011
˖࣪ ❛ SEGREDO NA LUZ
— 11 —
FUI PARA A CASA DO SAM ASSIM QUE SAÍ DE CASA, PRECISAVA SABER EM DETALHES O QUE ACONTECEU. Se Isabella não fosse me contar, a matilha iria fazê-lo, um dos dois.
Ao chegar lá dentro com uma cara nada amigável mostrando que eu havia descoberto, o alfa se levantou do assento com o resto da matilha imitando sua ação.
— O que aconteceu?
— Laurent estava na área. — começou o alfa. — Seguimos o cheiro dele, vimos ele com Isabella conversando
Aproximei-me deles sendo cumprimentada por Paul que me abraçou tentando me confortar mas pude sentir as emoções dele, de todos, eram apenas raiva, preocupação, culpa.
— Quando vimos que ele estava prestes a mordê-la saímos. — me separei abruptamente vendo o alfa que estava sério mas com um olhar simpático. — Nós o matamos
Fui até o sofá onde caí no encosto, os betas sentaram ao meu redor parecendo um tanto tristes.
Laurent estava morto.
Não tive pena disso, ele viveu mais de trezentos anos curtindo a humanidade, mas me senti mal pela menina Denali, por não ter acompanhado Isabella até a floresta, por tê-la deixado desprotegida, por ter perdido uma amizade de anos atrás com o homem de cabelos escuros.
— Amanhã conversaremos com o conselho. — ele avisou, chamando minha atenção: — Vamos avisar sobre isso, mas pediram para você ir até a fogueira, eles têm algo para te dar.
Balancei a cabeça sem dar muita importância. Eu precisava de uma trégua disso tudo, é chato ter que correr daqui para lá, de um lado para o outro, tudo por causa de Isabella.
— Não seria menos trabalhoso se matássemos Isabella? — Paul sugeriu.
— Paul!
★
Os meninos me convidaram para passar a tarde em La Push na tentativa de descontrair, eles faltavam ao turno da tarde para passarem um tempo juntos.
Pulamos do penhasco algumas vezes, eles tentaram fazer uma brincadeira de empurra e empurra para ver quem pularia primeiro mas acabaram escorregando, quase caíram no meio das pedras se eu não tivesse pegado eles com magia. Eu ri nervosamente, mas depois foi uma risada quando vi o alfa com uma cara horrorizada ao ver dois de seus betas quase morrerem.
Chegamos à praia onde começamos a jogar bola, ou melhor, eles estavam me ensinando a jogar no nível deles. Eles eram muito bons e também agressivos, acabei comendo areia duas vezes por causa do Paul.
— Aposto que a areia tem um gosto delicioso. — ele zombou, mas eu o chutei fazendo-o cair comendo areia do mesmo jeito.
— Não sei, o que você acha? — dei-lhe um sorriso zombeteiro.
Começamos a jogar novamente, já praticando melhor, estávamos rindo das tentativas de Embry de tentar derrubar Sam que apenas lhe lançou um olhar superior. A força de um alfa era o dobro de um beta, ainda mais se o beta fosse o menor e novo.
— É injusto, ele é alfa. — reclamou Embry.
— Jacob não é alfa e ele conseguiria. — eu zombei colocando minha camisa.
— Não é verdade. — ele bufou obviamente. — Ele não poderia.
— Você quer tentar? — dei-lhe um olhar superior.
— Temos que ir procurá-lo de qualquer maneira. — ele deu de ombros.
Fomos com o resto da matilha, começando a caminhar em direção à casa dos Black, estávamos rindo ou contando piadas, até sairmos das árvores, onde tudo começou a piorar.
— Uivo, querido. — falei a Embry.
— Ele não sabe uivar. — Paul zombou, fazendo o beta rosnar para ele. — Antes disso ele vai fazer barulho de pássaro.
Jared começou a rir enquanto Sam balançava a cabeça em desaprovação.
— Pelo menos ele sabe fazer barulho de pássaro. — eu o defendi. — Você nem isso sabe.
— Eu sei. — ele se defendeu. — Olha.
Ele começou a fazer um barulho como um pato? Começamos a rir, mas pude ver minha sobrinha pela janela. Paramos de rir quando a vimos sair e vir em nossa direção.
— Ela está com raiva. Deixe-a saber quando você sentir as emoções dela como uma onda.
Ela veio andando determinadamente em nossa direção com uma expressão de raiva que podia ser vista a quilômetros de distância.
— O que você fez com ele? — ela exigiu ao ver o alfa, a matilha ficou brava ao vê-la falando daquele jeito com seu líder. — O que você fez com ele? — ela empurrou o peito de Sam.
Paul ia pular para a defesa mas o alfa o impediu, pedindo calma. Embry me viu começando a entrar em pânico enquanto Jared se afastava alguns passos.
— Ele não queria isso! — ela se virou para mim.
— O que fizemos? O que ele fez? O que ele te disse? — Paul exigiu, começando a ficar com raiva.
Tanto o alfa quanto eu colocamos a mão em seu peito, tentando fazê-lo recuar.
— Isabella, vá para casa agora, isso não é da sua conta. — eu ordenei, mas ela apenas me olhou irritada.
— Não irei! Não até que eu saiba a verdade porque ele não me contou nada. — ela se virou para Paul. — Porque vocês têm pavor dele.
Começamos a rir sem poder evitar, Isabella estava fazendo alarde por não aceitar que Jacob se afastasse dela, estava se envolvendo em assuntos que não lhe diziam respeito. Mas parece que a risada da matilha só conseguiu deixá-la ainda mais irritada.
— Isabella, estamos indo embora.
Peguei o braço dela para levá-la até a caminhonete. Tudo aconteceu em câmera lenta. Ela me soltou bruscamente, empurrando-me para trás com um pouco de gentileza. Quando caí, só consegui ver o rosto zangado de Paul. Seu corpo começou a tremer enquanto ele rosnava na direção de Isabella.
— É tarde demais. — Jared disse divertido.
— Paul, se acalme. Bella, recue agora. — ordenou o alfa.
Mas Paul não estava ouvindo, nem Isabella. O beta começou a se transformar, então me levantei rapidamente. O lobo veio para a luz começando a andar com os dentes em sua direção, então ela fugiu assim que Jacob saiu.
— Paul! — gritei ao vê-lo tentar ir atrás dela.
Jacob pulou, transformando-se em um lobo. Os dois começaram a brigar mas eu sabia que não era uma briga amigável por parte do recém-nomeado, ele se importava demais com minha sobrinha então ia machucar Paul.
— Suficiente! — eu gritei.
Enviei-lhes uma rajada de energia empurrando-os para a floresta, os dois se chocaram contra as árvores, mas Paul não cedeu. E ele entendeu isso.
Esses meses me tornei a melhor amiga dele, os lobos são muito possessivos até com a amiga, irmã, mãe ou namorada, então ver Isabella me empurrar o deixou com raiva. Mas Jacob não iria deixá-lo tocar em um único fio de cabelo dela.
— Leve-a agora! — gritei para os betas que não haviam se transformado, começando a correr na direção dos outros lobos.
Quando cheguei na floresta os vi lutando juntos, separei-os em duas bolhas de aura observando-os flutuar enquanto giravam de medo.
— Se acalmem! Agora! — ordenei a eles.
'Muito bem, Paul, você quase matou Isabella e deixou Lani com raiva.'
— Os dois me deixaram com raiva. — lancei um olhar feio para ele. — Por que você disse a Isabella que tínhamos pavor de você? — dei-lhe um sorriso zombeteiro começando a baixá-los.
'Baby, Jake que tem medo de nós.' Paul zombou.
Os lobos foram se trocar enquanto Paul começou a relaxar, aproveitei para soltar um gemido de dor. Quando caí, torci o tornozelo, corri até eles, apesar de doer demais, e agora a dor estava piorando. Os dois saíram mais calmos, mas tensos quando me viram verificar meu tornozelo.
— Me dê um minuto. — pedi começando a me curar.
— Ela não deveria ter empurrado você. — Paul rosnou.
— Você não deveria ter tentado matá-la. — zombou o outro beta.
— Pronto — eu levantei-me. — Estamos bem, agora quem está com fome? — tente mudar de assunto.
Os dois soltaram uma risada, começando a caminhar entre empurrões e brincadeiras. Eu estava um pouco atrasada, me doeu ver como minha sobrinha que antes era minha melhor amiga me empurrava daquele jeito, era óbvio que nosso relacionamento estava indo de mal a pior. Chegamos na casa onde entrei atrás deles.
— Sinto muito. — Paul pediu desculpas a Isabella, mas ela apenas olhou para mim.
Fui até o beta que se mexeu, me deixando sentar em seu colo, ele sorriu para mim como uma criança inocente depois de fazer uma pegadinha. Que irônico que sua pegadinha quase tenha matado minha sobrinha.
— Muito bem, Pablo. — sorri com ternura para ele.
O resto riu, mas ele apenas sorriu para mim com ternura. Rachel tirou a sorte grande por ser a marca deste lobo.
Olhei para Isabella e depois olhei para Jacob que estava pedindo minha permissão com seu olhar ao qual assenti. Eles saíram juntos, embora eu não tenha olhado para eles novamente. Isabella ultrapassou os limites ao me empurrar.
— Bella realmente empurrou você? — Emily perguntou quando eles foram embora.
— Sim. — eu balancei a cabeça um tanto tristemente.
★
Paul estava me acompanhando até em casa, estávamos os dois conversando com calma, ele me disse que a irmã de Jacob estava sendo mais difícil de conquistar do que ele pensava mas que ele estava no caminho certo. Chegamos na porta, onde suspirei ao ver a caminhonete de Isabella já em casa.
— Mel. — eu me virei para ele. — Você é como minha irmã, você me ajuda, você cuida de mim e eu até te amo mais do que deixei transparecer. — ele veio me abraçar. — Mas se Isabella te tratar mal de novo eu não me importo de quebrar o tratado ou o que for. Se eu ficar com raiva, eu mato ela. — me agarrei ainda mais ao seu abraço.
— Eu também te amo, pulga. — ficamos assim por um tempo até o celular tocar.
Sam nos avisou sobre a fogueira, que nós dois esquecemos então, rindo, começamos a correr em direção à floresta onde ele se transformou, me deixando subir em suas costas. Então chegamos na fogueira onde chegamos com caras culpadas.
— Vocês estão atrasados. — o alfa repreendeu.
— As coisas boas sempre chegam tarde. — disse Paul.
Nós sentamos diante do conselho que assistiu a cena com um sorriso. Pude ver um livro no colo de Billy Black que me chamou a atenção.
— A matilha teve a honra de nascer na mesma época que a Feiticeira Escarlate. — todos me olharam ao que sorri gentilmente. — Diz a lenda que quando mais precisávamos, quando o chefe da tribo desapareceu e deixou o povo sozinho, veio uma mulher dizendo que ela era uma guardiã, que iria cuidar da gente até o patrão voltar, ela nos protegeu de muitas criaturas, algumas que hoje estão extintas.
Ele abriu o livro procurando uma página, enquanto todos nós ouvíamos cada uma de suas palavras, inclusive eu, que deveria ser minha história.
— A bruxa se autodenominava por nomes diferentes, mas no dia em que o líder voltou, ele a chamou pelo nome verdadeiro, Melanie. — ele ergueu o livro mostrando uma página onde uma mulher parecida comigo era vista. — Os dois prometeram cuidar do tribo, mas um deles saiu primeiro. Quando o frio atacou, a esposa do chefe da tribo se sacrificou para salvar o marido, mas quando o fez, colocou em risco o lado lobo do chefe, ela era sua marca.
Ele virou a página mostrando uma bolha de aura vermelha envolvendo a figura de uma mulher.
— Então para não perder nosso patrão, a guardiã se sacrificou salvando o ferimento da esposa, mas foi tão grave que ela começou a se machucar, até que no final quase morreu. — ele me olhou atentamente. — Quando ela estava prestes morrer, lançou um feitiço que ninguém sabia o que significava, até agora.
— A mulher começou a desenhar uma aura vermelha de dentro de si. — Harry Clearwater continuou. — Até que ela desapareceu, deixando o corpo da mulher, anos depois nasceu sua reencarnação, ela retornou. — ele pegou o livro de Billy para me dar. — Um guardião escolhe onde é a sua lealdade, este é o seu livro, Melanie, ele pertence a você, assim como a nossa lealdade, embora devamos merecer a sua.
O livro tinha mais de quatrocentas páginas, parecia velho, tinha uma capa de couro vermelho com um símbolo estranho, embaixo dizia Melanie.
— Isso é incrível demais para ser Melanie. — Paul zombou.
— Você tem razão. — continuei com um sorriso divertido.
— Ser um lobo gigante também é incrível demais para Paul. — Jared agora zombou.
Rimos deles, tirando a seriedade do assunto, mas naquela noite passei lendo o livro da bruxa, precisava de respostas.
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