˖࣪ ❛ MARCUS
— 28 —

SENTI A PIOR DOR DE TODAS. Tive uma sensação de dor terrível, ainda pior do que quando Alec Volturi me jogou contra a parede do castelo, ou quando fui salvar Bella do penhasco apesar da minha exaustão, por ter ficado sem fôlego debaixo d'água e ter usado magia extra. Eu me senti exausta.

— Mãe!

Edward se aproximou na velocidade de um vampiro, segurando minha cabeça entre as mãos enquanto eu tentava abafar meus grunhidos ou gritos, mas eu não conseguia sentir meus braços por causa da dor, só conseguia ouvir os gritos de Seth que me deixavam saber que com certeza a matilha já estava ciente do meu estado.

— Você não pode curar? — ele perguntou desesperado, tirando os fios do meu cabelo do rosto.

— Não tenho forças. — solucei sem segurar mais, me senti muito dolorida. — Preciso de água, comida, meu livro. — listei sentindo como ele gentilmente me deixou na grama antes de ir em velocidade de vampiro para a barraca.

— O que eu posso fazer? — Isabella gritou ao ver meu estado.

Eu não conseguia falar com ela porque tentava não gritar de dor, enquanto ainda estava com raiva por brincar com os sentimentos dos dois meninos que só se importavam com ela. Seth foi para trás de algumas árvores para se transformar em humano antes de retornar com Edward ao mesmo tempo.

— Vocês têm que colocar meus ossos corretamente. — pedi sabendo que eles estavam deslocados, quase a ponto de quebrar

— Mas estão quebrados! — Seth gritou, colocando a água em meus lábios. — Beba, mãe.

Bebi um pouco de água, mas não aquela que eu gostava porque doía até mesmo ingerir o líquido. Deitei no chão observando Edward procurando desesperadamente por algo no livro.

— Faça isso, Ed. — ele se virou para mim mordendo o lábio com preocupação. — Então eu posso me curar, mas faça isso.

Hesitantemente ele largou o livro antes de ficar ao meu lado, suspirando muitas vezes e me dando vontade de bater nele desnecessariamente, ele parecia nervoso e era eu quem estava prestes a ter parte de meu corpo movida. Ele cuidadosamente colocou os braços em meus ombros me fazendo gritar.

— Me desculpe, mal toquei em você! — ele tirou as mãos, pegando os cabelos com notável ansiedade.

— Apenas faça isso, Edward!

Ele rapidamente colocou as mãos em meus ombros e os pressionou para baixo, com tanta força que eles voltaram à posição normal, mas não pude evitar um grito agudo que machucou minha garganta, deixando-me com uma sensação de arranhões e ressecamento.

— Sinto muito! — o menino implorou com os olhos lacrimejantes pelas lágrimas estagnadas.

— Estou... — eu tentei respirar. — Ótima.

Seth rapidamente me deu mais água que eu bebi desesperadamente, quase cuspindo, e então virou o livro para mim e entregou a Edward, pedindo-lhe para procurar a página 76, que tinha uma maneira de curar feridas mais rapidamente. Fiz o feitiço rapidamente e depois deitei no chão chorando silenciosamente, tentando fazer com que a adrenalina saísse do meu corpo.

— Temos que ir. — avisou Seth antes de juntar as coisas e se transformar novamente em lobo.

— Bella sobe nas costas de Seth e segura firme. — ele pediu para a morena que assentiu. — Mãe, eu vou te carregar.

Balancei a cabeça, deixando-me levar pelo menino.

★

Na viagem consegui curar um pouco minhas feridas, mas ainda estava fraca. Edward tentou se controlar sussurrando coisas reconfortantes até que eu pudesse ficar mais ou menos forte.

— Nós chegamos.

Pude ver auras mistas, a maioria delas desaparecendo o que me mostrou que eram recém-criados já decapitados, enquanto as dos Cullen estavam intactas, o que me relaxou. Edward cuidadosamente me colocou no chão e eu observei enquanto o resto se virava, me sobrecarregando com sua preocupação, ansiedade, culpa e assim por diante.

— O que aconteceu? — Rosalie perguntou, aparecendo rapidamente na frente com os outros.

— Os Volturi estão chegando, você não poderia ter me avisado que isso iria acontecer? — Alice afirmou para Edward que estava me segurando pela cintura, me mantendo em pé enquanto eu o agarrava pelos ombros.

Em menos de dois segundos, todos começaram a conversar e se confundiram sobre minha condição.

— Calem a boca, estou bem. — exclamei segurando meu abdômen, Carlisle assumiu a posição de Edward para me ajudar. — É só terminar de limpar a bagunça e então vamos aos detalhes.

— Dez minutos. — Alice avisou, me olhando preocupada.

— Vão!

Eles assentiram, terminando de colocar fogo em tudo, olhei para Carlisle que estava com a dor refletida em seus olhos, tentei dar-lhe um sorriso que saiu mais como uma careta e ele me acompanhou até o centro onde havia... Uma recém-criada.

— Essa é Bree. — ele apontou para a garota. — Alice e Jasper a encontraram, ela prometeu se render e nos ajudou.

— Olá, pequena. — disse olá ao que ela respondeu timidamente, me virei para os meninos para observar a matilha que corria em minha direção após ter terminado o resto.

'Está bem?' Jared perguntou preocupado.

'Diga-me que o Cullen acabou com a infeliz que fez isso com você porque senão eu vou comer a cabeça nojenta dela', continuou Paul.

'Ruiva sugadora de sangue nojenta!' Embry rosnou.

'Vimos tudo pelo Seth.' Quil avisou. 'E não estávamos nem perto para acabar com Victoria.'

Sorri com ternura para os pequenos betas, eles continuaram preocupados comigo como no primeiro dia que os vi, acariciei as costas de cada um para que vissem que eu estava bem, e pude ver Leah e Seth um pouco afastados, abraçados em sua forma de lobo, então Sam, que tinha seus pensamentos, estava baixo.

— Vocês devem ir embora, os Volturi não vão honrar o tratado com vocês. — avisei, recuando até estar com Carlisle que estava em silêncio desde que cheguei.

Olhei para Jacob que havia acabado de chegar no momento em que Seth se aproximava de mim, mas pudemos ver um recém-criado saindo das árvores. Agarrei a camisa de Carlisle com força e os lobos se viraram para o mesmo lugar, observando a cena.

— Não, Leah!

Edward estava prestes a correr, mas o recém-criado correu em direção a Leah e eu senti meu coração na garganta, apenas para Jacob salvá-la, tendo que enfrentar o recém-criado que em alguns movimentos ágeis o agarrou pelas costelas, apertando-as.

Quebrando seus ossos.

O som só me lembrou de minutos atrás, onde Riley estava machucando meus braços, e pensar que a dor de Jacob era ainda pior só me preocupou. Paul e Sam foram atrás do recém-criado.

— Jacob!

Me afastei de Carlisle para deixá-lo ir até o lobo, enquanto a pequena recém-criada me segurava pela cintura, olhando com culpa para Jacob e medo para Bella, me virei tentando não ver, e tentei dar um sorriso para a pequena garota que me viu com medo.

Os Volturi não a deixaram ir.

Mordi o lábio inferior tentando não chorar ao pensar em como eles a salvaram apenas para condená-la a Jane. Pior ainda foi ouvir Jacob chorando atrás de mim com o médico loiro tentando ajudá-lo.

— Jacob, eu ia conseguir! — Leah gritou com raiva ao receber uma reclamação de Sam.

Carlisle disse a eles o que deveriam fazer, mas eles tinham que ir atrás dos Volturi, então todos levaram o garoto Black com muito cuidado, para que pudessem levá-lo de volta para a reserva.

— Chagaram! — Alice avisou, aparecendo ao meu lado.

— Vá atrás de você, pequenina. — sussurrei para a recém-criada que assentiu.

Carlisle voltou para o meu lado para me ajudar a levantar, o resto ficou atrás de nós, e eu poderia dizer que Edward estava um pouco distante da minha sobrinha, embora ela estivesse agarrada a ele por medo. Olhei para ele com um pouco de tristeza, mas ele negou com um pequeno sorriso que fosse muito doloroso. Olhamos para frente, observando as quatro sombras que saíam da neblina.

Com o fogo atrás, nas laterais e na frente, me senti um pouco intimidada pela pequena Jane Volturi que liderava o grupo, depois teve o irmão dela que provocou o mesmo sentimento em mim, ainda fiquei ressentida pelo golpe que ele havia dado em mim naquela vez, então havia Demetri e Felix atrás. Eles caminharam alguns passos até nos encararem e tirarem os capuzes com suas boas maneiras.

— Incrível, nunca vi um clã escapar intacto de um ataque como esse. — disse sua voz suave e feminina.

— Tivemos sorte. — falou o patriarca.

— Duvido disso. — ela encarou séria, suspirei trêmula ao sentir o feitiço ir embora, precisava me curar completamente, me sentia vulnerável.

— Parece que perdemos uma boa briga. — Alec falou, sorrindo para mim de forma zombeteira, eu queria chamá-lo de 'moleque mal educado' mas ele era quase dois mil anos mais velho que eu mesmo eu sendo dez anos mais velha que ele em idade cronológica.

— Sim, nem sempre somos desnecessários. — continuou sua irmã.

— Se vocês tivessem chegado há meia hora teriam cumprido seu propósito. — Edward encarou.

— Que pena. — Jane zombou com sua cara séria mas um brilho zombeteiro e desafiador que brilhava em seus olhos avermelhados, que estavam direcionados para a garota recém-criada, começando a sorrir levemente. — Vocês perderam uma.

— Oferecemos asilo a ela caso ela desistisse. — defendeu Carlisle.

— Você não pode oferecer isso. — Jane negou sem tirar o sorriso ao ver novamente a recém-criada que devia ter a mesma idade física dela. — Por que você veio? — ela começou a usar seu dom nela. — Quem criou você?

— Você não precisa fazer isso, ela vai te contar tudo o que você quer saber. — Rosalie perguntou, a loira mais nova parou com um olhar de superioridade, parando de usar seu presente na garotinha.

— Eu sei. — Jane sorriu um pouco, olhando para nós com superioridade.

— Não sei, Riley não nos contou. — Bree soluçou no chão de dor, eu suspirei pensando na pobre garota que Victoria havia condenado à morte. — Ele disse que nossos pensamentos não estavam seguros.

— O nome dela era Victoria, talvez você a conhecesse. — Edward disse olhando para a loira mais nova que o olhou com um olhar ofendido.

— Edward, se os Volturi soubessem de Victoria, eles a teriam impedido, não seria verdade, Jane? — Carlisle falou, vendo a jovem, mas não parecia convencido de suas palavras.

— Claro. — Jane murmurou, mas suas emoções a delataram. Olhei para ela estreitando os olhos, mas ela olhou para a recém-criada novamente. — Felix. — o vampiro começou a se aproximar.

— Eu não sabia o que estava fazendo! — Rose defendeu, Jane parou o vampiro por enquanto. — Seremos responsáveis ​​por ela.

— Dê uma chance a ela. — Carlisle perguntou.

— Os Volturi não dão segundas chances. — Jane olhou para ele com desdém. — Tenha isso em mente. Caius ficará interessado em saber que ela ainda é humana. — notou minha sobrinha.

— O dia foi escolhido. — Isabella interrompeu.

— E Mestre Marcus... — Alec murmurou, observando sua irmã que suspirou desnecessariamente antes de se virar para mim.

— Mestre Marcus te manda isso. — Jane falou antes de Demetri dar alguns passos até ficar na minha frente. — Você pode abrir ou precisa de ajuda? Parece que a briga te afetou. — Jane sorriu quase imperceptivelmente de forma zombeteira, vi a carta que o rastreador me ofereceu.

Era um envelope branco, tinha um selo vermelho escuro, quase como pétalas de rosa em seu ponto mais alto, tinha o símbolo do clã Volturi. Estiquei-me um pouco para pegá-lo, observando o rastreador retornar ao seu lugar.

— Precisam de mais de um vampiro para me afetar, Jane. — devolvi o sorriso desafiador, não ia me deixar intimidar mesmo que a pequena e maldita garotinha me assustasse. — Lembre-se que eu sinto e leio tanto emoções quanto pensamentos.

Seu sorriso baixou para seu rosto inexpressivo de sempre e eu segurei a carta sentindo o olhar de todos no pequeno pedaço de papel.

— Cuide disso, Felix, eu quero ir para casa. — o vampiro avançou novamente e eu apenas fechei os olhos, agarrando-me ao loiro que suspirou desnecessariamente.

Ouvi os soluços, que se transformaram em choro e depois ouvi gritos de medo, que terminaram no som fino e agudo de um vidro quebrando, de um bule de porcelana caindo. De Félix arrancando a cabeça da recém-criada.