S O P H I E

Depois de algumas horas, a aula finalmente havia acabado. Os corredores estavam lotados e uma fila dobrava todo o refeitório, eu era bastante curiosa e era óbvio que eu estava tentando entender toda a situação.

Era difícil tentar chegar até o início mas como uma ajuda dos céus, enxerguei Cindy com alguns papéis em mãos, me aproximei dela e então ela sorriu simpática.

— E aí, Cindy. — Ela parecia cansada mas ignorei aquilo. — O que está acontecendo?

— É o Love's Match, é um projeto elaborado por mim! Onde encontramos um par ideal através da compatibilidade que você tem com alguém. — Ela explicou cuidadosamente, parecia extremamente orgulhosa do projeto.

— Hm, legal. — Dei de ombros, era fofo demais para mim.

— Você deveria se inscrever! Imagina, encontrar alguém por meio do Love's Match? — Cindy sorriu, controlei a vontade de rir, ela só poderia estar brincando.

— Não mesmo! Eu estou muito bem assim, sozinha.

— Por favor! — Ela implorou, me fazendo revirar os olhos. — Te levo no Mc Donald's, em troca.

Por mais que não convivêssemos juntas, ela sabia muito bem como me persuadir. Eu não comia um hambúrguer há tempos e aquele convite, era como o paraíso para mim.

— Tudo bem. — Revirei os olhos, em seguida ela me abraçou enquanto eu só pensava em fugir para algum outro lugar. — Mas isso não vai sair barato pra você, okay?

Ela animadamente me entregou uma ficha, preenchi todos os detalhes que iam desde o meu nome até as coisas que eu gostava. Era claro que eu havia achado aquilo muito brega mas o que eu não fazia por um sanduíche gorduroso, não é mesmo?

— Pronto. — Devolvi a folha para ela, enquanto mostrava o quão descontente eu estava. — E eu não vou me esquecer do combinado!

— Pode deixar.

Antes que pudéssemos dizer mais alguma coisa, um garoto se aproximou de nós duas. Eu não sabia quem ele era mas ele parecia irritado com alguma coisa.

— Cindy, você escreveu alguma coisa errada! — Ele resmungou.

— E o que te faz pensar que fui eu? — Ela parecia irritada, me senti levemente constrangida com a situação.

— Só você é capaz de fazer uma coisa do tipo. — O garoto riu debochado. Senti pena da Cindy ao perceber que ela teria que aguentar aquilo por muito tempo.

— Eu vou para casa! — Sorri sem graça, chamando a atenção dos dois. — Depois eu te mando uma mensagem, para a gente marcar um horário para você cumprir a sua promessa.

— Meu Deus, vocês são idênticas! — Ele comentou chocado.

Dei de ombros e então me afastei deles, era complicado explicar toda a nossa história e eu preferia não ficar, para aguentar toda aquela enrolação.

Enquanto tentava sair do meio de todas aquelas pessoas, enxerguei o garoto alto que havia estragado a minha manhã entre as pessoas da fila e então acabei deixando uma risadinha acabar.

Eu sentia pena, de quem tivesse que ser o par ideal dele, seja lá quem a azarada fosse.