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Capítulo 24 - O ciúme é um péssimo conselheiro

ANNE E GILBERT

A madrugada daquele domingo amanheceu chuvosa, e o barulho dos pingos de chuva batendo com força no vidro da janela, despertou Anne de seu sono pesado. Ela abriu os olhos e sorriu, ao deparar com o rosto masculino de seus sonhos deitado exatamente em sua cama, com as mãos em sua cintura, tão nu quanto ela.

Aquilo era loucura, totalmente imprudente, mas nunca conseguia se arrepender de suas noites de amor com Gilbert. Seus corpos se encaixavam tão bem, que era quase um pecado se privar de tamanho prazer., ela pensou com certa dose de malícia , enquanto seus olhos corriam pelo corpo masculino tão bonito que chegava a ser obsceno.

Ela espalmou as mãos no peito forte, acariciando aquela região, como gostaria de fazer quando estavam se amando, mas Gilbert se preocupava tanto em fazê-la se sentir satisfeita que não lhe dava opção ou tempo para tocá-lo como queria, mas naquele instante podia fazê-lo, por isso não queria perder tempo.

Sua mão direita escorregou pelo estômago chato, descendo até o abdômen onde se deteu nos gominhos que haviam ali, e só por curiosidade , ela contou um a um através de seu tato, acariciando devagar a região, demorando seus dedos em cada ponto musculoso, e quando pensou em avançar mais para baixo, Gilbert a interrompeu dizendo baixinho em seu ouvido, ainda de olhos fechados.

-Não comece um incêndio se não estiver disposta a apagá-lo.

-Eu te acordei? Me desculpe, eu só estava curiosa.- ela confessou, envergonhada por ele tê-la descoberto em um ato tão íntimo.

-Estava curiosa a respeito do meu corpo? Você já me viu assim outras vezes. Não creio que exista algum segredo a ser revelado.- ele disse em tom de brincadeira, abrindo os olhos e a envolvendo toda nele.

-Eu queria fazer algo mais do que apenas te olhar.- Anne respondeu, brincando com os pelos escuros do peito dele. - Você quase nunca me deixa te tocar direito quando fazemos amor.

-Talvez porque você seja deliciosa demais para que eu mantenha minhas mãos longe de você.- o rapaz a encarou com um sorriso que era pura luxúria, deslizando as mãos pelas costas nuas de Anne, tocando o bumbum arredondado dela, fazendo-a suspirar. Era incrível como cada parte de seu corpo correspondia ao toque dele como se fosse condicionado a isso, e assim sua curiosidade por saber se o corpo de Gilbert reagiria ao seu toque da mesma maneira só crescia, por isso, ela pediu:

-Me deixa te tocar.- o olhar de Gilbert brilhou por um instante, enquanto ele lhe sorria como se avaliasse seu pedido com muita atenção, e depois perguntou:

-É isso o que quer?

-É o que mais quero. - Anne respondeu sem hesitar. Assim, ele dobrou as duas mão atrás da cabeça e respondeu:

-Faça o que quiser, sou todo seu.

Anne lhe sorriu por um segundo, sem realmente saber por onde começar. Tudo nele era tentador e sexy, e não havia uma parte daquele rapaz tão carinhoso que ela não desejasse explorar. Gilbert a encarou de um jeito indecifrável, quase como se estivesse em uma sutil expectativa pelas ações dela.

Assim, ela ajeitou os cachinhos que teimavam em cair sobre a testa dele, descendo os dedos pelo nariz do rapaz, se demorando no formato dele, desenhando cada detalhe, até que o polegar escorregou pelas bochechas, em uma carícia lenta, pois ela precisava descobrir com seus dedos cada traço daquele rosto perfeito.

Um sorriso se desenhou nos lábios cheios de seu tutor, fazendo Anne perguntar:

-O que foi?

-Você é linda, e eu adoro o jeito com que está me olhando.

-E como eu estou te olhando?- Anne perguntou com curiosidade, pois não imaginava que seus olhos fossem tão expressivos assim.

-Como se eu fosse sua sobremesa favorita.- Gilbert disse, e Anne sorriu de novo com a colocação de palavras de Gilbert. De fato, ela tinha ali um banquete completo, e queria se esbaldar nele até ter experimentado a última gota dele.

Assim, ela aproximou o rosto do dele, e desenhou cada detalhe daqueles lábios com a ponta da língua. Ela viu o peito de Gilbert subir e descer, e entreabrir os lábios em uma necessidade de beijá-la e ela deu o que ele queria, mas foi Anne que ditou a velocidade do beijo e o ritmo. Porém, quando o beijo ficou intenso entre eles, Gilbert quis mudar de posição, mas Anne não permitiu dizendo:

-Eu estou no comando hoje.

-Adoro uma mulher de atitude. - ele disse, sentindo seu corpo se excitar apenas com o olhar de Anne sobre ele. Deus! Aquilo ia ser intenso, ele podia sentir em seus ossos, apesar da inexperiência de sua namorada nessa área.

Anne sorriu de leve, contornando o queixo dele devagar com o polegar, enquanto observava os olhos verdes de Gilbert brilharem mais do que antes, como se a estivessem incentivando a continuar.

Assim, ela desceu os lábios até o queixo dele, mordiscando-o de leve, indo direto para o pescoço onde deixou beijos e mordidas suaves, fazendo-a descobrir que Gilbert também era sensível nessa região pela maneira como ele se movimentava inquieto embaixo dela.

Ela deslizou mais para baixo, chegando ao peito dele onde ela dedicou toda atenção por alguns minutos, correndo os lábios sobre a região, às vezes também o tocando com as mãos, ouvindo Gilbert dizer de olhos fechados, pois seu corpo todo estava entrando em uma zona perigosa de desejos incontroláveis:

-Sua mão é tão macia.

Anne sorriu, mas não disse nada. Estava muito concentrada no que queria fazer, e para potencializar a excitação do namorado, ela traçou uma linha imaginária do peito dele até o abdômen, deslizando a ponta da língua em movimentos de sobe e desce, fazendo-a ouvir satisfeita um gemido escapar da boca do rapaz, ao mesmo tempo em que ele afundava a mão em seus cabelos, como se sentisse necessidade de se agarrar a algo para conter sua excitação crescente que ela podia ver um pouco mais para baixo.

Anne estava se sentindo poderosa ao ver Gilbert tão entregue em suas mãos. Era muito bom saber que conseguia aquele efeito erótico nele, do mesmo jeito que se sentia excitada por vê-lo naquele estado somente por sua causa. Ela deitou seu corpo nu sobre o dele, sentindo a pele do rapaz ardente em contato com a sua, seus seios estavam grudados no peitoral dele, enquanto sua boca procurava pela dele mais uma vez.

O beijo foi mais quente que o anterior, deixando a ambos ainda mais ligados na sedução dos sentidos. Anne sentiu a mão de Gilbert em suas costas, acompanhando o movimento do corpo dela, que deslizava sobre o dele, deixando o rapaz sentir todas as suas formas femininas em contato com a dele.

Gilbert arfava, sentindo Anne serpentiar sobre seu corpo como se fizesse dele seu parque de diversões favoritos. Ele gemeu alto ao senti-la mordiscar seu abdômen, enquanto a língua dela entrava em contato com sua pele de novo. Ele estava delirando e gemendo ao mesmo tempo, enquanto sensações indescritíveis tomavam conta do seu corpo e quando ela o tomou em suas mãos, o estimulando com seus dedos macios, o rapaz achou que ia explodir, por isso disse:

-Chega!- e girou o corpo fazendo Anne ficar embaixo dele, e disse:

-Você quer acabar comigo, não é, Cenourinha? Me deixar louco de desejo, maluco pelo seu toque e maluco por você, pois vou te contar um segredo. - ele desceu até o ouvido dela e sussurrou :- você conseguiu, agora é a minha vez de te deixar louca por mim.- E antes que Anne respondesse, Gilbert mergulhou em seu corpo e lhe arrancou todos os gemidos que conseguiu com sua boca e suas mãos.

Ele explorou os seios delas por várias vezes, fazendo Anne levantar os quadris em direção aos dele por conta da excitação que estava sentindo, e dando a Gilbert um prazer imenso de ouvi-la implorar por ele, conforme o desejo queimava a ambos na mesma chama.

O rapaz provou cada centímetro da pele dela, intercalando com beijos de tirar o fôlego. Quando chegou em sua intimidade molhada, ele fez algo que ainda não tinha feito, tocando-a com sua língua no seu ponto mais doce e sensível. Anne pensou que ia desfalecer de prazer conforme Gilbert acelerava os movimentos, e depois tornava a diminuir o ritmo e quando estava a ponto de implorar para que ele a libertasse daquela tortura, ela o viu se afastar por um instante, colocar a proteção , e voltar a posicionar seu corpo másculo sobre o dela, a preenchendo completamente.

Os movimentos de vai e vem começaram lentos, e depois mais rápidos, e em vários momentos, Anne puxou o rosto de Gilbert para si, e trocaram beijos intensos, profundos, e cheios de uma paixão insana. Eles mudaram de posição, e Anne ficou por cima do rapaz, percebendo que as sensações naquela posição eram muito mais prazerosas, por isso, não demorou muito para que Anne chegasse ao êxtase, seguida de Gilbert que arqueou os quadris pela última vez, caindo sobre a cama exausto, enquanto Anne descansava seu corpo sobre o dele.

-Você literalmente vai acabar comigo antes do que imagina.- Gilbert disse, acariciando seu ombro, enquanto ela brincava com os pelinhos do peito dele.

-Acha que alguém nos ouviu?- Anne perguntou, posicionando seu queixo sobre o peito dele.

-É bem possível. Dessa vez, eu realmente perdi a cabeça. Você não sabe o poder que tem sobre mim.- Gilbert disse, brincando com uma mecha de cabelo que estava espalhada pelo ombro da namorada.

-Eu tenho? - Anne perguntou, se deliciando com aquela ideia, pois ter aquele homem sobre seus domínios femininos era um pensamento ousado e fascinante.

-Completamente. Na verdade, você sempre teve poder sobre mim. Quando você era criança sempre conseguia me convencer a fazer o que você queria. Eu era manipulado sem perceber.- Gilbert respondeu, rindo das lembranças. Anne era uma pestinha insuportável naquela época, mas ele a adorava do mesmo jeito. E agora, olhando para a mulher que era se tornara, não era surpresa nenhuma que tivesse se apaixonado. Apenas lamentava que ela tivesse ficado tanto tempo longe de Terracota, pois se tivesse crescido sob suas vistas, já estariam juntos há muito tempo, disso ele não tinha dúvidas.

-Você gostava de ser manipulado , assim como gosta agora. - Anne afirmou, deixando um beijo sobre o peito dele.

-Pode ser que eu gostasse de ser manipulado antes, mas agora o que eu gosto é de outra coisa.- Gilbert girou o corpo, e fez Anne ficar embaixo dele.

-E do que gosta?- Anne perguntou, pousando a mão direita na lateral do rosto do rapaz, enquanto ela admirava os olhos verdes dele onde vários pontinhos mais claros dançavam em sua íris quase transparente naquele instante.

-Beijar você é uma das minhas coisas favoritas.- ele respondeu, passando a ponta da língua em todos os contornos da boca de Anne.

-Só me beijar?- ela perguntou , fazendo o mesmo com ele.

-Você já deve ter percebido tudo o que eu gosto de fazer com você. - o rapaz respondeu, beijando o pescoço dela, ao mesmo tempo em que suas mãos a levavam ao céu apenas com carícias leves. Se pudesse viver no paraíso daquelas mãos, seria perfeito. Se pudesse se entregar aquele amor de corpo e alma, ela viveria intensamente cada segundo sem pensar em nada, mas não podia ser assim, e dentro desse pensamento, ela segurou o rosto de Gilbert e perguntou:

-O que faremos a respeito de nós?

-O que quer dizer?- Gilbert perguntou, mordendo de leve o ombro macio e descoberto de Anne.

-Não podemos continuar assim para sempre. Nos escondendo e nos amando em segredo. Assim como você, eu detesto essa situação. Só não vejo uma saída para ela.

-Você sabe o que eu penso. Por mim, eu assumo meu amor por você sem problema nenhum. Eu não ligo para o que meu pai pensa ou outras pessoas pensam. Eu apenas me importo com você. - o rapaz declarou apaixonadamente. Ele queria Anne, e não ia desistir dela por nada e por ninguém.

-Eu tenho pensado em ir embora daqui, Gilbert.- ela revelou de repente, fazendo o rapaz a olhar assustado.

-Por que?- ele perguntou, sua voz cheia se ansiedade, e sentindo seu peito pesado feito chumbo.

-Por vários motivos. Seu pai não gosta de mim, e você sabe que ele vai tentar nos afastar se souber que estamos juntos, e tem também a Winnie que não para se dar em cima de você. Acho que não vou suportar isso tudo por muito tempo. Eu pensei que aguentaria os dois anos que faltam para esse martírio terminar, mas não dá. É pesado demais para mim.- ela confessou. Vinha pensando naquilo há vários dias. Queria ficar com Gilbert longe daquele lugar, dos olhares tortos, dos julgamentos, da tirania de John Blythe. Precisava se sentir livre daquele ambiente opressivo para conseguir viver seu amor sem dever nada para ninguém.

-Me amar é pesado para você?- ele perguntou, sentindo como se um alarme soasse em sua cabeça. Estava sendo difícil para ele fingir que Anne não era nada para ele a não ser sua protegida. Porém não pensara que estava sendo ainda pior para ela. Contudo não podia apoia-la naquela ideia absurda. Anne não ia se afastar dele, pois ele não suportaria nenhuma distancia entre os dois.

-Não. Amar você é a melhor parte disso tudo, mas não quero mais ficar em Terracota. Não me sinto feliz ou em paz aqui.- ela admitiu. O paraíso dourado de sua infância não existia mais, e tudo o que sentia naquelas terras era o ódio, a intolerância e o rancor. Não queria viver sob aquele tipo de sentimento ou acabaria com seu sistema todo envenenado por tanta carga negativa.

-Está pensando em voltar para Los Angeles?- ele perguntou com neutralidade, mas por dentro tudo estava confuso e em alerta.

-Não. Eu quero encontrar um lugar para morar na capital, onde posso continuar meus estudos na faculdade, e ficar perto de você. - ela respondeu como se já tivesse tudo planejado a tempos.

-Você se esqueceu dos termos do testamento. Se for embora, Ruby perde tudo.- Gilbert a lembrou, mas até parece que para aquele irem em particular, ela já tinha a solução.

-Não se você fizer uma declaração, dizendo que vou para outra cidade com a sua aprovação, pois continuarei sob seus cuidados.- Anne disse, tocando os cabelos dele.

-Continuaremos mentindo, Anne. - Gilbert respondeu, aborrecido com a ideia da namorada. Não queria que ela fosse embora de Terracota, precisava dela a seu lado, ao alcance de seus olhos e de seus braços.

-Não tem outra forma, Gil. Estou cansada de aturar os olhares de reprovação de seu pai em minha direção, e ter que me defender do humor sarcástico de Winnie. Isso tudo está acabando comigo. Não quero ter que viver uma guerra dentro dessa casa, onde sei que a primeira coisa a ser afetada será nosso relacionamento. E também não quero ter que ver você dividido entre dois lados. - Anne explicou. Ver Gilbert infeliz era a última coisa que desejava, e isso fatalmente aconteceria se tivesse que brigar com John Blythe por sua causa.

-Você sabe qual lado vou escolher, Anne. Isso já está bem claro na minha cabeça. - ele respondeu, tocando suas bochechas carinhosamente.

-Eu não quero isso.- ela afirmou.

-Eu tão pouco. Mas eu abro mão de qualquer coisa por você. - Gilbert respondeu apaixonadamente.

-Isso não é justo. - Anne protestou. Por que as coisas não eram mais simples? Por que não podia ficar com Gilbert sem carregar nas costas todo o peso do passado de sua família naquelas terras?

-Então, fica comigo.- ele disse, beijando seus cabelos. - Eu quero me casar com você, quero que seja minha mulher , e prometo que não terá motivos para se arrepender disso.- e então a beijou daquele jeito que tirava seu fôlego , que tornava seu cérebro incapaz de pensar, e mesmo assim, ela tentou escapar daqueles lábios que eram sua perdição dizendo:

-Gil, precisamos conversar melhor sobre isso.

-Não fala mais nada, só me deixa te amar como você merece.

E mais uma vez ele a arrastou para aquele mundo de prazeres, onde tanto seu coração quanto seu corpo se rendiam aquele homem completamente.

Passava das nove quando Anne teve coragem de se levantar para o café da manhã. Gilbert havia saído de seu quarto meia hora antes, e ela pôde ter alguns minutos para si mesma, sozinha com seus pensamentos.

Gilbert lhe falara em casamento e isso era algo a se considerar. Era certo que não seria em um futuro próximo, mas saber que ele tinha isso em mente a deixava imensamente feliz.

Anne também o queria como marido. Se um dia realmente chegasse a se casar, não havia outra pessoa com quem gostaria de assumir tal compromisso que não fosse Gilbert, e apenas esperva que o amor de ambos fosse resistente o bastante para ultrapassar os obstáculos que teriam até lá.

Ela desceu as escadas, e foi direto para a sala de refeições onde encontrou apenas Ruby, tomando seu café sozinha.

-O tio John ainda não chegou?- Anne perguntou à irmã, assim que se sentou à mesa.

-Os empregados me disseram que não. - Ruby respondeu secamente, olhando para Anne de um jeito esquisito.

-O que foi, Ruby? Por que está me olhando assim? - Anne perguntou, tomando seu café devagar enquanto encarava a irmã severamente.

-Você deve saber.- a menina respondeu com petulância.

-Não fale comigo assim. Eu ainda sou sua irmã mais velha. Se tem alguma coisa te incomodando, tem que me dizer. - Anne falou com a voz alterada. Nunca tivera que falar com a irmã naquele tom antes, mas Ruby nunca fora tão claramente mal educada com ela como naquele momento.

-Certo.- Ruby respondeu, permanecendo calada até o fim do café da manhã.

Quando estavam no corredor já no andar de cima, Anne disse:

-Vamos até meu quarto , pois quero falar com você. - Ruby assentiu a contra gosto, e no momento em que entraram no quarto de Anne, a menina se sentou na cama e ficou olhando para as mãos enquanto a ruivinha lhe perguntava:

-Agora você vai me dizer o que está acontecendo para você falar comigo naquele tom irritante na mesa do café da manhã.

-Vou ter mesmo que dizer?- Ruby perguntou encarando a irmã de forma penetrante

-É claro que sim. Não sou adivinha e muito menos telepata para saber a causa da sua grosseria.- Anne respondeu, se sentando ao lado de Ruby na cama.

-A única coisa que quero saber é por que não me contou que você é o primo Gilbert estão juntos?- Ruby perguntou, e Anne ia negar, mas a menina disse:

-Eu o vi saindo do seu quarto essa manhã, sem camisa e apenas em shorts de dormir. Ele passou a noite aqui, não foi?- não havia como desmenti-la, por isso Anne respondeu:

-Passou sim.

-E achou que eu, sua irmã, não merecia saber sobre seu envolvimento amoroso com nosso tutor?- Ruby perguntou, mostrando-se muito magoada com a omissão da irmã.

-Ruby, não é isso. Acontece que essa situação é bastante complicada.- Anne falou, tentando encontrar uma maneira de explicar o que estava acontecendo, sem envolver a história de sua mãe. Ruby não precisava saber nada daquilo e Anne se encarregaria de protegê-la a todo custo.

-A quanto tempo estão juntos?

-Uns dois meses. - Anne respondeu, e ao ver a expressão da irmã, ela disse:- Eu não contei nada porque tio John não pode saber. Ele não se simpatiza comigo e tenho certeza de que não aprovaria meu namoro com Gilbert.

-Por que ele não se simpatiza com você?- Ruby perguntou, e Anne pensou no que dizer e como explicar a razão da antipatia do Blythe mais velho em relação a ela,sem deixar explícita que a lembrança de sua mãe era a maior responsável.

-Talvez o meu gênio e minha maneira de ser o desagrade, e ele jamais aceitaria que eu e Gilbert estamos apaixonados- Anne disse com certa tristeza.

-Ele te faz feliz?- Ruby perguntou com a expressão mais suave.

-Sim,ele faz muito feliz. - Anne respondeu com um enorme sorriso.

-E pensar que você o detestava no começo. - Ruby a lembrou, fazendo Anne rir.

-Sim, não pensei que poderia me apaixonar tão perdidamente por ele.- a ruivinha disse, com os olhos sonhadores.

-Eu estou feliz que vocês estejam juntos. Me desculpa se dei a entender o contrário. E se depender de mim , tio John não vai saber de nada.

-Obrigada, querida. - Anne disse, abraçando a irmã e se sentindo aliviada por tudo ter acabado tão bem entre elas.

Naquele momento, Gilbert estava cavalgando pela fazenda e inspecionando o trabalho realizado no dia anterior . Normalmente, ele não trabalhava nos fins de semana, mas resolvera dar uma volta sozinho para pensar.

A conversa que tivera com Anne naquela manhã não lhe saía da cabeça. Ele não podia deixá-la ir, pois seria como perdê-la. Passara nove anos sem ela, e não pretendia passar mais nenhum dia.

Depois que descobrira seus sentimentos por Anne, Gilbert percebera o quanto sentira falta dela em todos aqueles anos. Ela enchia Terracota com sua alegria, e tornara a vida de um adolescente de quinze anos muito mais feliz e leve, principalmente por conta do vazio que sentia com a falta de sua mãe.

Nunca imaginara que se apaixonaria daquela maneira, mas podia sentir em cada célula de seu corpo que Anne era a mulher da sua vida, mesmo que tivesse demorado para perceber. E como dissera para ela naquela manhã, ele iria se casar com ela, não importava o tempo que demorasse, ele a faria sua para sempre. E trataria de tirar da cabeça de sua cenourinha aquela ideia absurda de ir embora de Terracota.

Ele voltou para o estábulo onde pretendia deixar seu cavalo descansando, e ir direto para a casa falar com Anne. Queria sair com ela naquela noite, e tinha uma ótima ideia para isso.

Quando estava alimentando o animal, ele viu Winnie parada a alguns metros dele, o observando atentamente com um sorriso nos lábios que o rapaz não entendeu direito o que significava.

-Winnie, você por aqui? Precisa de alguma coisa?

-Não, eu só queria te ver mesmo. Estou te esperando a um bom tempo.- a loira respondeu, se aproximando do rapaz. - Você é tão forte.- ela disse, estendendo a mão e a deslizando sobre os músculos dos braços fortes rapaz. - Tão lindo.- ela tornou a dizer, levantando a mão e acariciando a lateral do rosto do rapaz, fazendo Gilbert se afastar , sem entender completamente as intenções da garota.

-O que significa isso, Winnie? Ficou maluca?

-Será que não entende que te amo? Que quero ficar com você?- ela tornou a se aproximar, e enroscou os braços em volta do pescoço dele.: - Eu não acredito que depois de todo esse tempo, você não sinta nada por mim.

-Winnie, eu já te falei várias vezes. Eu te vejo apenas como amiga, nada mais.- Gilbert respondeu, tentando tirar as mãos de Winnie de seu pescoço, mas sem sucesso. Ela parecia disposta a levar aquilo para outro nível, e não desistiria tão fácil.

-Vamos pelo menos tentar, Gil. Eu sei que posso te fazer se apaixonar por mim. Me dá uma chance, por favor. Até seu pai aprova, e acredito que ele deva ter falado com você sobre ficarmos noivos.

-Winnie, eu...- então, ele parou de falar como se sua voz tivesse se congelado em sua garganta, ao ver Anne parada na porta do estábulo, olhando para ele e Winnie como se tivesse visto um fantasma. Logo, Gilbert reconheceu um lampejo de ira dentro daqueles olhos azuis, e ele já sabia que uma tormenta estava à sua espera quando ficassem de novo sozinhos.

-Desculpa. Não queria interromper o casal. Volto depois para cuidar de Caramelo.- ela disse com a voz mais cortante que uma faca afiada.

-Você não está interrompendo nada, Anne.- Gilbert fez questão de frisar.

-É claro que está, e te aconselho a voltar bem mais tarde, porque nossa conversa aqui vai demorar.- Winnie disse com arrogância, fazendo Gilbert praguejar mentalmente contra a petulância da loira.

-Eu imagino.- Anne disse, dando uma última olhada nos braços de Winnie em volta do pescoço de Gilbert, e depois se virou voltando para a casa grande pisando duro.

Gilbert aproveitou para empurrar Winnie com delicadeza para longe de si e disse:

-Isso que você quer, não vai acontecer, Winnie. Se me dá licença, tenho coisas para fazer.

- É por causa dela, não é?- Winnie perguntou, fazendo Gilbert parar no meio do caminho, se virar para a loira e dizer:

-O que disse?

-É por causa da Anne que não quer nada comigo. Pensa que eu não percebo como se olham? Seu ciúme quando a vê com algum rapaz? Você disfarça muito mal , Gilbert. - a raiva na voz dela fez o rapaz responder:

-Não se meta na minha vida, Winnie. Eu não te devo nada.- assim, girou nos calcanhares e seguiu o mesmo caminho de Anne.

Dessa vez, o rapaz não perdeu tempo em procurá-la pela casa, pois sabia exatamente onde ela estava. Em questão de segundos, ele estava no andar de cima, e parou em frente a porta do quarto dela fechada, batendo com vigor sobre a madeira.

-Anne, abra essa porta para que a gente possa conversar. - ele disse, e como Anne não respondeu, o rapaz se preparou para bater na porta de novo, mas então ela foi aberta, e Gilbert se viu encarando o rosto molhado de lágrimas de Anne.

-Amor, por que está chorando?- ele perguntou, entrando no quarto e fechando a porta atrás de si

- Porque eu odeio a Winnie Rose. Odeio a maneira como ela está sempre à sua volta, o jeito que ela te olha, e como sempre encontra um jeito de tocar em você.- Anne respondeu, odiando a própria fraqueza por deixar Gilbert ver como se sentia vulnerável em relação aos seus sentimentos por ele.

-Não precisa ficar assim. Você sabe que não importa o que ela faça, é você quem eu amo.- Gilbert segurou o queixo dela com o polegar, enquanto sentia seu coração se partir ao ver os lábios trêmulos dela pelo choro , e seu olhar azul terrivelmente magoado.

-Então, por que não me contou que seu pai sugeriu que você ficasse noivo da Winnie? Eu ouvi quando ela disse isso a você.

-Eu não contei porque achei a ideia tão absurda que nem merecia ser considerada. Você é a única mulher com quem eu ficaria noivo sem hesitar um segundo. - ele a trouxe para seus braços, e continuou:- Acredita em mim, por favor.

-Eu acredito sim.- Anne respondeu, se alinhando nos braços dele, e pensando que era incrível como bastava Gilbert a abraçar daquela maneira para ela realmente acreditar que tudo entre eles daria certo, mesmo com as investidas de Winnie Rose.

-Sabe o que eu quero fazer hoje a noite? - ele perguntou, deslizando os dedos pelos cabelos macios dela.

-Não faço ideia. - Anne respondeu, aspirando o aroma daquele perfume amadeirado que era capaz de enloquecê-la em seus momentos mais íntimos.

-Você se lembra que tem um drive-in na cidade vizinha?

-Aquele que eu te implorava para me levar, e você dizia que não era lugar para criança?- ela perguntou, sentindo a empolgação começar a atingi-la.

-Esse mesmo. O que acha de ideia de irmos até lá hoje à noite?- Ele perguntou, olhando-a cheio de expectativas.

-Acho uma excelente ideia.- Anne respondeu sorrindo, e depois com uma expressão marota, ela perguntou:- Isso quer dizer que me acha crescida o suficiente para me levar até lá?

-Acho que isso não está em discussão aqui.- Gilbert respondeu com um sorriso malicioso,deixando que suas mãos escorregassem pelo corpo dela, até ouvi-la arfar. Depois sussurrou no ouvido de Anne:- Agora eu vou te mostrar o quão adulta você é para mim.

E deste modo, ele a deitou na cama, se acomodou no meio das pernas dela, iniciando um beijo que nenhum dos dois tinha pressa de terminar.

Muito mais tarde, especificamente ao cair da noite, eles estavam a caminho do drive-in que Gilbert havia lhe prometido, e Anne não conseguia conter sua excitação quase infantil de conhecer aquele lugar tão famoso na sua infância.

Foram inúmeras às vezes que pedira a Gilbert que a levasse até lá, e o que ela sempre recebia dele era um sonoro não, que a fazia se perguntar o que poderia ter de tão ruim em um cinema ao ar livre.

Só quando cresceu foi que veio a descobrir que o drive-in era usado como encontro de casais, onde coisas indecorosa poderiam acontecer, por isso , Anne entendeu o motivo de Gilbert se recusar a levá-la. No entanto, agora, como ele mesmo dissera, ela era adulta o suficiente para aproveitar cada minuto do lugar ao lado do seu namorado.

Logo que Gilbert parou o carro em um local específico, Anne não pôde deixar de notar a quantidade de veículos que havia por ali, e a maioria deles era constituída de casais.

O filme que iriam ver se chamava Cartas para Julieta. Era uma comédia romântica que Anne havia visto a alguns anos em Los Angeles, e apesar de ter adorado o filme, ela tinha dúvidas se Gilbert iria gostar, por não se tratar do tipo de filme que ele parecia gostar.

-Que tal se comprássemos pipoca e refrigerante?- Gilbert sugeriu, com o que Anne prontamente concordou.

Quando estavam na fila para serem atendidos, uma voz conhecida atrás deles disse:

-Gilbert Blythe. Que prazer encontrá-lo novamente.

-Michael Lewis.- Gilbert disse, ao se virar e reconhecer o rapaz atrevido que mesmo acompanhado de uma garota morena, não tirava os olhos de Anne.

-Não se esqueceu do rodeio daqui à duas semanas, não é?

-Aquele no qual você vai perder de novo para mim? Claro que não.- Gilbert respondeu no mesmo tom provocador do rapaz.

-Isso é o que vamos ver.- Michael disse rindo. - Nós vemos na arena daqui a duas semanas então. - ele afirmou, e depois, olhando para Anne de um jeito bastante sugestivo, ele acrescentou:-Até mais, Anne. Nós vemos por aí.

Anne sentiu o puxão forte de Gilbert em sua cintura, e a carranca dele tomar conta de todo o seu rosto, que durou até que chegaram no carro e se sentaram lado a lado.

-Quer desfazer essa cara, por favor. Não vai estragar nossa noite, por conta de um ciúme sem sentido.

-Eu não tenho ciúme. - Gilbert respondeu ainda com a expressão fechada.

-Tem certeza?- Anne perguntou, olhando para o rapaz com ar de riso que o fez admitir:

-Está bem. Eu fico louco de ciúmes só de ver o jeito como Michael te encara. Ele é tão atrevido.- Gilbert respondeu cheio de frustração.

-Não devia se preocupar. Eu te amo,Gil, e só tenho olhos para você.

-Eu acho bom, ou serei capaz de ir até o carro dele e amassar aquela cara de mauricinho que ele tem.- Gilbert disse com uma raiva imensa.

-Você é tão bobo, meu cowboy ciumento.- Anne disse, antes de beijá-lo.

E quando Gilbert aprofundou o beijo, a última coisa da qual Anne se lembrou foi do filme que acabava de começar.

-
Olá, para quem gosta dessa fic, mais um capítulo postado. Obrigada pela comentários e votos, vocês não sabem como isso me incentiva. Beijos e boa leitura.

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