05 | Nos vemos no jantar.
— O que é isso na sua mão?
Jack olhou para o caderno em suas mãos e, em seguida, para Jaemin, que parecia estar se sentindo melhor após a conversa anterior.
— É meu caderno de desenhos — respondeu com um sorriso.
— Posso ver? — Jaemin perguntou, curioso.
Jack assentiu, entregando o caderno. Jaemin o pegou rapidamente e começou a folheá-lo, admirado.
— Uau, Jack! Você desenha muito bem! — exclamou, visivelmente impressionado. — Isso é um talento incrível.
— Não pensaram assim em Paris — Jack disse, com um riso curto.
— Paris? — Jaemin o encarou, surpreso. — Você viaja muito para alguém... — Ele hesitou, percebendo que poderia soar ofensivo.
— Para alguém pobre? — completou Jack, rindo de si mesmo.
— Não se preocupe, não me ofendo fácil. É verdade, sou pobre.
Jaemin abaixou os olhos, constrangido.
— Não era minha intenção ofender.
— Está tudo bem. Eu prefiro rir disso — disse Jack, tranquilizando-o.
Jaemin continuou folheando o caderno até parar em uma página específica.
— Oh... O que é isso? — perguntou, apontando para os desenhos de mulheres nuas.
Jack coçou a nuca, um pouco embaraçado.
— Isso... é o bom de Paris. Muitas mulheres posam assim — explicou, tentando descontrair.
— Mas não aconteceu nada com elas. Eu só queria desenhá-las.
Jaemin deu uma risada breve, fechando o caderno.
— Não vou te julgar. Seus desenhos realmente são arte.
Você vê as pessoas, Jack. Consegue capturar algo nelas.
Jack olhou para ele por um momento e respondeu:
— Eu vejo você.
Jaemin se surpreendeu com a resposta, mas sorriu, desviando o olhar para o horizonte.
— Por que você queria pular na água?
A pergunta fez o sorriso de Jaemin desaparecer, mas ele preferiu não responder.
Os dois continuaram a caminhar em silêncio por alguns instantes, até que Jaemin quebrou o silêncio:
— Sabe, Jack... às vezes eu gostaria de viver como você. Sem ninguém ditando o que devo fazer ou me julgando.
Jack parou e o encarou.
— Você pode fazer isso.
Jaemin riu de lado, inclinando a cabeça.
— E o que minha história não te mostrou até agora, jovem Dawson?
Jack deu de ombros, com um sorriso.
— Entendi, mas... por que não foge quando o Titanic chegar em Nova York? — sugeriu.
Jaemin franziu o cenho.
— Fugir?
— Sim. Você seria livre, poderia ir para qualquer lugar e viver do jeito que quiser.
Jaemin suspirou, pensativo.
— Não é tão simples assim.
— Eu sei que não é fácil. Mas seria um novo começo. Pense nisso.
Jaemin fitou o horizonte, ponderando. Era uma ideia tentadora, mas implicava em abandonar tudo e todos. Ainda assim, sua felicidade deveria vir primeiro. Ele virou-se para Jack.
— Você me ajudaria?
Jack pareceu surpreso.
— Ajudar você?
— Sim. Me ajudar a fugir. Você faria isso?
Jack pensou por um instante antes de responder:
— Se for para evitar que você sofra, eu faria com prazer.
Jaemin abriu um sorriso, mas antes que pudesse dizer algo, uma jovem ruiva apareceu correndo em direção a eles.
— Rose? O que está fazendo aqui? — Jaemin perguntou, ao ver sua irmã ofegante.
— Meus pais estão vindo! Façam de conta que acabaram de me encontrar — ela disse rapidamente, olhando para trás.
— E lembre-se, Jaemin, eles não sabem que você saiu sozinho. Se me virem com você, vão presumir que eu te trouxe.
Jaemin hesitou, mas Rose agarrou o braço dele, tentando parecer tranquila.
Logo, os pais deles apareceram. O senhor DeWitt Bukater os encarou com desconfiança.
— Rose? Jaemin? O que estão fazendo aqui?
Rose sorriu.
— Só estávamos dando uma volta, pai. Espero que não tenha problema.
O senhor DeWitt Bukater franziu o cenho.
— Não, claro que não. Mas... o que ele está fazendo aqui? — perguntou, apontando para Jack.
Rose, mantendo o sorriso, respondeu rapidamente:
— Encontramos o jovem Dawson por acaso. Estávamos falando sobre o jantar desta noite, não é, Jack? — Ela olhou para ele, dando um leve sinal com os olhos.
— Sim, exatamente — respondeu Jack, confirmando com a cabeça.
As trombetas do navio soaram, anunciando o jantar.
— Por que insistem em anunciar o jantar assim? — a senhora DeWitt Bukater reclamou, enquanto Rose e Jaemin trocavam olhares divertidos.
— Vamos nos trocar, pai? — Rose perguntou, puxando Jaemin discretamente com ela.
Os DeWitt Bukater assentiram, começando a se afastar. Antes de sair, Jaemin olhou para Jack e sorriu.
— Nos vemos no jantar.
Jack o observou se afastar, um sorriso crescendo em seu rosto. Não conseguiu desviar o olhar de Jaemin até que uma voz feminina o tirou de seus pensamentos.
— Ei, garoto... sabe o que está fazendo? — Margaret perguntou, divertida.
— Não... não sei — admitiu Jack, sem deixar de sorrir.
— Você vai se meter em confusão por causa daquele garoto — disse ela, rindo.
— O que pretende usar no jantar?
Jack apontou para suas roupas simples, e Margaret suspirou.
— Venha comigo. Vou te ajudar a se preparar para impressioná-lo. — Ela entrelaçou o braço no dele e começou a guiá-lo.
Margaret estava decidida a transformar Jack em alguém que não passasse despercebido naquele jantar.
Revisado.
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