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11 | Beisebol

CAPÍTULO ONZE
" Eu acabei de te encontrar, eu não posso correr o mínimo dos riscos em perdê-la."

   — Lil, já está pronta? Os meninos estão aí fora.

Ignoro a sensação de borbulho no meu estômago e assinto, pegando um casaco e ficando logo atrás de Bels. Tínhamos conversado com Charlie mais cedo e apesar do pai ciumento que ele era, aceitou quando frisamos que vai ser uma saída com a família.

Enquanto Bels ia receber os garotos, me aproximei de Charlie na mesa onde ele guardava a sua arma de caça e mais algumas coisas sobre trabalho.

Ele me encara com um estreitar de olhos e eu sorrio sapeca, bem na hora em que os três entram pelo portal que dá da sala pra cozinha, onde estávamos.

— Chefe Swan... — começou Edward, mas meus olhos estavam focados no garoto loiro ao seu lado, os braços atrás das costas e os olhos fixos em mim.

Jasper me analisa por inteira e sua expressão de dor some quando eu sorrio pra ele.

— Você de novo, Jasper Hale — Charlie desvia sua atenção para o garoto, um olhar curto pra mim. — Precisamos passar pelo o mesmo daquele dia?

— Não, Chefe Swan — ele pareceu lutar para retirar os olhos de mim e encarar meu pai. Pergunto-me se é difícil pra ele, pelo negócio do sangue e tudo mais. — Eu pretendo trazer sua filha pra casa em segurança sempre.

Charlie solta um resmungo, não ficando descontente com a resposta, mas também indisposto a dar o braço a torcer.

Após confirmar se ainda tínhamos nossos spray de pimenta, ele libera a nossa saída e nos acompanha até a porta.

Todos nós seguimos até o Jeep parado em frente a casa. Edward e Bella vão atrás, me deixando na bronca de acompanhar Jasper nos bancos da frente.

A viagem até o campo em que iria acontecer o jogo não é tão longa, já o silêncio que se instala parece remoer nossas carnes. Edward e eu ainda trocávamos farpas em forma de brincadeiras sobre sua habilidade de ler mentes, mas Bella e Jasper seguiram quietos o caminho inteiro.

Tive tempo de pensar e perceber que evitar eles só estava machucando as duas partes e eu não tinha o direito de se afastar deles tão de repente assim. Nada de mal poderia acontecer, certo?

Kurt é apenas um e talvez, se eu sentasse para conversar e abrisse um pouco os seus olhos para que ele conseguisse enxergar que os Cullen não são os inimigos, eu estaria resolvendo dois problemas de uma vez.

A viagem se tornou produtiva e a paz que me invadiu uma hora ou outra me ajudava a ter certeza de que Kurt me ouviria.

Jasper estacionou o carro no campo e o casal sensação não demorou para saírem daqui, talvez entrando em abstinência por não terem conversado — por vergonha — o caminho inteiro.

Toco na maçaneta da porta, mas em questão de milésimos, Jasper já estava abrindo-a para mim e me ajudando a descer sem nenhum machucado. Ele bate a porta atrás de mim e depois me encara.

Eu não recuo e ele também não. Com menos de 30 centímetros entre a gente, aproveitamos esse momento para visualizar tudo o que perdemos nessa semana, que eu abdiquei. Não sabia o quanto estava com saudades de olhar nos seus olhos e ver as suas covinhas até agora, quando ele me proporciona as duas vistas.

— Olha, Jasper... Sinto muito por ter evitado você e sua família — o pedido de desculpas saiu antes que eu pudesse pensar direito e agora me pergunto como é que eu vou terminar isso. — Aconteceu umas coisas, e, não é importante...-

Ele me interrompe ao tocar o meu cotovelo. Encaro o nosso contato e depois, os dois ficam observando a dança que sua mão faz pelo meu antebraço até pegar minhas mãos com luvas.

Ao contrário de mim, por razões óbvias, Jasper não está tão agasalhado. Ele usa um boné que deixa seus cachos transbordando pros lados, uma camisa de mangas compridas e que ficava bem justa em seu corpo, realçando seus músculos por debaixo.

Engoli em seco quando o pensamento de toca-lo passou pela minha cabeça. Eu nunca o fiz; eu nunca o toquei. Jasper que sempre brincava com a minha pele uma vez ou outra com as pontas de seus dedos e, agora, sinto-me muito curiosa.

Como seria tocar a sua pele? Acariciá-la e trilhar linhas invisíveis com os meus dedos?

Será que ele queimaria como eu queimo quando ele me toca? Questiono-me, minha respiração começando a ficar descompassada pelos pensamentos.

De 30 centímetros, a distância diminui consideravelmente, fazendo-me erguer o pescoço para continuar a encara-lo nos olhos.

Será que ele sentiria tudo o que eu sinto quando ele brinca com a minha pele?

Jasper entreabre os lábios para falar comigo, mas alguém grita pela gente.

— Ei, pombinhos, vai começar!

Sorrio envergonhada na direção de Micah e Jasper fecha a cara, retirando seus dedos dos meus e ajeitando levemente o casaco em meu corpo antes de dar-me as costas e trombar com o ombro de seu irmão de propósito ao passar por ele.

— Ei! — Micah da uma corridinha humana até a gente e começa a andar de costas para o destino, que era onde todos estavam. — Você está com raiva — aponta para Jasper e depois seu dedo direciona para mim — e você... Uau, garota! Que fo...-

Jasper, prevendo o possível desconforto que o irmão iria causar, empurra o peito dele e ele voa pelo campo, caindo quase por cima de Emmett que se desvia no último segundo e encara a gente quando terminamos de se aproximar de todos.

— Que bom que chegaram! — Esme vem me cumprimentar com um abraço. Jasper sai do meu lado para ir até Rosalie. — Bella já ficou com o cargo de juíza, que tal?

— Combina com ela — dei de ombros e me posicionei ao lado da minha irmã.

Esme se abaixa em nossa frente para ver melhor o ataque que a loira iria começar fazendo com o taco de ferro de beisebol.

— Está na hora — anunciou Alice, no meio do campo, segurando a bola.

Então, ela lançou e foi rebatida de forma graciosa e precisa por Rosalie, no mesmo momento em que um trovão soou por cima de nossas cabeças, nos fazendo entender o porquê a tempestade ser tão importante.

Esme se levanta conforme a bola de beisebol desaparece na floresta, Edward disputando pra pegar a bola.

— Deve ser um home run, certo? — questionou Bella, mal conseguindo acompanhar os movimentos rápidos deles.

— Edward é muito veloz.

Jasper desliza até mim e eu mordo meu lábio inferior para não sorrir quando ele pega a minha mão e me retira da reta bem na hora em que Rosalie derrapa no chão, ficando cara a cara com minha irmã.

— Out!

— Out! — comemora Emmett. — Ora, vamos, querida, é só um jogo.

Rosalie se afasta depois de encarar minha irmã mortalmente.

É a vez de Carlisle de rebater a bola, o mesmo processo que antes ocorrendo, só que dessa vez a bola voa para cima e é disputada entre Edward e Emmett, que acabam colidindo um no outro no momento em que outro raio corta o céu.

Carlisle derrapa antes que eles peguem a bola. Ponto dele.

Jasper se mexe ao meu lado, agarrando o seu taco e se colocando em minha frente com um sorriso sacana enquanto diz:

— Me deseje sorte.

Ele vira as costas antes que eu falasse e se posiciona no lugar, fazendo uma manobra com o seu taco. Reviro os olhos, exibido.

Então ele se adequa a postura certa. Joelhos flexicionados, as duas mãos no taco que fica atrás da cabeça. Meus olhos recaem nos músculos dos braços que realçam pela fina e justa blusa, depois para os músculos das costas.

Meu Deus. Parecendo sentir o que eu sinto — o que é verdade —, Jasper vira apenas a cabeça para me olhar e assim que o seu taco acerta a bola, ainda olhando para mim, uma onda maior do que eu já estava sentindo assola o meu corpo, fazendo minha espinha vertebral arrepiar e a boca do meu estômago se esquentar.

Então, ele corre e apesar de meus olhos humanos, acompanho todo movimento que consigo, admirando-o por conseguir fazer várias coisas ao mesmo tempo.

Como... Ele está correndo pelo campo e me enviando ondas certas de excitação. Ele termina o ataque derrapando na terra e se vangloriando por ter ganhado com um sorriso vencedor e que aumenta o calor no meu ventre.

É a vez de Micah e acho que ele grita algo para mim, mas foco no momento em que Jasper para a minha frente, retira os fios do meu rosto e...

— Parem!

É uma questão de segundos para todos se juntarem. Edward praticamente voa na direção da minha irmã e a postura de Jasper se empedra, seus ombros se tensionando quando ele entrelaça nossas mãos e me puxa para fora daquele campo com os outros.

— É tarde demais — informa Carlisle e percebo o queixo de Jasper se endurecendo tanto que consigo distinguir a forma de sua mandíbula.

— O que está acontecendo? — questiono quando ele para em minha frente e começa a arrumar o meu cabelo para ficar quase que cobrindo meu pescoço.

— Aqui — ele diz, me ignorando. Jasper retira o seu boné e coloca em minha cabeça. Suas mãos deslizam para os meus ombros e ele afirma, sua voz quase tremendo: — Eu explico depois.

Abro a boca para saber o que ele ia explicar depois, mas então as três figuras ao longe começam a deter sua presença e todos da família se enquadram um ao lado do outro.

Jasper da um passo à mais na frente, a parte de trás de seu ombro tocando a parte da frente do meu ombro.

Bels e eu nos entreolhamos e percebo a postura protetora de Edward em sua relação. Permito desviar minha atenção quando ouço:

— Acho que isto pertecem a você — indaga o homem de dread, pele negra e apenas com um blazer cobrindo o peitoral.

Ele joga a bola de beisebol para Carlisle que agarra habilidosamente e agradece.

— Sou Laurent — o homem, que com uma estreitada de olhos percebo ser um vampiro, se apresenta. — E estes são Victoria — ruiva, pele pálida e olhos vermelhos — e o James.

Por último, minha atenção recai em James que já estava me encarando. Ele tomba a cabeça para o lado e sorri, um sorriso macabro e que me proporciona arrepios ruins.

Jasper aperta um pouco a minha mão, seus olhos focados no tal de James que de uma hora pra outra, havia desviado sua atenção de mim e olhou para Bels.

— Sou Carlisle. Esta é minha família. Receio que suas atividades de caça nos trouxeram problemas — seu tom continua cordial, propício à uma conversa amigável.

— Nossas desculpas. Não sabíamos que o território havia sido reivindicado — faço o mínimo dos movimentos para respirar e travo o maxilar ao ver que James não desviava sua atenção de Bels. — Bem, não vamos mais causar problemas. Só estávamos de passagem.

— Os humanos seguiram para o leste, atrás de nós — informa a ruiva, Victoria, sua voz saindo melodiosamente como eu imagino que um anjo cantaria. — Vocês estão a salvo.

— Bem, tem vaga para mais três jogadores? — joga a ideia, indicando seus dois amigos e ele. — Por favor, só um jogo.

— Claro. Por que não? Podem substituir alguns que estão saindo. Nós rebatemos primeiro.

Joga a bola novamente para o trio de vampiros de olhos vermelho. Victoria pega a bola sem nem piscar.

— Minha bola curva é excelente.

— Nós damos conta — Micah entra no jogo, até mesmo se divertindo um pouco com Emmett.

Jasper se vira para mim e segura meus braços, protegendo meu corpo dos ventos que poderiam passar e anunciar o meu cheiro, seu peitoral protegendo as minhas costas.

Mas Edward, que estava estagnado no lugar, provavelmente irado por conseguir ler os pensamentos de James, não pensa em fazer o mesmo. Bels é atacada pelo vento.

— Você trouxe um lanche.

Edward empurra Bella para trás enquanto enfrenta James cara a cara, todos os outros que estavam se preparando pro jogo, entrando em modo de defesa, tanto do lado dele quando do nosso.

Sem pensar muito, corro até minha irmã. Jasper grunhe, me seguindo, como se quisesse me esconder através do seu corpo.

Não sei muito o que aconteceu até ver a figura dos três vampiros assassinos indo embora, principalmente porque Jasper ainda estava tampando a minha visão enquanto minha mão se agarrava a de Bella.

— Levem elas daqui — ordena Carlisle. — Vão.

Edward chega em um vulto pegando a mão de Bella e Jasper e eu o seguimos até o Jeep. Dessa vez, quem parte para dirigir é o telepata, que ajuda minha irmã a subir no carro.

Ele da partida no carro quando Jasper e eu entramos no banco de trás.

— Ele vira sempre atrás de mim? — questiona Bella, se sentando de lado no banco, demonstrando o quão nervosa estava com a situação.

— James é um rastreador. Caçar é a obsessão dele! Li a mente dele. Minha reação no campo o estimulou. Tornei esse jogo o mais excitante de todos para ele.

— É minha culpa — Jasper murmura, fazendo o irmão encara-lo pelo retrovisor. — Foquei em diminuir seu interesse por Billie, não consegui fazer o mesmo por Bella. Sinto muito.

O último momento passa pela minha cabeça, a cena de James desviando seus olhos de mim como se eu não fosse nada voltando com tudo e com mais explicação.

Aperto a mão de Jasper em apoio e agradecimento. Ele me olha, mas aquela sua expressão serena não vive pelo seu rosto e seus ombros ainda estão tensos.

— Temos que matá-lo! Cortar em pedaços e queimar — decretou Edward, após ignorar as palavras de Jasper. — Pegaremos uma barca... — ele continua com o plano formado em mente — Até Vancouver.

— Preciso ir para casa — afirmou Bella e eu concordei com ela mentalmente, achando que eu seria ignorada pela conversa. — Leve-me agora!

— Não podem ir para casa. Vai rastrear seu cheiro. É o primeiro lugar onde vai procurar.

— Charlie está lá — entro na conversa, me colocando no meio dos dois bancos.

O Jeep pula ao passar por cima de uma pedra e Jasper passa o antebraço pela minha barriga, colando minhas costas no banco e se inclinando para colocar o cinto em mim.

Os dois da frente continuam discutindo até Jasper entrar na equação e acalmar os sentimentos do irmão, deixando-o mais covalente a aceitar a nossa escolha. Assim, estacionamos em frente a nossa casa e pulamos do carro.

Tenho uma complicação maior com o cinto e quando consigo me soltar e entro na minha casa, Bella já está lá no segundo andar, entrando em seu quarto e arrumando as suas malas.

Encontro Charlie em frente a porta dela e ele me encara, uma pergunta simples nos olhos. Mordisco meus lábios e passo reto, indo pro meu próprio quarto.

Jasper já estava arrumando a minha mala, assim como eu aposto que Edward estava fazendo com Bella no quarto ao lado. Mas, diferente da minha irmã, eu não estava sendo caçada.

E eu não iria sair daqui.

Paro os movimentos de Jasper ao segurar o seu pulso enquanto ele empurra cinco peças de roupa de uma vez na mala. Ele levanta o olhar para me encarar e franze as sobrancelhas, não por confusão, ele sabe perfeitamente o que estou pensando.

— Preciso ficar — afirmo, praticamente ouvindo seu discurso contra. — Charlie vai ficar desprotegido. Eu não posso deixá-lo aqui sozinho. Se James chegar e não encontrar Bels, pode matar meu pai.

— Eu não posso ficar — ele sussurra forçando a garganta, a expressão desesperada. — Você ouviu o plano. Vamos tentar despista-lo enquanto Bella vai pra longe.

— Eu sei, não estou pedindo pra você ficar.

— Billie, me escuta... — ele me chama de forma melindrosa, suas mãos firmes em cada braço meu. — Não posso... Não vou ir e deixá-la aqui. Não posso.

— Jasper...

— Estou implorando — sua voz baixa e com um quê de medo esquenta o meu coração. — Por favor. Eu acabei de te encontrar, eu não posso correr o mínimo dos riscos em perdê-la.

Encaro-o mais confusa do que antes, me perguntando do que ele estava falando sobre o lance de "encontrar". Ele estava me procurando?

Encaro sua face que estava da mesma altura que a minha, suas sobrancelhas crispadas. Abaixo meus ombros ao perceber que eu também não queria ficar. Não queria me distanciar dele, mas muito além disso, não queria deixar Bella sozinha.

Queria estar com ela.

— Tudo bem — seus olhos selaram-se em alívio, mas nada perto desse sentimento passava-se pelo meu corpo. — Preciso fazer uma coisa antes. Pode me esperar?

Ele sorri de uma forma debochada e sussurra uma última vez antes de sumir pela janela do meu quarto:

— Sempre.

Quando estou sozinha, as vozes de Charlie e Bella se mesclando fora do meu quarto, recolho meu celular e disco o último número, que havia me ligado mais de três vezes no dia.

Billie? Onde você está? Me deixou esperando!

Meu estômago embrulha de ansiedade e eu aperto meus olhos, pegando uma mochila e depositando algumas peças de roupas nela.

— Preciso da sua ajuda — há apenas silêncio do outro lado da linha. — Preciso que pegue seu arsenal e fique guardando a minha casa. Protegendo o meu pai.

O quê? Por que? O que está acontecendo?

— Vou te explicar. Juro que vou. Mas pode fazer isso primeiro? — ele suspira e recebo o silêncio enquanto coloco minha mochila nas costas e seguro a maçaneta da porta. — Por favor, Kurt.

Ele resmunga descontente do outro lado da minha e concorda, pedindo o meu endereço. Assim que o envio, saio do meu quarto e começo a descer os degraus.

Meus passos tornam-se curtos ao presenciar a discussão dolorosa entre Charlie e Bella.

— Ouça, Bella, sei que não é divertido ficar comigo... Mas posso mudar isso, podemos fazer mais coisas juntos.

— Por exemplo? Ver beisebol na TV plana? Comer em lanchonete toda noite? Bife e torta? Isso é a sua cara, não a minha.

Agarro o encosto da escada, sentindo uma dor insuportável subir pelo meu peito.

— Por favor, Bella... — Charlie implora quando minha irmã avança até a porta. Os dois alheios à mim. — Você acabou de voltar para mim.

— Se eu não for embora agora... — sua voz chorosa faz meus olhos se encherem de lágrimas, até que eu as derrame quando ela termina: — Vou ficar presa aqui como a mamãe!

Charlie fica sem reação olhando para a porta que se fechou e levou sua filha primogênita. Desci mais um degrau, chamando a sua atenção.

Seus olhos me cortam fora quando ele percebe a mochila em minhas costas.

— Você também?

— Não quero ir — mordo a parte interna da bochecha, meu coração batendo forte demais. — Você falar com ela. Vamos parar em um hotel e vou convencê-la de voltar.

Charlie abaixa a cabeça enquanto assente, disposto a não me mostrar seus olhos inundados. Passo por ele e não posso ir sem lhe dar um abraço. Ele precisa disso; eu preciso disso.

Ele não é muito bom com abraços, mas Charlie me aperta e depois funga, me pedindo para se apressar e cuidar da minha irmã.

Saio de casa e percebo Bella me esperando em sua caminhonete. Entro no passageiro e ela da partida, limpando as lágrimas que desceram pelo seu rosto.

Encolho-me no banco quando Edward e Jasper aparecem um de cada lado da porta, nos pedindo espaço para entrar.

Edward assume o volante e Jasper fica na porta do passageiro, meu ombro colado com o de Bels agora. Ela me olha. Nossos olhos tão diferentes, transbordando da mesma dor, da mesma dúvida.

Charlie iria nos perdoar algum dia?

(...)

Com Emmett na retarguarda da caminhonete e Alice com o Jeep nos seguindo, não demoramos para chegar em segurança na mansão dos Cullen. Jasper sai do carro e me permite sair.

Entramos juntos em sua casa e somos recepcionados imediatamente por Carlisle seguido pelo vampiro de dread, Laurent.

— Essa briga não é minha — Laurent diz, nem um pouco ameaçado pelo olhar de Jasper ao meu lado, que seria capaz de abrir um buraco na mente dele. — Eu me cansei dos joguinhos dele. Mas ele tem sentidos incomparáveis. Ele é letal. Nunca vi nada como ele em meus 300 anos. E a mulher, Victoria... Não a subestimem.

Ele avança para sair pela porta que entrou e Jasper me puxa para mais perto de seu corpo até que ele não possa sentir mais nenhum rastro do parceiro de James.

Descemos para a garagem, onde ficava cada um dos carros daquela família. Uau.

Não é fácil de matar gente de nossa espécie — começa Jasper, separando-se de mim para abrir aqueles armários. — Mas não é impossível.

Eles começam a discutir o plano de ataque e sinto meu celular vibrar no bolso de trás. Apenas desligo, sabendo bem quem poderia ser, querendo respostas.

— Vou levar Bella para o sul. Jasper vem comigo? — o loiro assente. — Podem despistar o rastreador?

Mas então uma nova discussão recomeça. Com Carlisle segurando a razão ao declarar que seria mais fácil se Edward não estivesse com Bella.

Então, Alice decidi que ficará com Bella.

— Micah e eu levaremos as duas para o sul.

— Eu vou junto — declara Jasper vestindo um casaco por cima de sua blusa estreita. — James não está de olho em Billie, mas prefiro estar por perto.

Carlisle e ele trocam algum olhar antes do médico concordar e todos se prepararem para a viagem. Rosalie é do contra no início, recusando a usar alguma roupa de Bella para despistar o cheiro,
mas no final, ela pega e se prepara para sair com Emmett.

— Tem certeza que eles não vão precisar de você? — questionei, olhando Carlisle que estava recolocando seu plano, dessa vez, sem Jasper na equação. — Eles pareciam estar contando com você.

— Isso porque não sabiam se você aceitaria vir comigo ou não — Jasper me responde, querendo que eu fique mais tranquila.

— Eu deveria estar mesmo aqui, Jasper? — falo mais baixinho, me sentindo deslocada com a situação.

Se pelo menos eu fosse mais alguma vítima que James está correndo atrás, mas não sou. Por que estou aqui? Por que...-

— Preciso de você comigo, lírio — Jasper admite em um fiapo de voz. Uma avalanche de sentimentos batem ao meu peito; devoção, paixão, amor... Não era os meus, eram os dele. — Consegue me entender agora?

Ainda assustada pelo o que eu acabei de saber, anuo com a cabeça e ele sorri de leve, murmurando que ainda iremos conversar sobre isso e que quando falasse em palavras, seria muito mais especial.

Me impeço de sentir-me ansiosa e como os outros, me preparo para a viagem.

(...)

— Precisa comer alguma coisa, Billie.

Encaro o prato que Jasper coloca na mesinha de vidro em minha frente. O sofá ao meu lado se afunda quando ele se senta, virado completamente para mim.

Havíamos encontrado um hotel em Phoenix assim que amanheceu. Fizemos o cadastro para um único quarto e aqui estávamos. Consegui tomar um banho desde que cheguei e quando sai do banheiro, recebi a notícia que minha irmã havia descido com os outros para comer.

Não que não tenham me chamado. Micah subiu umas duas vezes para conferir se eu não queria nada, até Jasper, agora, que subiu já com uma bandeja de suco e bacons.

Mas eu não estava com muita fome. Na verdade, meu corpo estava meio estranho. Decido pensar que é por causa da mudança drástica de temperatura.

— Estou sem fome agora — respondi Jasper, lhe enviando um sorriso que não chega aos meus olhos. — Deve ser a ansiedade. Já vai passar.

Jasper assente, contrariado, mas não discute muito. Continuo a sentir seus olhos por mim pelo tempo que passa e, eu, nada forte, não demoro para lhe dar a minha atenção também.

Jasper estava sentado meio de lado, seu cotovelo nas costas do sofá, sua mão apoiando a sua cabeça.

Nossas íris se reconectou e aproveitamos o silêncio juntos para decifrar cada detalhe um do outro, talvez gravando na mente se precisássemos.

Mais uma vez, fiquei perdida em seu rosto. Na forma como as ondas de seu cabelo parecia se formar para modelar a sua face angelical, o jeito que ele piscava demorado demais para um humano, tão lentamente que parecia mais um selar, seus olhos de mel escuros e seus ombros relaxados.

Deixei que minha mente vagasse para o momento em que Jasper adquiriu aquela postura protetora; rígida.

Lembro que seus olhos voavam para tudo que é lado, procurando meios de fugir, de lutar; tudo. Jasper parecia saber o que estava fazendo, a forma como fazia, como pensava... parecia diferente de seus irmãos.

Jasper abre a boca para falar alguma coisa, meus olhos descem para os seus lábios, os meus formigando.

Ele desiste de falar, simplesmente congela quando percebe a minha atenção naquela parte de seu rosto.

Me sentindo mal por isso, ergui minhas íris, mas lá estava ele, lá estava os seus olhos nos meus lábios, muito mais intensos do que jamais esteve.

Igualo nossos corpos como dois ímãs vidrados, destinados a se conectarem e sem forças para não se aproximar. É assim como eu me sinto quando ele se mexe no sofá para se aproximar, para sentar mais próximo de mim, para sentir o meu calor.

Jasper é hipnotizante; vicioso.

Lírio... — ele sussurra, afastando qualquer pensamento racional da minha mente.

Minha respiração falha e começa a ficar descompassada, sem ritmo algum. Nossos joelhos se tocam, mas eu me sinto faminta de repente; faminta dele.

Aquele desejo de mais cedo volta com tudo. Meus olhos descem para o seu pomo de Adão, depois para os braços cobertos por mais do que um tecido fino.

Para provar a teoria do ímã, assim que ele se desencosta do sofá e se senta posturadamente, meu corpo o segue e ficamos um de frente para o outro. Os pensamentos girando pelo ar, colidindo-se ao nosso desejo, a nossa razão que está muito longe de tomar o controle.

Ele sorri para mim e eu me desmonto. Tão fácil quanto um vento forte que destrói seu penteado. Meu estômago embrulha com a sensação gostosa e eu trinco meus dentes.

— Jasper...

— Sim, meu amor?

Gaguejo e no final, acabo por desistir, abaixando o meu queixo e querendo xingar-me pela
estupidez.

Mas então, Jasper avança e eu o encaro de olhos arregalados enquanto ele ainda tem as costas de seus dois dedos embaixo do meu queixo, sendo o motivo de eu ter erguido ele.

Seus olhos fixam-se aos meu, dando-me coragem para eu terminar.

— Eu quero... — arfo com força quando seus dois dedos deslizam pelo meu pescoço.

Jasper está inclinado sobre mim, suas penas ficando para trás enquanto o seu peitoral está quase colado ao meu e nossos rostos tão perto que eu consigo sentir sua gelidez daqui.

— O que você quer?

— Te tocar — admito finalmente e a postura auto confiante de Jasper cai por um momento, parecendo que não estava preparado para ouvir tal coisa. Mas não há julgamento e nem recusa, apenas... surpresa. — Eu só...-

Me auto interrompo para levantar minha mão direita. Faço o processo bem devagar, esperando que ele recue, que ele abra os nossos olhos ao dizer que não era o momento.

Mas em vez disso, Jasper encara minha mão e depois o meu rosto com expectativa, ansiedade. Sei disso porque seus sentimentos extrapolam para mim.

Quando a ponta dos meus dedos roçam na maçã do seu rosto, um selar de toque pequeno e nada perto do que eu penso em fazer, Jasper segura o apoio do sofá em cima de nossas cabeças, apertando-o com tanta força que até eu posso ouvir a madeira ranger.

Uma parte minha sente medo de pensar o que pode acontecer se eu tocar definitivamente no seu rosto, mas não é como se eu controlasse meus gestos mais. Apenas meus sentimentos; nossos.

Um colide com o outro quando meus dedos se firmam mais em sua pele quando eu desço pela linha da orelha.

Tento encarar Jasper, mas ele está de olhos fechados e lábios entreabertos. Talvez tenha sido por isso que eu tenha criado coragem para descer além de seu ombro. Minha mão toca em seu bíceps e eu retomo o ar em meu peito, sentindo a firmeza dos músculos e da própria pele que já é rígida.

Sua pele gelada, de uma forma incrível, nem me incomoda. Parece ser um constraste perfeito.

Meu toque delicado e medroso chega até a barra da sua blusa de frio em seu pulso e nossas peles entram em contato. Eu subo meus dedos por dentro das mangas, mas não consigo fazer muita coisa, já que é bem apertado.

Jasper abre os olhos e eu o encaro, percebendo só agora os dois centímetros de distância entre o nossos rosto. Ainda me encarando, seus olhos muito mais escuro do que antes — beirando ao negro —, ele retira o casaco, ficando apenas com a camiseta colada de mangas.

Não estou mais tocando seus músculos, agora eu os vejo.

Tento buscar a resposta para a pergunta que se enche em minha mente assim que minha mão para pra descer pelo seu pescoço; devo parar ou não?

Sentindo a minha hesitação, me assusto quando a mão de Jasper que apertava o sofá, apenas adentra os meus fios, trazendo minha cabeça para ficar perto da dele; nossas testas se colam e pela surpresa, além de soltar o ar, minha mão desce para o seu peitoral. Seus gominhos salpicam a minha palma.

Jasper geme quando minha mão passa por ali, com mais agressividade. Seus dedos se apertam em meus fios e eu o acompanho com o som audível.

Meus dedos tocam a barra de sua camisa, pronta para sentir sua pele sob os meus dedos, mas ele segura o meu punho. Nossas testas se desencostam e eu o encaro com um misto de desculpas e frustração.

— Desculpe — ele pede. Aceno com a cabeça em compreensão e xingo-me mentalmente pela burrice. Eu passei dos limites. — Lírio, eu sinto cada um dos seus sentimentos e ainda há os meus próprios. Não vou me segurar.

"Ah" é o que eu murmuro enquanto abaixava a cabeça, minhas bochechas queimando de vergonha.

— Me desculpa.

Ele me impede de se afastar, sua mão encaixando no lado esquerdo do meu rosto, seus olhos frisando os meus.

Eu quero te tocar também.

A porta do quarto de hotel é aberta e Jasper pula do sofá no susto. Minhas bochechas queimam mais, mas a atenção não está na gente quando Micah invade o quarto com Alice ao seu lado, que se senta ao meu lado com um olhar de paisagem. Seu namorado volta para ela, com um papel e um lápis.

Ela estava tendo uma visão.

Vou até Bella que tinha acabado de fechar a porta do quarto e observo Alice desenhando algo naquele papel.

— O que houve? — Jaspe perguntou ao irmão, vestindo a blusa de frio novamente.

— James mudou a rota. Alice disse que ele está indo para uma sala cheio de espelhos.

Meus olhos seguem todo o rumo que ela faz naquele papel, o desenho começando a ficar conhecível por mim.

— Edward disse que as visões nem sempre são exatas — diz Bella, percebendo a mesma coisa que eu.

— Ela vê o caminho que as pessoas estão seguindo — explica Micah. — Se mudam de ideia, a visão muda.

— O caminho que o rastreador está seguindo o levará a um estúdio de balé?

Alice para de desenhar e os três olham para a gente.

— Já esteve aqui? — questiona Alice.

— Tivemos aulas quando criança — explico, dando de ombros com os braços cruzados, evitando olhar para Jasper. — A escola tinha um arco como esse.

— A escola era aqui em Phoenix? — Jasper questiona e recebe um aceno de confirmação com a cabeça.

O celular de Bella toca e ela vai falar com Edward em outro cômodo. Os vampiros trocam olhares e se preparam para descer novamente pro saguão.

— Vou com eles para retirar o cadastro — Jasper me avisa, seus olhos evitando os meus tanto quanto os meus estão fazendo com os seus. — Vai arrumando as coisas. Estamos de saída agora!

Anuo rapidamente e pego a minha bolsa no canto da sala, indo até o banheiro para recolher minha toalha, roupa suja e os utensílios de higiene. Ainda estou cuidando de tudo isso quando Bella grita por mim no seu quarto.

Com desespero, acabo derrapando para correr até ela, mas consigo me equilibrar no último minuto. Quando chego no quarto, ela retira o celular da orelha e o coloca no viva voz.

Vocês têm uma bela casa.

Meus olhos se encontram com o de Bella, arregalados. Era James.

E ele estava com nossa mãe.

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