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Capítulo 8 - Quebrando regras

Olá, para quem gosta de the tutor mais um capítulo atualizado. Espero que após lê-lo me deixem seus comentários e votos. Muito obrigada por tudo. Beijos.

ANNE E GILBERT

Era mais um dia de céu azul e quente naquela sexta-feira do mês de maio, e as chuvas anunciadas pela meteorologia no dia anterior e tão esperadas pelos fazendeiros locais mais uma vez provaram ser alarme falso, e todas as esperanças de terem uma colheita farta foram por água abaixo, forçando os proprietários das plantações da região trabalharem dobrado para que nada fosse perdido e acabasse em prejuízos astronômicos.

Era uma vida doce e amarga ao mesmo tempo, Anne se lembrava de William usar essas palavras quando em alguma conversa rara sobre Terracota ele mencionara o que vivera e vivenciara na fazenda, trabalhando ao lado do pai e dos irmãos. Ele também dizia que era necessário ter muita paixão por aquele estilo de vida, e não se deixar abater pelo revés da natureza que ao mesmo tempo em que oferecia tudo também tirava tudo em seu momento de fúria, levando em questão de dias ou minutos a bancarrota o trabalho duro de meses.

O padrasto de Anne fora um homem do campo, nascido e criado em Terracota, ele lembrava com saudade de seus tempos de meninice e mocidade em que passara ao lado de seus irmãos e de seus pais. Porém, quando fora obrigado a deixar aquelas terras, ele se adaptara relativamente bem às facilidades que a vida na cidade grande lhe proporcionará, e nunca mais pensara em voltar a morar em outro lugar.

Anne por sua vez, vinha fazendo um esforço enorme para se adaptar enquanto estivesse por ali, mas não pretendia fazer de Terracota um lar para si mesma, mesmo que fosse para Ruby. Sua vida não era ali, e seus sonhos estavam em outro lugar, por isso cada dia que passava na fazenda ela via apenas como um período de férias que tinha prazo para terminar.

Entretanto, não podia negar que se afeiçoara às pessoas dali, e sentiria falta de cada uma delas quando fosse embora e das quais levaria com elas boas lembranças. A única pessoa da qual não fazia questão nenhuma de sentir qualquer tipo de simpatia era Winnie, cuja raiva por Anne parecia ter aumentado depois do rodeio, pois ela passara a ver a ruivinha como sua rival em potencial.

Anne considerava aquela situação totalmente injusta, pois não era sua culpa se Gilbert resolvera se aproximar mais dela. Não fora ela que pedira uma trégua e sim o rapaz , e ela não pudera dizer não ao pedido dele que lhe propusera com isso uma convivência melhor. Ela devia isso a si mesma e a Ruby que vivia constantemente tensa por causa do mau humor da irmã e suas discussões com o primo, e em nome de uma paz de espírito para as duas, Anne estava disposta a tentar ter uma relação mais pacífica com seu tutor.

Mas apesar disso, ela ainda se mantinha em alerta toda vez que ele estava por perto, pois Gilbert era capaz de lhe despertar coisas que ela não queria e não podia sentir. Ter feito as pazes com ele era tão ou mais perigoso do que quando só discutiam, por isso toda cautela era necessária quando aquele sorriso maravilhoso dele entrava em ação.

Naquela tarde, ela estava sentada na cozinha, tomando uma taça de sorvete de morango para se refrescar do calor quando Gilbert entrou, pegando-a de surpresa. Ele parecia exausto, tinha a testa suada, e os cabelos estavam levemente desalinhados, mas nenhum desses pequenos detalhes diminuíam a beleza dele que a deixava atordoada.

Assim que ele se sentou na mesa, ela perguntou, apontando para a taça de sorvete:

-Quer um pouco? Você parece que está precisando.

- Não, obrigado. Só preciso de cinco minutos de descanso. - ele disse, apoiando o rosto entre as mãos.

- Dia difícil? - ela perguntou, observando as linhas de cansaço ao redor dos olhos dele.

- Você não faz ideia. E todo esse calor só torna o nosso trabalho na fazenda ainda mais duro. - ele comentou, pousando seus olhos verdes sobre ela. Depois do dia que estava tendo, a visão de Anne tão linda a sua frente era como uma lufada de ar fresco em sua alma. Ele nem parou para analisar aquele pensamento, porque tudo o que se referia a Anne permanecia muito confuso em sua cabeça. Ela o atraía, mas ele sabia que não podia passar do ponto de tutor e pupila. Era esse o seu compromisso com ela e Ruby, e não podia falhar de jeito nenhum.

- Tem limonada na geladeira. Quer que eu te sirva um pouco? - ela perguntou solicita.

- Não quero te dar esse trabalho.

- Não é trabalho nenhum. - ela respondeu, indo até a geladeira, e trazendo para a mesa uma jarra cheia de limonada. Em seguida, Anne foi até o armário e pegou um copo, o qual encheu de limonada, e o colocou na frente de Gilbert. Quando ia voltar para sua cadeira, ele segurou em sua mão e disse:

- Obrigado.

- Por nada.- Anne respondeu, ordenando a si mesma que não olhasse nos olhos de Gilbert, mas antes que tal pensamento tomasse forma em sua mente, seus olhos insensatos já tinham se afundado naquela imensidão verde que roubava toda a sua coerência. Como se houvesse um campo magnético que parecia envolver os dois, suas emoções foram atraídas, e seus corações se perderam nas batidas tão incrivelmente iguais. Mas o medo fez Anne se afastar, pois ela sabia que não podia dar ouvidos às suas emoções, ou acabaria indo por um caminho que a levaria para a própria ruína. Assim, ela se sentou na cadeira onde estivera antes, tornou a tomar o seu sorvete enquanto observava Gilbert beber seu suco bem devagar.

- Eu dei uma olhada no folheto da faculdade que você deixou no meu quarto no outro dia.- ela tentou começar uma conversa normal e esquecer como seu coração batia diferente enquanto Gilbert lhe lançava um daqueles olhares observadores demais.

- E encontrou algum curso que te interessou?- ele perguntou colocando o copo vazio sobre a mesa.

-Sim, vários na verdade. Eu tinha pensado em fazer administração, mas comércio exterior me agrada mais.- Anne confessou, tentando não prestar atenção demais naquele rosto masculino de traços fortes que a fazia perder o foco do que estava pensando.

-Se quiser conhecer a faculdade, eu te levo. É só me dizer quando quer ir para que eu possa me programar.

- Obrigada, mas não quero atrapalhar. Você parece tão ocupado com a fazenda o tempo todo. - Ela disse, tomando mais um pouco do sorvete, sem perceber que o olhar de Gilbert estava preso no movimento da colher em sua boca.

-Eu nunca estou ocupado para você, cenourinha. Já devia saber disso. - ela o olhou surpresa pelo que ele lhe dissera e perguntou:

- O que quer dizer com isso?

- Eu quero dizer que basta me dizer o que quer fazer e estou à sua disposição. - ela o olhou de novo, e dessa vez ela percebeu a forma carinhosa com a qual ele a encarava, e ignorando o calor que se espalhou por seu peito, ela disse:

- Obrigada por sua gentileza com alguém que nem é da família.

- Por que sempre está me dizendo isso, Anne? Você pode não ter o sangue dos Blythes em seu DNA, mas nós te consideramos e a amamos como se tivesse nascido no seio de nossa família. - ela tentou não se ater a palavra amamos, pois só isso já fazia seu coração disparar de novo. Ela sabia que Gilbert aquilo para explicar o sentimento global da família por ela, mas não conseguia deixar de se sentir eufórica ao pensar que ele estava incluído de verdade naquele termo.

- Eu sempre vou me sentir uma estranha no ninho aqui, Gilbert, você sabe disso. Eu vim para cá por causa da Ruby e desse testamento que me prende a uma fortuna que não quero. Eu agradeço demais a consideração que todos tem por mim aqui, mas assim como eu, você deve perceber que não pertenço a esse lugar.- ela disse em um desabafo raro que fez Gilbert olhá-la com sua íris verde e responder:

- Eu discordo. Você faz parte desse lugar como todos nós, Anne. É questão de tempo até que perceba isso. Eu sei que passou tempo demais longe daqui, e que por isso muito daquele sentimento de afeição que tinha por Terracota se perdeu. Porém, eu tenho plena certeza de que esse amor ainda está aí dentro de você adormecido, e vai despertar quando menos você esperar. - ele falava com tanta naturalidade sobre aquilo que Anne quase acreditou nele, mas o problema era que não queria sentir nada daquilo por um lugar que lhe fechara as portas no passado, e que não a deixava esquecer a sua mágoa justamente por estar em novo naquelas terras que um dia amara com todo o seu coração.

- Talvez tenha razão.- ela disse. Não lhe agradava mentir, mas não podia dizer o que estava pensando, sem entregar a Gilbert o que queria fazer dali a algum tempo. Ela voltaria para Los Angeles assim que pudesse, e nunca mais pretendia pisar ali de novo.

- Preciso voltar ao trabalho. Obrigado pela limonada e pela conversa.- ele disse com um sorriso que fez Anne ver estrelas, e ouvir anjos cantando. Gilbert Blythe era lindo demais para a sua paz de espírito.

- Disponha. - Anne respondeu com cautela.

- Ah, mais uma coisa. Amanhã é aniversário do meu pai e estamos pensando em fazer um churrasco para comemorarmos. Posso contar com sua presença?

- Claro que sim. - Anne confirmou, já que seria impossível para ela fugir daquele convite uma vez que moravam na mesma casa.

- Obrigado. Nos vemos mais tarde.- Gilbert disse ao se despedir.

- Sim. - Anne respondeu, vendo-o se afastar com um suspiro.

O ar quente do lado de fora fez Gilbert hesitar por um instante, ao abandonar a atmosfera agradável e fresca da casa grande para enfrentar mais uma vez o sol inclemente e terminar suas tarefas do dia em sua fazenda . Ele parou por um instante na varanda, pensando na garota ruiva que acabara de deixar sozinha na cozinha, e sorriu ao pensar que sua relação com ela tinha melhorado desde o dia do rodeio. Não haviam trocado mais farpas ou discutido, e Anne passou a fazer suas refeições em família novamente, o que deixara John satisfeito e Gilbert mais feliz do que devia.

Ele sabia quais eram os limites entre eles, mas a tentação de ultrapassá-los se tornava cada dia mais forte, mesmo ele dizendo a si mesmo que era perigoso se aproximar de Anne mais do que o recomendado, Gilbert tinha um coração rebelde que não aceitava regras e que traçava o próprio caminho sem que o rapaz conseguisse mudar sua direção, e no momento todas as suas batidas cardíacas apontavam para aquela garota ruiva que era tão ou mais orgulhosa que ele.

Ele se apaixonara algumas vezes na vida, portanto, não era nenhum moleque inexperiente. Gilbert também tivera suas aventuras amorosas, algumas guardadas em sua memória como boas lembranças, e outras fracassadas que ele não fazia questão nenhuma de lembrar, mas o que havia por trás de seus sentimentos por Anne, o rapaz tinha medo de se aprofundar e descobrir mais do que desejava.

Inegavelmente havia aquela atração que os aproximava e também a cautela que os afastava, e que seria o mais sensato de se cultivar, mas toda as vezes em que estava com ela, Gilbert sentia uma enorme necessidade de chegar mais perto, mesmo sabendo que aquilo podia levá-lo a um desastre tão grande que não seria capaz de consertar depois.

As palavras de seu pai nunca saiam de seus pensamentos, e por isso o rapaz compreendia o que John Blythe esperava dele naquelas circunstâncias, e procurava honrar essa confiança sufocando cada um de seus desejos por sua prima por consideração, pois decepcionar seu pai era a última coisa que desejava que acontecesse, e para Gilbert não havia coisa mais importante que a família.

No entanto, ele não conseguia esquecer as sensações de ter Anne em seus braços, e seu corpo pagava por isso todas as noites quando se deitava na cama com a imagem da ruivinha em sua cabeça, e saber que ela dormia a apenas duas portas do seu quarto não era um alívio e sim um inferno pessoal a consumi-lo diariamente. Como deixara sua atração por ela chegar àquele ponto, ele não conseguia entender, mas a percepção de que estava crescendo feito um furacão dentro dele não lhe dava um minuto de paz.

Talvez ele estivesse sozinho a muito tempo e não tivesse se dado conta de que sua carência por companhia feminina tinha aumentado nos últimos tempos em que vinha se dedicando mais à fazenda do que à sua vida pessoal. Contudo, algo dentro dele lhe dizia que nenhuma outra garota o faria se sentir daquela maneira, vivo e cheio de energia a não ser sua cenourinha geniosa.

Saindo da varanda, Gilbert se encaminhou para o estábulo onde tinha deixado seu cavalo descansando por algum tempo, e no caminho, ele acabou se esbarrando em Winnie que a uma semana parecia ter se tornado sua sombra. Não havia um só lugar na fazenda que ele não a encontrasse toda vez que estava nos arredores da casa grande, e aquilo já estava se tornando cansativo. Ela parecia estar fazendo marcação cerrada em cima dele desde que Anne viera para a fazenda, e Winnie nunca fora assim com ele antes.

Era lógico que Gilbert sabia que havia muito interesse por ele da parte dela, e isso acontecia desde a adolescência quando ambos trocavam beijos pelos cantos de Terracota, mas nunca passara disso, e quando Gilbert fora para a faculdade, eles se afastaram naturalmente, e Winnie acabara namorando e se casando com um dos amigos de infância de Gilbert, e ela parecia feliz com a escolha que tinha feito, mas quando o marido de Winnie perecera em um acidente a quase um ano, Gilbert se sentira na obrigação de dar a ela todo o seu apoio, e esse fato acabara aproximando os dois de novo, reacendendo na loira a chama do passado enquanto para Gilbert o único sentimento que restava era amizade. Ele nunca mais sentira por Winnie nenhum tipo de atração física, e mesmo não encorajando os sentimentos que ela nutria por ele, a garota não parecia disposta a desistir.

-Veio almoçar em casa hoje? - ela perguntou ao se aproximar dele, enquanto Gilbert entrava no estábulo e ela o seguia até lá.

- Não, parei um pouco apenas para me refrescar, já almocei com os meus homens na cantina da Tia Lucy. - ele respondeu de má vontade a pergunta de Winnie que parecia querer controlar seus passos até no trabalho.

- Tudo pronto para o aniversário de seu pai amanhã?- ela perguntou com a intenção de continuar a conversa.

-Sim, eu estava falando com Anne a respeito disso minutos atrás.- ele respondeu enquanto esperava seu cavalo terminar de beber a água que acabara de colocar para ele em sua baia.

- Ah, sim, sua priminha insuportável. - Winnie disse com desdém.- Então, ela vai estar lá.

- Naturalmente já que ela vive na casa grande.- Gilbert respondeu, acariciando a crina do seu cavalo, enquanto olhava para Winnie com desagrado.

-Não sei como você aguenta tanto mau humor em uma só pessoa. Aquela garota parece estar sempre com raiva do mundo.

- Está enganada. Anne não é assim, ela apenas está com problemas de adaptação.

- Está defendendo aquela fedelha na minha frente? - Winnie disse surpresa pelas palavras de Gilbert.

- Estou apenas te mostrando que o seu pensamento sobre ela está completamente equivocado. Anne é uma garota bastante agradável quando deixa as pessoas se aproximarem dela. - ele disse, se lembrando de como admirara aquele rosto delicado minutos antes.

- Não duvido disso. Ela é especialmente agradável quando está dando em cima de você. - Winnie disse entre dentes.

-Anne nunca deu em cima de mim, Winnie. Isso é loucura de sua cabeça.- Gilbert respondeu, puxando seu cavalo pelas rédeas para fora do estábulo.

-Você está cego assim em relação àquela garota ou apenas se faz de cego? - Winnie disse com a voz mostrando toda a sua irritação.

- Está enganada mais uma vez, Winnie, tudo que tem relação à Anne tem toda a minha atenção. Agora se me dá licença, eu tenho que voltar ao trabalho.- Gilbert disse, montando em seu cavalo, e deixando Winnie na porta do estábulo com o olhar cheio de ódio, e as feições crispadas de pura ira.

No fim de tarde daquele mesmo dia, não se falava de outra coisa a não ser do churrasco do dia seguinte. Diana, Josie, Minnie May e Ruby estavam no quarto de Anne e tagarelavam sem parar. Diana, porque poderia passar uma tarde inteira ao lado de seu namorado a quem não vira a semana toda por conta do trabalho e estudos dele. Josie, porque junto com Billy e Cole eram os organizadores da festa como o esperado. Ruby e Minnie May, porque estariam se divertindo com seus familiares. Apenas Anne se mantinha neutra, porque não estava realmente animada com a festa como as outras garotas. Era como se não fizesse parte de nada daquilo, e como dissera a Gilbert mais cedo, ela não sentia que ali era o seu lugar.

-No fim das contas, você não me contou se gostou do rodeio. - Diana perguntou a Anne. Ela não pudera ir porque ficara cuidando da mãe que pegara um resfriado forte, e não conseguia nem sair da cama.

- Como ela não iria gostar? Gilbert a carregou com ele por toda a arena para celebrar a vitória dele no rodeio. - Josie respondeu na frente de Anne, louca para contar aquela novidade a Diana.

- Gilbert me disse que sempre carrega alguém com ele na arena quando vence em um rodeio, portanto isso não é nenhuma novidade.- Anne disse para Josie com a intenção de acabar com a insinuação da loira sobre o que acontecera, a fim de que ninguém ficasse fantasiando coisas que não existiam entre ela e Gilbert.

- Isso é verdade, mas você não viu o tamanho do sorriso dele por você estar com ele.- Josie disse com um risinho malicioso.

- Ele estava feliz por ter ganho o primeiro lugar. Eu estar com ele definitivamente não tinha nada a ver com isso. - Anne contra-atacou.

- Você realmente não gosta nem um pouquinho do nosso primo, Anne?- Diana perguntou, e a ruivinha pensou com cuidado no que ia responder, pois Ruby mantinha toda a atenção dela em sua irmã mais velha naquele momento.

- Eu sou obrigada a conviver com ele, porque Gilbert é o meu tutor, mas isso não quer dizer que necessariamente eu tenha que morrer de amores por ele. - Anne disse calculando cada palavra dita. Ninguém podia saber daquela atração absurda que sentia por seu tutor.

- Que pena! Nosso primo é tão lindo. Eu não acredito que você não consiga sentir nem um pouquinho de atração por ele.- Diana disse, parecendo decepcionada com a resposta de Anne.

- Eu não disse que não o acho bonito, eu só não acho apropriado ter sentimentos por ele que vão além do normal.- Anne disse, tentando disfarçar seus sentimentos. Se elas soubessem como Gilbert conseguia abalá-la até com um olhar, nunca mais teria paz. Talvez se repetisse para si mesma várias vezes o que acabara de dizer às suas amigas, conseguisse convencer seu coração de que aquela atração que vivia mexendo com ela nos últimos tempos não passava de uma fantasia infantil da sua cabeça.

- Você não pode estar falando sério, Anne. Tenho certeza de que se você jogasse seu charme para cima dele, Gilbert comeria em sua mão em menos tempo do que imagina.- Josie disse tão animada com aquela ideia, que fez Anne perguntar:

- E por que eu ia querer fazer isso.

- Porque é a única aqui que teria chance com ele.- Josie explicou, deixando Anne mais intrigada ainda com o que ela estava sugerindo.

- Por que isso é tão importante para vocês?

- Por que a gente quer livrar nosso primo das garras de Winnie Rose. Você não reparou o quanto ela é melosa com ele? Passa a maior parte do tempo atrás dele como uma gata no cio.- Diana explicou finalmente o que Anne não tinha conseguido entender até ali.

- Talvez ele goste de toda essa atenção, e também esteja interessado nela.- Anne disse, sentindo seu estômago enjoar com aquela possibilidade.

- Deus nos livre!- Josie disse, fazendo o sinal da cruz. - Ter Winnie em nossa família seria a pior coisa do mundo.- Anne quase riu da expressão dramática de Josie. Pelo menos não era a única ali a não suportar a ficante ocasional de Gilbert.

- O que seria a pior coisa do mundo?- a voz de John Blythe se fez ouvir no quarto de Anne, causando em todas as meninas um misto de surpresa e apreensão. Elas respeitavam demais o tio e não sabiam o que ele pensaria sobre o assunto que estavam conversando, mas ele não aceitaria que mentissem para ele, por isso Diana tomou a palavra e disse:

- Estávamos conversando sobre a possibilidade de Winnie entrar para a família.

- E por que pensam que isso poderia acontecer?- John perguntou com a testa franzida.

- Porque ela vive para cima e para baixo com o Gilbert.- Josie respondeu sem hesitar.

- Eu não acho que Gilbert esteja interessado em Winnie a esse ponto. Eles sempre foram bons amigos até onde eu sei. - John disse, lançando um olhar divertido para suas sobrinhas que estavam preocupadas demais com a vida amorosa do primo.

- Pode apostar, Tio John. Amizade é a última coisa que a Winnie deseja do Gilbert.- Josie disse colocando toda sua sabedoria sobre aquele assunto à vista de todos.

- Mas vocês têm que concordar comigo que para acontecer o que estão prevendo, as duas pessoas têm que querer a mesma coisa e não apenas uma. Agora, minhas queridas, preciso interromper a conversa de vocês para fazer uma pergunta a Anne.- ele se virou para a Ruivinha que o encarou com seus olhos quase arregalados de apreensão e disse:- O Gilbert me pediu para te dizer que já que gosta tanto de cavalgar pela fazenda, ele está disposto a te dar o cavalo que desejar do nosso estábulo, mas você terá que ser responsável por ele, e cuidar dele diariamente. Aceita o presente?

Antes de responder, Anne sentiu os olhos de todas as meninas que estavam no quarto sobre ela, ao mesmo tempo em que se perguntava por que de uma hora para outra, Gilbert resolvera ser tão generoso com ela? Entretanto, pensando na possibilidade de conseguir um pouco mais de liberdade do que tinha até o momento para explorar Terracota como desejava, ela respondeu:

- Eu aceito sim.

- Já sabe qual cavalo vai escolher? Se quiser pode ir até os estábulos amanhã, e dar uma olhada em todos os cavalos que temos.- John sugeriu.

- Não é necessário. Eu já sei qual cavalo desejo. E quero o Caramelo.- John a olhou espantado e perguntou:

- Não acha aquele cavalo muito arisco para você?

- Talvez, mas o quero mesmo assim. - Anne disse, pensando no desafio que seria conquistar a confiança daquele cavalo um tanto selvagem. Mas, se Gilbert podia fazê-lo, ela também conseguiria.

- Está bem, mas vou pedir para Gilbert te dar algumas dicas de como lidar melhor com o Caramelo.

- Está bem. - Anne concordou, e antes de sair do quarto dela, John Blythe disse:

- Muito bem, senhoritas, vocês podem voltar à sua conversa de antes.

Assim que ele se foi Ruby comentou:

-Que presentão o primo Gilbert te deu Anne. Não está feliz?

- Estou sim.- Anne respondeu, ainda intrigada pelo gesto de Gilbert.

A partir daí, toda a conversa girou em torno da nova aquisição de Anne e o assunto Gilbert Blythe e Winnie Rose foi relegado ao segundo plano.

No sábado de manhã, Anne acordou com a casa toda em polvorosa por conta da festa de John. Às oito da manhã, a ruivinha podia ver de sua janela os empregados correndo de um lado para o outro, tentando manter tudo organizado e pronto para o churrasco que aconteceria às duas tarde. Pelo que Diana lhe relatara, amigos próximos foram convidados, além de todos da família Blythe que já contava com um grande número de convidados, e assim, o aniversário do pai de Gilbert podia ser considerado um grande acontecimento naquela região, já que ele era bastante conhecido e estimado pelos residentes locais.

Anne até pensou em ajudar na cozinha depois do seu café da manhã, mas os empregados não achavam correto que ela como moradora da casa se envolvesse no trabalho que era de responsabilidade dos empregados, assim, a ruivinha voltou para o seu quarto e permaneceu por lá enquanto observava pela janela, toda a atividade que estava acontecendo do lado de fora.

Uma hora tinha se passado, até que uma batida discreta em sua porta a fez sair do seu campo de observação e ir atender o inesperado visitante que acabou de revelando ser seu lindo e másculo tutor, que a fez quase suspirar ao observá-lo de camiseta regata, expondo seus músculos salientes para quem quisesse ver, bermuda jeans, tênis esportivo e aquele par de olhos verdes lindos que a encaravam preocupados.

-Eu vim ver se está tudo bem com você. A cozinheira me disse que você desceu para o café, mas logo voltou para o seu quarto.

- Eu estou bem. Só me senti um pouco inútil por não ter o que fazer. Eu me ofereci para ajudar na cozinha, mas me disseram que minha ajuda não seria apropriada.- Anne disse com um sorriso triste, que fez Gilbert desejar abraçá-la apertado e lhe dar todo o seu conforto, porque em alguns momentos, o rapaz percebia que Anne além de se sentir deslocada em Terracota, como ela mesma tinha lhe dito, ela também se sentia solitária e perdida, e o rapaz sabia de sua responsabilidade nisso.

Ele a forçara a vir para o Texas e abandonar toda a sua vida estruturada em Los Angeles. Ele a afastara de seus amigos e lhe impusera um estilo de vida que não era o que ela desejava, e também fora ele que dissera não quando Anne lhe pedira para deixá-la voltar para casa, e embora, Gilbert soubesse que estava apenas cumprindo com seu dever, ele detestava a ideia de ver Anne infeliz por sua causa.

-Você sabe que eles estão apenas seguindo as ordens do meu pai.- Gilbert disse, entrando no quarto de Anne no momento em que ela lhe deu passagem para isso.

- Eu sei, mas é que nunca tive essa vida ociosa que tenho aqui. Em Los Angeles, minha vida era repleta de atividades. Eu tinha meu trabalho, meus amigos e uma vida social intensa.- Anne disse, encarando as próprias mãos.

- Então eu te arrastei para esse fim de mundo.- Gilbert disse com um sorriso de quem sabia do que estava falando por ter ouvido Anne reclamar dias sem conta pela sua falta de sensibilidade com seus sentimentos.

- É. - Anne concordou um tanto envergonhada. Preferia mais quando ficava na defensiva quando discutia com Gilbert do que quando ele agia como se soubesse tudo o que ela estava pensando. Essa versão bem intencionada e compreensiva de seu tutor não fazia bem nenhum a sua resolução de se manter neutra em relação a todos os sentimentos contraditórios que aquele rapaz era capaz de causar dentro dela.- Eu sinto falta de trabalhar.- Anne completou.

- Você pode trabalhar nos nossos escritórios se quiser. Eu te disse isso antes de você vir para cá. - Gilbert disse se aproximando dela até que ficaram frente a frente.

- Talvez seja uma boa ideia. - Anne concordou, pensando se trabalhar perto de Gilbert não complicaria as coisas. Ela se sentia cada vez mais balançada por ele, e não queria se sentir assim. Anne precisava de espaço e liberdade para seguir em frente com seus planos, e se encantar ainda mais por aqueles olhos esmeraldas só retardaria o que precisava fazer. - Acha que sou capaz de fazer parte do império Blythe?- ela perguntou em tom de brincadeira.

- Você é capaz de qualquer coisa. É inteligente demais e terá sucesso naquilo que desejar.- Anne nunca pensou que sentiria tanto prazer com o elogio de alguém como sentiu naquele instante com as palavras de Gilbert, mas escolheu não deixá-lo perceber porque isso só inflamaria mais ainda o seu ego já tão elevado ao cubo.

-Obrigada. - ela disse, e tocando seus cabelos de leve, Gilbert falou:

- Vou ter que descer agora para ajudar com os preparativos da festa. Te espero mais tarde.- Gilbert acariciou o queixo dela suavemente antes de beijá-la no rosto e deixá-la feito boba observando-o caminhar pelo corredor até alcançar a escada por onde desceu e sumiu de suas vistas.

Depois desse momento com Gilbert, Anne passou o resto do tempo em seu quarto até que a hora de se arrumar para o churrasco chegou, e ela ficou extremamente indecisa sobre o que vestir.

Por ser uma festa familiar, ela escolheu um vestido verde simples, sem mangas, justo até a cintura e que depois caia ao seu redor em uma saia rodada e curta, dando-lhe um ar extremamente jovial e natural. Ela prendeu os cabelos em um rabo de cavalo simples, favorecendo-lhe o rosto quase isento de maquiagem e para valorizar todo o conjunto, ela calçou sapatos de salto médio que a deixavam quase tão alta quanto Gilbert.

Finalmente pronta, ela desceu as escadas a tempo de ver Diana e Josie chegando com seus respectivos namorados, enquanto Ruby e Minnie May se divertiam com Moody e Cole que as ensinavam a dançar passos bastante populares daquela região do Texas.

Gilbert foi a última pessoa da família Blythe que viu chegar, e infelizmente não estava sozinho, pois para seu completo desgosto, Winnie vinha pendurada no braço dele como que reafirmando uma posse que somente existia na cabeça dela, enquanto Gilbert parecia estar tão entediado que mal prestava atenção na conversa de sua acompanhante.

Contudo, a expressão facial do rapaz mudou completamente ao se deparar com Anne que não tinha perdido nenhum movimento dele e nenhum detalhe de sua aparência. Os olhos de Gilbert brilharam feito estrelas enquanto ele lhe sorria de forma tão íntima, que mesmo não estando tão próxima dele, a ruivinha sentiu a potência dele atingi-la, fazendo-a desviar os olhos no mesmo instante com medo do que aquilo poderia significar.

Assim, ela caminhou pela festa conversando com conhecidos, se refrescando com refrigerante gelado e ouvindo as lamúrias de Josie e Diana que hora ou outra lhe diziam:

-Viu como a lambisgoia grudou no Gilbert feito chiclete? Precisamos fazer alguma coisa, Anne.

A ruivinha apenas ria, como se dissesse que de sua parte não havia nada a fazer, pois Gilbert era maior de idade e devia saber o que era melhor para ele, mesmo que lá no fundo de seu coração a imagem de Gilbert e Winnie juntos não a deixasse particularmente feliz.

Deste modo, ela caminhou mais um pouco, riu mais um pouco, até que resolveu experimentar o churrasco que estava sendo assado na brasa naquele momento. Enquanto esperava sua vez de se servir, ela sentiu uma mão quente em seu ombro, fazendo-a se virar e seu coração deu um pulo ao ver Gilbert tão atraentemente perto de si.

- Se estiver com muita fome, posso dividir com você. - ele disse apontando para o próprio prato cheio da apetitosa comida.

- Não precisa. Não estou tão faminta assim.- ela respondeu sentindo a tensão em seu corpo se chocar com a adrenalina que a proximidade de Gilbert conseguia lhe causar.

- Experimente um pouquinho e me diga o que achou. - Anne o viu cortar um pedaço da carne assada com a faca prateada em seu prato, e em seguida com um garfo da mesma cor a levou até seus lábios, enquanto seus olhos não largavam os dela, observando-a mastigar a comida com toda sua concentração possível. Ele também não deixou de notar a ponta da língua rosada que passou devagarinho pelo canto da boca, para capturar um vestígio mínimo da carne que se perdeu ali por um instante.

E se deu conta quase ofegante que aquele gesto dela mesmo que inocente, fazia seus pensamentos provocá-lo de um jeito totalmente indecente, e mesmo tentando não se permitir ir além da visão daquela garota que também mantinha sua atenção toda nele, Gilbert quase podia se enxergar deslizando os lábios sobre os dela, provando daquele néctar tão doce que tinha certeza que encontraria naquela boca tentadoramente macia.

Anne também não passou ilesa por aquele momento em que o olhar de fogo de Gilbert sobre ela a fazia ter problemas para respirar, e para se livrar daquela sensação estranha e ao mesmo tempo excitante, ela disse:

-Está deliciosa, mas acho que vou preferir comer depois. Se me der licença, vou procurar a Ruby - e saiu o mais rápido que pôde, indo em direção à cozinha à procura de um copo de água gelada para acalmar o calor súbito que a acometeu.

- Então, a ruivinha abusada pensa que pode roubar o meu homem.- a voz odiosa de Winnie atrás de si, fez Anne se virar para a loura e dizer:

- Essa mesma história de novo, Winnie? Quantas vezes vou ter que dizer que o Gilbert não me interessa?

- Você pode enganar quem você quiser, mas não consegue enganar a mim. Pensa que não vejo a maneira como o olha? O jeito com que joga seu charme em cima dele, pensando que pode seduzi-lo? - Winnie balançou a cabeça, lançando seu olhar venenoso para Anne enquanto dizia: - Tal mãe e tal filha.

- O que disse?

- O que ouviu . Sua mãe era uma vagabunda e você não fica atrás. - As palavras de Winnie entraram em seu sistema como uma flecha, encontrando o caminho direto até o seu coração, fazendo com que uma raiva súbita cegasse Anne, que chegou ao seu limite no momento em que a jarra de água gelada em suas mãos foi atirada no rosto da loira, molhando completamente seu traje elegante.

O grito agudo e escandaloso de WInnie chamou a atenção de algumas pessoas que se apressaram em ver o que estava acontecendo, e entre elas estava Gilbert que correu para a garota loira que acusava Anne de ter feito aquilo de propósito por pura inveja.

-Ela falou da minha mãe, Gilbert.- Anne tentou se justificar diante do olhar de reprovação de seu tutor que lhe respondeu:

- Você é perita em se meter em confusão, não é?

Bufando de raiva, Anne saiu da cozinha e sem desejar voltar para festa onde certamente teria pessoas comentando sobre o que acontecera, ela caminhou até os estábulos, sentindo a raiva por Winnie ferver pelo seu corpo inteiro.

Ela parou perto da baia de Caramelo, observando os movimentos calmos do cavalo, embora sua natureza rebelde o fizesse relinchar cheio de impaciência em alguns momentos. Completamente distraída Anne não ouviu os passos de Gilbert se aproximando, e só percebeu que não estava mais sozinha quando ouviu a voz dele lhe dizendo:

-Volta para a festa, Anne.

- Eu estou muito bem aqui - ela respondeu com a garganta apertada.

- Eu sei o quanto está brava, mas não vamos arruinar um dia tão especial quanto esse. - Gilbert disse, colocando a mão no ombro de Anhe que o empurrou dizendo:

- Não me toca. Volte você para a festa e fique com a Winnie de vez , já que gosta tanto de defendê-la.

- Eu não a defendi. - Gilbert respondeu.

- Ela chamou minha mãe de vagabunda, e disse que sou igual a ela, e ainda assim você ficou do lado dela, como se concordasse com o que ela me disse.- ela estava quase chorando, mas mesmo assim tentou se controlar, pois a última coisa que queria era que Gilbert a visse naquele estado descontrolado.

- Eu jamais pensaria isso de você. - Gilbert disse ao se aproximar de Anne devagar

- Então , porque não me conta por que Winnie disse aquilo da minha mãe. Que segredo tenebroso é esse que todos vocês escondem de mim? O que aconteceu de tão grave para que fôssemos expulsos daqui?

- Anne, por que não deixa isso enterrado no passado? Por que não pode ser feliz apenas por estar de volta? Para que insistir em algo que aconteceu a tanto tempo?- o rapaz perguntou, parando ao lado dela.

- Por que eu não consigo. Eu preciso saber, eu...- para seu horror o choro explodiu em milhares de lágrimas e soluços impossíveis de serem contidos, deixando Anne completamente indefesa e infeliz.

Sem conseguir observar aquela cena , sem se sentir atingido por ela, Gilbert a envolveu toda em seus braços, tentando consolá-la com seu toque na base da coluna dela, e seus beijos suaves nos cabelos de Anne.

Ela se deixou ficar nos braços dele totalmente vulnerável, sentindo as carícias de Gilbert e os beijos dele em seus cabelos, como um bálsamo para sua mágoa de anos que a acompanhou da infância até naquele instante em que ela não pôde mais se conter.

Então, ela chorou por sua infância perdida, pela morte dolorosa da mãe, depois pela morte inesperada de William, pela tristeza de Ruby por ter perdido seus pais tão cedo, e por último, por si mesma e por sua imensa solidão.

Tudo isso ela deixou que desabasse enquanto se agarrava no pescoço de Gilbert e deixava a camisa social dele completamente manchada com seu choro e sua infelicidade. O rapaz pacientemente esperou que a tempestade daquela angústia passasse sem poder fazer muita coisa a não ser mantê-la em seus braços e transmitindo a ela todo o seu calor e compreensão.

Quando ela finalmente parou de chorar, ele segurou o rosto dela entre as mãos e disse:

-Anne, eu...,- Gilbert não conseguiu continuar, pois os olhos tristes dela o impediram, assim como aquela boca rosada atraía a sua a ponto de deixá-lo maluco. Ele aproximou seu rosto do dela e quando estava a um milímetro pronto a saciar sua vontade e também a dela que passara a desejar aquele beijo nos últimos segundos, sabendo por antecipação tudo o que sentiria assim que os lábios dele tomassem os seus.

Mas então, aquele momento de loucura foi interrompido quando ambos ouviram as vozes de Ruby e Minnie May do lado de fora do estábulo que diziam:

- Gilbert, Anne. Vocês estão aí?

- Estamos sim. - Gilbert respondeu, pois Anne não se sentia em condição nenhuma de falar naquele momento.

- O tio John pediu que viéssemos procurá-los, pois ele precisa de sua ajuda na festa, Gilbert.

- Já estamos indo. - ele respondeu, e quando ouviu os passos delas se afastando, ele fitou Anne que ainda estava em seus braços e perguntou:

- Você está bem?

- Estou sim.- ela respondeu.

- Então acho melhor voltarmos.- ele sugeriu e Anne concordou.

Segurando fortemente sua mão na dele como no dia em que ela se acidentara com o cavalo, Gilbert a conduziu de volta para festa, e por um breve minuto, sentindo o calor daqueles dedos que se entrelaçavam nos seus, Anne desejou que eles nunca mais a soltassem.

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