004
˖࣪ ❛ TEMPO
— O4 —
AS SEMANAS SEGUINTES FORAM EXCELENTES PARA A GRANDE MAIORIA. Pouco a pouco, Bella começou a se abrir tanto com seus colegas quanto comigo. Ela era a mesma garota de antes, talvez com menos brilho, mas cada coisa no seu tempo.
No meu caso, eu passava as tardes na casa do Sam, na maior parte do tempo eu estava com o imprinting dele, pois ela era a única amiga que eu tinha, ou pelo menos isso foi até a chegada de Kim, imprinting do Jared. A partir daí éramos as três juntas.
Paul tentava na maior parte do tempo flertar comigo, mas nunca conseguia por vários motivos: por causa dos rosnados de Sam, que começava a ser como um irmão para mim ou a maneira eu o ignorou.
Charlie trabalhava sob pressão da família de Railey, um dos desaparecidos de Seattle, que com o passar dos meses não era mais o único, já havia vários casos que se somavam a ele.
Agora estávamos na casa do alfa como sempre, cozinhamos entre as mulheres o que parecia ser comida para uma base militar quando na verdade era para três lobos com estômagos sem fundo.
Paul estava sentado no balcão da cozinha me fazendo elogios inúteis.
— Último aviso, Lahote. — eu virei-me para ele com o rosto inexpressivo. — Estou sendo educada, pare com isso.
— Por favor, querida, você e eu sabemos que você será minha.
Sorri inocentemente e então lancei uma faca até que ela estivesse entre suas sobrancelhas.
— Me chame de novo de querida. — eu o desafiei.
— Largue a faca, Mel — repreendeu o alfa. — Agora. — ele usou sua voz alfa. Eu virei-me para ele com óbvio aborrecimento em meu olhar, a faca movendo-se em um movimento rápido para ficar na frente dele.
— Não use sua voz alfa comigo, Uley.
— Desculpe, o hábito. — ele se desculpou olhando para a faca na frente do nariz.
Voltei para deixar o utensílio onde estava para continuar com a comida, ao longo do trajeto os imprints olhavam a cena com surpresa apesar de de certa forma terem previsto que ela estava chegando.
— O que você fez com Sam? — os betas com os imprints gritaram em uníssono.
— Por que? — perguntei confusa enquanto continuava cortando os legumes.
— Ele apenas se desculpou por usar a voz alfa. — Jared disse.
— Você está manipulando ele? — o outro beta perguntou agora.
— Você pode manipular? — o outro beta falou novamente.
— Posso controlar mentes, mas não, não controlo a de Sam. — Buff.
— O que pode fazer? — o novo membro entrou na conversa.
— Em primeiro lugar, tudo que faço é baseado na minha aura, que é a cor vermelha que aparece nas minhas mãos quando uso ou nos olhos. Mesmo que quando eu uso magia eles brilham com um vermelho ainda mais intenso.
Expliquei com calma enquanto colocava os legumes já cortados na panela que estava no forno.
— Segundo, tenho vários poderes descobertos, o conselho diz que posso ter mais mas estão bloqueados. Um deles é o controle de energia, como mover a faca conforme viu ou criar esferas de energia para acertar.
Com os dedos fiz uma pequena esfera de energia mostrando-a, depois joguei em uma maçã que estava sobre a mesa, conseguindo cruzá-la com um corte limpo.
— Também posso fazer campos de energia, são como escudos feitos da mesma aura e com essa mesma energia também posso 'voar' por assim dizer, o que é ainda mais levitante. Basicamente meus poderes são baseados na energia ou na mente. Posso ler mentes, sentir emoções, manipular pessoas através da minha mente, também posso apagar memórias mas ainda não pratico muito.
Eles ouviam atentamente cada palavra que eu dizia, como crianças ouvindo uma história de jardim de infância.
— Por último, a cura, mas acho que entra na manipulação energética porque é o que uso para fechar a ferida. — falei em dúvida.
— É incrível. — murmurou atônito. — E ainda não entendo porque você não quer sair comigo.
Fiz novamente que uma faca terminasse bem entre as sobrancelhas de Paul Lahote.
★
Hoje eu tive que ir buscar minha sobrinha na escola, havíamos combinado que um dia eu iria buscá-la, no dia seguinte ela iria sozinha e assim por diante.
Eu estava apoiada na bicicleta com os capacetes esperando a campainha tocar ao sentir o olhar da maioria no estacionamento. Era notícia na cidade, já que ninguém vinha falar comigo, pois a cara hostil que eu fazia era um mistério total para todos.
Eu era a tia de Isabella Swan, que apareceu logo após a partida das celebridades da cidade, deixando uma sobrinha enlutada sob seus cuidados. A única coisa que eles sabiam sobre mim era que eu andava com os caras da reserva que, ainda por cima, eram o grupo de celebridades de lá, assim como os Cullen estavam aqui.
A matilha não falava com ninguém além deles, do conselho ou dos possíveis candidatos ao gene lobo.
Como eu sabia tudo o que eles pensavam sobre mim e a matilha? Perguntando sem permissão em suas mentes. Às vezes eu me sentia uma velha fofoqueira, mas não havia nada de interessante na cidade, devia estar me divertindo com alguma coisa.
O sinal da escola tocou indicando que minha preciosa sobrinha havia terminado a aula. Era a primeira vez que eu vinha antes de tocar, na verdade eu sempre chegava dois ou três minutos depois.
Ela revelou-se bastante monótona para o que realmente era, depois soltou um suspiro para sorrir e olhar para o estacionamento. Acho que ela estava procurando por mim. Quem diabos sorri sozinha? Ela. Quando ela me encontrou, pareceu surpresa, mas o ignorou para vir até onde eu estava.
— O que você está escondendo? — perguntei sem rodeios.
— Do que você está falando? — seus sentimentos passaram a ser vergonha, culpa e medo.
— Você sabe que não pode mentir para mim, Isabella. — eu a encaro tentando descobrir o que ela estava escondendo.
Ela era um livro totalmente aberto comigo, mas agora parecia estar fechando, o que não gostei nada, já haviam se passado mais de três meses desde seu suposto rompimento mas ela parecia estar começando a regredir novamente.
— Nada, apenas vamos.
Não deveria ter ignorado porque nas semanas seguintes ela pareceu piorar. Ela estava começando a voltar ao seu buraco de depressão, aparentemente minha chegada conseguiu distraí-la por um momento, mas aos poucos ela foi submersa novamente na escuridão.
Kim e Emily me disseram para convidá-la para a reserva, mas não era um lugar para ela, era muito movimentado como ela estava acostumada, além disso, éramos todos da mesma idade enquanto ela era quatro anos mais nova.
Conversar com os meninos foi em vão, eles não sabiam das mulheres a não ser suas impressões, Paul era um caso à parte, ele era... Paul.
Eu não sabia mais o que fazer, então me ocorreu ir alguns minutos antes de Isabella sair da escola para conversar com uma de suas amigas, a garota odiosa que uma vez vi em suas memórias, Jessica Stanley.
— Boa tarde, Jéssica? — cumprimentei com dúvida. Ela se virou me deixando sobrecarregada com suas emoções tão densas.
— Olá. — ela sorriu falsamente mas estava nervosa para impressionar. — Você é tia da Bella?
— Sim, Melanie Higginbotham. — estendi a mão na direção dela, ela aceitou com o mesmo sorriso estampado no rosto. — Queria te contar que queria levar Isabella ao cinema e me ocorreu te convidar, ela tem se distanciado das pessoas por causa do rompimento mas sei que ela gosta de você. — cautelosamente enviei uma explosão de energia me deixando ver seus pensamentos.
Oh por Deus! A tia da Bella acabou de me convidar para ir ao cinema! Vou me exibir para o Tyler! Mas é mais do que óbvio que ela não sabe que Isabella não falou com ninguém desde seu estúpido rompimento com Edward.
— Claro, qual veremos? — sorri maliciosamente tentando não sufocá-la.
— Deixei Isabella escolher. Amanhã à noite, ok?
— Sim, sim. — balancei a cabeça me retirando até chegar na moto onde esperaria minha sobrinha chegar.
Doeu-me saber que Isabella havia mentido que estava conversando com seus velhos amigos, ela me fez prometer que não entraria na cabeça dela, que lhe daria privacidade, e tudo o que ela conseguiu foi mentir. Isabella nunca tinha mentido para mim antes.
Eu sabia que tinha um vínculo que a ligava ao vampiro mas mesmo assim havia mais pessoas no mundo, ela poderia ignorar por alguns momentos aquele maldito fio que os ligava para obter um pingo de felicidade. Ela não merecia sofrer tanto.
★
Agora eu estava forçando Isabella a se vestir para que nós estivéssemos prontas na hora em que eu concordei em sair com Jéssica.
A princípio ela ficou brava por ter convidado com sua 'amiga' sem sua permissão, mas depois cedeu sabendo que se continuasse com seu capricho acabaria vestindo-a contra sua própria vontade, afinal eu ainda era a adulta em cobrar.
Agora eu não deixaria ela mentir para mim, enviei uma explosão de energia para poder ler constantemente seus pensamentos e ficar por dentro de tudo. Aos poucos fui perdendo a confiança.
A buzina do carro tocou indicando a chegada da garota Stanley.
— Tudo bem, hora de ir. — empurrei ela para o fundo recebendo grunhidos e reclamações dela. — Vou escrever um bilhete para Charlie avisando que saímos, vá encontrar sua amiga.
Sem protestar ela foi fazer o que eu pedi. Deixei o bilhete colado na tampa de um recipiente que continha comida que eu havia preparado para que o xerife tivesse comida saudável para o jantar.
— Olá, Jéssica. — digo olá formalmente sentindo novamente suas emoções avassaladoras, por um momento eu diria que ela até parece estar apaixonado.
— Olá, Melanie. — ela tinha um sorriso sorridente que me deixou desconfortável.
Entramos no carro da menina para ir ao cinema onde veríamos um filme de zumbi que minha sobrinha havia escolhido, fiquei surpresa com a escolha dela mas não a julguei, afinal era um dos meus temas favoritos.
Quando chegamos, eu estava assistindo ao filme com entusiasmo, apesar de ouvir as exclamações de desgosto e surpresa de Jéssica. Enquanto Isabella permaneceu inexpressiva.
Quando terminou ela tinha um sorriso malicioso no rosto que também se divertia com as reclamações idiotas de Jéssica.
— Como você pode gostar desse tipo de filme! Quer dizer, o vírus se espalha através da lepra e não tem graça, meu primo sofria de lepra...
Mas parei de ouvi-la quando a ideia de Isabella me alarmou.
Uma lembrança veio à sua mente da noite em que Edward a salvou dos homens no beco. E se eu me colocar em risco, isso volta? Se ele sentir que algo pode acontecer comigo, ele retornará? Isso vai me salvar?
Fiquei incrédula e furiosa ao ver por que diabos ela pensava isso, quando segui seu olhar pude ver um grupo de motociclistas nos chamando de uma forma perversa e nojenta, mas isso parecia pouco importar para ela.
— Já volto. — avisou Bella, começando a andar. Peguei seu braço com força.
— Nem pense em ir, Isabella Swan. — repreendi cerrando a mandíbula, o que ela estava fazendo estava fora dos limites, era uma loucura.
— Estou bem, eu os conheço. — ela assegurou saltando do meu aperto.
— De onde você conhece esses caras, Bella? — Jéssica perguntou apressada e com medo mas ela não respondeu, apenas continuou seu caminho.
Edward não vai aparecer, não vai voltar mas ela não sabe disso, quer provar isso pisando em terreno perigoso.
Cerrei ainda mais a mandíbula enquanto respirava alto, cerrei os punhos com força, sem poder evitar meus olhos começaram a ficar com um vermelho mais forte. Se Edward não aparecer, farei com que ele apareça.
— Afaste-se. — Isabella pulou no lugar vendo seu amor na sua frente. — Não faça isso, volte. — Bella tentou se aproximar dele mas a ilusão se foi.
— Jéssica pode ir para casa, eu levo ela, peço desculpas. — falei rapidamente começando a seguir minha sobrinha que parecia estar maluca.
— Oi, meu amor! Devo levar você para um passeio? — perguntou um homem que parecia ser vinte anos mais velho.
— Volte para casa, Bella. — quando ela pareceu recuperar o juízo, ela apagou a ilusão, mas novamente retomou. — O que é que você quer?
Quero você de volta.
Resumindo, minha sobrinha estava enlouquecendo. Gritei o nome dela mas ela me ignorou, ela se deu bem com o estranho para ir em sua moto me deixando desesperada sem saber mais o que fazer, tentei fazer uma ilusão de Edward mas cada vez ela se afastava custando meu trabalho.
— Você já me cansou.
Enviei uma explosão de energia direto para sua cabeça, começando a manipulá-la.
— Pare! Pare! — Isabella gritou sob meu controle. O homem assustado decidiu trazer Isabella de volta para onde eu estava.
— Você está com sérios problemas. — peguei o braço dela sem nenhuma delicadeza arrastando-a para pegar um táxi para ir para casa.
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