035; EXTRA
˖࣪ ❛ CUPIDO MELANIE
— 35 —
NÃO VI QUASE NADA. Eu estava sentada na sala vendo apenas uma luz azul, e Pietro estava preocupado em ir de lá para lá e de lá para cá. Teríamos um jantar de Natal com os Cullen, que seria organizado principalmente por Alice.
— O que aconteceu? — perguntei, já exausta porque não conseguia pentear o cabelo, toda vez que passava uma corrente de ar em suas corridas estragavam meu penteado.
— Eu tive uma visão. — ele disse vendo duas camisa. — E eu quero que tudo ocorra bem.
— Visão de que? — perguntei, desembaraçando meu cabelo pela sexta vez.
— Nada. — passou novamente numa velocidade sobrenatural, fazendo meu cabelo bagunçar e soltei o pente.
— Desisto. — sussurrei, deixando tudo simples.
Não adiantava continuar tentando quando Pietro ia por toda parte causando ventos que me interrompiam. Virei-me para pegar a roupa que Rosalie havia escolhido, um vestido em tons pastéis. Peguei um sapato branco para passar só rímel e vi... um Pietro cansado.
— Eu... — tentou falar, mas mal respirava. — Tenho que parar de correr.
— Sim, porque você vai ficar sem pulmões e queimar seus tênis de novo. — olhei os tênis esportivos dele, a maioria deles durava apenas uma semana porque ele corria em alta velocidade.
— Eles se desgastam, não tenho culpa. — ele se jogou na cama respirando pesadamente.
— Pois é, eu escolho sua roupa e você se troca? — propus visto que não encontrava a coisa perfeita.
— Bom. — ele fechou os olhos pronto para descansar.
Eu não sabia que visão era, mas não queria atrapalhar, então apenas procurei uma roupa que combinasse com a situação.
★
Terminei de fazer a sobremesa de chocolate para deixar na mesa, não era muito grande já que só comeríamos eu e Pietro, mas meu irmão insistiu em querer.
— Feliz véspera de Natal! — Alice apareceu na sala, ela estava com um vestido verde mas seu cabelo tinha uma fita vermelha que combinava com seu batom.
— Feliz véspera de Natal, duende. — Pietro apareceu pegando um pedaço de sobremesa observando Alice.
— Não me chame de duende. — ela baixou os braços para fazer uma cara falsa de raiva que exalava mil anos de ternura.
— Olha só, você é a duende do Papai Noel. — Pietro zombou mas eu joguei um pedaço de bolo nele que acertou no olho dele. — Ai.
— Cale a boca. — peguei o prato com o resto do bolo para levar para a sala.
Deixei isso em cima da mesa, para ver Carlisle que estava descendo as escadas, sorri ao vê-lo naquele terno atraente. Ele olhou sorrindo para mim, dei alguns passos mais perto como ele até que ele agarrou minha cintura.
— Você está linda. — elogiou ele enquanto eu levava as mãos atrás de seu pescoço.
— Você parece melhor. — murmurei, recebendo dele um beijo casto, mas doce.
Seus lábios nunca deixaram de ser a melhor sensação.
— Você sempre terá uma aparência melhor. Você é perfeita. — ele negou a separação.
Afastei-me, contendo o grito de euforia na garganta, para pegar a mão dele e ver os meninos descendo rindo das piadas de Emmett.
— O que faremos no Natal? — Rosalie perguntou. Alice, sem me dar tempo de responder, colocou algumas coisas sobre a mesa.
— Eu sempre quis fazer aquelas decorações que os humanos faziam. — Alice falou mostrando uma folha e uma tesoura.
— Você parece uma duende de Natal assassina assim. — olhamos para Pietro que olhava para Alice com certo medo.
Neguei divertida, mas concordei em ajudar Alice com suas decorações de Natal. A ideia da pequena vampira era fazer uns flocos de neve com papel, que ela pendurou animadamente no teto com a ajuda de Pietro. Eu podia ver Rosalie fazendo isso sem problemas e Emmett tentando, mas falhando no processo.
— Então? — Edward mostrou seu floco que era perfeito igual ao de Jasper.
— Lindo. — balancei a cabeça mostrando o meu, mas nos viramos e vimos Alice que estava rindo observando Pietro.
Meu gêmeo tinha fita adesiva colada no rosto, muitos pedaços de papel no chão e uma lasca bastante feia. Ele sorriu jogando-o fora e continuando a ajudar Alice a pendurar o resto no teto. Suspirei, divertida, indo ajudar Carlisle que estava um pouco confuso. Coloquei minhas mãos nas dele para ajudá-lo.
— Não sou muito bom nisso. — ele se desculpou.
Eu estava prestes a fazer alguma coisa quando senti uma corrente. Olhei confusa para Pietro, mas ele estava com seus olhos brilhantes sorrindo para mim zombeteiramente. Estreitei os olhos, desconfiada, enquanto meu corpo se movia sozinho. Eu ia repreendê-lo por ter saído assim quando caí e sentei no colo de Carlisle. O vampiro loiro pensou por um segundo, mas baixou as mãos até minha cintura.
— Pietro, pare. — murmurei, olhando mal para ele, ele sorriu inocentemente então mandei um sopro para ele, começando a controlar seu corpo.
— Nem pense nisso. — ele apontou para mim com raiva, mas eu sorri para ele, começando a movê-lo como uma marionete para que ele sentasse em cima de Edward, que parecia totalmente envergonhado.
— Que casal fofo. — Alice pegou meu celular para tirar uma foto de Pietro em Edward, o último se escondeu atrás dele mas meu irmão apenas revirou os olhos.
Olhei um pouco tímida para Carlisle por causa da posição, mas ele não pareceu se importar porque estava focado em fazer seu floco de neve. Sorri com a imagem, mas não me mexi, era confortável estar assim. Pelo canto do olho vi Alice tirar uma foto nossa e depois pular para o lado de Jasper.
★
O Natal tinha sido lindo, mas agora tínhamos que abrir os presentes assim que soasse o meia-noite, uma pequena tradição que Pietro não nos deixou quebrar. Alice colocou um lenço vermelho idêntico em cada um de seus irmãos, incluindo meu gêmeo, e Carlisle e eu colocamos um verde.
— Aqui, mãe. — Jasper me deu uma xícara de chá para dar outra para Pietro.
— Falta um minuto. — Alice estava exultante com o Natal, ela estava na contagem regressiva para meia-noite ser oficialmente feriado.
Eu estava sentada no chão em frente à fogueira com meu irmão gêmeo ao meu lado, minhas pernas estavam sobre as de Carlisle que estava sentado ao meu lado, lendo uma história de bruxa de Natal que Pietro havia salvado de nossa antiga tribo.
— Já! — a vampira gritou alegremente. — Feliz Natal!
Ela deu um abraço em cada um de nós, eu sorri vendo Carlisle que sorriu para mim do mesmo jeito.
— Feliz Natal, querida. — disse ele, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
— Feliz Natal. — murmurei, sorrindo inconscientemente.
Ele se aproximou um pouco mais até que eu toquei meus lábios nos dele, dando um carinhoso beijo de Natal. Nós nos separamos, juntando nossas testas, mas eu encostei minha cabeça em seu ombro para observar os meninos abrindo seus presentes.
— Estes são para você, mãe. — Emmett me deu três presentes de tamanhos e embalagens diferentes.
— Estas são para você, pai. — Rosalie entregou a sua para o médico loiro.
Abri o primeiro, tirando algo que parecia um livro. A capa era escarlate, tinha uma gravura que dizia 'memórias' com meu nome no canto.
Abri com atenção notando algumas imagens coladas, todas as páginas tinham fotos do meu ano, inclusive das aventuras com a matilha, fotos que tive quando criança com Charlie, René, Phill e Isabella. Estava tudo lá, com os Cullen e com os amigos, até os poucos que eu tinha com o Pietro. Estava meio cheio, então havia espaços vazios para colocar mais em algum momento.
— Você pode colocar isso agora. — Alice me entregou o telefone com as fotos que ela havia tirado.
— Eu gostei desse. — Carlisle apontou para um de onde saiu o beijo de segundos atrás, nos surpreendendo por não notarmos a vampira que o tirou de nós.
Teve aquele em que eu estava no colo dele enquanto ele fazia o floco de neve, o nosso beijo, aquele em que eu e Pietro nos entreolhamos com os olhos brilhando enquanto controlávamos o corpo um do outro, abrindo presentes. Foram lindos presentes.
Olhei para os meninos que pareciam entusiasmados com seus presentes, era algo incomum já que não comemoravam o Natal, o sorriso radiante característico de Alice, a risada de Emmett, os suspiros engraçados de Rosalie e o olhar doce de Jasper diante das ocorrências de sua companheira.
Procurei meu irmão, me deparando com uma imagem terna. Ele estava encostado na porta com Edward conversando calmamente com ele. Olhei para um dos viscos ao lado, para movê-lo com magia até que fique pendurado sobre eles. Pietro olhou para mim com um sorriso um tanto incrédulo; mas ela se virou para Edward para pegá-lo desprevenido e beijá-lo.
— Cupido Melanie. — ouvi Carlisle me fazendo rir.
— Não tem visco, mas não me incomoda que você me beije. — brinquei, mesmo ele aceitando, rindo, se aproximou.
Eu poderia me acostumar com seus beijos que eram como um carinho em minha alma.
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