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˖࣪ ❛ O ÚLTIMO DIA DE VIAGEM
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A ÚLTIMA ETAPA da viagem para casa foi feita em silêncio. Um silêncio insuportável que deixou Rosalie se mexendo na cadeira. A cada poucos segundos, Violet olhava para ela e Rose parava, com as mãos agarradas ao volante. Alguns minutos depois, ela começaria de novo e, eventualmente, a algumas horas de distância de Forks, a outra garota colocou o braço sobre o de Rose na alavanca de câmbio, o movimento a deixou imóvel.

Violet dormiu a maior parte do caminho, o peito subindo e descendo constantemente, deixando o pesado medalhão se mover com ela. Parecia certo, emaranhado em seus cabelos e Rosalie podia imaginá-la usando-o por muitos anos, nunca o desenrolando do pescoço, mesmo quando aparecia outro.

Outro. Rose nunca tinha pensado tão à frente. Ela sempre foi pragmática, capaz de considerar muitas possibilidades até que isso a prendeu na imobilidade. Mas recentemente ela caiu na influência de Edward, pensando naqueles momentos. Primeiro, o momento em que ela beijou Violet, sentindo-se tão significativa que Violet nunca a esqueceria. Então, no futuro, o momento em que elas se separariam e Rosalie seria deixada para desejar a eternidade.

Haveria outros. Violet era lindamente humana. Ela tinha a capacidade de amar e perder e ainda estar inteira e esperançosa no final. No entanto, Rosalie matava pensar em tal coisa.

O peso de sua mão imóvel sobre a mão de Rose era sufocante.

Violet não moveu a mão até que o jipe ​​parou e seus olhos se abriram novamente para pousar na visão de sua casa. O pai dela já estava na garagem e Rose observou Violet saltar pela lateral e pular em seu abraço.

— Espero que vocês tenham se divertido. — disse ele, sorrindo para ela. Rosalie sorriu de volta facilmente.

— Obrigada, senhor.

— Eu não sei como vocês fazem isso naquela sua grande casa chique, mas você pode me chamar de Robbie. — disse ele, acenando para ela com a mais calorosa expressão.

— Pai!

Robbie Green apenas riu, apertando o braço em volta do ombro dela, fazendo o rosto rosado de Violet pousar em seu peito.

— Obrigado por cuidar da minha garotinha.

Rosalie não demorou. Deixando o jipe ​​na entrada da grande casa de fazenda, ela pegou seu próprio carro, que estava esperando na garagem, e saiu pelas velhas estradas vicinais, escondendo-se atrás da espessa cobertura das árvores do sol que ameaçava aparecer. Imediatamente, ela sentiu falta da sensação do caminhão pesado embaixo dela. Seu BMW parecia pequeno e inconsequente em comparação.

Ela pegou o caminho mais longo para casa, percorrendo os longos percursos campestres na velocidade que ela gostava de correr. Respirando fundo, Rosalie fechou os olhos e deixou o carro flutuar sob suas mãos, pisando fundo no acelerador. Seus dedos flexionaram ao redor do volante e ela respirou como se fosse humana, como se fosse a última vez que pudesse aguentar. Imaginou que o carro poderia tombar a qualquer momento e ela não conseguiria sair dos destroços e simplesmente limpá-lo.

Rosalie chegou em casa em paz. Ela saiu do carro, deixando o rosto banhar-se no sol frio, e se perguntou se sua vida teria sido mais fácil se o sol fosse seu inimigo. É assim que as histórias sempre contaram - as criaturas da noite, os mortos-vivos sombrios, uma vampira - não deveriam enfrentar a luz do dia, a luz de Deus.

Rosalie lembrou-se da dor de abrir os olhos pela primeira vez, mudou. O pouco de sol que inundava o quarto queimou seus olhos, fazendo-a pressionar as costas nas sombras até que a madeira se partisse sob seus ombros. A escuridão acalmou a dor por um breve período de tempo. Teria sido mais fácil ficar assim, temer o dia. Mas a facilidade não combinava com Rosalie.

De alguma forma, enquanto subia as escadas, ela sentiu Emmett pular em suas costas antes mesmo de vê-lo. Ela não sabia de onde ele veio ou como fez isso sem que ela percebesse, mas Rose empurrou o irmão com um movimento rápido. No entanto, Emmett pareceu pousar com o braço em volta do pescoço dela preguiçosamente, puxando-a ligeiramente para o lado dele.

— Então... — o tom de sua voz por si só fez Rosalie gemer. — Como foi a fuga romântica?

— Não foi uma fuga romântica. — disse ela, revirando os olhos e fazendo-o rir.

Alice apareceu na porta em seguida, Jasper atrás dela. — O que mais poderia ser?

Foi então que ela viu o resto da família, esperando com rostos abertos no corredor. Até Bella ficou ao lado de Edward. Eles olharam com expectativa, esperando por ela contar a viagem, por sua emoção, assim como Edward havia feito uma vez.

Ela poderia negar isso a eles?

Foi a primeira vez em muito tempo que ela se sentiu tão ligada a eles. Eles se reuniram aqui para ela.

No entanto, ela não podia deixar de sentir a transitoriedade de tudo isso.

— Eu a beijei. — disse ela, e Alice pulou sobre ela com um grito, envolvendo os braços em volta do pescoço com força suficiente para estrangulá-la.

— Estou muito feliz por vocês duas. — disse Bella, e Rose não conseguia acreditar na autenticidade de seu sorriso.

— Obrigada. — ela disse, deixando-os conversando por apenas um momento. Quando ela finalmente falou novamente, eles silenciaram, virando-se para olhar para ela. — Mas já tivemos nosso verão.

Violet respirou fundo, inalando o cheiro dos lençóis. Por um momento, ela ficou ali, o rosto plantado em um travesseiro, algo frio descansando em seu peito. A confusão entorpeceu sua mente. Por baixo do cobertor, ela agarrou o colar que pendia do peito e suspirou, abrindo os olhos para a luz do dia.

— Boa tarde. — a voz de Celia parecia tão nebulosa quanto sua visão. — De volta à terra dos vivos? Pensei em chamar uma ambulância a certa altura e então você roncou.

Ela piscou novamente, os olhos encontrando a pintura verde das paredes. O quarto dela. Ela estava em casa. Em seu sonho, ela ainda estava percorrendo as estradas do Alasca em seu jipe, com a mão apoiada na de Rosalie. Ao acordar, viu Celia deitada do outro lado da cama, folheando uma revista, uma roupa recém-dobrada apoiada na cadeira do canto. Violet gemeu quando suas lembranças voltaram à tona. A festa.

— Eu não ronco. — disse ela, rolando e cobrindo os olhos com os braços, saboreando o escuro. Desde que retornaram de suas viagens, ela estava exausta.

— Como você sabe?

— Rosalie disse isso.

Celia gritou alto e de repente, fazendo Violet se virar para bater nela com uma almofada. O hábito irritante surgiu quando ela contou tudo à amiga. Até mesmo mencionar o nome de Rosalie a deixou animada.

— Você a convidou para sua festa de despedida, não foi? — a expressão no rosto de Celia a deixou feliz por ter feito isso.

— Claro que sim. — disse ela, soltando um suspiro. — Só estou preocupada que seja estranho.

— Como assim?

— Todo mundo estará lá. — ela começou, e quando Celia pareceu não entender onde ela queria chegar, ela esclareceu: — Rosalie não é exatamente de todo mundo.

Os amigos do pai dela, os meninos do Res, e até mesmo Leah e Bella deveriam estar vindo. A namorada de seu pai, Allison, fazia a comida e a própria Violet organizava a música, escolhendo seus discos favoritos da coleção no andar de baixo. Parecia a maneira perfeita de dizer adeus a todos, exceto Rose. Ela era diferente.

— Ela ama você. Ela estará lá. — disse Celia. Como ela podia ter tanta certeza se não sabia nada sobre Rose, Violet não sabia, mas balançou a cabeça mesmo assim.

— Rosalie não me ama. — ela disse, virando-se para pegar a roupa escolhida por Celia, usando-a como uma distração das palavras que ela estava dizendo. — Isso tudo vai acabar logo. Tudo. Como se nunca tivesse acontecido.

— Mas é claro que aconteceu. — Celia largou a revista e olhou para ela de frente. Violet podia vê-la através do espelho. — Você sempre age como se depois de sair tudo fosse mudar. Nada precisa mudar, Vi.

— Apenas esqueça isso, Cee.

— Não. Você está agindo como um louco. — Celia se levantou, ficando atrás dela com os braços cruzados, lembrando-a de todas as vezes que ela discutiu com o pai sobre ir embora. — Só porque você está indo para a faculdade, não significa que você tenha que terminar as coisas.

— Célia, esqueça isso. — ela se virou do espelho, encontrando os olhos de Celia com os seus. Eles estavam tristes, olhos castanhos enrugados por sobrancelhas caídas. — Por favor.

— Tá bom. — Celia deu um leve suspiro, virando-a pelos ombros e colocando um vestido em suas mãos. — Agora experimente sua roupa. Você não pode me deixar ofuscar você em sua própria festa.

Violet esboçou um sorriso fraco e pulou sobre a mala no meio da sala.

O vestido que Celia escolheu era roxo e assimétrico, caindo em babados finos até os joelhos. Ao longo do decote, contas claras estavam pontilhadas como decoração. Violet podia imaginar isso com o cabelo preso no alto da cabeça e os pés calçados no único e lindo par de sapatos que ela possuía: um delicado par de sapatilhas brancas. Ela odiava que ela adorasse. Antigamente, pertencera à mãe dela.

— É perfeito. — disse Violet, e Celia deu-lhe outro grito e abraçou-a.

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