15 | Querer
CAPÍTULO QUINZE
"Eu também precisava dela, papai."
| P.s: Capítulo será narrado por Paul Lahote |
Quais eram as chances de eu estar ficando louco? Eu sabia o que eu queria, eu tinha certeza. Eu estava bem indo de contra ao que o lobo verdadeiramente quer; ela.
Achei que viver sem ela seria fácil, mesmo com cada parte do ser do lobo querendo algo completamente diferente. Mas os efeitos começaram uma semana depois que eu descobri sobre o meu imprinting. Era como se eu estivesse vivendo à cada hora do meu dia uma luta dentro do meu próprio peito, era impossível.
Eu conseguia me controlar sendo humano, minhas pernas obedeciam ao meu comando, apesar de que meu coração martelasse uma hora ou outra. Mas então, transformar-me em lobo começou a se tornar a pior parte do meu dia.
Não porque tudo o que eu sentia — a liberdade — tinha ido, na verdade, as coisas se intensificaram para o meu lobo. O ar ficou muito mais respirável, o lobo estava alegre e... com muita raiva de mim. Mas eu não conseguia controla-ló quando estava transformado.
Seus passos... meus passos sempre chegavam para fora de reserva, adentrando a pequena cidade fria e parando debaixo de uma janela. Ela sempre ficava fechada e suas cortinas, apagavam qualquer resquício de cena.
Mas eu conseguia sentir dentro do meu ser. Eu conseguia sentir e ouvir seus batimentos, seu tom de voz ao falar com as pessoas que moravam junto à ela.
Então, quando eu voltava a forma humana, meu lobo e eu voltávamos as brigas. Até que um dia, eu venci, mas não do jeito que eu estava esperando.
Fiquei sem me transformar por mais ou menos uma semana. Foi o maior tempo que eu fiquei em forma humana depois de descobrir o que eu sou. Mas isso houve consequências. Meu lobo ficou fraco e como ele era parte de mim, eu fiquei fraco.
Eu sentia fome e comia, mas o alimento não ficava por mais de dez minutos em meu estômago. Eu tinha sono e me deitava, mas eu apenas delirava de febre e apenas uma coisa vinha à minha mente.
Fiquei com medo desde o início com o que eu poderia perder se aceitasse isso. Com as atrações por outras garotas, contatos físicos; uma escolha. Não estou dizendo que eu espero virar um padre agora que tenho um imprinting, mas a ideia de ter apenas uma garota sempre foi bastante irreal para mim.
Eu sempre fui... livre. Ficava com quem eu queria na hora que eu queria e gostava pra caralho. Sem sentimentos e muita pegação. Eu admito ter magoado uma ou duas garotas por causa disso e não é que eu me orgulhe, odeio ter que lidar com sentimentos, mas elas não entraram desavisadas. Eu sempre bati a real.
Era apenas sexo. Apenas prazer mútuo e, bom, eu sou muito bom no que eu faço e eu amo ser bom.
Mas o que foi imposto à mim é inviável pro momento. Eu não quero lidar com uma garota apaixonada, não quero lidar comigo amando alguém mais do que minha própria vida. Eu não quero ser só de uma; eu não quero ser de ninguém.
Mas eu também não queria morrer.
Então chegou 13 de Setembro e Billy Black inventou de trazer a garota pra reserva, para conhecer Sam; para me conhecer formalmente.
Ainda lembro de quando invadi aquele hospital em Forks. Quando soube que ela estava lá, que teve um acidente além dos limites da cidade. Foi a primeira vez que deixei que os instintos do lobo em relação à ela tomasse conta.
Não liguei sobre ter um vampiro no hospital ou, no caso daquele dia, muitos vampiros. Eu apenas corri e quando cheguei e vi ela vestida daquele jeito, os olhos cheio de olheiras, o cabelo preso e uma careta de doente, foi como mais uma vez o chão tivesse se esvaído.
Era como se existisse só ela. Sam me retirou daquela sala antes do previsto e foi naquela noite, quando eu cheguei na reserva, que eu descobri seu envolvimentos direto com os sanguessugas.
Deixei minha raiva me consumir e foi quando eu fiquei doente. Até o dia 13 de Setembro. Até o aniversário dela.
Até vê-la rindo naquela sala de cozinha sentada em frente a Emily, comendo seus bolinhos. Billie estava do mesmo jeito que eu me lembrava dela. Seus cabelos escuros estavam brilhosos e cheirosos, seus olhos extraordinários carregavam o mesmo brilho, a mesma inocência.
O som de sua gargalhada chegou para mim a quilômetros de distância, mas não quis acreditar. Pensei que fosse um anjo me chamando e, de certa forma, era.
Foi naquele momento que eu percebi que não podia me afastar. Ainda não estava preparado para o que ficar perto dela significava, mas cada batida do seu coração carregava a minha alma, alimentava a minha saúde.
Até que eu vi aquela marca em seu pulso. Eu estava perto de toca-la pela primeira vez estando sóbrio. Meu lobo estava se revirando de felicidade, até ver a mordida em seu pulso e ele se revirar de ódio.
Como o previsto, me descontrolei e o olhar que ela
me lançou... me quebrou de tantas formas que eu fiquei um pouco perdido pelo resto daquela semana. Mas ela não parou de vir e vê-lá, mesmo sem conseguir falar com ela por medo do incontrolável descontrole, era a melhor parte do meu dia.
Até que Novembro chegou e Emily inventou alguma pintura no quarto de hóspedes. Sei que foi uma forma de nos manter juntos no mesmo lugar, sozinhos.
Mas sinceramente, eu não liguei. Estava desesperado por isso.
Meu plano não era falar; eu nunca falava. Mas então ela estava lá, tão calada perto de mim, quando com os outros eram sempre tão animada e brincalhona. Quis receber suas palavras. Quis que ela risse comigo. Queria divertir ela.
A única coisa que eu encontrei para começar o assunto era o que estava me atormentando há dias. Então, pedi-lhe desculpas, apenas para ouvir a sua voz, para que ela me desse alguma atenção.
Mas Billie só gesticulou com a porra dos ombros e nem abriu a boca. Meu lobo se revirou para mais tentativas, para mais ideias de pergunta, mas o mais viável naquele momento era continuar o assunto.
Então, eu menti. Disse que me descontrolei porque pensei que ela era um daqueles sanguessugas, mas eu sabia que não. Desde o momento que bati meus olhos nela pela primeira vez. Na verdade, eu nem sei como ela acreditou nisso, não sei como ela não me percebe ali do seu lado, remoendo cada um dos seus detalhes.
Eu jamais deixaria de notar a batida de seu coração, o sangue bombardeando em suas veias... sua respiração rítmica e sem nenhum esforço.
Não quis dizer que eu fiquei daquele jeito porque meu lobo começou a se descontrolar ao imaginar um daqueles sanguessugas rasgando a sua pele, sugando o seu sangue. Não quis explicar que quando eu rosnei em sua direção naquele dia, não foi para ela e sim para Jared que estava tocando o seu corpo, afastando-a de mim.
Tanto faz. Ela riu de mim naquele dia. Riu para mim. Brincou comigo, com as minhas ideias e depois de tanto tempo, eu me senti bem, renovado e não quis, nunca mais, me sentir ruim.
As coisas com ela ficaram leve depois disso. Conversávamos mais, eu participava de suas conversas ridículas com Jared, mas que super faziam sentido por ter-lá ali.
Eu sabia que eu não precisava me apaixonar por ela. Nem propor alguma coisa. A amizade dela bastava. Tinha que bastar.
— Estou falando sério. Eu passei arrastada em biologia e química ano passado. Acredita que o diretor teve uma "conversinha" comigo? Algo sobre eu ter que melhorar minhas notas.
Estávamos, mais uma vez, na cabana de Sam. Emily estava um pouco mal com dor de cabeça, então prometemos que iríamos limpar a cozinha para ela. Sam foi comprar alguns remédios e Jared estava na ronda.
Billie estava limpando as mãos sujas de sabão com um pano enquanto falava de sua situação com a escola, depois que ela me perguntou se eu ainda estudava e depois o assunto foi pra ela.
Soltei um riso irônico enquanto negava com a cabeça, achando-a tão parecida comigo quanto podia ser.
Eu estava tão ferrado quanto ela, mas a diretora era mais legal, principalmente por ser uma quileute e saber o nosso segredo.
— Se quiser, eu posso te ajudar — ofereci, apoiando meu antebraço na pia ao lado dela e jogando meu peso para baixo. — Não prometo nota A, mas... um B?
— Mais ou menos?
Deixei meu olhar cair como se estivesse pensando e depois concordei com a cabeça.
— Menos, com certeza. Mas em compensação, posso ser um ótimo professor.
Observei a forma como ela torceu os lábios e depois negou com a cabeça, seu coração disparando e sua animação abaixando.
Me senti mal com a sua queda de energia tão de repente, então pedi para que ela esperasse ali enquanto eu ia pegar um negócio para ela em minha mochila.
— Eu não te dei nenhum presente, então... — ela sorriu envergonhada ao entender o que eu estava segurando. — Não é muito. Na verdade, não é nada. Apenas uma bugiganga que fizeram em uma das festas na fogueira. Mas pensei em você.
Seu sorriso ampliou e senti meu coração errar uma batida. Seu sorriso era a coisa mais linda que eu já tive o prazer de ver. Era como iluminasse a sala, como se puxasse o brilho para ela.
Ela estendeu o braço sem pensar muito. O braço da mordida e... já tinha uma pulseira. Era muito mais detalhada que o troço que eu estava lhe oferecendo. Aquilo era ouro e os pingentes em forma de borboleta reluziam mesmo sem luz.
Aquilo sim era um presente digno e que ela merecia. Não essa tralha de pano e um pingente fajuto em forma de lobo.
Aquilo foi feito por mãos experientes, já isso... eu apenas peguei um pedaço de madeira para fazer o lobo. Não é nada demais. Não é algo que uma garota como ela deveria aceitar.
— Paul?
Ela percebeu a minha atenção na sua pulseira e rapidamente levou sua mão para coçar sua cabeça, enquanto estendia a outra. Eu entrelacei a pulseira de pano de forma rápida em seu pulso esquerdo.
— É lindo — seus olhos admiravam o negócio. Engoli um bufo, sabendo bem que era mentira. — Obrigada. Ei... o que foi? É por causa da mordida? Olha, eu já expliquei...-
— Não é por causa de nada — engoli em seco, evitei olhá-la nos olhos. — Depois a gente se fala.
— Paul?! — ela me chama quando lhe dei as costas. Mas não se aproxima.
Queria que ela se aproximasse.
| Narrado por Billie Swan |
Minha mente não parava de escorregar entre um espaço e outro. Uma hora, eu estava na mesa da minha cozinha, comendo alguns bacons e no próximo minuto, com aquele livro estranho na mão, lendo; abdicando de todo o seu conhecimento.
Eu estava... sem palavras.
Primeiro, o lance estranho dele brilhar daquele jeito e as cores realçarem. Depois, aquela marca — que eu descobri que era igualzinha a tatuagem que os lobos tinham em seus bíceps — sumiu. E agora... todos esses nomes.
Amara é a primeira das mulheres.
Tatia Petrova.
Célia Petrova.
Olívia, Sônia, Amélia, Pitter, Âmbar... Os nomes não paravam de aparecer conforme eu descia meus olhos. E tudo acompanhado do sobrenome Petrova. Eu cheguei a procurar na internet, mas não houve muitas informações.
Mas, diante à isso, tinha uma outra... coisa. No espaço do nome entre a tal de Tatia Petrova, um
nome foi adicionado. Dava para ver que não era original, ele foi escrito por aquela caneta de pena, com uma letra deitada e muito mais formada do que a letra de computador;
Katerina Petrova. Como as coisas, eu procurei, mas não tinha nada que eu pudesse encontrar sobre mulheres que poderiam ser de ficção.
Mas algo dentro de mim dizia que não.
Esse algo apenas aumentou quando eu vi o nome escrito diante a seta que usaram na frente do nome de Katerina, como se fosse uma outra... linhagem começando.
Elena Gilbert. Eu conhecia muito bem aquele nome. Era minha prima. Aquela de Mystic Falls. O que ela estava fazendo ali?
Porque... se podia ter a chance de ser um livro ficcional, o que o nome de alguém real estaria fazendo ali?
O último nome era uma tal de Ella Petrova. Viveu há mais de 150 anos atrás. Não houve mais nenhuma descendente. Peguei meu celular, disquei o número de minha prima e esperei chamar; ela não atendeu.
— Filha? — papai chamou hesitante, após as suas batidas na porta que foram interceptadas depois que ele abriu uma frecha. — Posso entrar?
Recolhi algumas folhas avulsas para colocar em cima do livro e me virei para encara-lo, ainda sentada na cadeira.
Charlie entrou em passos leves em meu quarto. Os braços, antes cruzados, se desfizeram para apontar o seu dedo indicador na mesa atrás de mim. Meu peito gelou. Eu não sabia o que eu poderia dizer sobre aquele livro.
O que eu iria explicar caso ele...-
— Não está estudando muito?
Soltei o ar aos poucos e manejei com a cabeça. Minha mente traíra me fez se lembrar de uma cena parecida, de quando mamãe me pegou estudando uma madrugada toda. A diferença é que no outro dia, na minha prova, quando eu tirei nota baixa, ela me disse que eu não tinha me esforçado o suficiente.
Acreditei nela.
— Só o necessário — dei de ombros e me coloquei de pé. — Tudo bem?
Seus olhos recuaram dos meus e eu já sabia o que ele iria falar a partir daí.
— É sobre Bella.
Isabella Swan estava mesmo superando, mas não do jeito convencional da coisa. Depois que ela voltou daquela... saída com Jessica, seus instintos mudaram. Ela começou a gostar mais de adrenalina e velocidade.
Pediu até mesmo minha opinião sobre algumas motos do ferro-velho que ela pegaria para que Jacob arrumasse com ela. Eu fingi que não ouvi e fui direto para a minha próxima aula.
Eu não pretendia ignorar ela pela minha vida toda, apesar de ser um ótimo plano. Mas Bella era minha irmã e eu a amava, era só... sempre foi difícil eu pedir ajuda à alguém.
Medo de ser rejeitada, humilhada e afins. Quando pedi pra ela, o baque de sua não-resposta me pegou de jeito e eu ainda estou um pouco magoada.
— Achei que ela estivesse bem.
— Ela voltou a ter seus pesadelos — refutou-me, o tom cansado enquanto ele se movia para encostar na parede.
Os pesadelos haviam reduzidos depois que ela
começou passar um tempo com Jacob e é sobre isso que estou falando quando digo sobre métodos errados.
Eu sabia o que ela estava fazendo com o pobre do garoto. Querendo ela ou não, estava usando-o para se curar e Bella não deveria usar alguém para se curar.
Uma coisa era receber ajuda, como eu estava tentando dar a ela. Outra, bem diferente, é apenas ignorar seus verdadeiros problemas e colocar uma pessoa em sua frente, forçando-se a sentir que estava tudo bem.
Não era saudável.
— Tá bom, o que está acontecendo com vocês?
— Apenas discutimos, papai.
— Vocês não de falam direito desde o mês passado — Charlie indaga, incrédulo sobre a discussão. — O que pode ter sido tão errado que separou vocês? — ele esperou pela resposta, mas ela ficou entalada em minha garganta. — Ela precisa de você agora, Lily.
Eu também precisava dela, papai.
— Bella está bem.
— Sua irmã está com depressão! — ele jogou em minha cara. Sei que ele não queria ser mal, ele só estava sobrecarregado. Ele não sabia de mim. — Poderia ajudar-lá mais. Você também foi deixada por Jasper Hale, ou não?
Meu peito afunda e de repente, paro até mesmo de buscar motivo para as suas palavras frias que me apunhalam.
— É diferente — resumo tudo nisso, que chega a ser nada.
— Não deveriam deixar garotos atrapalharem a irmandade de vocês duas — Charlie exclamou após engolir em seco a minha resposta. — Eles não merecem você e nem sua irmã. Vocês duas se merecem. Apenas vocês duas.
Ele se foi do meu quarto e me deixou aqui com suas palavras, sozinha.
Foi a primeira vez que eu senti o peso de ser uma
boa atriz. Queria ser mais transparente nesse tipo de emoção. Queria que ele olhasse pros meus olhos e visse que eu também estou mal.
Queria um abraço dele.
Queria ter menos responsabilidade.
(...) Cabana de treinamento
— O que, diretamente, está tentando me dizer? — perguntou Kurt, ainda confuso com o fruto da conversa.
Após longas horas da noite tentando entrar em contato com Elena e falhando miseravelmente, sabia que a única forma de ganhar respostas era saindo de Forks e indo visitar Mystic Falls por um tempinho.
Mas eu não podia simplesmente pedir pra Bella e nem pedir pra Charlie comprar minha passagem.
O que me restava era... ele.
Kurt tinha uma moto e sabia exatamente o caminho que seguir. A única coisa que eu precisava me preocupar era explicar o que estava acontecendo pra ele e que eu precisava de respostas.
Achei que ele ia me apoiar. Quero dizer, tudo o que eu lhe contei?! Desde aquele bibliotecário, Locker Ateara, até um dos meus braços queimando e o outro congelando?! Achei que ele ficaria mais curioso, mais determinado a resolver.
Mas a única coisa que eu recebi foi:
— Não vamos para lugar nenhum.
— Mas... Kurt! — refutei de imediato. — Não pode atribuir isso tão facilmente. Eu não ganhei esse livro apenas porque sim. Ouviu o que eu falei sobre a marca dos lobos? Locker Ateara?
— Eu ouvi tudo com atenção e estou falando que não — sibilou, irredutível.
— Eu quero saber o porquê.
Kurt parou o movimento de pegar uma de suas armas para limpa-lá e me encarou de queixo abaixado. Seus olhos castanhos se estreitaram.
— Quer saber o porquê? — ele repetiu e soltei o livro na mesa para cruzar os meus braços e ser mais forte. — Porque você não pode abandonar Forks, Billie. Tem pessoas que precisam de você. Bella precisa de você.
Meu sangue esquentou de uma forma que eu nunca deixei que acontecesse antes. Sei que eu estava reagindo desse jeito porque podia com ele. Sei que falei o que eu falei porque podia.
— Bella?! Eu estou pouco me importando com Bella nesse momento!
— Billie...
— Não! Chega dessa merda toda, tá ok? — elevei um pouco a minha voz, dando dois passos para perto dele. — Eu também era uma garotinha de 15 anos quando quis me moldar em seu soldado, Kurt. Eu também era uma criança quando me apresentou para esse mundo. Então me diz porque Bella deve ser protegida?
— Está com ciúmes — ele afirmou pra si mesmo. — Ciúmes de sua irmã? Não seja tol...-
— Não é ciúmes. Eu só estou farta que meus sentimentos tenham que se tornar inexistentes quando os dela esta em risco. Se preocupa tanto com ela, Kurt? Proteja-a você mesmo!
— Não é tão fácil assim, Billie. Há coisas... coisas que você...
— Quer saber? — decidi terminar quando percebi que ele não iria continuar. — Estou farta de você também. Daqui pra frente, será apenas eu e eu. Não preciso de você. Vou resolver sozinha.
Me aproximei para pegar o livro e ir embora, mas Kurt cortou-me quando colocou sua grande palma da mão em cima da peça.
— Não posso deixá-la voltar para Mystic Falls. E não vou deixar você pegar esse livro novamente.
Encarei ele horrorizada.
— Está falando sério? Saia da minha frente.
— Não.
— Kurt!
— Vá para casa, Billie. E descanse.
— Eu não preciso descansar — gritei alterada. — Eu quero respostas. Eu quero... Aí!
Grunhi de dor ao sentir uma fisgada em meu braço esquerdo. Foi apenas como um belisco, um dos fortes. Mas isso mudou quando algo quente começou a borbulhar o meu sangue por dentro das veias.
— Billie?
— O que... — respirei ofegante em meio aos gemidos de dor. Meu braço queimava, as bolhas começam a se formar. — O que está acontecendo comigo, Kurt?
— Merda! — ouço ele rosnar quando meu joelho falha e eu me seguro na mesa para não ir ao chão. — Já começou.
O que começou? Quis perguntar, mas eu perdi a consciência.
E tudo se tornou... vazio.
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