7 • F.R
Meus olhos abriram levemente encontrando olhos preocupados em cima de mim. Estava ainda na sala de aula deitada no chão frio. Steven estava sentado ao meu lado, enquanto um pouco mais afastado estava a garota dos fones de ouvido e o veterano.
— Como você está se sentindo? — Steven perguntou enquanto eu tentava me levantar.
— Um pouco tonta! — Coloquei uma de minhas mãos em minha cabeça. Minha pressão havia abaixado e assim por consequência um desmaio inesperado.
— Não há ninguém nesses corredores e não conseguimos ainda chamar a professora, mas acho que você deveria ir na enfermaria!
Não falei nada, naquele momento era uma sentença muito complexa para minha cabeça que havia recém voltado para o mundo real. Não sei bem o que aconteceu depois, mas quando eu vi estava sentada em uma maca medindo minha pressão.
— Você precisa tomar muita água.. — A enfermaria começou a pronunciar maneiras para que eu pudesse melhorar o meu estado, já que a pressão continuava baixa. Eu sabia que o que eu tinha, talvez uma pequena consequência de ser magra e alta, mas nunca tinha me dado problemas desse modo. Talvez uma consequência de como estava vivendo nesses últimos tempos.
Sai da enfermaria agradecendo à disposição e que não precisava chamar meus pais. É por sorte do meu pequeno desmaio todos foram dispensados da detenção, o que era um grande alívio para a senhora Docks que provavelmente estava comemorando internamente. Steven me deu um pequeno aceno de longe quando viu que eu estava indo embora a qual eu retribui.
Os pais de Sophie haviam novamente voltado de viajem, e eu percebi isso quando vi que o casal passando de carro pela frente do colégio. Meu coração bateu mais forte. Uma saudade. Fazia muito tempo que não trocávamos uma palavra, então meus olhos encheram de lágrimas e eu saí correndo em direção a minha casa, descobrindo assim que não era apenas os pais de Sophie que haviam voltado.
Fui direto para a cozinha para achar algo para comer e fui recebida pelos olhares curiosos e furiosos dos meus pais. No começo eu achei muito estranho, meu pai não pisava em casa desde o dia que foi embora, e mandava mensagens periodicamente para o meu celular pedindo como as coisas estavam e tentando ser um bom pai. Porém a expressão de ambos chamava a minha atenção, a triste de minha mãe e a furiosa do meu pai, e isso só podia significar que algo ruim estava para acontecer. Minha mãe nunca estava em casa nesse horário, e eu não via meu pai fazia mais que um ano.
— Pai ? Mãe ? — As palavras saíram da minha boca mais como um sussurro e eu não sabia como me portar naquele momento. Meu coração estava acelerado e podia sair pela boca a qualquer momento.
— Parece que você anda muito bem, Ravena! — Disse meu pai em um tom de voz duro pegando seu celular e me entregando logo em seguida — Recebi uma foto sua de um dos meus chefes, e resolvi começar a te acompanhar nas redes sociais.
As fotos que apareciam na tela do celular eram minhas, em vários lugares que havia ido, e concordo que muitas delas eram deploráveis.
— Resolvi ligar para sua mãe e perguntar se ela pelo menos sabia de alguma coisa.. Mas logo percebi que ela nem estava em um bom estado de cuidar de si mesma, agora imagina de uma filha adolescente — Ele continuou e logo após aquelas palavras mamãe começou a chorar silenciosamente.
— Mas pai.. — Comecei a falar mas fui interrompida com ele pegando minha mochila para si, tirando tudo de dentro em seguida. Revelando além de matérias escolares, alguns cigarros e um litro de vodka disfarçado.
— Você é apenas uma criança brincando de ser adulta! E eu acho que o único que está com o direito de tomar uma decisão aqui sou eu! Por isso foi decidido que sua mãe vai ser mandada para um centro de reabilitação, e como você não pode ficar sozinha aqui e nem ir comigo pois estou trabalhando em período integral, decidimos que você vai pegar o trem logo depois das suas aulas acabarem, e vai ir para uma escola nova. Vou te falar o resto dos termos quando chegar mais próximo, consegui um jeito no trabalho e até que não acaba suas aulas eu vou ficar aqui . Entendido?
Concordei com a cabeça abaixada e meu pai me entregou minha mochila, obviamente sem o cigarro ou a vodka. Então fui no banheiro de baixo enquanto o mesmo revistava meu quarto a procura de outros segredos da minha vida. Mandei uma mensagem para algumas pessoas contando em partes o que havia acontecido e pedindo para que não me mandassem mais mensagens por um tempo, e apaguei algumas conversas antes que meu celular caísse nas mãos do meu pai.
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Não fui para a aula no dia seguinte. Fingi que estava mal e passei o dia inteiro dentro de casa, minha cabeça estava no máximo com toda aquela história, e estava realmente com uma dor de cabeça, porem nada que fosse suficiente para faltar aula, por isso tive que aumentar um pouco a história. A noite coloquei um calmante nas bebidas dos meus pais e em poucas horas eles apagaram. Me vesti com nada muito luxuoso e sai sem companhia e sem rumo, entrando em um bar após algumas quadras. Alguns velhos hábitos que estavam me matando, mas precisava respirar. Sentei nas cadeiras elevadas na frente do balcão e logo após uns segundos uma pessoa senta ao meu lado. Ster.
— Olá, princesa! Não estou aqui para brigar.. — Consegui sentir o cheiro de álcool de sua boca de longe , e deduzi que fazia um bom tempo que ela estava ali.
— O que você quer?
— Sabia que você foi o assunto mais comentado hoje de manhã?
Dei de ombros e voltei o meu olhar para frente. Não queria saber, e não entendia o grande por que Ster gostava tanto de fofocas. Se duvidar será a próxima garota do blog, se inspirando em gossip girl abrindo o seu site de fofocas. Ela teria talento.
— São um bando de mentirosos. Como eu era. Só ficam com você quando querem alguma coisa ! — Ela voltou a falar mexendo no seu cabelo e olhando para o mesmo, o que me fez arquear minha sobrancelha, era a última coisa que eu esperava ouvir de sua boca — A verdade era que eu queria ser como você ! Eu tinha inveja de você ! E eu estraguei tudo... Mas estou aqui conversando com você não só para me desculpar de todas as merdas que eu fiz, mas para você não fazer a mesma merda com Sophie!
— Sophie? — a interrompi passando o meu olhar de curioso a preocupação.
— David veio falar comigo, disse que estava tentando falar com você faz tempo, mas que acha que você bloqueou o contato dele, e eu era a única que ele conhecia daquela escola de merda que por acaso estava envolvida com histórias com você! Mas parece que você tá sem celular, e também não foi para a escola — Ela começou a soluçar antes que pudesse terminar o que começou a me deixar nervosa — O fato é que ela está mal.. David estava desesperado, tentei te ligar também, às vezes a ficha cai, não é mesmo? Porém você não atendeu, e aconteceram uns rolos que foram de dez mil a pior depois de tentar de ligar, e a ideia que eu tinha de ir na sua casa foram por água a baixo, desculpa, eu sou um lixo.
Ster começou a chorar e eu não sabia o que fazer. Olhei para os lados procurando por alguém que denunciasse que era uma piada, mas não tinha ninguém. E a voz de Ster penetrou na minha cabeça com a sua frase dita anteriormente. As vezes a ficha cai, não é mesmo?
Eu precisava de uma nova vida.
Comecei a acalmar a garota sem saber direito por onde começava, isso era o correto não? E segundos depois ela estava abraçada em mim soluçando, porém ela parou por um momento, limpando suas lágrimas e me falando que eu precisava ir atrás de Sophie.
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