02• A.N
Calcei meus saltos e desci pela avenida. No sofá da sala minha mãe dormia um sono pesado com garrafas de whisky e cervejas jogadas ao seu lado. Eu não a reconhecia já fazia um bom tempo, mas nada que eu falasse a fazia acordar, seja da questão da própria vida ou de forma literal, e eu estava extremante cansada e esgotada de toda aquela situação que passei a me importar cada vez menos, afinal, nada que eu fazia parecia fazer efeito, mas sim, me desgastava cada vez mais.
Meu salto tintinava pela calçada enquanto eu arrumava meu vestido e avistava Sophie parada na esquina.
— Como você está, minha pequena borboleta? — disse lançando meus braços sobre seus ombros com um sorriso a qual ela retribuiu logo em seguida.
— Eu estou ótima, abelha rainha! — Sophie passou seu braço em minha cintura e eu podia sentir sua felicidade no ar, e só aquilo importava naquele momento.
Já fazia um tempo que eu e Sophie nos tornamos melhores amigas, e as coisas pareciam fazer mais sentido quando ela estava junto comigo, como se fosse mais fácil de me soltar e ter um lugar para chamar de lar, mesmo com nossas famílias transtornadas. Minha mãe se perdeu depois que meu pai foi embora, enquanto os pais de Sophie são extremamente ricos, mas passam a maioria parte do tempo viajando, deixando a garota com os empregados.
Então eu e minha nova melhor amiga resolvemos começar a sair mais, afinal, nossos pais não nos davam atenção, e a maioria das pessoas na escola nos odiavam, graças à minha ex melhor amiga com boatos falsos e sua arrogância. Começamos a sair apenas nos finais de semana, mas agora a semana inteira é nossa, ou quase toda. Os professores dizem que nunca sairemos vivas.
— Essa é a última noite dessa semana! — Disse Sophie enquanto andávamos com passos apressados — Meus pais chegam amanhã e só vão sair novamente daqui cinco dias.
Suspirei, mas no fundo eu a entendia, mas do mesmo jeito era um saco.
Fomos andando em direção à casa de dois garotos que havíamos conhecido semana passada e nos encontramos umas duas vezes. Muitos garotos chamaram nossa atenção com alguns 'Oi' na rua enquanto íamos em direção ao apartamento. Apenas ríamos e eu acenava enquanto Sophie ficava sem graça.
— Estou bonita, Ravena? — Ela me perguntou antes de chegarmos na porta do apartamento — Estou com medo!
— Shh, não precisa se preocupar com nada! — Sussurrei e dei três batidas na porta que foi aberta logo depois.
— Oi , gatinha! Como você tá ? — disse David, o universitário loiro passando seus braços ao redor da pequena Sophie — Venha, vamos entrar!
Eu podia ver a tensão no rosto da minha amiga e mandei um sorriso para encoraja-la. Não estava a obrigando a fazer nada que não quisesse, e muitas vezes sentia que precisava protegê-la da maldade do mundo.
— Ah, Ravena! O Tom saiu pegar umas cervejas, mas ele já volta! — David pronunciou antes de sumir para dentro do quarto. Eu assenti tentando parecer triste e compreensiva, mas a verdade é que eu estava comemorando por dentro. Adorava ficar sozinha de vez enquanto, e só estava ali por causa de Sophie.
Acendi um cigarro e liguei a TV, colocando meus pés em cima da mesa. Ninguém iria ver mesmo, mas em menos de cinco segundos Tom abre a porta com uma sacola na mão.
— Eai, princesa !? Já chegou ? Olha o que eu..
— Vamos furar a orelha ? — O interrompi olhando para a fumaça que saia da minha boca.
Tom já estava me dando nos nervos, não precisava ouvir elogios falsos de ninguém que trocava faculdade por academia e que só estava falando por segundas intenções, mas não podia dispensa-lo pois eles eram nossa carona da noite.
— Claro, gatinha eu só ...
— Sem "gatinha" .. Só Ravena! Apenas Ravena — O interrompi pela segunda vez respirando algumas vezes para tentar me acalmar.
— Tudo bem, Ravena, sem estresse!
Apesar de Tom ser muito superficial ele tinha alguns Dons, como tinha que ter um meio de ganhar dinheiro, então ele vendia drogas, tatuava e furava clandestinamente, talvez um grande erro, já que se quisesse poderia arrumar um emprego comum e ganhar dinheiro da forma correta, até mesmo naquela academia patética que ele passa a maior parte da vida com os seus esteroides, mas o mesmo diz que tudo isso dá muito trabalho e que não poderia aproveitar a parte boa da vida, o que só me faz revirar os olhos.
Pelo menos toda essa questão me levava a ganhar certas coisas de graça, pelo fato de estar ficando com ele, e o homem de vinte e quatro anos era um pouco iludido achando que eu estava em suas mãos. Então enquanto esperávamos David e Sophie eu ganhei um novo furo na orelha de cada lado, uma pequena tatuagem tatuagem de coração na parte inferior do meu braço esquerdo, além de um pouco de cocaína em minhas veias. Então uma hora depois os dois pombinhos saíram do quarto nos fazendo partir para a segunda parte da noite.
Sophie me encarava e eu não sabia o que a sua expressão realmente queria passar, estava tão fora de mim naquele momento que tudo estava bom, eu me sentia invencível, e era aquilo que parecia importar.
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Oi amores, espero muito que estejam gostando <3
Ainda tem muita coisa pra acontecer, e eu estou muitoo ansiosa.
Vou fazer 2 atualizações por semana já que tenho todos os capítulos prontos, provavelmente um no final de semana e um durante a semana, mas não esqueçam de serem participativos, uma história sem leitores acaba ficando como apenas letras em uma página.
XOXO
-Isa
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