Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 29- Estrela mais brilhante

O sol aparecendo entre as planícies era o cenário favorito de Anne em Terracota. Tudo naquele lugar era especial, desde a plantação de milho que se estendia por boa parte daquelas terras, até a faixa verde do gramado, especialmente preparado para que o gado pudesse pastar tranquilamente pela manhã.

Seu amor por aquele lugar continuava intacto. Por mais que nove anos tivessem se passado, e a mágoa de ter sido forçada a deixar a fazenda a tivesse acompanhado desde então, ela nunca pudera esquecer o paraíso de sua infância.

Ela cruzou os braços em frente ao peito para se proteger do frio matinal do qual seu robe de seda não a podia proteger, e tentou firmar mais o olhar do parapeito da janela, onde todas as manhãs era seu ponto de observação.

Ela costumava fazer isso todos os dias,sentada tomando seu café antes de ir para a faculdade, ou no final da tarde, quando o sol estava se pondo, o que era outro espetáculo digno de se ver. Contudo, naquele dia era diferente, pois estava fazendo isso do quarto de Gilbert.

Ele insistira para que ela dormisse com ele, mesmo Anne desejando ir para seu quarto, pois não se sentia nada confortável sabendo que John Blythe estava ciente do namoro dos dois.

Aquele homem tinha um olhar duro que a fazia tremer por dentro, pois a fazia pensar que ele não tinha escrúpulos nenhum para fazer o que achava que era seu direito.

Anne já sentira o açoite das palavras dele em sua própria pele, principalmente a respeito de sua mãe. Ser comparada a Bertha não a incomodava, pois a conhecendo como conhecera só lhe causava orgulho alguém dizer que eram iguais. O que a feria era John ofender a memória de Bertha com palavras depreciativas, porque para Anne era golpe baixo, pois sua mãe não estava mais ali para se defender, ou mostrar que o pai de Gilbert estava enganado.

Ela ainda iria descobrir toda a história que envolvia sua mãe e os Blythes, principalmente depois que encontrara aquelas fotografias na biblioteca da casa. Tinha suas suspeitas sobre aquilo, mas pareciam absurdas demais se usasse a razão para analisar todos os fatos que sabia, porém seu coração parecia estar convencido de oura coisa, e talvez confiar em sua intuição fosse a melhor arma que tinha no momento.

-Por que toda vez que te perco de vista, te encontro em uma janela?- Gilbert perguntou bem atrás dela, especificamente em seu ouvido. Anne sorriu ao sentir o perfume dele a envolver e respondeu sem se virar ainda:

-Porque é um excelente lugar para pensar.

-Em que precisa pensar tanto?- Gilbert perguntou, a envolvendo com seus braços.

-Tenho muitas coisas em mente no momento.- Anne respondeu, apoiando seu corpo no dele. Era bom tê-lo por perto,especialmente quando era apenas os dois e podia realmente relaxar nos braços do seu namorado.

-Se estiver pensando em meu pai, saiba que ele não é uma ameaça. John Blythe pode ser duro, mas no fundo tem um bom coração. - Gilbert disse, fazendo Anne sorrir com amargura, pois sabia da verdade. John não era apenas duro, era mesquinho também, e usava sua autoridade de dono da casa para ameaçar Anne veladamente, como se assim também pudesse se vingar de sua mãe, que fora embora daquele lugar, levando William junto e construindo uma vida feliz com ele em outra cidade.

Contudo, não disse nada a Gilbert sobre o que pensava do pai dele,pois além de não acreditar nela, pois a imagem que tinha do pai era outra, acabaria tentando mudar a opinião de Anne e os dois fatalmente discutiriam, e não era hora para isso. Precisava de Gilbert do lado dela cem por cento agora.

-Acha que ele vai aceitar nosso namoro sem discutir?- Anne perguntou com cuidado, relaxando a nuca no peito do rapaz.

-Ele sabe que não adiantaria nada. Meu pai me conhece muito bem, e quando quero uma coisa, ninguém consegue me fazer mudar de ideia. - ele a fez se virar para ele para dizer:- E eu quero você mais do que qualquer coisa na vida.

-Mais do que essa fazenda?- Anne teve coragem de perguntar, pois por mais que acreditasse na força do amor de Gilbert por ela, Terracota fazia parte da alma dele, e era realmente difícil imaginar-se mais importante que aquelas terras na vida dele.

-Mais que tudo. Você sabe que amo Terracota, mas abro mão dela para ter você.- Gilbert declarou, abraçando Anne pela cintura.

-Não iria se sentir incompleto? Quero dizer, eu sempre te ouvi falar que queria criar seus filhos aqui.- Anne o lembrou.

-Eu ainda quero, mas não sem você. Se te perder, aí sim vou me sentir incompleto. Terracota sempre foi o meu lar, mas você é o meu coração e ninguém consegue viver sem ele, não é?- Gilbert respondeu, fazendo Anne olhar para ele sem saber realmente o que dizer. Era a declaração mais linda que Gilbert já lhe fizera. Assim, ela aproximou seu rosto do dele e falou:

-Eu te amo mais do que qualquer coisa também. - e logo seus lábios estavam sobre os dele, arrancando suspiros dos dois. O sentimento era poderoso, e as sensações também, tanto que quando Gilbert desgrudou seus lábios dos dela, ele disse:

-Vamos voltar para aquela cama, e fazer tudo o que não fizemos ontem à noite.- ele tentou puxá-la em direção à cama, mas Anne resistiu dizendo:

-Não, Gil. Não me sinto bem com seu pai em casa.

-Ah, Cenourinha. Ontem a noite você não me deixou te tocar. Por favor, amor. Estou com saudades. - ele a queria naquele instante e não se importava em demonstrar. Gilbert sentia seu desejo queimar dentro de si de apenas olhar para ela. Anne era a única que provocava isso nele, aquela carência que doía em sua pele.

-Eu também estou com saudades. Mas, não consigo relaxar sabendo que seu pai pode nos ouvir.- Anne respondeu, sabendo que o estava aborrecendo. Contudo, não se sentia tão segura quanto ele em relação a John. Ela ainda acreditava que teriam uma batalha e tanto pela frente.

-Anne, ele só poderia nos ouvir se ficasse atrás da porta, e amor, francamente, não consigo imaginar meu pai fazendo isso.- Gilbert disse, a puxando contra seu corpo, enquanto enterrava seus lábios no pescoço dela. -Deus! Como você é cheirosa.

Anne sentiu seu corpo responder, enquanto a língua de Gilbert brincava com a pele sensível do seu pescoço, mas ainda assim, não cedeu. Estavam em uma situação tensa, e justamente por isso não conseguia deixar que sua pele a convencesse de aproveitar o prazer que Gilbert era capaz de lhe causar.

-Não, Gil. Eu não consigo. Me desculpa.- ela pediu, o abraçando pelo pescoço.

-Tudo bem. Não vou insistir. A gente pode pelo menos deitar na cama abraçados?- ele perguntou, acariciando aa costas de Anne. Não queria forçar sua namorada a fazer o que não queria, pois nunca seria esse tipo de homem, pois entendia que se ela não curtia o que estavam fazendo juntos, então, ele também não se sentia à vontade para continuar.

-Sim, mas não posso me demorar, pois tenho aula hoje.- Anne o avisou, o seguindo até a cama, se deitando nos braços dele.

-Por que está tão preocupada, amor? Eu não disse para confiar em mim?- Gilbert perguntou, deixando um beijo no topo da cabeça de Anne.

-Eu confio, mas não sei o que seu pai pode estar pensando. - Na verdade, ela sabia sim, porém não queria encher a cabeça de seu namorado com seus temores.

-Não deve se preocupar com isso. Ontem deixei bem claro a ele que da minha vida eu cuido. Não vou aceitar nenhuma palavra dele contra o nosso namoro.- Gilbert garantiu, e Anne apenas balançou a cabeça concordando. Ela tinha muito medo de que tudo explodisse sobre sua cabeça de uma vez, pois não confiava em John Blythe, principalmente naqueles olhos frios que pareciam avaliá-la todas as vezes em que estava na presença dele.- Eu te amo, Cenourinha. Essa é a única coisa que desejo que permaneça em sua mente.- o rapaz afirmou, segurando no queixo dela a fim de que Anne o encarasse.

-Prometo que vou tentar não me preocupar tanto.- Anne respondeu, o puxando para mais um beijo.

Como era bom o gosto dele. Era melhor do que qualquer bebida que já tivesse provado. Ele a embebedava com aquele sabor quente, como se fosse champanhe borbulhando em sua garganta.

Eles terminaram o beijo com selinhos curtos, e por mais que Gilbert sentisse que precisava de mais,ele se contentou em ter Anne aconchegada a seu peito.

Ela continuava preocupada, e ele podia sentir, e tudo o que desejava naquele momento era esquecer suas próprias necessidades, e fazer Anne se sentir segura. Ele podia entender os temores dela, principalmente em relação à Ruby, mas não permitiria que ela pensasse que estava sozinha naquela situação. Estaria do lado dela cem por cento até que Anne entendesse que realmente não tinha nenhum obstáculo que não pudessem vencer juntos.

Seu pai podia não gostar de ele estar namorando Anne no momento, mas quando percebesse que o amor deles era forte e verdadeiro, mudaria de ideia. John no fundo era uma daquelas pessoas que acreditava na instituição do casamento, e na formação de uma família, que era uma das coisas que fazia a vida de um homem ser completa.

Eles ficaram em silêncio por alguns momentos, pois tinham uma cumplicidade que ia além das palavras E quando Anne entrelaçou seus dedos no de Gilbert, ele sentiu seu peito se aquecer, pois ali estava mais uma prova de que estavam unidos e fortes

-Preciso ir para o meu quarto, tomar banho e me vestir para a faculdade.- Anne disse após algum tempo, embora odiasse perder toda aquela intimidade. Enquanto estivessem naquele quarto nada podia os atingir, mas fora dele, ela ainda não sabia como seria sua vida dali para sempre. Não confiava em ninguém daquela família, a não ser em Diana e Gilbert. E por isso, duvidava que John Blythe aceitaria aquele namoro sem nenhuma retaliação.

-Tudo bem. Eu detesto me separar de você, mas sei que não pode ficar do meu lado vinte quatro horas por dia. Quero que termine essa faculdade com louvor, e vou te ajudar no que precisar,apesar de que com sua inteligência, eu duvido que vá precisar de mim para alguma coisa.- ele disse, a fazendo levantar a cabeça e responder:

-Você parece acreditar mais em mim, do que eu mesma.

-Eu estou apenas falando o que é verdade. Você sempre aprende tudo em que se empenha com uma rapidez incrível. Era assim quando criança, e continua sendo assim agora.- ele a elogiou, fazendo Anne corar. Ela nunca pensara que ele tivesse esse tipo de opinião sobre ela.

-Mas você com certeza é uma das pessoas mais inteligentes que conheço. - Anne disse, constatando a veracidade daquele fato também. Gilbert era extremamente talentoso em todas as áreas que pudera observá-lo. Não havia nada que não fizesse bem ou com perfeição. Era um fazendeiro nato, e um administrador extraordinário. John Blythe podia ser bom em comandar aquela fazenda, mas Gilbert era ainda melhor.

-Isso não é totalmente verdade. Na faculdade havia algumas matérias que realmente me pegavam de jeito, principalmente as que não envolviam números.- ele lhe contou, passeando os dedos pelos cabelos de Anne.

-Mas aposto que se saia bem mesmo assim.- Anne insistiu.

-Modéstia a parte sim.- ele disse sem presunção alguma.

-Eu sabia. Você sempre faz tudo tão bem. - Anne disse, escorregando suas mãos pelo peito dele.

-Você acha?- ele perguntou, aproximando seus lábios do ouvido dela, passando a pontinha da língua no lóbulo da orelha de Anne, e depois perguntou:- Diz amor, o que faço tão bem assim?

Anne mordeu o próprio lábio inferior, sentindo os arrepios familiares se espalharem por sua pele. Era louca de amor por aquele homem, e mesmo que mentisse com sua boca sobre isso, seu corpo a entregaria vergonhosamente.

-Você sabe usar essa boca tão bem em mim, assim como suas mãos sabem exatamente onde me tocar. - ela confessou, enquanto Gilbert explorava seu pescoço, a deixando maluca para que ele fosse em frente com a provocação. -E quando me faz sua, não quero que acabe, porque amo sentir você dentro de mim.- ela murmurou essas últimas palavras sem se sentir inibida pela verdade que elas continham.

-Posso te fazer minha agora mesmo, e te dar tudo o que quer.- Gilbert respondeu, se deitando de costas na cama, fazendo Anne se deitar sobre ele.

-Não temos tempo, Gil. Eu tenho que ir para a faculdade.- Anne respondeu, lhe lançando um daqueles olhares que o fazia arder por dentro. Anne sabia jogar melhor do que ele pensava.

-Então, vai me provocar assim, e depois ir embora sem satisfazer a nós dois? Isso é golpe baixo, Cenourinha. - ele disse, esfregando os quadris dela nos seus. Ele também sabia jogar, melhor do que ela.

-E o que está fazendo? Não é golpe baixo?- ela perguntou, distribuindo beijos pelo peitoral do rapaz.

-Se você pode me provocar, eu também posso provocar você. - Gilbert respondeu, correndo as mãos pelas costas de Anne sobre o robe de seda que ela usava.

-Se eu tivesse mais tempo, faria o que nós dois desejamos, mas realmente preciso me vestir. - Anne disse, segurando na mão do rapaz e levando-a aos lábios.

-Pode ser no banheiro. O que acha de tomar banho comigo? Resolveremos dois dois problemas. A possibilidade de meu pai nos escutar, e a nossa vontade de estarmos juntos intimamente.- o rapaz sugeriu, traçando os lábios de Anne com o polegar.

-Você sabe que se eu entrar nesse banheiro com você, não vou sair de lá tão cedo. Assim, proposta recusada.- a ruivinha disse, se levantando da cama antes que Gilbert a impedisse.

-Tudo bem. Não vou insistir mais.- Gilbert disse com um suspiro. - Quer que eu te espere para descer para o café?

-Quero sim. Não sei se consigo enfrentar seu pai sozinha dessa vez.- Anne respondeu com sinceridade. Não tinha medo de John Blythe, porque já tinham trocado farpas mais de uma vez. Mas naquela manhã precisava de Gilbert a seu lado, para mostrar aquele homem irritante que ela e o filho dele estavam juntos para valer.

-Vou me arrumar também, e te espero. - Gilbert lhe disse, dando-lhe um sorriso confiante que a fez se sentir como se tivesse ganho na loteria. Aquele homem era tudo, lindo, carinhoso e companheiro. Seu coração nunca estivera enganado por fazê-la amá-lo por todos aqueles anos.

Anne foi para o quarto, tomou um banho rápido, se vestiu, e em menos de vinte minutos estava pronta. Quando abriu a porta, Gilbert estava encostado na porta do próprio quarto no fim do corredor à sua espera. Assim que se aproximou, ele tocou seu rosto e disse:

-Está linda.- e ao inclinar a cabeça e deixar um beijo no rosto de Anne, ele acrescentou:- E cheirosa, como sempre.

Anne apenas sorriu sem responder nada, ou devolver o elogio, porque não tinha necessidade. A aparência dele de fazendeiro texano era sempre um arraso para seu coração e para metade das mulheres daquele Estado, senão todas. O que lhe causava certo ciúme e ao mesmo tempo orgulho, por saber que ele era todo seu e nenhuma mulher o iria tocar como ela fazia.

Eles desceram as escadas de mãos dadas, enquanto o coração dela acelerava as batidas ao se aproximarem da sala de refeições da família e sabendo quem encontraria.

John estava sentado em seu lugar costumeiro, e Ruby à sua direita. Quando ela viu Anne e Gilbert de mãos dadas, logo entendeu o que se passava ali, mas ficou em silêncio enquanto passava manteiga em sua torrada, sorrindo discretamente para si mesma com satisfação.

John, ao contrário, ao ver os dois, franziu a testa e apertou os lábios em uma clara demonstração de contrariedade, enquanto Anne sentia Gilbert apertar a mão dela de leve, como se quisesse que ela entendesse que estava tudo bem.

Eles se sentaram lado a lado na mesa do café da manhã, enquanto John não dizia nada, mantendo aquele momento em um desagradável silêncio que começou a deixar Anne desconfortável. Foi Gilbert o primeiro a dizer:

-Bom dia, papai.

-Bom dia, filho.- John respondeu, ignorando Anne deliberadamente, mas Gilbert não deixou aquele detalhe passar e falou:

-Não vai cumprimentar Anne?-

A boca de John se fechou em um sorriso irônico e respondeu sem encará-la:

-Bom dia, menina.

-Bom dia.- Anne respondeu de má vontade, sentindo seu estômago queimar. Não conseguiria comer com aquele homem à sua frente, tentando hostilizá-la em silêncio. Contudo, não o deixaria vencer. Gilbert estava enfrentando o pai por ela, e o mínimo que deveria fazer era aguentar aquela tensão no café da manhã e mostrar a John Blythe que ele não ficaria por cima naquela situação.

-Está na minha hora de ir para a escola.- Ruby disse, interrompendo os pensamentos de Anne.

-Tenha uma boa aula, minha querida.- Anne disse, sorrindo para a irmã.

-Você também. Até logo. - ela disse se despedindo de todos, e antes que respondessem, a menina já tinha saído. Parecia tão apressada quanto Anne para fugir do ar pesado no café da manhã.

Assim que Ruby não estava mas à vista, John olhou para Gilbert e perguntou:

-Por quanto tempo, você pretende esfregar esse namoro na minha cara?

-Eu não estou fazendo isso, papai. Só não vejo mais motivo para esconder algo que o senhor já sabe.- Gilbert respondeu, segurando a mão de Anne novamente.

-E espera que eu realmente aceite isso enquanto desfila com essa garota por aí?- John disse com indignação, como se Anne não estivesse ali para ouvir o que ele estava dizendo ao filho.Em outras condições, teria retrucado, mas um olhar de Gilbert a alertou para ficar fora da discussão.

Tudo o que ela tentara evitar estava acontecendo, da pior forma que pudesse imaginar. Não queria ser motivo de desavença entre pai e filho, mas não havia como evitar o desastre iminente sobre suas cabeças.

-Anne é minha namorada, papai, e também será minha mulher. Conversamos ontem a noite sobre isso, e espero que não tenha deixado nenhuma dúvida quanto a isso.- Gilbert disse, enfrentando o olhar do pai.

John podia ser duro na queda, mas Gilbert era ainda mais. Tinha nas veias o sangue dos Blythes, e uma obstinação da qual seu pai nem chegava perto. Nunca deixara que ninguém tomasse as rédeas de sua vida, e não seria seu pai a fazê-lo. Jamais o desrespeitaria, pois tinha por ele um amor imenso, mas não permitiria que John se aproveitasse disso para ditar regras ou decidisse por ele o que deveria fazer.

Anne era o amor de sua vida inteira, e atravessaria um mar de ponta a ponta a nado se ela lhe pedisse. Um sentimento assim no destino de um homem era raro, e por nada no mundo deixaria que isso lhe escapasse.

-Sim, você deixou bem claro. Mas sinto muito lhe dizer que não vai durar, principalmente por ela ser filha de quem é. - John respondeu, e Anne percebeu que não aguentaria ouvir John falar mal de Bertha na sua frente sem revidar, e para não piorar a situação, ela se levantou e disse para Gilbert:

-Falo com você mais tarde.- e saiu, sendo seguida pelo rapaz no mesmo instante, que segurou em seu pulso antes que ela saísse pela porta da sala.

-Anne, você não tomou seu café da manhã. - Gilbert disse, a impedindo de se mover.

-Eu como algo na faculdade, não se preocupe. - ela disse, tentando sorrir.

-Não gosto quando fica sem se alimentar. - Gilbert afirmou, tocando o rosto dela.

-Eu não conseguiria comer nada depois do que seu pai disse.- Anne respondeu, deixando que ele visse a mágoa em seu olhar.

-Esquece isso, amor. Ele está chateado comigo, porque eu não contei do nosso namoro. Eu sei lidar com ele, fique tranquila.- Seu tutor garantiu, deixando um selinho nos lábios dela.

-Eu te disse que era melhor eu ter saído dessa casa, Gilbert. Teríamos evitado muita coisa.- Anne disse, suspirando fundo.

Gilbert parecia não enxergar a tempestade se formando, mas Anne conseguia senti-la a quilômetros de distância, e só esperava que o amor fos dois fosse realmente resistente para suportar as consequências daquele sentimento imenso que partilhavam juntos.

-Não. Você nunca vai sair de perto de mim. Eu a quero aqui em Terracota ao meu lado. Não me importo de lutar contra quem quer que seja, desde que eu possa ter você comigo. - Gilbert afirmou, e Anne viu naqueles olhos verdes a determinação que o acompanhava desde criança. Ele era tão forte, decidido e verdadeiro, que Anne também achava impossível desejar estar em outro lugar que não fosse ao lado dele.

-Acho melhor eu ir, Gil. Não quero chegar atrasada para a primeira aula.- Anne disse, encerrando a conversa naquele momento. Teriam chance de conversar mais tarde quando ela voltasse da faculdade.

-Sinto muito não poder te levar, mas vou te buscar na saída, está bem?- Gilbert perguntou.

-Está sim. - Anne respondeu, deixando um último selinho nos lábios deles, e saindo da casa, indo em direção ao carro do motorista dos Blythes que a esperava.

Ao vê-la entrar no carro, Gilbert suspirou. Detestava ver Anne preocupada daquele jeito, e não conseguir convencê-la de que tudo ficaria bem. O pior já tinha passado que era confrontar seu pai, e embora John parecesse relutante em aceitar o inevitável, com o tempo acabaria cedendo ao perceber que Gilbert não abriria mão de seu namoro para deixá-lo satisfeito.

Assim, ele foi direto para os estábulos onde seu trabalho começaria e onde permaneceria até a hora de ir buscar Anne.

As horas pareciam levar uma eternidade para passar, e embora ele estivesse concentrado no trabalho, sua mente o levava até a ruivinha a todo momento. Gilbert temia que ela mudasse de ideia, e que estando longe dele teria mais tempo para pensar e decidir que estar com ele não era assim tão vantajoso como pensara.

Ele acreditava no amor dos dois, e não duvidava que juntos eram muito mais fortes, mas Anne tinha muitos medos em relação ao seu futuro ali em Terracota, principalmente no que envolvia Ruby, e isso podia ser um agravante naquele caso, e um fato determinante para que ela tomasse uma decisão contrária ao que Gilbert esperava que ela fizesse.

Por isso, quando o rapaz olhou no relógio e viu que já era hora de ir buscar Anne, ele terminou rapidamente o que estava fazendo, foi para casa e tomou uma ducha rápida, planejando se vestir e sair logo em seguida.

Contudo, assim que deixou o banheiro e entrou em seu quarto com uma toalha enrolada na cintura, deu de cara com Winnie sentada na sua cama.

-Como entrou aqui, Winnie?- Gilbert perguntou, irritado por Winnie abusar da hospitalidade daquela casa para estar em seu quarto sem ser convidada.

-Eu precisava falar com você. - ela respondeu, se aproximando dele enquanto os olhos dela passeavam pelo corpo dele, fazendo-o se sentir constrangido. Ele não era uma pessoa tímida, e nunca se importara de exibir seus atributos físicos, mas agora era diferente, pois tinha uma namorada e só a ela lhe dava o direito de olhá-lo daquela maneira.

-Estou atrasado, Winnie. Preciso me vestir, pois tenho um compromisso. - ele respondeu, esperando que ela tivesse o mínimo de bom senso.

-Pode se vestir. Não vou impedi-lo.- Winnie respondeu, sem se afastar dele como se estivesse esperando um grande show.

-Você realmente não acha que vou ficar nu na sua frente.- Gilbert disse com incredulidade.

-Por que não? Ver um homem nu não é novidade para mim. Se esqueceu que já fui casada?- Winnie respondeu com um sorriso malicioso que desagradou Gilbert totalmente.

-Esse homem aqui você nunca viu nu.- Gilbert disse, sentindo sua irritação aumentar.

-Não vi só porque você não quis.- Winnie rebateu, correndo o dedo indicador pelo braço do rapaz, que se afastou dizendo:

-Por favor, não me toque.

-Mas a Anne você não importa que te toque não é? Inclusive até partilha seu quarto com ela, especialmente ontem a noite.- Winnie disse com rancor.

-Como sabe disso?- Gilbert perguntou, arqueando uma sobrancelha.

-Os empregados dessa casa às vezes não tem escrúpulos em comentar a vida de seus patrões, e você também não parece muito preocupado em deixar as pessoas saberem com quem você divide sua cama.

-Anne é minha namorada,Winnie, e eu vou dividir minha cama com ela quantas vezes eu quiser. E não acho que isso seja da sua conta.- Gilbert respondeu com a voz dura. Não queria discutir com Winnie, mas ela o estava obrigando a fazer exatamente isso.

-Por que ela, Gil? Você poderia ter qualquer garota, mas preferiu essa ruiva atrevida.- Winnie disse com todo o despeito dentro de si que sentia por Anne.

-Quer dizer que seu problema é com a Anne. Se fosse qualquer outra mulher comigo você não se importaria?- Gilbert perguntou, encarando-a diretamente nos olhos.

-É claro que me importaria. Afinal, eu te amo, mas você estar com Anne me deixa doente. Como pode ficar com ela, sabendo o que a mãe dela fez?

-Anne não tem culpa de nada. Ela era uma criança quando tudo aquilo aconteceu. Contudo, você parece disposta a culpá-la mesmo assim, simplesmente porque não aceita que eu esteja com ela e não com você. Sinto muito por seu sentimento sem esperanças, mas não mando no meu coração, e ele já fez sua escolha.- o rapaz respondeu, desejando que Winnie entendesse aquilo e o deixasse em paz.

-O que ela tem de tão especial assim para você estar apaixonado desse jeito? - Winnie perguntou, mostrando que não estava disposta a sair dali sem ter uma resposta.

-Ela é a mulher da minha vida, Winnie. Acho que sempre foi,e só descobri isso depois que ela voltou para Terracota. Nunca amei ninguém assim, e nunca mais vou amar. Anne é tudo o que preciso e tudo o que eu quero. Espero que um dia você encontre alguém que realmente ame você. - Gilbert respondeu, fazendo Winnie dizer:

-Isso não vai acontecer porque o único homem que eu quero é você. - Winnie disse com teimosia.

-Sinto muito, Winnie. Não posso te dar o que quer. Agora realmente tenho um compromisso e estou atrasado. - Gilbert disse polidamente, mas por dentro ele se retorcia ao imaginar Anne esperando por ele pensando que Gilbert não iria.

Winnie não disse mais nada, apenas passou por ele e foi em direção à porta tão rápido, que Gilbert sequer teve tempo de se despedir. Contudo , ele percebeu que ela ficara magoada com sua sinceridade, e mesmo desejando que isso não tivesse acontecido, ele entendia que não podia mentir a respeito de seus sentimentos. Ela nunca significara nada para ele além de uma amizade de anos, e se Winnie criara expectativas em cima disso, não havia nada que ele pudesse fazer.

Dessa forma, ele se vestiu rapidamente e dirigiu em tempo recorde até a faculdade de Anne, rezando para que a ruivinha não tivesse se cansado de esperar e achado outra forma de voltar para casa.

Enquanto isso, Anne estava na frente da faculdade. Tinha saído à dez minutos e esperava pacientemente que Gilbert aparecesse. Ele estava atrasado, e era um fato bastante incomum, pois seu namorado era tão pontual que chegava a ser quase uma característica irritante da personalidade dele, pois Anne não conseguia acompanhar sua mania quase britânica de calcular os minutos exatos para um compromisso. Ela tentava sempre estar no horário, mas não era maníaca em ser pontual como Gilbert. E era por isso que aquele atraso dele lhe parecia estranho.

-Precisa de carona, Anne?- Michael disse bem atrás dela.

-Não. Estou esperando o Gilbert. Ele já deve estar chegando.

-Tem certeza? Posso te levar aonde quiser.- o rapaz insistiu.

-Tenho sim.- ela respondeu sorrindo.

-E como vocês estão?- Michael perguntou se aproximando mais dela.

-Estamos bem, mas o pai dele descobriu tudo, e você pode imaginar o clima daquela fazenda.- Anne respondeu com certo desânimo.

-Não deixe que isso atrapalhe o que vocês têm. Se o pai dela não aceita o namoro de vocês, esqueça isso, e apenas se concentre no que você e Gilbert sentem.- Michael a encorajou.

-Acho que isso é mais fácil de dizer do que fazer. - Anne disse, pensando em tudo o que implicava seu namoro com seu tutor.

Naquele mesmo instante, Gilbert estacionou no meio fio, e ao descer do carro tudo o que registrou foi Michael com a mão no ombro de Anne, e a maneira como ela sorria para o rapaz. Seu maxilar se travou na hora, assim como ele caminhou em direção ao casal de punhos fechados.

Era óbvio que não brigaria com Michael em frente da faculdade. Não era nenhum selvagem para não conseguir se conter, mesmo que o rapaz estivesse merecendo um soco de direita para aprender a não rodear Anne daquela maneira.

Apertando o passo, ele se aproximou do casal, rodeou a cintura da ruivinha possessivamente e disse, deixando um beijo no rosto de Anne:

-Desculpa o atraso, meu amor.

-Tudo bem. Michael me fez companhia.- Anne respondeu, tocando o rosto de Gilbert com carinho.

-Posso ver.- Gilbert disse, olhando para Michael com desagrado, que lhe sorriu com um sorriso irônico e respondeu:

-Sempre simpático, Blythe. Não se preocupe, já entendi que Anne é terreno proibido para mim.

-Ainda bem que entendeu isso.- Gilbert disse, entrelaçando seus dedos nos de Anne.

-Esqueci de dizer. Você venceu o rodeio do qual participou e se machucou. Depois que os jurados analisaram sua apresentação e a minha, ficou provado que você foi perfeito em seus saltos até o momento em que caiu. Assim, devo parabenizá-lo por sua vitória. Sei reconhecer quando alguém é melhor do que eu.

-Achei que você tivesse vencido.- Gilbert afirmou, surpreso com a revelação do rapaz.

-Você continua dono do cinturão de ouro. Parabéns.- Michael disse, rindo.

-Nos vemos por aí, Anne.- ele se despediu, lançando a ela um daquele olhares maliciosos que irritavam Gilbert.

-Ele realmente não perde uma oportunidade. - o rapaz rosnou para Anne, que sorriu

e disse:

-Ele faz isso para te deixar com ciúmes, Gil. Michael é meu a amigo, só isso.

-Se você diz, mas não confio nele, pois posso ver o quanto ele é interessado em você. - Gilbert respondeu com a voz aborrecida.

-Mesmo que isso seja verdade, você sabe que não tem concorrência nenhuma. Eu te amo, seu bobo.- Anne falou assim que entraram no carro.

-Adoro ouvir isso de você. - Gilbert declarou, segurando o rosto dela nas mãos. - Assim como adoro beijar você. - ele sussurrou,capturando os lábios dela em um beijo tão ardente que fez Anne se agarrar à ele e corresponder na mesma intensidade.

Suas línguas se enroscaram, assim como seus corpos se aproximaram. Anne sentira falta de Gilbert no momento em que saira para a faculdade. Pensara nele o tempo inteiro, e agora que estavam juntos, ela se sentia completa outra vez. Da mesma forma que Gilbert só se sentia feliz quando ela estava em seus braços.

-Estava com saudades. - ela confessou confessou, quando se afastaram.

-Eu também. Não vejo a hora de você casar comigo. Vamos ter que fazer esses dois anos passarem voando. - Gilbert disse, abraçando Anne, e descansando a cabeça no ombro dela.

-Vão passar depressa sim, especialmente se estivermos juntos. - Anne respondeu, acariciando a nuca do rapaz.

-Estaremos juntos para sempre. Nunca mais vou te largar, Cenourinha. Vamos ter nossa casa, nossos filhos e uma vida inteira de felicidade.

-Vou amar ter um bebê com você. - a ruivinha disse, com os olhos sonhadores. Sempre quisera ser mãe, e carregar um filho de Gilbert em seu ventre era o ápice da felicidade para ela.

-É o que mais quero também. Talvez a gente pudesse começar a treinar.- o rapaz disse, beijando Anne no pescoço, e deslizando as mãos pelas costas dela.

-Não seja apressado, meu amor. Vamos ter nossos filhos depois que eu me formar e tiver minha profissão. - Anne respondeu, virando a cabeça para olhar para o namorado.

-Eu sei. Estava apenas brincando. Temos muito tempo pela frente para começar nossa família juntos. - ele concordou, fazendo um carinho nos cabelos dela. - Quer ir para casa?

-Tem algum lugar por aqui onde podemos almoçar? Sinceramente, não estou animada para comer em companhia do seu pai.- Anne perguntou, desejando um minuto de paz antes de entrar na cova dos leões.

-Claro que sim. Vou te levar para comer a melhor carne da região. - Gilbert respondeu, se ajeitando por trás do volante, enquanto Anne colocava seu cinto de segurança.

E como prometido, trinta minutos depois, eles estavam sentados em um restaurante charmoso, saboreando o prato da casa,enquanto Anne observava os garçons tratarem Gilbert pelo nome. Ele com certeza era cliente assíduo daquele local, pois até o gerente do restaurante parou na mesa de ambos por alguns minutos para falar com o rapaz.

Eles chegaram em Terracota duas horas depois, e enquanto Gilbert ia cuidar de suas tarefas da fazenda, Anne aproveitou para ficar em seu quarto e estudar, mas a toda hora ela se lembrava da cara de John quando ela e Gilbert apareceram juntos. Não ficaria sossegada enquanto não entendesse porque ele não a aceitava como namorada de Gilbert. Não podia ser apenas por causa de sua mãe. Assim, ela deixou o quarto e foi procurá-lo, sabendo que aquela hora o pai de Gilbert estava no escritório da casa.

Anne desceu as escadas e foi até lá, encontrando a porta entreaberta. Por esse motivo, ela entrou e logo viu John parado perto da janela com uma fotografia nas mãos. Como ele estava de costas, não percebeu que a ruivinha estava ali, e assim, Anne se aproximou dele e viu que a foto que ele estava olhando atentamente era de sua mãe.

Antes que ela pudesse esboçar qualquer reação, o homem se virou e perguntou com a voz zangada:

-O que faz aqui? Não sabe que esse é um lugar privado?

-Se o senhor se importasse tanto assim com quem entra aqui sem ser anunciado, não teria deixado a porta aberta.- Anne retrucou. - Eu vim até aqui para lhe fazer uma pergunta, mas já obtive a resposta que queria. - ela apontou para a foto, juntou sua coragem e disse:- O senhor a amava, não é? Por isso quer me ver longe daqui.

-Que está dizendo, menina? Eu sou um homem viúvo, tenho muito respeito pela memória da minha esposa.- John disse com toda indignação que foi capaz, mas aquilo não convenceu Anne que respondeu:

-Não precisa dizer nada, seus olhos já me contaram tudo.- e em seguida saiu do escritório sem olhar para trás.

Enquanto subia as escadas e ia em direção ao seu quarto, Anne pensava nas suas suspeitas que tinham sido confirmadas. Desde que vira as fotos de sua mãe na biblioteca, aquele pensamento rondava sua cabeça. Por mais incrível que isso pudesse ser, John Blythe fora apaixonado por sua mãe, e pelo jeito ainda era, pois guardara aquelas fotos depois de tanto tempo.

Contudo, aquilo não revelava o que acontecera com a mãe dela naquela fazenda, o que fizera de tão grave, e por que John a expulsara junto com toda a família, apesar do amor que sentia por Bertha. Gilbert com certeza sabia, e Winnie também, mas infelizmente nenhum dos dois lhe revelaria. Gilbert, porque queria protegê-la e Winnie por puro ódio. Então, teria que dar um jeito de descobrir toda aquela história sozinha.

Quando Gilbert passou por seu quarto para que descessem para o jantar, ela não lhe contou sobre o que descobrira de John, pensando nos sentimentos do rapaz que se sentiria traído pelo próprio pai. Contudo, ele percebeu seu silêncio enquanto andavam no corredor juntos e perguntou:

-Você está bem? Parece preocupada.

-Não, é impressão sua. - Anne respondeu, sorrindo e segurando na mão dele.

-Se for por causa de meu pai, vou estar lá com você. Não há nada a temer.- ele lhe garantiu, e Anne respondeu.

-Estou bem, fique tranquilo. - Gilbert assentiu e desceram as escadas de mãos dadas mais uma vez.

Quando chegaram na sala de jantar, Anne sentiu que aquela noite seria um desastre ao ver Winnie sentada na mesa ao lado de John.

Era óbvio o que o pai de Gilbert desejava fazer ao convidar aquela loira fingida para jantar com eles. Ele esperava deixar Anne tão desconfortável quanto ela o deixara naquela tarde, e Winnie se aproveitara do convite para mostrar a ela qual era seu papel dentro daquela casa.

Anne sentou ao lado de Ruby que lhe lançou um sorriso sem graça, enquanto Gilbert se sentava na cadeira ao lado para lhe dar apoio, o que a deixava de frente para John e Winnie que parecia pensar que era a rainha do lugar ao lhe dirigir um olhar superior acompanhado de um sorriso arrogante.

-Pensei que não desceriam mais. - John disse secamente.

-Tenho certeza de que não estamos atrasados, pois o jantar é servido essa hora todas as noites.- Gilbert respondeu sem olhar para Winnie, ao mesmo tempo em que Anne ficava calada, pois estava sem a menor disposição para ser educada com quem não se esforçava para fazer o mesmo com ela.

-Eu estava falando com a Winnie sobre a nova raça de gado que adquirimos.- John disse, incluindo Gilbert na conversa enquanto deixava Anne de fora, como se quisesse mostrar que ali ela era uma forasteira que não entendia de nada sobre a fazenda, enquanto Winnie tinha experiência de sobra, pois ajudava o pai tocar os próprios negócios.

Apesar de Gilbert não soltar a sua mão, Anne se sentiu completamente inadequada naquela mesa, engolindo sua sopa com dificuldade enquanto tinha que suportar os olhares gélidos John, e os sorrisos cínicos de Winnie. Assim, quando chegaram na sobremesa, Anne a dispensou, pedindo licença e saindo da mesa antes que jogasse um copo de suco em cima da loira exibida.

Para respirar melhores ares, ela foi até o jardim da casa, onde se sentou em um banco e ficou observando as estrelas. Não demorou muito, Gilbert se sentou a seu lado, e colocando um braço em volta dos seus ombros, ele perguntou:

-Por que está aqui fora e não lá dentro comigo?

-Acho que a resposta é óbvia, não é?- Ela respondeu, suspirando ao sentir as mãos de Gilbert em seus cabelos.

-Não devia dar munição para Winnie te irritar.- o rapaz a aconselhou.

-Desculpa, mas não tenho sangue de barata, principalmente quando seu pai também parece disposto a me hostilizar.- ela disse, deixando que o rapaz visse todo o seu aborrecimento.

-Amor, não fica assim. Não quero que pense por um segundo que está sozinha no meio disso tudo.- Gilbert afirmou, fazendo com que Anne apoiasse a cabeça em seu peito.

-Eu sei, mas nem por isso deixa de ser difícil.

-Eu não quero te perder de jeito nenhum.- Gilbert confessou, temendo que ela continuasse pensando em ir embora dali.

-E não vai. Eu posso ficar baqueada às vezes com toda essa situação, mas também sei ser um osso duro de roer. - Anne respondeu, se aconchegando mais ao rapaz, e fazendo-o sentir o peso em seu peito aliviar.- Não acha que o céu está lindo essa noite? Tão cheio de estrelas. - Anne comentou.

-Não, não acho, porque tenho a estrela mais linda aqui do meu lado, e é só para ela que consigo olhar no momento.- Gilbert respondeu, fazendo Anne mergulhar naqueles olhos verdes e sentir como se afundasse dentro deles. - Eu te amo, Cenourinha, para a vida toda.- Gilbert se declarou mais uma vez, fazendo Anne compreender novamente enquanto seus lábios se perdiam nos dele, que Gilbert Blythe era todo o seu mundo.


Olá, pessoal. Mais um capítulo postado. Espero que me deixem seus comentários sobre ele, e seus votos também. Obrigada por tudo. Beijos.







-

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro