006
˖࣪ ❛ EMBRY CALL
— O6 —
ESTÁVAMOS NA FLORESTA, EU ESTAVA NAS COSTAS DO SAM ENQUANTO ELE CORRIA COM OS BETAS AO SEU LADO, NA BUSCA DO EMBRY. Saímos em menos de dois minutos para procurar o lobo. Aparentemente ele acordou ainda mais mal m-humorado do que todos os dias, seu lado lobo lutando com todas as forças para sair.
Em uma briga com seu amigo Quill, ele acabou correndo com a desculpa de que precisava de ar, mas quando saiu, transformou, graças aos antepassados, que não havia ninguém ali, apenas Billy e Harry que estavam voltando de assistir a um jogo.
— À direita! — gritei ao sentir a aura do lobo acompanhada de sentimentos de terror.
Os lobos se viraram, começando a sentir o cheiro do novo membro, também começando a entrar em sua cabeça para juntá-lo à matilha e falar telepaticamente com ele.
Saí das costas do alfa e vi o lobinho dando uivos dolorosos enquanto tropeçava nas próprias patas.
— Embry... — tentei me aproximar mas ele me ignorou. — Sam, posso? — ele acenou com a cabeça ao meu pedido.
Enviei uma rajada de ar para o novo beta, deixando-me envolvê-lo com minha energia vermelha, entrei em sua cabeça para impedi-lo de se mover para que ele pudesse ouvir com atenção.
— Escute, Embry. — falei começando a deixá-lo no chão. — Eu sei que você está com medo, quer voltar a sua forma humana? — perguntei carinhosamente. O lobo assentiu lentamente — Primeiro preciso que você fique parado.
Parei de envolvê-lo com a aura, mas enviei uma rajada para ler seus pensamentos, inadvertidamente lendo também os dos lobos.
'Estou com medo.' Embry admitiu.
'Nós sabemos, deixe-nos ajudá-lo.' — o alfa ofereceu.
— Embry, querido. — me aproximei, levantando uma mão para poder acariciá-lo. — Venha, tente usar as quatro patas.
Ele começou a andar um pouco melhor até chegar a mim onde se deixou acariciar, era um lindo lobo cinzento com tons pretos que decoravam suas costas, os mesmos tons subiam até a cabeça onde desciam até o nariz. Deixando assim uma linda forma de lobo cinza e preto.
'Parece o Bambi nos primeiros dias.' Zombou Jared.
'Ei!' Reclamou o novo beta, rosnando em sua direção.
— Não preste atenção neles, são tolos. — eu o tranquilizei começando a acariciá-lo.
'Você pode nos ouvir?'
'Sim, ela lê pensamentos.' O alfa respondeu-lhe.
— Escute, posso fazer você voltar a sua forma humana, mas preciso que você me escute com total atenção, ignore os outros idiotas. — eu falei.
'Pare de nos chamar de estúpidos.' Paul falou. 'Você nos envergonha na frente do cara novo.'
'Cale a boca, Paul.' Repreendeu o alfa.
— Muito bem, Embry, primeiro vou precisar que você ouça tudo que vou te contar, pois será sobre sua nova forma, tente ouvir isso como uma história para que você não tenha medo de mudanças, não pense que é você, pense que é alguém mais. Não é ruim, é... Divertido. — o lobo assentiu.
Jared saiu de fase para andar ao meu lado com roupas, esperando até que quando Embry retornar a sua forma humana ele possa mudar, infelizmente, quando os lobos retornarem eles não têm mais roupas, eles as rasgam no processo de troca.
Embry ficou em silêncio ouvindo tudo, de vez em quando soltava um grunhido, mas sabia que era porque nesta primeira semana ele estaria mais sensível do que até mesmo na anterior à mudança. Agora tudo poderia mudar de forma.
— Você entendeu?
'Posso chorar?' O beta questionou com a voz trêmula.
'Garotinha.' Paul zombou novamente.
'Você pode chorar, mas primeiro você tem que voltar a forma humana, só pensar no seu corpo, em você, em voltar.' Disse o alfa, ignorando o beta.》
'Você pode chorar mais tarde, princesa.'
— Ignore Paul. — falei fazendo o lobo cinzento rosnar.
Ao contrário de Embry, o lobo de Paul era cinza, mas todo o seu lobo manteve aquele cinza claro, mas também tingido de cinza escuro, era bem fofo.
— Pense na cor do seu cabelo, nos seus olhos, na sua pele, na sua própria forma humana. — falou Jared ao meu lado.
— Vou sair para te dar privacidade. — avisei mas o lobo começou a negar.
'Não me deixe com eles.' Ele pediu.
'Você não quer que ela esteja lá quando você retornar à sua forma humana.' O beta negou zombeteiramente.
'Por que não?' Embry soluçou.
— Embry, querido. — soltei uma risada curta fazendo o lobo inclinar a cabeça como um cachorrinho. — Quando vocês retornam à forma humana, vocês voltam... Nus. — alargo um sorriso inevitável.
'Ai meu Deus, não, não, não fique.' Ele falou, começando a rir.
'Sou o único que ela consegue ver nu.' Paul brincou, fazendo o alfa rosnar para ele.
Afastei-me deles para ficar atrás de algumas árvores, esperando o novo beta retornar à sua forma humana. Comecei a contar para ver quanto tempo demoraria. Sam demorou trinta minutos, Jared com a ajuda de Sam cerca de vinte, Paul não conseguia se acalmar então também demorou cerca de trinta.
Até agora só existiam três cores diferentes, Embry e Paul eram cinza, Sam tinha uma cor preta, o que o deixava ainda mais intimidante, Jared tinha uma cor marrom.
— Ele já mudou! — Jared gritou. — Venha.
Comecei a caminhar até onde eles estavam antes, encontrando todos os lobos cercando um pequeno moreno de cabelos longos que olhava para o chão envergonhado. Isso foi fofo.
— Olá. — ele levantou a cabeça, ainda sentia seu medo. — Eu sou Melanie, mas me chame de Mel.
— Embry, mas você já sabe. — ele coçou a nuca.
— Eu sei que você tem dúvidas, mas que tal respondê-las com vários pratos de comida? — propus com um sorriso.
Ele olhou para mim com um brilho nos olhos, balançando a cabeça com um pouco de pena. Ao longo do caminho explicamos melhor o tema e com mais detalhes. Os meninos me deixaram explicar por causa da minha aura calma, e eu expliquei tudo como se fosse para uma criança.
★
— Vou cortar! — eu falei levantando a mão.
— O que você acha de interessante em cortar cabelo? — Kim perguntou confusa.
— Não sei, é a mesma coisa que o prazer de queimar coisas. — eu falei sem importância.
Eles me olhavam como se eu estivesse louca, eu não sofria de nenhuma doença mental se é que pensavam, só que dá prazer. Cortar cabelo, queimar uma folha, quebrar a chama do ovo e vê-lo cair lentamente. São pequenas coisas que me satisfazem.
— Embry. — fiquei atrás dele, começando a cortar seu cabelo. — Você vai faltar à escola por uma semana ou mais, até que seu lado lobo relaxe.
— Lado lobo? Não sou a mesma pessoa? — me olha através do reflexo do espelho.
— Claro. — eu ri. — Mas é como se fosse um instinto. Como se um novo sentimento se desenvolvesse, por assim dizer. — deixei o rabo de cavalo de lado para continuar cortando.
— Legal. — ele assentiu. — Por que eu deveria cortar meu cabelo?
— É como uma iniciação, é como te dar o toque da matilha, além do fato de sua temperatura corporal ter subido demais, se dependesse de você. — ela garantiu. — Você até gostaria de se depilar completamente. — isso era verdade, embora eu goste de como ficava o cabelo comprido dele.
— E então faço parte da matilha?
— Sim, o corte de cabelo é a iniciação, a tatuagem significa que você já aderiu, e por fim o salto do penhasco, seria como as boas-vindas.
Ele permaneceu em silêncio analisando tudo o que eu lhe contava, eu ainda tinha o poder de ouvir seus pensamentos, mantinha os seus já que me parecia o mais inocente, os betas sempre pensavam em suas marcas e Paul nas próprias mulheres. Então ele manteve seus pensamentos em voz alta e quando quisesse ouvir o bando, seria através dele.
— Quem mais tem o gene? — ele perguntou novamente
— Em última análise, Jacob Black, talvez Quil Aterea e esperamos Seth Clearwater. — eu respondi enquanto limpava o cabelo. — Também outros dois, mas eles são ainda mais novos que Seth então achamos que é cedo.
— Por que não mulheres?
— Não sabemos, nunca existiram mulheres com o gene lobo, pelo menos até agora, achamos que é porque não combina com o nosso DNA. — dei de ombros.
Ele ficou fazendo perguntas enquanto eu cortava o cabelo dele, com certeza ele se tornou meu favorito no momento, ele era muito bom, calmo apesar de estar um pouco mal-humorado por causa da mudança, mas acho que é porque ele é um menino. Afinal ele se tornou o mais novo do grupo.
— Você faz parte do bando? — essa pergunta me deixou sem resposta. Eu estava prestes a dizer não, são apenas as impressões e os lobos, mas Sam, que estava entrando, chegou antes de mim.
— Sim. — me virei surpresa. — É a nossa bruxa escarlate. — ele sorriu para mim enquanto os lobos entravam.
— Faço parte do bando? — uma sensação de calor se formou em meu peito.
— Claro. — Jared bufou obviamente enquanto procurava por comida.
— Achamos que estava claro. — Paul franziu a testa.
Inevitavelmente, meu lábio inferior começou a tremer e meus olhos tinham um brilho especial. Eles me consideravam parte do bando.
— Você é da família, Mel. — Sam me abraçou pelos ombros.
— Não chore, por favor. — pediu Jared — Não sei o que fazer quando alguém chora.
Nós rimos, respondendo novamente às perguntas de Embry. Decidimos que quando a semana de mudança dele terminasse, iríamos tatuá-lo e levá-lo para o penhasco.
★
Com Isabella tudo continuou igual no meu caso, fui ficando cada vez mais decepcionada, quando pensei que ela estava melhorando com Jacob, me enganei, ela estava apenas começando a ficar obcecada por ele. Como se não pudesse ter amigos, apenas estranhas obsessões. Ela ia todas as tardes com o menino, mesmo só falando dele.
Tentei ignorar, até comecei a acreditar que estava começando a perder minha sobrinha, minha melhor amiga. Ela não era mais a mesma.
— Como é a melhor ex-cunhada? — Charlie perguntou a título de saudação.
— Nem bom nem ruim, xerife, como vai? — peguei uma xícara do armário para me servir de um chá.
— O trabalho está me esgotando, aparentemente os desaparecimentos estão se somando em Seattle, um também foi nos arredores de Forks. — isso fez meu copo escorregar mas consegui pegá-lo a tempo.
— Lá fora? — isso não foi bom, se os desaparecimentos chegassem a Forks algo poderia acontecer com Isabella, não estamos bem mas ela ainda é minha sobrinha.
— Sim. — ele passou as mãos no rosto. — Tem também aqueles ursos que as pessoas dizem que veem, também dizem que são lobos, não sei.
A matilha estava vagando pelas florestas de Forks pois tinham mais território livre devido à retirada dos Cullen, isso era uma coisa boa, mas eles também estavam se colocando em risco.
— Os animais não são importantes, xerife, tente focar nos desaparecimentos. — sugeri derramar a água.
— É isso que eu faço. — abriu a geladeira tirando uma cerveja. Eu fiz uma careta, dando um tapa. — Ei!
— 'Ei' nada. — repreendi. — Falei para você parar de beber cerveja, vai acabar no hospital.
— Você também bebe álcool. — ele se defendeu sentando-se à mesa.
— Mas eu não bebo todas as tardes. — servi uma xícara de chá para ele. — É camomila.
Ele resmungou baixinho, começando a beber o chá enquanto lia o jornal. Eu queria perguntar se ele tinha conversado com Bella, mas eu estava com um pouco de medo, não sabia o que ele sabia ou não sabia, que ela tivesse mentido para ele. Eu não sabia mais o que esperar dela.
— O que aconteceu? — me virei para ele confusa. — Você estava perdida. — ele franziu a testa.
— Eu, ah. — lambi os lábios sem saber o que dizer. — Estou bem, só estava pensando. — falei enquanto estava sentada na bancada da cozinha com meu chá.
— Em que? — ele ergueu uma sobrancelha.
— No trabalho, talvez ingresse como auxiliar na delegacia ou hospital.
Não era totalmente mentira, eu queria fazer outra coisa além de ir e voltar da reserva, não tinha nada para fazer, mas também não era uma necessidade, cuidar do Embry me daria trabalho novamente. Os lobos precisavam patrulhar enquanto ele vai para a escola, talvez eu vá procurá-lo já que Isabella não quer mais que eu faça isso.
— Você não precisa de emprego, precisa de um namorado, vai acabar tendo quarenta e onze gatos. — ele bufou.
— Eu não gosto de gatos. — eu estreitei os olhos para ele.
— Bom, cachorros. — ele corrigiu.
Nós dois soltamos algumas risadas para continuarmos bebendo nossos cházinhos baseados em pequenos ou confortáveis silêncios.
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