diz, duas são "Heidi", as outras duas são "minha" e "ômega", nessa ordem, e só uma é sobre o que estivermos conversando. Mas ninguém se importa, só ficam enchendo o saco do Louis.
— Nossa, Matteo, pra defender o Louis tem que me atacar? — Jake perguntou.
— Matteo tem razão, deixem o Louis em paz, porque se o alfa dele chegar e meter a mão na cara de todo mundo, eu só vou assistir — Adrian, o outro amigo deles respondeu. Mas a discussão foi interrompida quando um garçom trouxe uma bacia de metal cheia de água, gelo e algumas bebidas.
— Está cansado? — Jake perguntou para o ômega, quando ele esfregou os olhos.
— Um pouco — ele suspirou.
— Vamos voltar para a mesa.
Já faziam um pouco mais de duas horas que eles estavam no bar, depois de um bolo para o aniversariante, eles foram para a pista de dança. Jake ficou de olho em Louis e Matteo o tempo todo, ele não queria que nada acontecesse com eles para que não tivesse que se explicar para os outros alfas.
— Eles já estão vindo — Matteo informou, mostrando a mensagem no celular — não sei o que fizeram, mas Jordan disse que foi brutal e divertido ao mesmo tempo.
— Combinação interessante de palavras — Jake deu de ombros.
Quando eles estavam quase na mesa, Louis viu que seu colega de sala estava brigando com um alfa. Ele já os tinha visto justo no campus, mas não sabia se eram namorados ou não. Lohan, o colega, era beta e sempre tinha sido legal com ele. Quando o alfa empurrou o beta, dando a entender que o agrediria, Louis teve que fazer alguma coisa.
— O que? Louis não — Jake tentou impedir, mas era tarde demais — eu não vou levar nenhum soco desse vez, sério.
— Lohan? — Louis o chamou — Precisa de ajuda?
— Não, Louis, eu... eu já vou — ele respondeu sem graça com a situação.
— Vamos voltar para a mesa — o ômega sugeriu, mas quando o beta foi passar, o alfa o segurou pelo pulso.
— Você fica aqui que a gente não terminou de conversar. E você não se intrometa — ele rosnou para Louis, que cruzou os braços.
— Me intrometo sim, não vou deixar meu amigo com uma pessoa agressiva — o ômega respondeu bravo,
— Travis, me deixa em paz — Lohan implorou.
— Vamos — Louis puxou o amigo, voltando para a mesa, Jake e Matteo por perto e o alfa agradecendo por não ter acontecido nada demais. Sem confusões dessas vez.
— Obrigado — Lohan agradeceu, ele também era francês, mas não da mesma região que Louis — esse idiota não sabe ouvir não, nós já terminamos, mas ele não me deixa em paz.
— Você precisa fazer um boletim contra ele, não fique aturando esse tipo de coisa achando que vai passar — Matteo o aconselhou — isso pode piorar muito e bem rápido.
— Sim, eu vou pensar nisso — o beta concordou.
— Quem você acha que é para sair assim? Eu não terminei de falar — o tal alfa puxou Lohan e Louis tentou solta-lo.
A situação virou uma pequena confusão, até que o alfa derrubou sua cerveja nos dois franceses. Não foi tudo, mas boa parte e a maior foi em cima de Louis. O ômega olhou o alfa com os olhos arregalados, assustado com o que tinha acontecido.
— Ah, não, porra — Jake se sentou no banco e abriu uma cerveja revoltado.
— Não gostou? — o alfa riu, Louis ainda estava espantado e Lohan tinha lágrimas nos olhos. Então o alfa jogou o resto da bebidas neles.
— Idiota, caí fora — Donna interveio.
— Nem se estressa, ele já se fodeu — Matteo negou com a cabeça.
— Eu concordo — Heidi disse chegando até eles, acompanhada por Jordan — contem até três e o espetáculo vai começar — ela brincou se sentando do lado do namorado.
— Ma lune? — Lestat perguntou chegando até ele e o vendo molhado — O que aconteceu?
— Eu não sei — ele disse confuso — ele só jogou cerveja em mim porque eu defendi o meu amigo. Ele estava sendo agressivo com Lohan, eu só tentei ajudar.
— Tudo bem se formos embora? Você precisa se limpar — Lestat perguntou para seu soulmate, que concordou — Só um minuto.
O alfa beijou a testa do seu ômega e se virou para o alfa, o agarrando pela camiseta e acertando sua cabeça na mesa. Fazendo as pessoas que estavam sentadas se levantarem um pulo com os olhos arregalados, assustadas com aquilo.
Menos Heidi e Matteo que estavam tranquilos, Jake bebendo sua cerveja ainda revoltado e Jordan que estava mexendo no celular.
— Você acabou com o pouco de paciência que eu tinha — Lestat bateu a cabeça do alfa contra a mesa de novo, ele gritava de dor.
— Eu não fiz nada, foi sem querer — o alfa implorava.
— Non — Louis negou com a cabeça e Lestat acenou, concordando.
— Poupe seu folego, você vai precisar — o lúpus avisou o outro, que gritava por ajuda, mas ninguém se atreveu a fazer nada.
Lestat arrastou a cabeça do alfa pela mesa, até chegar na bacia cheia de gelo e água. Ele puxou o alfa pelos cabelos e enfiou sua rosto na água gelada. O alfa se debateu, molhando as pessoas em voltas, segurou na mesa tentando se empurrar, mas a força do lúpus era muito maior do que a sua.
— Quer que eu segure? — Jordan perguntou para a bacia de metal, que começou a deslizar pela mesa.
— Por favor — Lestat respondeu. O outro segurou o objeto e agora o alfa não tinha mais como conseguir se soltar.
Ele se debateu por um tempo ainda, até que seu corpo começou a ficar mole, só então Lestat puxou sua cabeça da água, ele estava quase desfalecido, mas ainda respirava. As pessoas assistiam a volta, a maioria surpresa e assustada. Lestat soltou o corpo no chão, o alfa começou a tossir e cuspir água. Alguém falou sobre ligar para a emergência e outro sobre médicos, mas ninguém teve coragem de chamar a policia.
— Lembra quando perguntaram se o Louis não sabia se defender sozinho? — Matteo perguntou para os colegas de sala — é por isso que ele não precisa.
— E porque perguntaram isso? — Lestad levantou a sobrancelha e aquelas pessoas arregalaram os olhos de medo.
— Mon Loup, podemos ir? — Louis pediu com um biquinho — estou fedendo cerveja.
— Nada como assistir um afogamento, depois de uma tortura — Heidi brincou se levantando — estou com fome, quem topa uma pizza?
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