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Capítulo 22- Eu quero só você


Anne passou a escova pela última vez nos cabelos, pegou seu celular e carregador, colocando-os na bolsa, e por último, se certificou que não tinha esquecido nenhum material que estava na lista que Gilbert lhe entregara a uma semana.

Era seu primeiro dia na faculdade, e estava ansiosa. Tinha se decidido finalmente, depois de muito pensar, e percebeu que não queria passar mais tempo em Terracota sem se preparar para o futuro.

Assim, escolhera o curso, fizera a inscrição pela Internet, e tinha sido aceita quase que imediatamente. Ela não tinha dúvidas que o sobrenome Blythe contribuíra para isso, e ela até desconfiava que tinha dedo do seu tutor naquilo, principalmente porque quando lhe perguntara, ele lhe lançara um de seus sorrisos enigmáticos, mas não lhe dera uma resposta concreta.

Anne suspirou aborrecida, ao pensar sobre isso, pois não sabia se lhe agradava a ideia de conseguir uma vaga na universidade por influência de um Blythe. Além de Gilbert, não queria nada daquela família, mas também tinha consciência de que não poderia ficar com seu tutor sem entender o pacote todo que vinha junto com essa escolha.

Ela olhou para o relógio e percebeu que era quase hora de descer para o café. Na verdade, ela colocara o relógio para despertar um pouco mais cedo do que o normal, pois tivera medo de acordar atrasada, e ali não havia ninguém que a acordaria caso dormisse demais.

John jamais lhe faria esse favor, ou pediria para uma das empregadas fazê-lo, e Gilbert aquela hora já estava nos campos, e não seria justo que ele largasse de suas obrigações apenas para que ela não perdesse a hora de se levantar.

Uma batida discreta na porta a surpreendeu e quando a abriu, Gilbert entrou rapidamente, tornou a trancar a porta, a pegou no colo, e a carregou de volta para a cama.

-Gilbert, eu preciso descer para o café. - Anne disse, sentindo-o se acomodar no meio de suas pernas.

-Ainda tem tempo.- ele disse, deslizando a ponta do nariz pelo pescoço dela, lhe causando um enorme calafrio na base da sua espinha.

-Por que ainda está em casa?- Anne perguntou, de olhos fechados, tentando conter a onda de desejo que ameaçava dominá-la quando sentiu os lábios de Gilbert no seu colo, exposto pelo decote da blusa.

-Porque eu queria namorar você antes que fosse para faculdade.- ele respondeu, subindo a mão pelas suas pernas sobre a calça jeans, até chegar no zíper que ele abriu com facilidade .- Que droga, Anne! Por que tem que estar tão vestida ?- Gilbert reclamou, insinuando sua mão por dentro da calça dela, acariciando sua intimidade sobre a calcinha, fazendo com que o corpo dela esquentasse perigosamente.

Anne tentou detê-lo antes que fizesse o que tinha em mente, porque se Gilbert insistisse em ir por aquele caminho, ela não resistiria, e estavam na casa do pai dele, onde sentia milhares de olhos sobre ela o tempo todo. Não queria dar motivo para ninguém daquela casa desconfiar do que estava acontecendo entre ela e Gilbert. Por essa razão disse:

-É melhor você voltar para o seu quarto. Isso não é uma boa ideia.

-Quem disse? - Gilbert perguntou, se sentando na cama e fazendo Anne se sentar em seu colo, com uma perna de cada lado do corpo dele.

-Eu estou dizendo. - ela falou, perdendo completamente o fôlego, quando seus tutor abriu os três botões de sua blusa, passando a ponta da língua por toda a extensão da sua pele nua, quase alcançando os seus seios.

-Argumento sem efeito. Você não quis passar a noite comigo no meu quarto, então não pode reclamar por eu estar cheio de hormônios inconstantes essa manhã.- e antes que Anne respondesse, a boca dele devorou a dela em um beijo onde ela conseguia sentir o desejo de Gilbert se chocar com o seu.

Com um gemido rouco, ela aprofundou o beijo, deixando que o rapaz a conduzisse pelo mundo das sensações que só ele sabia lhe proporcionar, enquanto as mãos de Gilbert passeavam por suas costas, e o corpo dela seguia o ritmo do dele, até que o beijo terminou por falta de ar.

Anne então o abraçou, colando suas testas, esperando que suas respirações voltassem ao normal, e só então conseguiu dizer:

-Você me tira o fôlego.- ela ouviu Gilbert rir e retrucar:

-Você é que não sabe o que faz comigo.- os dedos dele correram por seu rosto, sentindo a maciez da pele rosada e confessou:- Eu sou completamente louco por você.

-Você não devia estar aqui.- Anne falou, deslizando a mão pelo peito do rapaz sobre a camisa.

-Eu devia sim. Você é minha namorada, e eu te amo. - Gilbert se declarou mais uma vez.

-Adoro ouvir você dizer que me ama.- ela confessou, enquanto Gilbert fazia um carinho no seu queixo.

-Eu falaria mais vezes, se você permitisse. Na verdade, minha vontade é sair gritando essa verdade por aí. - ele disse isso com tanta convicção que Anne arregalou os olhos e pediu:

-Você não pode fazer isso. Estragaria tudo, Gil.

-Na verdade, eu acho que isso seria a solução para tudo, Cenourinha. Estou cansado de namorar você escondido, não poder te abraçar ou beijar quando eu quero. Por que não deixa que eu conte de uma vez que estamos juntos para todo mundo? - o rapaz fez a pergunta e Anne o olhou apavorada, balançando a cabeça em sinal de negativa.

Ela sabia exatamente o que aconteceria se permitisse que todos soubessem sobre eles, inclusive John. Ele iria dar um jeito de atrapalhar o relacionamento dos dois, pois julgava a filha pela mãe. Aos olhos dele, ela nunca seria boa o suficiente para Gilbert.

-Nós já falamos sobre isso, portanto, deixar que todo mundo saiba do nosso namoro está fora de questão. - ela disse, tentando se afastar dele, mas Gilbert segurou em sua cintura com força, mantendo-a próxima a si.

-Eu não sei por quanto tempo mais consigo fingir que não sinto nada por você. Estou completamente apaixonado, e tudo o que quero é ter o direito de estar com você sem ter que esconder meus sentimentos. Essa situação está se tornando intolerável para mim.- Gilbert respondeu, parecendo aborrecido, e Anne o abraçou dizendo:

-Acha que é fácil para mim? Eu também amo você, e também queria poder ficar com você às vistas de todo mundo. Mas nós dois sabemos que seu pai nunca aceitaria nosso namoro.

-Eu não me importo com meu pai, Anne. A única coisa que realmente importa para mim é você, e seu eu tiver que romper com minha família por você, eu farei isso sem arrependimento nenhum. - Gilbert afirmou, olhando-a com seus olhos verdes que sempre a envolviam com seu calor.

-Você nos percebe em que situação isso me deixa? Seu pai detesta minha mãe porque pensa que ela afastou seu tio da família. E o que acha que ele vai pensar de mim, se eu afastar seu único filho dele?

-Eu sou um homem adulto, e faço minhas próprias escolhas. Meu pai me conhece o suficiente para saber disso. Eu quero ficar com você, será que ainda não entendeu isso?- Gilbert perguntou, afundando as mãos na cabeleira macia, ao mesmo tempo em que deixava seus olhos se perderem naquele rosto de anjo. Ele nunca se cansava de olhar para ela, e sua felicidade estava exatamente dentro daqueles olhos azuis.

-Eu também quero ficar com você, mas enquanto estivermos em Terracota creio que nosso amor terá que ficar nas sombras.- Anne disse com certa tristeza. Detestava quando Gilbert trazia à tona esses assuntos tão sérios, pois acabavam ficando desconfortáveis um com o outro. Nunca concordavam, e tal discordância acabava criando um clima tenso entre eles.

-Você não espera que eu passe os próximos dois anos, fingindo que temos uma relação fraternal.- ele falou com incredulidade.

-Não vejo outra alternativa . Tenho Ruby a considerar. Não posso ser egoísta, e esquecer que minha irmã está bem no meio dessa situação. Não vou estragar as chances dela ser feliz aqui onde está a família dela.- Anne afirmou, deixando Gilbert ainda mais aborrecido.

-Você percebeu que tem consideração por todo mundo nessa história, menos por nós dois? Os nossos sentimentos deviam importar mais do que os de outras pessoas.- o rapaz disse, se levantando da cama e caminhando pelo quarto, mostrando toda a sua irritação.

-Como disse, eu não posso ser egoísta, Gil.- ela tentou fazê-lo entender seu ponto de vista, mas sua resposta surtiu o efeito contrário, pois o rapaz respondeu:

-Mas você está sendo egoísta, Anne, principalmente com nós dois. - ele caminhou para a porta, saindo por ela, fazendo Anne suspirar inconformada ao perceber que ela e Gilbert nunca concordariam naquela situação. Ele simplesmente se tornava surdo aos seus argumentos, e não chegavam a lugar nenhum.

Ela desceu as escadas um tempo depois, e tomou seu café da manhã sozinha, o que de certa forma não a aborreceu, pois após a conversa tensa que tivera com Gilbert, ela não estava disposta a trocar farpas com mais ninguém naquele dia.

O motorista da casa a levou para a Faculdade, e quando se viu diante daquela prédio imenso, Anne quase não acreditou que tinha conseguido.

Ela se lembrou das inúmeras conversas que tivera com a mãe sobre a faculdade, e também do apoio que recebera de William. Porém, nos últimos anos, com a doença e morte de Bertha, as coisas tinham ficado extremamente complicadas, e sua vida acadêmica foi deixada de lado, diante dos desafios de cuidar de uma casa, da educação de Ruby, e ainda consolar o padrasto que parecia ter perdido o seu rumo adiaram o seu sonho.

Mas agora estava ali, e ia vivê-lo como sempre desejara, só não tinha seus pais para olhá-la com orgulho por ter finalmente alcançado os degraus do seu maior objetivo.

Assim, ela caminhou para o dentro do prédio, sentindo o impacto da grandiosidade do lugar. Era verdade que já havia estado ali com Gilbert antes, mas ver a faculdade com os olhos de uma estudante dava-lhe uma perspectiva diferente.

Sua primeira aula seria de Direito Internacional, já que escolhera Comércio Exterior como seu curso, e em suas mãos ela tinha um mapa que lhe indicava exatamente onde, e em qual horário as aulas ocorreriam.

Estava naquele momento tentando encontrar a sala 2 C, com os olhos pregados no mapa para não se perder, quando trombou com alguém que vinha em sentido contrário, derrubando todo o seu material no chão.

-Mil perdões, senhorita. - ela ouviu uma voz masculina dizer, e quando levantou a cabeça para responder que estava tudo bem, se deparou com olhos castanhos inteligentes em um rosto marcante e bonito que a fitavam com curiosidade. - Deixe-me ajudá-la. - o rapaz lhe falou, estendendo-lhe a mão de forma galante que Anne não teve como recusar.

-Obrigada. - Anne disse, um pouco sem graça pela maneira como o rapaz a encarava.

-Acho que nunca a vi por aqui antes. - o rapaz declarou, observando o rosto dela como se puxasse pela memória algum indício de que a conhecia de algum lugar antes.

-É o meu primeiro dia aqui. - Anne explicou, e viu os lábios do rapaz se abrirem em um sorriso ainda maior.

-Ah, uma caloura. Sabia que se tivesse visto um rosto como o seu, eu jamais teria esquecido. Sou Michael Lewis, segundo ano do Curso de Direito.- ele se apresentou, estendendo-lhe novamente a mão que apertou a dela com delicadeza.

-Sou Anne Shirley Cuthbert. - ela decidiu não mencionar o seu sobrenome adotado dos Blythes, porque não queria ser tratada diferente por causa dele.- Primeiro Ano do Curso de Comércio Exterior.- ela completou.

-Então sou a primeira pessoa com quem falou por aqui hoje?- o rapaz perguntou com seus olhos cintilando.

-Creio que sim. Ainda nem sei direito onde ficam as salas do meu curso.- Anne respondeu franzindo a testa, enquanto tornava a olhar para o mapa em sua mão.

-Serei seu anfitrião. Que honra. - ele disse de forma divertida que fez Anne rir, e perguntou logo em seguida: - Qual é sua primeira aula do dia?

-Direito Internacional. Aqui diz que fica na sala 2 C.- Anne o informou.

-Venha comigo. Eu te levo até lá. - Michael disse, enquanto Anne se sentia aliviada por não ficar perdida no campus logo no primeiro dia.

O rapaz era bastante extrovertido, e tagarelava sem parar, contando a Anne fatos sobre a universidade e sobre os professores também, o que ela ouvia atentamente, tentando absorver o máximo de informação possível, e logo entendeu que se quisesse saber qualquer coisa por ali, Michael seria uma ótima fonte para ajudá-la nisso.

Quando chegaram na sala onde Anne teria sua primeira aula, Michael se dirigiu a uma garota de cabelos loiros iguais aos dele e disse:

-Melissa, essa é minha nova amiga Anne. Por favor, a faça se sentir confortável e muito bem-vinda.- e depois se virou para Anne e explicou:- Essa é minha irmã. Acho que vai gostar de sua companhia, apesar de ela ser bem pentelha às vezes.- ele riu, bagunçando os cabelos da menina que revirou os olhos, fazendo Anne rir também. Já não estava tão tensa como quando chegara ali, e tudo graças aquele rapaz espirituoso e divertido.

-Posso dizer o mesmo de você, irmãozinho. - a garota respondeu em tom de deboche.

-Eu sei que você me ama, Mel. Não precisa ser tão carinhosa na frente da Anne. - Michael respondeu, dando um beijo no rosto da irmã para provocar, o que a fez limpar o rosto com o dorso da sua mão direita e dizer:

-Eca! Depois a melosa sou eu.

-Preciso ir para minha aula. Cuida bem da Anne. A gente se vê no intervalo.- o rapaz disse se despedindo.

-É seu primeiro dia aqui? - Melissa perguntou enquanto levava Anne até a carteira que era vizinha à sua.

-Como estudante sim, mas já havia visitado a Universidade a dois meses atrás. - Anne respondeu, observando os traços bonitos da garota, que realmente lembrava muito o irmão.

-Relaxa. O primeiro dia é sempre difícil, mas o pessoal aqui é bem legal.- Melissa contou, e Anne respondeu, grata por ter conhecido alguém tão agradável logo no primeiro dia:

-Eu espero que sim. Ainda estou me sentindo um pouco deslocada. Me mudei de Los Angeles para cá faz pouco tempo, e não fiz muitos amigos desde então.

Na verdade, sua vida tinha sido tão consumida por Terracota, pelos problemas que a esperavam lá e pelos seus sentimentos por Gilbert, que não tivera cabeça para sair de seu próprio isolamento, e se dar a oportunidade de conhecer outras pessoas. Talvez agora com sua vinda para a Faculdade, sua vida tomasse um novo rumo, e ela conseguisse voltar a ser a Anne alegre e festiva que costumava ser quando vivia em Los Angeles.

-Não se preocupe. Vou te apresentar todo mundo, e logo você se sentirá em casa. Temos muitas festas, e encontros nos finais de semana. Sem contar que meu irmão é bastante popular, e pode te ajudar com isso também.- Melissa disse de forma tão animada, que acabou contagiando Anne com seu bom humor e energia.

Logo a aula teve início, e a conversa teve que ser deixada para mais tarde. No intervalo, elas se encontraram com Michael e como prometido, Melissa lhe apresentou várias pessoas, assim como o irmão, e no prazo de uma hora ela já tinha recebido vários convites para festas e churrascos para os próximos fins de semana, aos quais ela não aceitou nem recusou, preferindo deixar em aberto, pois não sabia quais eram os planos de Gilbert para os dois.

Quando seu primeiro dia de aula terminou, Anne sentia-se bastante satisfeita consigo mesma, pois tinha adorado todas as suas aulas e professores, e ainda conseguira fazer alguns amigos, o que considerava pontos bastante positivos.

Na saída, Michael a viu parada no portão da Faculdade, se aproximou com o mesmo sorriso com o qual Anne o conhecera e perguntou:

-Está indo para casa?

-Sim. Estou esperando minha carona. - Anne respondeu, retribuindo-lhe o sorriso.

-Você não aceitaria almoçar comigo? Isso é, se estiver livre?- o olhar dele sobre ela era bastante significativo, e Anne viu ali um interesse que não deveria existir, pois imediatamente a deixou desconfortável e sem saber o que responder por alguns segundos. Mas logo, pensou que teria que dizer alguma coisa para o rapaz que esperava pacientemente pela sua resposta, por isso, tentando não parecer indelicada, depois de toda hospitalidade que o rapaz tinha lhe oferecido ao chegar ali, ela disse:

-Obrigada, mas eu acho que....

-Anne!- a voz de seu tutor chegou até ela, fazendo-a congelar, ao mesmo tempo que seu coração quase parou de bater com o susto, e só piorou ao ver a expressão de Gilbert mais severa do que o normal.

-Eu atrapalho alguma coisa?- foi a primeira pergunta que ele fez, olhando firmemente para Anne que respondeu:

-Não. Esse é Michael Lewis. Ele teve a gentileza de me ajudar no meu primeiro dia aqui.

Os dois homens se encararam por dois minutos, enquanto Anne sentia uma tensão estranha no ar. Gilbert se mantinha sério enquanto Michael sorria ironicamente, e não fazia nenhum movimento para cumprimentar seu tutor e vice versa.

-Eu sei quem ele é. - Gilbert disse, depois de alguns segundos desconfortáveis entre eles, deixando Anne surpresa, olhando de um para outro, sem entender o comportamento de ambos.

-Como vai, Blythe? Pronto para perder no próximo rodeio?- Michael disse com um sorriso sarcástico, fazendo Gilbert travar o maxilar de pura raiva.

-E para quem acha que vou perder? Para você?- Gilbert respondeu, olhando para o rapaz com puro desdém.

-Já quase perdeu uma vez. - Michael respondeu, olhando diretamente para Anne, fazendo o sangue de Gilbert ferver, enquanto ele segurava a cintura dela com possessividade.

- Mas não perdi. E você vai ter que praticar muito se quiser chegar ao meu nível. - Gilbert respondeu com certa arrogância, fazendo Anne olhá-lo surpresa, e ver o mesmo tipo de atitude em Michael, entendendo que ali havia uma briga de egos masculinos, doidos para provarem sua força um sobre o outro, e ela estava bem no meio do fogo cruzado.

-Sua arrogância é que vai derrotá-lo, e aí vai perder bem mais que seu cinturão de ouro.- Michael disse, olhando para Anne de novo tão intensamente, que Anne viu o maxilar de Gilbert virar uma pedra, enquanto Michael se despedia com um sorriso cheio de ironia.

-Vamos. Vou te levar para casa.- Gilbert falou com a voz tão dura, que Anne achou melhor não contrariá-lo, porém, quando entraram no carro, ela não aguentou e perguntou:

-O que veio fazer aqui? Eu pensei que o motorista da fazenda viria me buscar depois da aula.

-Eu queria te ver. Não fiquei satisfeito como as coisas ficaram entre nós essa manhã, mas pelo jeito, você não gostou da surpresa, pois estava bastante entretida falando com aquele idiota.- Gilbert disse com a voz zangada, irritando Anne por perceber a nota de ciúme escondida ali, e por isso, respondeu com rispidez.

-Ele apenas foi gentil com uma caloura no seu primeiro dia de aula. Não tem nada demais nisso.

-Michael estava explicitamente te paquerando, será que não percebeu?- Gilbert perguntou, aproximando seu rosto do dela.

-Ah, faça me o favor, Gilbert. Você com ciúmes se comporta como um idiota. - Anne respondeu, tentando se afastar dele, mas o rapaz segurou em seu braço, a trouxe para mais perto, fazendo-a encará-lo, olho no olho e afirmou:

-Você é minha. Ninguém tem o direito de olhar para você, muito menos Michael Lewis.

-Não sou um de seus cavalos para ser domado ou disputado. Deixe para brigar com Michael nas arenas dos rodeios que participam e me deixe fora disso. - Anne disse com raiva, pois odiava quando Gilbert se tornava possessivo a ponto de querer torná-la sua propriedade.

Ao invés dessas palavras colocarem uma distância maior entre os dois, só fez com que Gilbert se aproximasse mais, segurasse em sua mão, e pregasse seus olhos nos dela que se sentiu literalmente como uma libélula atraída pela luz. Aqueles olhos verdes eram como fogo, e ela já estava queimando neles sem chance de escapatória.

-Você não gosta quando digo que é minha, mas não resiste a cada beijo que te dou.- Gilbert falou tão perto do seu ouvido, que só a respiração dele em seu pescoço foi capaz de enviar mensagens para seu corpo inteiro. - Você diz que odeia quando tenho ciúme e sou possessivo, mas se derrete toda quando te toco.- as mãos dele já estavam em sua cintura, se insinuando para dentro de sua blusa, e antes que tocassem sua pele, e ela cedesse de vez, Gilbert ainda disse com os lábios quase tocando os dela:- Então, minta para mim, e me diga em que momento, desde que nos conhecemos, que você não foi minha?

Anne queria protestar, e dizer que ele estava errado, mas quando os lábios de seu tutor cobriram os seus, seu cérebro simplesmente amoleceu, e ela deixou que Gilbert a dominasse completamente com sua paixão.

O beijo foi poderoso como todos os que trocavam, havia o gosto do desejo e do proibido, aquela vontade insana de se entregarem de vez, enquanto sabiam em suas mentes que ali não era o lugar certo, mas ainda assim seus corpos gritavam por algo mais do que estavam tendo no momento, porque não era suficiente, nunca seria, e só se satisfariam com a submissão total de seus corpos, ardendo juntos nas chamas de uma paixão que nunca foi branda entre eles desde a primeira que se tocaram e entenderam que nunca mais se libertariam um do outro.

Quando se afastaram, Anne apoiou a cabeça no ombro de Gilbert, que lhe acariciava os cabelos com suavidade. Eram aqueles momentos, mesmo que tivessem brigado por algum motivo, que valiam a pena por estarem juntos, sem terem que esconder seus sentimentos ou fingir que nada significavam um ao outro.

-Desculpe-me por hoje de manhã. Acho que me excedi.- Gilbert disse, fazendo Anne levantar a cabeça e responder:

-Tudo bem. Eu entendo sua frustração, e sei o quanto é difícil para você esconder isso que estamos vivendo das outras pessoas, principalmente de seu pai. Essa sempre foi uma característica que admirei em você. Sua lealdade com sua família, e seu compromisso em sempre dizer a verdade a todo custo. Eu sinto muito que seja eu a lhe pedir que faça o contrário. - ela acariciou aquele rosto bonito, como se fosse a coisa mais preciosa que já tivera em mãos.

De certa forma, Gilbert Blythe era seu tesouro mais cobiçado e mais amado, pois levara nove anos para tê-lo somente para si, mesmo que sequer tivesse imaginado, que sua vinda para Terracota lhe daria aquele rapaz como recompensa por toda tristeza que tivera ao ir embora do único lugar que um dia ousara chamar de lar.

-Eu faço isso por você, porque sei que tem medo que meu pai possa nos separar, mas eu queria que acreditasse em mim quando digo que ele não pode. Eu sou um homem que sabe o que quer, e o que eu quero é você. Se eu tiver que ir até o fim do mundo para ter você, eu o farei sem pensar duas vezes.- Gilbert disse com toda a convicção da sua alma. Aquela garota era sua vida, e não ia deixar que ninguém a tirasse dele. Ele amava demais seu pai, o respeitava como tal, e sempre acatara a autoridade que ele tinha sobre sua família, mas Anne tinha um significado em sua vida que nada mais tinha, e por ela, Gilbert daria as costas para todos os valores que conhecia, e desistiria do próprio nome para provar a Anne que seu amor não conhecia nenhum tipo de limitação, era todo dela e só dela.

-Eu acredito em você, mas ainda assim eu temo pelo que seu pai pode fazer se descobrir que estamos juntos.- Anne respondeu, enquanto Gilbert acariciava o dorso de sua mão.

Ela sabia que as palavras dele eram verdadeiras e que suas intenções também, mas conhecendo uma face de John Blythe que talvez Gilbert nunca tivesse percebido que ele tinha, Anne se perguntava se na hora em que a lealdade de Gilbert tivesse que ser testada, o que o pai dele não faria para manter seu único filho por perto?

-Está bem. Vamos continuar fazendo do seu jeito. Não quero mais brigar com você por isso. - Gilbert falou, beijando a testa dela com carinho fazendo Anne sorrir.

-Também detesto brigar com você. Gosto mais quando a gente está se beijando. - Anne disse, aproximando os lábios dos dele de novo. Porém, antes que Gilbert fizesse o que ela desejava, ele disse baixinho, com um sorriso convencido que fez Anne revirar os olhos:

-Eu disse que você era louca por mim.

E assim, eles trocaram alguns beijos apaixonados, até que Gilbert se separou dela com relutância e falou:

-Acho melhor irmos para casa. Você deve estar morrendo de fome, e eu preciso voltar ao trabalho. Inventei que precisava resolver um assunto por aqui, e por isso lhe daria uma carona de volta da faculdade, e se eu começar a demorar muito, meu pai pode desconfiar, e não queremos que isso aconteça de jeito nenhum, não é?

-Tem razão. Precisamos ir. - Anne o olhou um pouco tristonha e perguntou:- Quando vamos ficar juntos de novo?- Gilbert também lhe respondeu com um sorriso triste, acariciando de leve o queixo dela:

-No fim de semana. Vou pensar em alguma coisa.- ela concordou com um suspiro, pensando no quanto era complicada aquela situação, e o quanto odiava John Blythe por obrigá-la a viver aquele amor como se fosse algo sujo e errado.

Mas só ela sabia as coisas que ele já lhe dissera, e para poupar Gilbert de ter que se colocar na posição de ter que escolher entre ela e a vida que amava naquela fazenda, ela suportaria tudo, porque se havia algo que valesse a pena em toda aquela história era aquele amor que carregava dentro de si quase uma vida inteira.

A semana passou rápido, pois ocupada com as atividades acadêmicas, Anne quase não teve tempo para muita coisa. Ela e Gilbert se falavam por mensagens todos os dias, onde extravasavam seus sentimentos apaixonados um pelo outro, enquanto que nas refeições de família tentavam fingir um tipo de relacionamento superficial que internamente os machucava imensamente.

Não tiveram mais oportunidades de ficarem realmente sozinhos, a não ser por alguns beijos furtivos, trocados as escondidas antes de irem para cama, o que os deixava em uma frustração intensa e loucos de desejo um pelo outro.

Na sexta-feira de manhã, Anne teve uma boa notícia. Gilbert lhe mandara uma mensagem dizendo que teriam uma festa de amigos para ir à noite, e que ela se preparasse, pois poderiam ficar juntos o tempo inteiro, sem que tivessem que fingir ou dissimular seu relacionamento na frente de outras pessoas.

Animada, e imaginando mil possibilidades para aquela noite com o namorado, Anne caprichou no visual. Pensando em surpreender Gilbert, ela colocou uma mini saia preta de couro, uma camisa jeans de mangas compridas, cujos primeiros botões, ela deixou abertos, evidenciando seu colo bonito e macio.

Nos pés, ela calçou sapatos de salto que a deixavam tão alta quanto Gilbert, escovou os cabelos até ficarem brilhantes e sedosos, e como maquiagem ela delineou os olhos com lápis preto, e passou batom coral, realçando seus lábios carnudos e rosados.

-Vai sair?- ela ouviu Ruby perguntar timidamente da porta.

-Gilbert me convidou para ir uma festa de amigos, e resolvi aceitar. Como estou?- Anne perguntou, após passar algumas gotinhas do seu perfume favorito atrás da orelha.

-Está maravilhosa.- Ruby respondeu, e depois, observando a irmã com atenção, comentou:- Fico contente que pareça mais feliz, vivendo aqui. Quando viemos para cá, você parecia tão triste que pensei que nunca te veria sorrindo desse jeito de novo.

-Decidi aceitar as coisas como são, e levar a vida de forma mais leve.- Anne mentiu. Ainda não podia contar a Ruby que Gilbert era o responsável por sua alegria, e que se não fosse por ele, ainda estaria odiando morar sob os domínios de John Blythe. - Vai ficar em casa hoje? - ela perguntou, vendo a menina de pijama.

-Minie May vai vir aqui para assistirmos um filme juntas, e também vai passar a noite.- Ruby explicou, e Anne disse:

-Espero que se divirta. Vou descer, pois o Gilbert já deve estar me esperando.

-Tenha uma boa noite.- Ruby respondeu, ao ver a ruivinha saindo para o corredor.

-Obrigada.- Anne respondeu, e logo estava descendo as escadas, e quando encontrou Gilbert no Hall de entrada, o olhar que ele lhe lançou era tão faminto, que ela se sentiu literalmente devorada por ele:

-Você realmente quer acabar comigo.- ele disse ao se aproximar, em um tom de voz que somente Anne conseguia ouvir.- Como quer que eu me comporte a noite toda com você vestida desse jeito?

-A ideia é essa.- Anne disse com um sorriso ladino, que fez Gilbert rir de forma maliciosa e responder:

-Então, minha Cenourinha está ficando saidinha, não é?

-Estou aprendendo com você. - Anne afirmou, fazendo Gilbert quase rir alto ao dizer:

-Adoro uma mulher ousada.

-E eu adoro você. - Anne disse, baixinho no ouvido dele, fazendo Gilbert se arrepiar inteiro, e por pouco ele não esqueceu que estavam indo a uma festa, e não a arrastou para o quarto.

Se controlando a tempo, ele a conduziu até o carro, e pelos quinze minutos que durou a viagem, o rapaz tentou se concentrar na estrada, e não no belo par de pernas exposto a seus olhos sem pudor algum.

A festa aconteceria em um barzinho bastante popular no centro da cidade. Quando entraram, Anne gostou do lugar logo de cara, pois foram cumprimentados por várias amigos de Gilbert, que após serem apresentados a ela, já começaram a tratá-la como se fizesse parte do grupo deles. E assim, ela e Gilbert circularam por entre vários grupos de mãos dadas, trocando olhares cúmplices e sorrisos que mostravam bem como estavam felizes por finalmente poderem estar juntos.

Mas como tudo que é bom dura pouco, Anne não poderia imaginar que sua noite com Gilbert seria interrompida pela única pessoa que não desejava encontrar naquela noite, pois quando o rapaz a estava apresentando para mais alguns amigos, Winnie surgiu em sua frente e disse:

-Então, você conseguiu convencer Gilbert a te trazer? Devia ter ficado em casa, pois aqui não é lugar para garotinha como você.- Anne ficou lívida, ao mesmo tempo que olhava para Gilbert tentando entender como a loira azeda tinha aparecido justamente ali, onde ele dissera que poderiam ficar juntos sem se esconderem de ninguém. Mas Gilbert parecia tão surpreso quanto ela, e balançou a cabeça de forma discreta, de modo que Anne entendesse que ele não tivera nada a ver com aquilo.

Assim, não desejando que Winnie tivesse a última palavra, Anne disse completamente irritada:

-Onde vou ou deixo de ir não é da sua conta, Winnie. Por que não cuida da própria vida?

-Como essa garota é mal educada. Você devia ensiná-la a se comportar, Gil.- Winnie disse com sua voz tão melosa, que Anne sentiu uma vontade enorme de bater naquela cara aguada, mas para não piorar a situação, ela disse com a voz seca:

-Com licença. - e foi em direção ao primeiro garçom que encontrou, e pegou para si mesma um refrigerante para aliviar sua garganta seca.

E assim teve que assistir na próxima hora, os sorrisos melosos de Winnie para Gilbert, a maneira como ela sempre dava um jeito de se encostar nele, tocá-lo a todo instante, se pendurar nele como se o rapaz fosse sua propriedade. Para não cometer nenhuma loucura, pois seu ciúme a estava levando exatamente para aquele caminho, Anne decidiu sair de perto e dar uma volta pelo barzinho para esfriar a cabeça.

Quando estava observando alguns casais que naquele momento estavam dançando, ela ouviu atrás de si:

-Que sorte a minha te encontrar aqui.- ela se virou e sorriu timidamente ao ver Michael a quem tinha evitado a semana inteira por causa de Gilbert, e disse:

-Oi, Michael.

-O que está fazendo aqui, sozinha? Pensei que o Blythe estaria marcando território.- ele disse com um sorriso cativante, que fez Anne responder cheia de ira ao pensar no namorado com Winnie.

-O Gilbert não manda em mim.

-Então dança comigo.- Michael a convidou, lhe estendendo a mão.

-Está bem.- Anne disse, segurando a mão do rapaz que a levou até a pista de dança.

Michael a envolveu pela cintura, trazendo-a para perto se si, enquanto Anne o abraçou pelo pescoço, encostando a cabeça no ombro do rapaz. Assim, eles começaram a se mover a passos lentos, ao som da música romântica que embalava o sonho de muitos casais naquele momento.

Michael era um ótimo dançarino que sabia conduzi-la muito bem pela pista de dança, embora ele não fossem quem Anne desejasse ali com ela naquele momento. Ainda assim, ela se deixou levar pela delicadeza do rapaz que parecia desejar tornar aquele momento prazeroso para ela.

Quando a música terminou, e eles deixaram a pista de dança, Anne engoliu em seco ao ver o seu tutor observando a ambos de braços cruzados e com os olhos tão furiosos que ela temeu que ele fizesse uma cena. Principalmente quando Michael a olhou de um jeito especial, antes de se despedir, deu-lhe um beijo no rosto, e disse:

-Obrigado pela dança. Espero repeti-la outras vezes.

Anne olhou para Gilbert que fechara os olhos e parecia estar fazendo um enorme esforço para se controlar, e soube que sua noite tão promissora tinha acabado naquele instante, pois Gilbert abriu os olhos novamente e falou:

-Vamos para casa.

Ela o seguiu até o carro completamente em silêncio, e assim permaneceu durante toda volta para casa, o que não foi diferente com Gilbert. Ele estava tão furioso que preferiu ficar calado ou acabaria discutindo com Anne de um jeito que não desejava.

Quando chegaram em Terracota, Anne entrou no casa, e subiu as escadas rapidamente, indo em direção a seu quarto, mas não teve tempo de entrar, pois Gilbert a segurou pela cintura, e a pressionou com seu corpo contra a parede do corredor.

-Ficou louco? Alguém pode nos ver aqui.- ela disse assustada.

-Pouco me importa. Você não vai escapar de me responder por que estava dançando com aquele babaca?

-Você estava com a Winnie, então não pode reclamar de nada.

-Eu não estava com a Winnie.- Gilbert respondeu, segurando-a com mais força, ao perceber que ela pretendia escapar dele.

-Mas permitiu que ela tocasse em você. - Anne respondeu odiando-se por deixar que Gilbert percebesse seu ciúme.

-Que se dane a Winnie. Não é ela que eu quero, será que ainda não entendeu? Eu quero só você. - ele disse, segurando seu rosto nas mãos.

-Não era o que parecia.- Anne disse com teimosia, sentindo Gilbert puxá-la contra o corpo dele, enquanto dizia:

-Eu tenho que disfarçar, porque você me pediu que fosse assim. Mas sou completamente maluco por você. - Gilbert respondeu, de fazendo Anne respirar mais rápido, quando a boca dele desceu sobre a sua possessiva e de forma quase violenta.

Ela se agarrou ao ombro dele, enquanto as mãos dele deslizavam de sua cintura pelas laterais de seu corpo, subindo o tecido um pouco para cima, expondo a pele de sua barriga, onde ele tocou logo em seguida, ao mesmo tempo em que os lábios dele continuam trabalhando sobre os dela, tirando-lhe a sanidade e a noção do perigo de que qualquer pessoa poderia pegá-los ali.

Anne sentiu as mãos de Gilbert subindo pelo seu tronco, e a maneira como ele reagiu ao chegar aos seus seios e perceber que ela estava sem sutiã. Ela gemeu quando ele massageou cada seio por debaixo da blusa, e sentiu seu corpo arder quando ele os mordiscou por cima do tecido, deixando-a completamente mole e com a respiração descompassada.

Ao perceber que ela estava tão excitada quanto ele, o rapaz a pegou no colo e disse:

-Hoje você vai dormir no meu quarto e na minha cama.

Sem protestar, Anne deixou que Gilbert a carregasse pelo corredor, enquanto em sua mente a única coisa que se passava era a noite ardente de amor à sua espera.


Olá, capítulo postado. Espero que gostem e me deixem seus votos e comentários. Beijos e obrigada.



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