🌷 KITO SHAKUR🌷

Hoje é uma sexta-feira ensolarada do verão britânico, acordei com as risadas animadas de Yasmin, a perna dela já está melhor, mas ela tem um fisoterapeuta particular para poder ajudá-la a se recuperar mais fácil e isso faz parecer que a minha irmã está ficando melhor de uma maneira exponencial. Eu nunca quebrei um osso, mas imagino que a fisioterapia seja a parte chata, contudo, Yasmin parece se divertir, ontem eu participei com ela porque meus pais não puderem e a minha irmã caçula ria e brincava bastante.

O fisioterapeuta chama-se Camareon e ele aparenta ter a mesma idade que eu, não quis saber, a questão toda é que ele é um homem jovem e bastante profissional que ficou uma hora e meia com minha irmã. Divertindo-se enquanto a ajudava e isso é o que importa para mim.

Pois hoje quando acordei e ouvi as risadas dela, sabia que esse dia poderia ser um bom dia. Agora, contudo, ela já deve estar na escolinha, minha mãe, como sempre, a levou e meu pai e eu já estamos na Lapide. Tudo parece estar a mil, semana que vem já irá acontecer o Met&Gala e mais tarde irei experimentar o meu vestido uma última vez aqui na Inglaterra.

Além disso, amanhã irei viajar para os Estados Unidos, meu pai e eu conversamos sobre isso. Vou ver os últimos preparativos de perto, além de passar por algumas lojas em Nova Iorque e ver de perto tudo que está acontecendo. Anissa estará comigo, ela vai tirar o ano sabático dela mês que vem, depois de treinar Jonas, vou sentir bastante saudades dela e sinto que será bom tê-la como companhia em Nova Iorque.

Assim que chego no departamento de design, vejo Jennifer Flint, ela é a segunda design mais velha e desde que Alessandro foi embora ela quem vem assumindo as rédeas por aqui. No meu primeiro dia, ela foi bastante educada comigo e mesmo sem saber quem eu era ela foi bastante educada totalmente diferente de Alessandro que começou me tratando como sua secretária. De qualquer forma, o ambiente parece melhor desde que Alessandro se foi.

— Bom dia Flint. -Digo para loura que sorri para mim como resposta, em seguida ela bebe o seu copo de café com leite.

— Bom dia Shakur. Viu os desenhos que te mandei hoje cedo? -Pergunta, concordo com a cabeça.

Jennifer tem um olho verde e outro castanho. A pele dela é branca e fica facilmente rosada, principalmente quando ela começa a falar demais. Os cabelos loiros dela são curtos em um corte Chanel. Ela deve ser duas décadas mais velha que eu, mas com certeza os produtos de pele que ela usa fazem parecer menos.

— Vi sim, o que Dean disse sobre? Eu amei o bracelete com as pérolas. -Falo e puxo a cadeira para me sentar. Dean é o estagiário, ele ainda está na faculdade e tem ótimas opiniões sobre tudo, com certeza ele vai continuar aqui, espero que ele queira continuar aqui.

— Você sabe. -A mais velha fala e me olha. — Professora isso tá um arraso. -Diz imitando Dean e eu solto uma gargalhada.

Dessa forma, com risadas e em um ambiente tranquilo, meu dia começa.

{•••}

É quase a hora do almoço e eu tinha acabado de terminar o trabalho de montagem das joias com Jennifer, a mulher iria almoçar com o marido dela. Ele voltou de uma viagem na Itália e a loira estava ansiosa e com saudades dele. Acabei ficando ansiosa por ela, porque Jennifer realmente ama o homem com quem está casado e o relacionamento deles não parece ser cercado de ciúmes ou grandes problemas que se exalam e atrapalham todo o resto. Eu posso estar enganada, mas a loira parece feliz com ele, ela encontrou a pessoa certa.

Pensei em almoçar com meu pai, como faço corriqueiramente, contudo, ele saiu para uma reunião com investidores japoneses. Agora, eu estou saindo no elevador pronta para convidar Harry para almoçar comigo.

Nós nunca fizemos isso, almoçar juntos em dia de trabalho. Entretanto, acredito que ele finalmente resolveu tudo que poderia sobre o divórcio e estamos em uma posição segura para podermos sair e almoçar juntos. Seria legal, nunca tivemos um encontro assim, sem sexo depois. Exceto no domingo no clube, mas as crianças estavam lá. Esse seria um encontro meu e dele.

Erica estava comendo quando cheguei no andar. Ela não parece se incomodar com isso, pois ao me ver a mais ela sorri.

— Ele está na sala querida. Pode entrar. -Diz e eu sorrio como resposta. Ela sabe que Harry não se incomoda comigo, então não precisa avisar que estou chegando.

— Obrigada Erica. -Olho para o prato dela e sorrio. — Essa torta parece gostosa.

— E está querida, meu marido é especialista. Posso trazer para você algum dia.

— Eu iria amar. -Falo e é verdade. O cheiro da comida apenas faz com que a minha fome se torne maior.

Eu dou algumas batidas na porta e entro. Harry estava colocando seu terno e ao olhar para mim parecia surpreso, mas ele sorri para mim.

— Kito. -Diz e eu sorrio pequeno.

— Harry. -Digo e fecho a porta.

Dou alguns passos até ele, o silêncio permite que o som dos meus passos sejam ouvidos.

— Aconteceu algo?

— Não, na verdade, eu queria saber se você poderia almoçar comigo. -Falo e fico o olhando. A expressão dele não parece animada com minha proposta e isso me deixa com receio. Ele dirá não?

— Kito... Desculpe-me, mas não vou poder hoje. Tenho um almoço importante com um sócio.Amanhã podemos almoçar onde quiser, tenho que te contar algo. -Diz, abro um pouco minha boca, quis dizer que amanhã eu irei viajar para os Estados Unidos, ele deve ter se esquecido disso. Contudoconcordo. Ele pode me ligar e dizer o que é certo? Não parece urgente.

— Tudo bem. -Murmuro.

— Mas podemos descer juntos, uh?

— E se beijar no elevador como adolescentes? -Pergunto e ele sorri divertido.

— Isso é você quem disse. -Fala e eu vou com ele até o elevador.

Infelizmente, assim que chegamos na garagem, Harry entra no carro e vai e eu solto um suspiro. Não sei, mas de uma forma estranha ele ter recusado o almoço comigo me deixou incomodada, nós nunca fizemos isso antes, mas eu realmente gostaria disso, dessa vez, eu queria. Talvez seja porque eu venho pensando que agora que o moreno dos olhos já está divorciado e parece mais seguro quanto ao término do seu casamento. O que nós estamos tendo pode tomar uma liberdade de um almoço, bem, não foi isso que aconteceu. Porém, ele disse que amanhã tem algo para falar comigo, ao menos ele não se esqueceu dos nossos dias de fim de semana.

Dias de fim de semana...

Desvio-me desses pensamentos antes que eles cresçam em inseguranças, é apenas um almoço que ele negou, haverão outros. Assim que saio do prédio fico um tempo parada de frente a ele pensando onde comer. Poderia subir e comer com meu pai, dizer que quero participar da reunião também, mas depois do que aconteceu com Alessandro eu não tenho a vontade de ficar debaixo das asas dele como fazia frequentemente. Não que o que meu pai fez foi errado, ele me defendeu. Alessandro mesmo tentando, pareceu nunca gostar de saber que eu seria uma concorrência para ele, no fundo eu sinto que ele preferia que eu fosse apenas uma secretária.

Entretanto, quero evitar que as pessoas achem que eu sou a herdeira que fica sempre debaixo das asas do papai.

— Vai comer em algum lugar? -Escuto a voz de Jonas e me assusto, pois a voz dele vem atrás de mim. Viro-me brava o encarando, mas como resposta o homem apenas sorriu para mim. — Assustou?

— Idiota! -Falo brava e ele sorrir mais. Óbvio que ele sabe que não estou xingando ele para valer. Eu odeio tomar susto e isso é eu ficando estressada.

Estressada de homens e suas confusões também. Eu realmente não acredito que Harry não poder ter aceitado almoçar comigo me afetou dessa maneira. Solto um suspiro e Jonas franze a testa.

— Desculpa. -Murmuro baixinho e agora o homem levanta suas sobrancelhas.

— Tudo bem Kitty, mas você realmente vai comer em algum lugar? Eu esqueci meu almoço em casa e estou cheio de fome. -Ele fala e eu sorrio um pouco.

Jonas leva a mão na barriga, é engraçado como ele não parece ter mudado nada e principalmente como ele não me olha como se eu fosse uma quebradora de corações. Como se não tivesse ressentimento de mim, deveria haver algum porque eu fui embora e eu estou com outro. Porém, de alguma forma bastante louca Jonas apenas me olha como sempre olhou e principalmente como alguém cheio de fome.

— Tem um restaurante brasileiro aqui perto. O frango é ótimo. -Comento e ele concorda.

— Vamos? -Pergunta e eu sorrio divertida.

— Vamos? Quem disse que eu vou almoçar com você? -Pergunto e cruzo meus braços. O homem dos olhos castanhos brilhantes anda até mim ficando pertinho de mim e assim que eu sinto seu cheiro o meu coração começa a acelerar, acabo olhando para boca dele. Carnuda e úmida. É, eu sei que é uma boca boa, mas foco. Volto a olhar para os olhos de Jonas e ele levanta as sobrancelhas.

— Só estou oferecendo companhia, talvez esteja esperando o Vice-Presidente Gostoso. -Jonas fala e abro um pouco minha boca, mas fecho-a rapidamente. Um ponto para Jonas e isso me deixa irritada, apenas minimamente.

— Você chamou ele de gostoso? -Pergunto e nego com a cabeça. — Esquece, você realmente deve está com fome e eu também. Apenas por isso que vamos comer juntos.

Assim que digo isso começo a andar em direção ao restaurante e logo Jonas me acompanha. O restaurante fica a poucos metros de distância, ele literalmente fica na próxima rua. Um percurso relativamente e extremamente curto, mas estranhamente silencioso. Andava com passos rápidos, por algum motivo o silêncio entre mim e Jonas me incomodava. Não tenho ideia do porque e eu nem sei como começar uma conversa, então o silêncio é absolutamente tudo o que me resta. Contudo, Jonas começa a falar.

— Eu sei que você não me odeia Kito, só acha que eu te odeio. -Jonas começa a falar e eu não viro meu rosto para olhá-lo, mas eu paro de andar, ficando perto da entrada do restaurante. — Ainda não tivemos aquela conversa e eu não espero ter ela nesse almoço. Só quero que você saiba que eu entendi porque você foi. Viver seu luto perto da sua família e ela fica no outro lado do globo. Eu não te odeio por ter ido. Eu não te odeio.

É um dia de sol aqui na Inglaterra, mas com várias nuvens no céu, acho que reparar mais no céu não vai evitar a vontade de olhar para Jonas nesse momento, muito menos sentir o que eu senti quando escutei as palavras dele.

As pessoas andando na rua e conversando, todas bem vestidas porque esse é um bairro rico, não, elas não vão me distrair o suficiente para ter que olhar para Jonas, sequer as formigas no canto do passeio. Porém, ele disse algo que eu não esperava que dissesse. Ele me entendeu e ele não me odeia. Jonas entendeu porque eu fui, mesmo tendo ido sem me despedir, mesmo tendo apenas ido. Ele não me odeia e eu já menti sobre quem sou antes. Jonas teria motivos suficientes para ficar rancoroso e bravo comigo, colocar a culpa em mim e me tratar mal. Só que não é isso que ele está fazendo.

Olho para Jonas e seus olhos castanhos me olham com atenção. Dessa vez olhar para os olhos dele é a única coisa que eu consigo fazer sem sentir dor, uma coisa que me faz sentir bem e eu conheço esse sentimento. Infelizmente, sinto medo de deixá-lo crescer porque por alguma razão dói. Não sei se ele está esperando eu dizer algo, mas ficamos longos segundos nos olhando até eu tomar coragem de dizer algo.

— Eu não te odeio Jonas e eu estou com fome. -Falo e ele balança a cabeça.

— Eu também estou com fome, Kito. -Lambe os lábios e sorri bem pequeno. — Shakur.

Jonas abre a porta do restaurante e deixa uma passagem para eu entrar primeiro que ele, eu faço isso. Nós sentamos em uma mesa que fica no segundo andar, ela fica perto das grades e dá uma visão quase que completa do andar de baixo, além disso, é um lugar bastante arejado e cheiroso.

Nós fazemos nossos pedidos e não conversamos mais. Isso porque, talvez Jonas estivesse errado em não querer conversar comigo sobre Cristal, sobre nosso relacionamento, como nós nos sentimentos. Eu também sou tola por não conseguir ter coragem de começar essa conversa. Sinto que se eu começar vou chorar, não estou afim de chorar agora e não perto de Jonas, ele sabe o que fazer quando eu choro, ele sabe muitas coisas sobre mim. Penso que esse seja o motivo dele não querer conversar, dele estar a minha frente mexendo no celular, provavelmente mandando alguma mensagem para mãe dele, pois é, eu sei de algumas coisas também. O homem dos olhos castanhos odiava quando eu mexia em meu celular enquanto comíamos, às vezes era inevitável, como agora. Acabo soltando um suspiro alto quando mexer no meu celular tornou-se entediante. Isso fez o rapaz levantar o seu olhar para mim.

— O que houve? -Pergunta e eu passo a língua nos meus lábios. Desvio meu olhar do dele e encaro a entrada no restaurante. Meus olhos se arregalam quando eu vejo Harry entrar com sua ex-esposa.

Então ela é o sócio? Ela é a reunião dele?

— Eu não acredito nisso.

Continua... 

Notas: Olaaaaaas como vocês estão?

Primeira atualização do ano e Harry já está vacilando! 

Como foram suas festas de final de ano? Espero que todas estejam se cuidando e estejam bem tanto fisicamente quanto mentalmente (apesar do último ser difícil) de toda forma, espero que estejam bem e permanecem bem para passar mais um ano. 

O que acham que vai acontecer agora? Vai ter briga? E sobre a Kito e o Jonas? 

Espero que tenham gostado do capítulo. AAAAAA  THE  WEEKEND JA TEM 20K!!!! MUITO OBRIGADA POR ISSO VOCÊS SÃO TUDO!

Vejo vocês semana que vem (amém). Anna. Xx