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˖࣪ ❛ FAMÍLIA CULLEN ESTENDIDA
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ISTO É HORRÍVEL! Senti como meu corpo pressionava minha barriga, me pedindo para expulsar os dois pequeninos de dentro. Gritei de dor tentando regular minha respiração, era como uma contração, mas dez vezes mais forte.
Fiquei com raiva, Renée disse que a satisfação e o desejo às vezes podem ser dolorosos, que pode até machucar, assim como o amor, mesmo quando é o amor mais puro, sempre há algo que te oprime e te enreda em um abismo de dor, mas como ela foi ingênua quando disse isso.
A dor mais profunda é dar à luz, sentir como minha vagina se abre a cada centímetro dói, assim como a dor das contrações a cada minuto ou segundo que aumenta, isso me faz saber que estou mais perto do momento... Uma vez ouvi que quando você dá à luz sua vagina abre até 10 centímetros ou a maioria abre mais, acho que sou essa maioria porque caramba, dói.
— Dói como dez infernos!
— Meli, você consegue. — encorajou meu irmão.
Apertar a mão de Pietro é meu único consolo, que mesmo sendo humana mas imortal estou exercendo maior força como bruxa, sei disso pelas caretas de dor que ele tenta esconder, mas ele não deve reclamar, ele não está parindo, ele não está sentindo como a vagina se abre.
— Carlisle, eu vou te matar! — vi como ele me olhou entre preocupado, repreendido e incrédulo.
— Apenas empurre, querida. — ele me disse, tentando manter a calma.
Os gritos saem descaradamente do fundo do meu ser, quebrando algumas coisas no processo devido à minha magia descontrolada, os cabelos ruivos de fogo presos na minha testa por causa do suor me fazem saber que isso está realmente acontecendo, eu realmente vou ter um bebê, mas de uma coisa tenho certeza, não terei outro, ou pelo menos não por muito tempo porque isso é uma tortura.
— Mãe, preciso que você acalme sua magia. — Rosalie apontou para o meu lado.
Parei de exercer força, respirando profundamente várias vezes, senti como se meus pulmões estivessem queimando. Olhei naquela direção e percebi que os instrumentos medicinais flutuavam com uma aura vermelha.
— Aquelas tesouras estão apontadas para mim e dá medo. — Pietro falou olhando para os utensílios flutuantes.
— Não me tente. — sussurrei antes de ver Carlisle que assentiu me dando forças.
Empurrei novamente tentando controlar minha magia, que durou apenas alguns segundos porque o uso da força me impediu de controlá-la. Meus dentes cerraram com força, enquanto gritos escapavam da minha garganta que conseguia arranhá-la.
— Vejo a primeira cabecinha. — suspirei de alívio, diminuindo um pouco as forças. — Querida, preciso que você empurre só mais um pouquinho, ok? Mas não muito.
Balancei a cabeça, sentindo minhas bochechas encharcadas, não sabia se era por causa da chuva causada há uma hora, se por causa do suor que escorria de cada parte do meu corpo ou por causa das lágrimas que caíam de arrependimento, mesmo as gotas salgadas que escorriam dos meus olhos estavam quentes. Gritei uma última vez antes de jogar minha cabeça para trás, soluçando.
— Bom, bom. — Rosalie estava com um sorriso radiante tirando o primeiro bebê.
— Você é a pessoa mais forte que conheço. — Pietro, sem soltar minha mão, tirou os cabelos da minha testa com a mão livre, me dando um sorriso radiante. — Você é impressionante, irmãzinha.
Eu chorei novamente.
— E nós temos o Tommy. — Rosalie falou, olhando com os olhos um pouco pretos, o garoto estava banhado em sangue e isso era compreensível. Mas ela estava se controlando.
Eu fico grata novamente porque o sangue do bruxo era como uma espécie de analgésico e não causava muita sede.
— Leve-o até Edward. — Pietro pediu rapidamente, a loira assentiu sorrindo para o garoto.
Eu acho que aquela pessoinha, sendo do tamanho das mãos juntas de Carlisle, tão pequena, mas estranhamente difícil de dar à luz, foi a coisa mais fofa que eu acabei de ver. É verdade que aquele sentimento maternal sempre esteve nas mulheres, mas por Lúcifer... Esse era o meu bebê, eu o tinha.
— Ok, meu amor. Vamos para a segunda. — Carlisle falou com um sorriso radiante.
— Ao contar até três, empurre novamente. — Pietro enxugou meu rosto com uma toalha, me dando um sorriso. — Em um, dois e três...
Empurrei novamente mesmo quando meu corpo clamava mais alto que o meu para descansar, mesmo quando senti meus músculos ficarem tensos fracamente tentando dar à luz Martina. Minhas bochechas doíam, minha cabeça latejava, meu peito tinha uma pressão enorme e eu me sentia muito cansada, mas eu ainda empurrei.
— A cabecinha dela está saindo, como antes, meu amor. Empurre apenas o necessário. — parei para respirar rapidamente várias vezes.
Fiquei grata porque, depois que tirei o primeiro bebê, o segundo foi mais rápido. Embora cada segundo fosse como uma hora de tortura constante, eu estava grata pelo fato de as crianças estarem separadas por apenas oito minutos. Pietro olhou para o céu, me dando um sinal claro de que também estava sofrendo quando apertei sua mão.
Alice entrou na sala, ela tinha um pequeno sorriso mas ela estava cheia neve. Nós franzimos a testa, confusos, enquanto ela se limpava para levar Martina.
— Sua magia. — Alice nos avisou, olhando para o bebê. — Olá, belezura!
Eu ri, jogando minha cabeça para trás e meus braços totalmente deitados. Alice pegou aquele bebê pequeno, lindo e adorável que era um dos meus novos motivos para a imortalidade, aquele bebezinho recém-nascido era uma luz no meu caminho que implorava para que ele estivesse sempre ligado e nunca me abandonasse.
— Você agora é mãe. — Pietro beijou e acariciou meus cabelos.
Eu ri fracamente, mas com muita alegria.
Por Lúcifer... Eu era mãe biológica de dois filhos pequenos.
★
— Olá, mamãe. — olhei para a porta do quarto onde Emmett e Edward entraram com os dois bebês.
Senti meus olhos ficarem molhados e me sentei com algum esforço, tinha acabado de levantar do meu merecido cochilo. Quase desmaiei depois de dar à luz. Ambos os vampiros vieram com sorrisos radiantes balançando os dois híbridos que pareciam ter dois meses de idade.
— Quantas horas eu dormi? — perguntei em estado de choque ao ver os dois bebês.
— Eles crescem muito rápido, você pisca e eles já têm dez anos. — Emmett brincou, meio sério.
Fiquei um pouco chateada com isso, mas Edward segurou Martina para mim para que eu pudesse pegá-la, então Emmett deixou os dois bebês em meus braços. Eu os coloquei juntos para ver cada característica de seus rostinhos.
— Mas que coisas lindas. — sussurrei em voz baixa sentindo minhas bochechas ficarem molhadas.
Os dois tinham cabelos ruivos. A pele deles eram do mesmo tom da minha ou de Pietro, um pouco mais branca. Seus narizinhos próximos aos lábios minúsculos entreabertos eram tão, tão ternos.
— Olá, bebês. — cumprimentei vendo seus olhos se voltarem para mim.
Tommy tinha olhos azuis marinho, tão fortes que pareciam duas enormes pedras de lápis-lazúli. Enquanto os de Pietro eram de um azul elétrico idêntico à cor safira, os deste bebê eram de um tom muito mais escuro, mas igualmente brilhantes.
Ele tinha sua aura de bruxo em azul.
Sorri surpresa quando olhei para Martina. O bebê me olhou com olhos fúcsia, eram de um rosa brilhante e eletrizantes, tinham uma cor surpreendente que me deixou atordoada. Eles eram de uma cor ainda mais profunda do que seus pequenos lábios.
Eles também tinham uma aura.
— Ambos mostraram sinais de magia. — Emmett disse, sorrindo entusiasmado. — Ambos choraram por você, e quando o fizeram, as coisas voaram ou quebraram de repente.
— Durante o seu nascimento, você fez com que a cozinha nevasse, o banheiro tivesse uma tempestade de raios, a sala virasse um deserto de tanta areia e os quartos ficassem molhados. — listou o leitor de
mentes. — Mas essas duas coisinhas, elas puxaram mais de quatro prateleiras e quebraram diversas janelas por causa dos seus gritos. Então Pietro está terminando a limpeza com magia.
— Sinto muito. — ri olhando para os dois bebês que pareciam prestes a chorar, os rostinhos pressionados, os lábios inferiores salientes e os olhinhos coloridos cristalizados.
Os dois vampiros me deram um beijo no cabelo antes de sair, então entendendo suas ações, abaixei minha camisa para amamentar os dois bebês, dando leite para cada um deles. No começo soltei um gemido de dor, foi até desconfortável. Mas com o passar dos minutos esse sentimento diminuiu.
Fiquei deitada em uns travesseiros para não precisar fazer força, os bebês beberam o leite com calma e aproveitei para memorizar cada uma de suas características. Eu não conseguia acreditar que aquelas duas lindas adoráveis tinham conseguido quase me devorar em busca de sangue e agora estavam felizes com o leite materno.
A beleza de uma bruxa bastava, a beleza de um vampiro era ainda mais, mas esses dois bebezinhos tinham o dobro da nossa beleza, eram até tão lindos ou atraentes quanto Rosalie. Eu diria mais.
— Ai, agora. — separei eles quando doeu de novo, os bebês não se opuseram. Coloquei minha camiseta com alguma dificuldade.
Carlisle entrou na sala com um enorme sorriso. Ele se aproximou em silêncio até sentar ao meu lado e pegar Martina delicadamente, como se ela fosse o mais fino cristal. Ele a colocou por cima do ombro, dando tapinhas nas costas dela gentilmente. Repeti sua ação com o pequeno Tommy esperando que eles arrotassem e os deitasse.
Dediquei-me a sentir o corpinho de Tommy, deitado sobre meu peito e ombro, seu rostinho de menino junto com suas mãozinhas agarradas à minha camisa enquanto eu dava tapinhas em suas costas. Olhei para Carlisle que olhava para Martina com um sorriso amoroso.
Eu tinha minha própria família.
— Eu te amo. — deixei escapar sem pensar. — Eu te amo como se você não tivesse ideia. — ele me olhou com o sorriso cada vez maior, se isso fosse possível.
— Eu te amo muito mais, obrigado por me dar essa oportunidade, meu amor. — ele se aproximou para me dar um beijo suave.
Ouvi os dois garotos sincronizarem para arrotar, me fazendo rir. Colocamos os bebês em nossos braços. Deitei minha cabeça no ombro de Carlisle observando os dois bebês fecharem um pouco os olhos, mas lutando para não adormecer.
Eles foram a coisa mais linda da minha vida.
Ambos estavam vestidos com pequenos macacões de manga curta, eram completamente brancos com pequenos desenhos cinza, estrelinhas ou aviões que quase podiam ser vistos. Meias minúsculas e lindas da mesma cor cobriam suas perninhas.
— Rosalie os vestiu. — ele sussurrou para mim, seu olhar fixo em ambas as crianças.
— São lindos. — fui sincera, acariciando os cabelinhos de Tommy.
Apesar de serem bebês pequenos, dava para perceber a diferença entre os dois por causa dos olhos de cores vivas, do pequeno laço que Martina tinha e do fato de Tommy ter muito mais cabelo. Eu não gostava de crianças recém-nascidas, mas meus dois bebezinhos eram totalmente lindos, quase como dois diamantes.
— Pietro tem amigos no Brasil e acontece que lá existe um híbrido. — olhei para ele com interesse. — Ele não é filho de bruxa, mas é filho de um vampiro e de uma humana.
— Sério? — perguntei surpresa, bastante surpresa.
— Sim, ele conversou com alguns velhos amigos e acontece que eles lhe contaram sobre a existência desse híbrido, Nahuel. Explicaram-lhe que ele cresceu mais rápido que um humano, aos sete anos atingiu a idade adulta. Então não se preocupe com o crescimento deles, querida. Eles estarão conosco pelo resto da eternidade. Com o Pietro já cuidamos de fazer todos os testes possíveis. — Carlisle acariciou meus cabelos dando um beijo na minha testa.
Suspirei de alívio, anotando mentalmente para aproveitar cada experiência da infância deles, se quisessem crescer mais rápido eu tinha que manter cada memória segura.
— Mãe. — olhamos para Jasper que entrou um pouco preocupado, mas olhando a imagem com um sorriso. — A matilha está a caminho.
Balancei a cabeça olhando para Carlisle, não adiantava esconder os bebês, eles não eram uma ameaça e não podiam ser tocados. Jasper me ajudou a levantar, Carlisle segurou Martina adormecida, mas Tommy permaneceu acordado, parecendo relutante em adormecer.
— Vamos cumprimentar cachorros gigantes? — perguntei a ele, acariciando seu narizinho com meu dedinho. O bebezinho sorriu, fazendo meu coração bater mais forte. — Você sorriu, você sorriu! — abaixei o lábio inferior mas com muita alegria. — Vamos ver esses cachorros, sim. — continuei conversando com ele ouvindo as risadas dos dois loiros.
Descemos até a entrada onde estava o resto da família. Eles me beijaram, cumprimentando-me suavemente, cada um sorrindo para Tommy, que estava com as mãos pressionadas contra minha camisa. Demorou alguns minutos para ver a matilha abrindo caminho por entre as árvores, em sua forma humana. Eles tinham confiança suficiente em mim.
— Então, você desaparece por um mês e acontece que você tem dois bebês. — ouvi a voz de Sam.
Sorri, me aproximando até ficar na frente dele com Tommy nos braços. Sam sorriu para mim com certa desconfiança, suas emoções revelavam que a cada passo que dava, seu desconforto com Tommy aumentava.
— Eles não são ruins, eles têm uma parte humana. — avisei em voz alta para que todos os lobos pudessem ouvir. — São tribridos, meio humanos, vampiros e bruxos. — inclinei um pouco o Tommy para mostrar os olhos dele.
— Os olhos dele... Nossa. — Paul se aproximou para ver o bebê. — Ele vai ter muita gente atrás dele. — ele me deu um sorriso brincalhão e eu franzi a testa. — Não se preocupe, mãe ciumenta, foi uma brincadeira.
— Este é Tommy. Tommy eles são a matilha. — apresente-o ao bebezinho.
Os olhos do meu bebê percorreram todos como se os visse e os examinasse, mas seus olhos azuis pararam em alguém específico, o lobo que estava mais irritado e relutante em estar ali.
Então, Jacob cai de joelhos.
— Ou não... — Paul se corrigiu, olhando para Jacob.
Oh, por Lucifer.
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