"Ele abre a porta

E eu entro em seu carro.

E ele diz "você esta lindo hoje à noite."

E eu me sinto perfeitamente bem."

AJEITEI OS ÓCULOS ESCUROS ENQUANTO ouvia as conversas ansiosas do resto do time, coletivas de imprensa sempre deixavam todos nervosos.

— Você está gostoso, sabe disso, não é?

Riven apoiou a cabeça no meu ombro, ele me abraçou por trás e me encarou pelo espelho, com aquele olhar apaixonado.

— Eu ainda odeio usar terno, apesar do quão bem você dizer que fico — sussurrei, então me virei — Se o Profeta Diário fizer outra matéria mentirosa sobre a minha vida amorosa, acho que vou parar em Azkaban.

Ele gargalhou.

— Você e o resto do time então. Ouvi dizer que Azkaban é interessante nessa época do ano.

— ATENÇÃO TIME! — a voz do nosso treinador soou, chamando minha atenção — Vamos repassar as regras para essa coletiva antes que um de vocês, idiotas, digam uma bobagem enorme.

Justo, ainda mais considerando como a última entrevista tinha sido.

— Nosso foco é falar de como estamos honrados em ser o time favorito para a Copa de Quadribol, também temos que mencionar que estamos muito animados em ter três dos nossos jogadores escolhidos para representar a Grã Bretanha na Copa Mundial de Quadribol. Não respondam nada sobre suas vidas amorosas, não se deixem afetar sobre as provocações dos repórteres.

O nosso treinador era um cara baixinho que tinha mais ou menos um metro e meio (talvez menos), ele usava um boné com a logo do nosso time, shorts e a camiseta do ano anterior.

— Agora repitam comigo: Puddlemere United!

— PUDDLEMERE UNITED.

Ele sorriu satisfeito, então colocou seus óculos escuros.

— Maravilha, vamos lá pessoal.

Nos organizamos em uma fila indiana e o seguimos para dentro do auditório da sede do time. Agradeci por estar de óculos escuros, se não as luzes dos flashs ia ter me cegado naquele momento.

Me sentei atrás da placa com meu nome que, felizmente, ficava na cadeira ao lado de Riven. A organização esperou alguns minutos para o time todo se ajeitar na longa mesa, não tirei meus óculos, apesar de alguns garotos terem feito isso.

— Bom dia, estamos aqui para mais uma sessão de imprensa com o time. A primeira pergunta do dia é para você de azul.

O repórter levantou e ajeitou seu terno.

— Queria perguntar para Potter. Como você está se sentindo com a convocação para representar a Grã Bretanha na Copa Mundial de Quadribol?

Ah, já começamos comigo, ótimo.

— É uma surpresa misturada com uma grande sensação de orgulho — falei, usando meu típico sorriso para imprensa — Espero trazer o troféu para casa, tenho um espaço perfeito na minha estante para ele.

Ouvi algumas risadas, o que me relaxou. É só ser o James carismático de sempre e tudo vai ficar bem.

— Próximo, você aí de boné.

— Minha pergunta é para o treinador, você já decidiu quem vai ser o capitão do time ano que vem?

O treinador se levantou para responder.

— Isso ainda é confidencial, mas em breve vamos anunciar.

Bebi um pouco da água que deixaram na minha frente, as próximas horas seriam longas.

"Mas eu sinto falta de gritar e brigar e

Beijar na chuva.

E são 2 da manhã e eu estou xingando seu nome."

— QUAL O SEU PROBLEMA, LUPIN? — eu gritei, tentando não ser abafado pelo barulho da tempestade — Eu amo você, isso não é o suficiente?

Teddy suspirou, seu cabelo azul estava encharcado, fazendo os fios colarem em seu rosto.

— James, isso não é um conto de fadas onde a força do amor pode resolver tudo — ele murmurou, se aproximando e colocando as mãos no meu rosto — a gente confundiu a linha, isso que você está achando que é amor, é só atração física.

— Eu sei muito bem definir o que estou sentindo e não é apenas uma atração física. Eu te amo, estou apaixonado por você desde os meus quinze anos — sussurrei, sentindo as lágrimas encherem meus lábios — Eu não sou o suficiente para você?

Ele fechou os olhos com força.

— Jamye...

Não deixei ele dizer algo que fosse quebrar meu coração ainda mais, eu o beijei com todo o amor e carinho que sentia no meu coração.

— Teddy — sussurrei, colocando as mãos em seu pescoço e o puxando mais para perto — Teddy...

— Porra, Jamye.

Teddy agarrou minha cintura com força e me puxou contra seu corpo, me fazendo ofegar baixinho.

— Vamos sair dessa chuva idiota e ir para o seu apartamento, o que acha? — murmurei entre beijos — só nós dois, em um lugar quente e confortável como a minha cama.

Ele me encarou, franzindo a testa.

— Não tenho certeza de que isso é uma boa ideia.

— Sempre acho uma boa ideia você me fodendo.

Para o meu alívio, ele riu baixinho.

— Jamye, você é um idiota... Porra, como posso viver sem você?

Não me mande embora então, pensei enquanto ainda sentia uma leve dor no meu coração. Eu conhecia aquele homem, Teddy não ia conseguir lidar com as consequências se Victorie decidisse contar para a nossa família sobre a gente.

Por favor, não me deixe.

Teddy me beijou de novo para o meu total alívio, então me empurrou para a parte escura do beco e nós aparatamos juntos para o apartamento dele. Quando chegamos, começamos a trabalhar para tirar as roupas um do outro, desesperados.

Acabamos não indo para o quarto, o que não era nenhuma surpresa. Caímos no sofá ainda nos beijando, minhas mãos passeando pelo corpo de Teddy.

— Eu te amo — sussurrei no seu ouvido — Não acho que seria capaz de amar outra pessoa se você me deixasse.

Teddy me encarou, não consegui definir a expressão em seu rosto. Ele encostou nossas testas juntas, sua respiração se tornando muito mais calma.

— Você merecia alguém que não fosse tão complicado para ficar junto.

Revirei os olhos.

— Não quero alguém simples, quero você.

Ele me beijou de novo.

Nós terminamos a noite entrelaçados no sofá, sem roupas e ofegantes, meu corpo estava suando, mas nada disso importava além do fato de que Teddy ainda estava ali comigo.

Seus dedos estavam acariciando a base da minha coluna, fechei os olhos enquanto apoiava o rosto em seu peito.

— Jamye, a gente precisa de um banho — Teddy murmurou, divertido — e dormir em uma cama, minha coluna não vai aguentar outra noite dormindo nesse sofá podre.

— Eu esqueci que namoro um velho.

Ele riu.

— Espertinho.