11 | Confiança.
Jaemin e Jack caminhavam em direção ao camarote do primeiro para avisar à sua família sobre o que estava acontecendo.
Quando estavam prestes a chegar, o trabalhador de Cal se interpôs no caminho deles.
― Que bom que chegou, jovem Jaemin, seus pais estavam procurando por você ― avisou ele, e o recém-nomeado apenas assentiu, mas não se afastou de Jack.
Ao chegarem ao camarote, entraram sem se importar com os olhares desaprovadores de seus pais.
― Viemos avisar que algo ruim está acontecendo ― foi a primeira coisa que Jaemin disse, fazendo seu pai se levantar de repente.
― Sim, você tem razão... duas coisas preciosas para nós desapareceram, uma já voltou e a outra acreditamos saber onde está, verifiquem ― disse ele aos guardas que se aproximaram de Jack.
― Ah! E agora o que?!
― Pai, o que você está fazendo? ― perguntou Jaemin, desconcertado, enquanto observava os guardas revistando Jack ― há uma emergência nesse barco e você quer incomodar Jack agora?
― Isso é o que, senhores? ― a voz do sargento de marinha interrompeu a conversa, enquanto o homem mostrava o colar que era de sua irmã.
Jaemin ficou surpreso com aquilo.
― Sim! É esse! ― exclamou Cal, agarrando o colar.
Os guardas começaram a colocar algemas em Jack.
― O que estão fazendo? Soltem-no! ― gritou Jaemin, ao perceber que Jack não havia feito nada.
Uma mão em seu braço fez Jaemin girar o rosto e ver seu pai. ― Por que você continua defendendo ele? Ele roubou o colar da sua irmã! ― disse ele, furioso.
Mas Jaemin não ia se deixar intimidar.
― Porque eu sei que ele não fez isso! Ele não fez!
― Maravilhoso ― interrompeu Cal ― esse cara já te enganou para sempre confiar nele.
― Você que cale a boca!
Jaemin tentou golpeá-lo, mas seu pai o impediu.
― Jaemin, não acredite neles! ― gritou Jack enquanto era levado para fora da sala pelos guardas ― não acredite neles!
― Não vou acreditar! ― gritou Jaemin, tentando ir atrás dele, mas seu pai o segurava ― vou procurar por você, só aguenta firme!
Ele realmente esperava que Jack o tivesse ouvido.
A porta foi fechada e seu pai o arrastou para o camarote, empurrando-o com força, fazendo-o cair na cama.
Jaemin se levantou rapidamente para olhar para seu pai, mas, assim que se levantou, uma forte bofetada acertou sua bochecha.
Doía, mas ele não iria chorar.
― Não posso acreditar que você seja um idiota! ― gritou seu pai, se aproximando e agarrando seus braços com força ― Achei que você não pudesse cair mais, mas o que fez agora foi o pior do mundo.
― O quê? Me desnudar para alguém me desenhar? Não acho ― respondeu ele, desafiando-o com um sorriso no rosto.
Outra bofetada atingiu a outra bochecha de Jaemin.
― Você é a vergonha dessa família! ― gritou ele novamente, apertando seus braços ― Suportei todas as suas idiotices, mas isso, Jaemin... isso eu não vou deixar passar.
― O que vai fazer? Me bater mais? Me inscrever em um internato depois que o barco acabar? Me trancar? O que mais vai fazer comigo?!
Jaemin viu seu pai sorrir e, em seguida, soltá-lo, fazendo-o cair na cama.
― Olha... agora você está se defendendo ― disse ele, cruzando os braços ― Seu amante te ensinou a fazer isso?
― Não é meu amante!
― Claro, seu namorado? ― perguntou ele, zombando, e Jaemin ficou realmente irritado ― Lembra o que eu te disse hoje mais cedo?
O loiro o olhou desconcertado até lembrar da conversa que teve com seu pai pela manhã.
― Não...
― Vejo que agora lembrou ― o interrompeu, enquanto caminhava pela sala, verificando cada porta do camarote ― agora que o seu "relacionamento" com esse cara foi descoberto, vão castigar ele por ter feito um menino inocente da primeira classe gostar de homens... isso não é bem visto pela sociedade.
― Ele não fez isso!
― E quem vai te acreditar? Minhas palavras valem mais que as suas! ― o Sr. Bukater se aproximou de seu filho ― Em especial... se eu disser que meu filho enlouqueceu porque aquele cara abusou dele e que você se recusava, mas ele te bateu.
Jaemin arregalou os olhos ao ouvir isso.
Seu pai não poderia estar falando sério.
― Você não ousaria.
― Ah, Jaemin... vejo que ainda não conhece ― o homem olhou como seu pai caminhava em direção à porta ― Não era mentira quando eu disse que ia atrás dele... você deveria ter me ouvido. Se ele morrer... você vai viver com isso na sua consciência. Aproveite sua estadia aqui até o Titanic zarpar ― e com isso ele fechou a porta do camarote.
Jaemin se levantou quando ouviu seu pai trancar a porta.
― Não, não, não... me abra a porta, pai! ― gritou ele enquanto tentava abrir a porta, mas não conseguia... começou a bater nela ― Me deixe sair! Me deixe sair! ― gritou novamente, mas não obteve resposta.
Seus olhos se encheram de lágrimas, mas ele não se permitiu chorar... precisava encontrar uma saída para procurar Jack.
Começou a procurar nas portas do camarote, mas nenhuma estava aberta.
Depois lembrou que seu pai as havia checado minutos antes.
― Claro, eu tenho uma ideia! ― exclamou, ao ter uma ideia.
Ele tinha um talento que em algumas ocasiões o ajudava a escapar.
Sua irmã Rose havia deixado alguns pequenos broches em seu camarote, e ao encontrá-los... tentou usar para remover a trava da porta.
Sorriu ao sentir que a trava tinha sido desbloqueada e abriu a porta com emoção.
Quando saiu para a sala de estar, percebeu que sua família não estava lá... melhor para ele.
Como estava frio, colocou um casaco grosso e saiu do camarote principal para começar a correr pelos corredores em busca de Jack.
― Senhor Andrews! Senhor Andrews! ― chamou o homem, que parou apenas para olhar para ele ― Que bom que encontrei o senhor, preciso saber para onde o chefe de marinha está levando alguém preso?
― Do que você está falando? Você precisa ir com sua família e embarcar em um bote imediatamente.
― Não! Vou fazer isso com ou sem ajuda, mas sem ela vai ser mais difícil e vou demorar mais.
O Sr. Andrews suspirou e começou a explicar o caminho que Jaemin deveria seguir para chegar até onde precisava.
O loiro agradeceu e correu em direção ao elevador, mas a pessoa que estava lá não queria deixá-lo passar.
Isso fez Jaemin perder a paciência.
― Já cansei de ser educado, maldito! ― gritou ele, entrando no elevador e empurrando o funcionário ― Me leve para baixo! ― ordenou, e o funcionário obedeceu.
Enquanto o elevador descia, Jaemin se apoiou na parede, suspirando, mas não pôde falar ou fazer nada, pois, quando estavam prestes a chegar embaixo, muita água começou a entrar no elevador.
Ele e o funcionário gritaram.
Mas mesmo assim, Jaemin não iria desistir... iria procurar por Jack.
Saiu do elevador e viu o funcionário subindo, mas pouco se importou, e mesmo com a água gelada chegando até suas pernas, continuou seu caminho.
Correu por cada corredor, subiu as escadas, mas quando estava prestes a chegar ao último corredor, não se lembrava se era à esquerda ou à direita.
Então, teve a ideia de gritar o nome de Jack para ver se ele o ouviria.
― Jaemin!
Virou o rosto em direção ao corredor de onde veio a voz de Jack e decidiu seguir até chegar a uma sala onde a porta estava aberta.
Sorriu amplamente ao ver Jack.
― Jack! ― gritou o nome dele enquanto corria em sua direção.
Quando ficou frente a frente com ele, deu-lhe um beijo rápido e depois o abraçou.
― Eu não roubei aquele colar!
― Eu sei ― respondeu rapidamente, olhando nos olhos dele ― Sempre confiei em você e nunca duvidei, mas não vamos falar sobre isso agora... precisamos sair daqui rápido.
Jack assentiu e disse para procurar uma chave plateada para poder tirar as algemas dele.
Jaemin obedeceu, mas não encontrava a chave.
― Não está! Já procurei na escrivaninha, nas gavetas, no armário e não está!
― Jaemin! ― chamou Jack, e Jaemin rapidamente olhou para ele ― Você tem que buscar ajuda!
― Eu não vou deixar você aqui!
― Eu vou ficar bem, só vá buscar ajuda... agora!
O moreno suspirou e assentiu, lhe deu um beijo rápido e saiu da sala.
A água continuava subindo, mas felizmente ele encontrou uma escada... subiu rapidamente enquanto buscava ajuda.
Gritava pelos corredores, mas não havia ninguém.
As luzes do navio se apagaram por um momento, e Jaemin se apoiou na parede, até que elas se acenderam novamente.
Suspirou e passou as mãos pelo rosto, exausto pelo que estava acontecendo.
Quando tirou as mãos do rosto, seus olhos foram diretamente para o machado protegido por um vidro.
Sem pensar, ele bateu no vidro com a mão e pegou o machado... sua mão estava sangrando um pouco devido ao vidro.
― Maravilhoso, Jaemin ― sussurrou ele, revirando os olhos ao ver que havia um martelo no vidro, e ele havia quebrado com a mão.
Ele buscou em seu casaco por algo... precisava cobrir a ferida. Felizmente, encontrou um lenço branco e, com dificuldade, o enrolou na mão para estancar o sangramento.
Depois, voltou pelo corredor em que havia subido e, ao chegar nas escadas, viu que a água já as cobria quase completamente.
- Você consegue... Jack precisa de você - se animou, tirando o casaco.
Era longo e, como estava molhado, estava pesado. Se continuasse com ele, demoraria mais para chegar onde Jack estava.
Alguns tubos estavam no teto e, com a ajuda deles, ele conseguiu avançar até o quarto onde Jack estava.
- Que frio! - exclamou ao sentir a água, mas precisava continuar.
Quando finalmente sentiu o piso, soltou-se dos tubos e continuou seu caminho... o machado estava em suas mãos.
- Finalmente cheguei! - avisou Jack ao entrar no quarto - Isso vai servir? - mostrou o machado, e o loiro assentiu.
- Você quer praticar ou...
- Vou fazer isso agora - o interrompeu, aproximando-se dele - não temos tempo a perder.
Jack estava nervoso.
Quer dizer, seu namorado ia usar um machado para quebrar as algemas... só esperava que não fosse suas mãos.
Não que não confiasse nele, mas ainda assim...
- Tudo bem - mostrou as algemas e se afastou um pouco - confio em você.
- Então para de tremer e feche os olhos - Jaemin riu, se preparando para fazer seu trabalho.
Jack apenas negou com a cabeça e fechou os olhos.
Não demorou nem um segundo quando Jaemin quebrou as algemas, libertando-o do tubo onde estava preso.
Ambos gritaram e riram de felicidade, se beijaram e logo saíram do quarto.
- Droga! Está gelado! - exclamou Jack ao sentir a água tocando sua pele.
Jaemin olhou para os lados, tentando encontrar uma saída, mas o único que viu foi que a água tinha subido ainda mais.
- A saída era por ali! - disse a Jack, que o agarrou pela mão.
- Então precisamos encontrar outra saída, vamos!
O moreno assentiu e seguiu Jack.
Precisavam sair antes que o barco afundasse completamente.
Revisado.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro