Capítulo 11 - Quem é você?
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As folhas caiam aos sopros dos ventos. Sentado no jardim e olhando a paisagem, suspirava. Ele ainda tentava assimilar tudo que havia acontecido. Quem ele era ou havia se tornado, sem que escolhesse.
- Era como você dizia mãe... Eu queria me aventurar, mas nunca pensei que fosse assim. - Concluía apertando os joelhos. - Onde está agora?
Em um toque suave sentiu alguém apoiando uma mão em seu ombro. Assustado, se virou automaticamente.
- Se acalme.. - Storm sentou ao lado do garoto rindo.
Observando que não seria fácil quebrar o gelo, pegou um maço de cigarro para se distrair.
- Sei que ainda tem muito a perguntar. - Falou com o cigarro entre os dentes.
- Não.
Ele o olhou surpreso.
- Sério mesmo?
- Sei que não adianta mais ficar lamentando. Eu mesmo devo procurar respostas..
- Se é assim que quer...
Se levantando aos poucos, chamou o garoto:
- Talvez eu tenha começado errado. - Ofereceu ajuda para levantá-lo. - Não seja como eles, Blaze.
- O que quer dizer com isso?
- São fortes, mas podres por dentro. - Olhando fixamente continuou dizendo. - Porque não importa quem você é ou o que tem, quando morrem vão pro mesmo lugar. - Pensou melhor. - Talvez não. Que droga.. tentei passar um grande ensinamento e..
Blaze caiu na gargalhada.
- Não tem graça, cara. - coçou sua nuca constrangido. - Bom.. acho que já entendeu. Não deixe se dominar pelo poder. Lembre-se de quem você realmente é.
Ele concordou.
- E.. a partir de hoje vamos treinar. Mas não se preocupe... Não será em nenhum prédio abandonado. Vamos a uma arena.
- Arena?
- Existem vários castelos que pertencem ao rei. Um deles é o Instituto Way e há vários outros na Capital. Normalmente tem um campo de treinamento no fundo. Nós vamos a um deles.
- Hoje?
- Infelizmente não. Precisamos ser.. autorizados. Mas não se preocupe, logo iremos. Tente aprender algo com Thunder, por enquanto.
- Ela está em casa?
- Provavelmente. Vá procurá-la...
Concordando, foi correndo em direção á mansão. Acabou se trombando com ela.
- Cuidado por onde anda, Sto.. - Vendo quem era se acalmou. - O que está fazendo?
- Estava te procurando. - Disse ofegante.
- Pra...?
- Storm disse que você iria me ensinar algo!.
- É claro... - Disse sorrindo sem graça. - Devia adivinhar que ele se abstém das suas responsabilidades..
- O quê?
- Tenho uma missão a fazer... Quem sabe na próxima... - Disse saindo de fininho.
- Pode deixar comigo. - Storm a interrompeu. - Já fez uma missão semana passada.. Agora é minha vez.
- Mas...
- Não, não. Sem problemas... Sei que precisa descansar.
Trincando os dentes, concordou.
- Tá legal. Espero que se perca por lá.
Ele saiu triunfante da sala.
- Muito bem... O que vamos fazer, garotinho?
- Não precisa fingir estar contente com isso. - Ele respondeu.
Se recompondo, voltou-se para ele.
- Direto. - Retomou a fala - Bem... Deve conhecer os conceitos básicos sobre nosso mundo. O treinamento também envolve estudos. Vamos a biblioteca real hoje. Tudo bem para você?
- Sim... - Disse meio contrariado.
- Daqui a meia hora saímos. Tome um banho e coma alguma coisa na cozinha, estarei te esperando na sala.
- Tudo bem.
Saltitante ele foi em direção ao seu quarto. Abrindo seu enorme guarda- roupa, se surpreendeu pois estava quase vazio. Só haviam roupas de cama, hidratantes e toalhas.
- Hum... - Sem saber o que fazer, foi tomar um banho e depois vestiu suas roupas anteriores. Penteou o cabelo e desceu as escadas. Comeu uma maçã e saiu da cozinha.
- Já tomou seu banho?
- Sim.
- Então porque está com as mesmas roup... É claro!. Esquecemos de comprar suas roupas. Bom... Vamos lá.
- Acho que não precisa...
- Como assim?
- Eu... eu não tenho como pagar por enquanto...
Surpreendida com a resposta começou a rir.
- Ha ha ha!. - Enxugando as lágrimas, continuou falando - Você é muito engraçado.
- Hum?
- Você não vai precisar pagar nada, não se preocupe. Temos um contrato com o rei. Se formos bem sucedidos nas missões somos recompensados. Com esse dinheiro pagamos nossas contas diárias. Gastos da casa são pagos por ele. Mas é claro... existe um limite, só podemos gastar uma certa quantia por mês. Resumindo... como sou responsável por você, pago suas despesas.
- Entendi...
- Agora... Vamos!.
Chamando o motorista no térreo, foram ao seu destino.
Minutos depois, o condutor disse:
- Chegamos.
Saindo do carro, avisou ao homem:
- Nos aguarde aqui. Daqui a vinte minutos saímos.
- Ok.
- Vamos.. .
Entrando em uma loja extremamente luxuosa, Blaze ficou pasmo.
- Caramba!.
- Não se empolgue. Não vamos levar a loja inteira. Bem.. hoje não.
Se aproximando do balcão, avistou uma bela moça para atende-los. Esta estava com cabelos presos.
- Olá, como posso ajudá-los?
- Preciso de algumas roupas para este rapaz.
- Mas é claro! - Empolgada, saiu em um pulo de trás do balcão.
- Hum... Precisamos de algo com de seu estilo.. Estes óculos estão super na moda! Com esse macacão ficará incrível!.
Se aproveitando da situação, Thunder disse:
- Vá provar garoto. - Tentava conter o riso.
- Tudo bem...
Saindo do provador desanimado, olhou para elas.
- Hum.. não, não. Absolutamente não!. - A vendedora disse.
- Tem certeza?
- Hum... já sei!.
Pegando rapidamente um colete, uma calça preta, uma blusa e botas básicas entregou ao garoto.
- Bom.. eu acho uma roupa basicamente sem graça.. mas... parece que combina com você. Pegue.
Trocando rapidamente, saiu do provador com um olhar radiante.
- É... vamos ficar com essa. Quantas outras parecidas tem?
- Várias!, vou pegá-las para vocês.
Depois de 2 horas, provando e escolhendo roupas, pagou a última compra e levaram as sacolas ao carro.
- Droga. - entregando as compras ao motorista para guardar no porta-malas, olhou novamente o relógio. - Droga... Esqueci de pedir a autorização.
Indo rapidamente ao castelo 3, se arrependeu amargamente ao chegar á porta.
Checando o dispositivo, o soldado viu que neste horário, não havia o nome dela marcado.
- Eu me esqueci! Me desculpe!
- Não pode entrar. - Soletrou.
- Merda...Vamos embora...
Quando estavam prontos para ir, alguém os chamou.
- Thunder!.
Pararam no mesmo instante.
- Deixe eles entrarem. - Avisou ao guarda.
- Mas meu senhor... Eles não...
- Deixe.
- Certo.
Sorrindo passaram pelo portão.
- Obrigada... Te devo uma.
- Vou me lembrar disso. - O cavaleiro deixou-os.
- Quem é ele?
- Um dos cavaleiros reais.
- Hum?
- Bom... Vamos a biblioteca principal e eu te explico melhor...
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