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Capítulo 41 - A Grande Guerra (part.1)

"Vigilantes, avante!"

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Raven

Hoje enfim, será o Grande o dia. Temos de lutar na Grande Guerra, o que já não é novidade. Mas sempre que me lembro e vejo o tempo passando, sinto calafrios. Como daquela vez em que corri atrás de papai ou de Gael, ou quando fui salvar minha mãe. Aquele pressentimento de que algo ruim aconteceria e que eu não poderia fazer nada, novamente. Não quero ser uma covarde e farei de tudo para vencer, mesmo que morra pra isso. Em uma Guerra é tudo ou nada. Vencer ou perder. Estaria pronta para morrer? Só o tempo diria e no momento, ele não era meu melhor amigo.

Partimos ao amanhecer. Podia ver o sol nascendo e iluminando cada lugar aos poucos. Sentia como se fosse a última vez que veria esta bela paisagem de novo e por um momento fiquei parada observando.

— Porque ainda está aqui? — Gael me pergunta. — Todos já estão prontos, esperando sua ordem.

Continuei onde estava. Queria deixar aquela paisagem gravada em minha memória. Sentindo uma extrema calma em meu ser, admiti:

— Nunca pensei que diria isso... — olhei em seu olhos. — Mas eu tenho medo de morrer.

Ele ficou meio assustado com minha resposta e se sentou ao meu lado na escada.

— E quem não teria? Não somos imunes a ela. Mas não podemos desistir agora que chegamos tão longe. Aquelas pessoas, dependem de nós, Raven. Nós trouxemos esperança a cada uma delas, e por isso precisamos lutar, por mais que morremos.

A partir daquele momento, entendi meu propósito. A minha vida é destinada a salvar a Inglaterra e cada um de nós é destinado a alguma coisa. Devemos fazer o mundo em que vivemos em um lugar melhor.

— Vigilante... — Gael se levantou e me propôs sua mão para me levantar.

— Vamos... — disse me levantando, determinada.

Corri para chegar onde todos estavam. E sem perceber, lágrimas caiam do meu rosto. Mas não de tristeza... E sim de felicidade.

— Porque está chorando? — Gael me perguntava, preocupado.

— Estou orgulhosa de vocês. — disse sorrindo. 

Todos estavam com os "famosos capuzes verdes", cada um com sua arma e com confiança estampada no rosto. E então disse a frase mais impactante de toda a minha vida:

— Vigilantes, avante!

Todos começamos a correr em direção ao nosso destino. O futuro da Inglaterra, estava nas nossas mãos.

Victor

— Está pronto? — perguntei.

— Eu nasci pronto! — Henri respondeu.

— Então corra! — ordenei.

Assim ele fez. Correu em disparada ao ponto A (como o apelidei). Ele soltaria um dos rojões no céu, indicando que o primeiro grupo deveria agir.

Já podia ouvir o tintilar das espadas. Os piratas já estavam lutando. Darla os liderava.

— Vamos logo seus palermas! — ela gritou.

Logo após, meu companheiro soltou o segundo rojão (Ponto B), a população gritava fervorosa saindo de suas casas. Estavam com armas e vestindo seus capuzes verdes. Raven e Gael os apoiavam. Leonor e Teodora seguiam a multidão.

Depois, o restante dos piratas vinham atrás. Félix também dava os comandos.

Por último, Henri e eu corríamos de um lado para outro. Parecíamos pequenos ratos, comparado a toda aquela multidão. Eu e ele nos afastamos daquele alvoroço. Nossa missão era apenas observar e informar. Ficaríamos ao longe.

Mesmo distante podia ouvir a voz da população a gritar:

— Vigilantes... — Raven gritava.

— Avante! — todos completavam.

Creio que papai está honrado por ouvir isso. Seu sonho havia se realizado. Um novo futuro estava sendo construído.

— Boa sorte... — podia ouvir ele falar.

— Nós vamos conseguir papai... — sussurrei.

— Eu sei que vão. 

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Daniel

(Algumas horas atrás)

Eu mal tinha unha em meus dedos. O nervosismo me dominava a cada dia. Não podia sair do castelo para ver a situação e não sabia o dia em que começaria a guerra. Só sabia de uma coisa: Precisava estar pronto.

Os soldados já estavam nos portais a meses, ambos se revezavam. E eu, continuava naquela maldita sala principal.

— Nem acredito que estou com medo. — ri incrédulo. 

Andava pelo palácio impacientemente.

— Desse jeito vai acabar fazendo um buraco no chão. — Nena me observava.

— Não pedi sua opinião, mas mesmo assim obrigado. — respondi, mal-humorado.

— Sempre simpático. — disse fingindo um sorriso. — Mal posso acreditar de que está com medo de algumas crianças. Quem diria, Daniel...

— As crianças que você deveria ter impedido. — a fitei com o olhar. — Não me diga que não está com medo, seria patético.

Ela ficou pensativa por alguns segundos, e disse em seguida:

— Eu tenho meus meios, pode ficar despreocupado.

— O que vai fazer desta vez? — perguntei com curiosidade.

— Será como um show de mágica. Minha especialidade: ilusões...

Sorri empolgado.

— É bom saber que existem loucos mais loucos do que eu.

E nossa divertida conversa foi interrompida por um plebeu, que adentrava a minha sala. Já sabia que não teria mais um momento de paz em meu trono.

— Majestade!

— O que foi dessa vez? — me encostei na parede, entediado.

 Antes que ele terminasse sua fala, ouvi um barulho imenso do lado de fora.

— É que... — ele começou a dizer.

— Shh, shh, shh... — tapei sua boca com meu indicador. — O que foi isso?

— É o que estou tentando dizer... — o mensageiro tentava mais uma vez dizer.

E pela segunda vez o mesmo som, só que mais alto, estava mais próximo. Podia identificar o cheiro de longe.

— Pólvora... — eu disse, identificando o cheiro.

E em menos de um segundo, entendi tudo que estava acontecendo.

— A Guerra começou... — conclui perplexo. — Andem logo! — gritei. — Preparem os soldados e as armas. — olhei para janela. — Nós vamos lutar...

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