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Capítulo 5 - Primeiro Dia

Genteee! muito obrigada a quem comentou, quem esta favoritando a fic, eu espero que estejam gostando!
Aqui vai mais um capitulo!  


Lauren Jauregui's Point Of View.

O primeiro dia era sempre o mais tranquilo, apenas apresentações e reuniões. Richard, o responsável pelo pólo de Miami iria sair rápido demais, não daria muito tempo de eu me inteirar sobre a situação em que tudo andava. Hoje mais cedo, ele me apresentou a mulher que me ajudaria nessa difícil tarefa. Camila Cabello. Apesar de seu evidente nervosismo, ela me parecia alguém muito competente e esforçada. Pelas recomendações de Richard, Camila estava por dentro de cada detalhe da empresa, como uma ótima secretaria ou braço direito. Além de ser uma mulher extremamente atraente,Srta. Cabello como eu chamava, era uma linda morena de traços latinos, seu rosto magro era lindamente modelado, seu nariz era pequeno e sua boca carnuda, pude notar que seus olhos eram castanhos. Ela usava um justo e modelado vestido na cor turquesa, ressaltando suas belas curvas. Seu cabelo era escuro, liso, até o meio das costas, estava parcialmente preso por um delicado laço na parte de trás. Seu olhar era temeroso, e um tanto assustado para mim. Será o que lhe causa tanto medo? O que será que ela sabia de mim? Céus! Fui o mais gentil possível, o que não era de minha natureza, mas a moça assustada merecia gentileza, já que seria praticamente minha companheira ali. Expliquei a ela a forma como gostava de trabalhar, e de tudo que eu iria precisar no dia a dia, Camila pareceu entender tudo perfeitamente bem, anotou algumas das coisas em sua pequena agenda azul. E logo depois se retirou.

Estudei pelo resto do dia alguns relatórios deixados em minha sala, pelo jeito tudo esta andando bem por aqui. Mas precisava melhorar, pensei. Mesmo focando naqueles papéis, algo, ou melhor, alguém, me desconcentrava. Desde a noite anterior a dançarina não saia um minuto sequer da minha cabeça.A imagem dela dançando de forma tão sensual estava penetrada em meus pensamentos. Droga, Lauren! Como eu poderia deixar uma mulher a qual nem se quer troquei uma palavra invadir meu espaço tão rápido? Neguei com a cabeça, tentando afastar a imagem daquela morena rebolando de forma sexy para mim, isso mesmo para mim. Mas era impossível, eu precisava vê-la de novo. No final de seu show, me senti um tanto frustrada e alegre por ela não receber as pessoas, se ela não recebia qualquer um que lhe oferecesse dinheiro, era um tanto de bom caráter... foi quando senti mais vontade de vê-la, mas minha vontade foi recusada.

- Sra.Jauregui? – ouvi alguém me chamar, tirando Karla de meus pensamentos.

Camila entrou na sala timidamente.

- Lhe trouxe o café que a senhora pediu, está bem quente – ela falou colocando ao meu lado.

- Obrigada. Srta.Cabello. Sabe me dizer se Richard está na empresa?

Ela caminhou para frente de minha mesa, com a pequena bandeja nas mãos.

- Ele já foi embora senhora, a maioria já foi.

Olhei para ela um tanto confusa, todos já estavam indo embora? Que horas deveria ser? Peguei meu celular olhando para o visor e já passava das 20hrs.

- Oh, céus! Já passa das oito!O que ainda faz aqui,Cabello?

- Bom, senhora... estava terminando os relatórios que me pediu.

- Deixe-os para amanhã, você pode ir para sua casa.Esqueço das horas, às vezes. Peço que me ajude nisso também, ou é bem capaz de lhe fazer trabalhar a madrugada toda.

Camila assentiu tranquilamente, eu fitei a mulher parada em minha frente, analisando disfarçadamente. Algo nela me era familiar, eu apenas não sabia o que,talvez fosse loucura.Estava tão focada na dançarina que via ela em todas as mulheres que me parecessem atraente. A moça ficou um tanto desconfortável sobre meu olhar, eu então rapidamente parei.

- Posso ir embora?

- Claro!Nos vemos amanhã,Cabello.

- Boa noite, Sra.Jauregui.

- Boa noite.

Fiquei mais uma hora no escritório, travando uma batalha comigo mesma de ir ou não àquela boate.Eu não podia deixar que alguém me visse ali, o que iriam dizer? Mas a vontade de vê-la novamente era desmedida. Karla me afetou de tal forma que eu só pensava em tê-la para mim. Pensei em ligar para Vero e marcar de nos encontrarmos na Imperium novamente, mas talvez eu devesse ir sozinha.

Levantei-me pegando minha bolsa e meu terninho, saí daquela sala rumo ao estacionamento onde peguei meu carro e sai pelas ruas de Miami, andando por alguns quarteirões ao redor da boate lutando comigo mesma para me ver longe dali. Em anos eu não me permitia ter algo como uma mulher.Talvez meu trabalho tomasse mais tempo de mim do que deveria. Estacionei o carro em frente à boate, de fora eu já podia ouvir a musica que tocava em seu interior.Encostei a cabeça sobre o volante pensando que deveria ir embora dali, mas meu corpo como puro instinto resolveu fazer o contrario. Ajeitei o fino cachecol em meu pescoço, e saí do carro caminhando em direção a entrada. Paguei minha entrada, e fui à procura daquela mulher.

Hoje a boate estava menos movimentada, é claro.Quem, em plena segunda-feira,frequentaria boates? Neguei com a cabeça e mesmo assim segui para o enorme balcão central, comprei uma dose uísque e me sentei lá mesmo. Algumas mulheres dançavam poli dance, mas nenhuma delas se comparava a morena da noite anterior. Fiquei alguns minutos ali, com certeza hoje não era dia dela se apresentar, pensei.

- Boa noite, você podia me dizer se a Karla vai se apresentar hoje?

Perguntei a uma morena de corpo bem esculpido.

- Karla? Ah não, ela não se apresenta hoje, os dias dela são sexta e sábado.

- Mas eu estive aqui ontem, e ela estava se apresentando. – falei de forma educada.

- Ontem foi uma exceção. Karla dançou por um pedido de Candece, mas geralmente são nos dias que eu falei mesmo.

Fiquei um tanto desapontada de ir até ali e não a vê-la.

- Desculpe pergunta, mas como você se chama?

- Me chamo Normani – ela falou simpática.

- Certo... obrigada Normani, você me salvou de esperar a noite inteira aqui. – falei com meio sorriso, desci do banco onde estava sentada.

- Escute, senhora – ouvi a morena me chamar.

- Se você quiser vê-la, pode vir amanhã. Karla ensaia todas as terças aqui na Imperium, a boate é aberta, mas, como hoje não tem tanto movimento.

Sorri no mesmo instante para a mulher que me deu a melhor noticia.

- Você, com toda certeza, me ajudou muito.Obrigada! – falei mais animada do que deveria.

Normani me lançou um sorriso, e eu o retribui, e logo em seguida saindo dali e indo em direção à minha casa.

Srta. Cabello's Point Of View.

Pesquisei mais sobre aquela mulher, sobre Alexa. Queria descobrir algo de sua vida pessoal, mas como em livros proibidos a vida Lauren era feita, ninguém sabia de nada. Murmurei frustrada diante da tela do notebook onde apenas estava uma foto de minha chefa.Ela sempre tão elegante que custava imaginar que ao acordar ela poderia estar ao menos um pouco desarrumada.

- O que tanto faz nesse computador? – Ally perguntou se aproximando com suas fofas pantufas e uma xícara de café quente nas mãos.

- Pesquisando algumas coisas – falei calmamente.

Ela sentou ao meu lado, mas sem olhar para tela do notebook, tomando um gole de seu café.

- Algo nela me atrai...- Ally assentiu olhando para frente – não digo que a desejo, mas que me dar vontade de conhecer mais da vida dela, entende? Ela é tão misteriosa..

- Você só a viu em dois dias, Mila, que desejo desmedido é esse?

Nem eu sabia, como uma mulher a qual nem sequer conversei abertamente poderia sugar tanto de mim? Eu precisava conhecê-la, saber de sua vida, do que ela gostava de fazer. Era tão estranho.

- Não é desejo, Ally, apenas curiosidade. – falei levantando do sofá.

- Dinah falou que você nunca dançou de forma tão sensual antes. – ela me encarava com olhos acusativos.

- Dinah não sabe o que diz, dancei como sempre! – falei rapidamente – estou indo dormir,boa noite – falei me dirigindo até meu quarto.

Eu não desejava aquela mulher, eu nem a conhecia direito. Por Deus! Eu apenas tinha curiosidade de saber sobre sua vida.

-

Porque sempre acordávamos na melhor parte do sono? Era algo tão frustrante! Pensei ao me levantar da cama, ou melhor, me arrastar de lá. Fiz toda minha higiene matinal, e demorei mais do que deveria no banho. Hoje usaria um vestido branco com detalhes preto, soltinho, mas mesmo assim marcando minhas curvas. Meu cabelo estava liso, como Camila sempre usava.O que é bem diferente de Karla que abusava das ondulações. Calcei saltos pretos e fiz uma leve maquiagem.

- Esta caprichando assim para a Sra. Jauregui? – ouvi Dinah perguntar assim que entrei na cozinha.

Lancei um olhar mortal por falar essas coisas na frente de Ally.

- Não, e pare de falar bobagens, eu sempre me vesti assim. – falei tomando um pouco do suco que estava em seu copo.

- Tem razão, mas está mais linda hoje,Chancho!

- Dinah tem toda razão, você está maravilhosa.

- Estão querendo algo de mim? – perguntei desconfiada, fazendo Ally e Dinah fingirem estar ofendidas.

- Vê Dinah? Camila não acredita em nossos elogios!

- Estou me sentindo magoada

Eu ri do dramalhão que as duas faziam.Terminei de tomar o café da manhã, já estava mais do que atrasada. Em alguns minutos depois de um regular transito chegamos a Jauregui Industry. Subi rapidamente para minha sala e senti um leve medo por ter chegado atrasada. Droga! Me aproximei da porta, respirando bem fundo. Era apenas o segundo dia em que eu trabalhava com ela, eu não sabia de seu humor ou suas manias, mas eu tinha certeza que aquela mulher quando estava irritada virava uma fera.

Entrei na sala, ela estava sentada em sua enorme cadeira, de costas.

- Está atrasada,Srta. Cabello- sua voz foi fria e rude.

- Eu sinto muito senhora, o transito em Miami não é fácil. – falei acuada.

- Seria bom você sair mais cedo, já que mora longe – ela falou, virando de frente para mim.

Lauren me olhou dos pés a cabeça com intensidade, senti um frio percorrer meu corpo com a forma que ela me fitava. Ela estava linda, como sempre.

- Deixe comigo.

Ela assentiu e fez um sinal para que eu me aproximasse.

- O que temos para hoje?

- Bom, às 9h reunião com os acionistas da empresa, sobre os contratos futuros. Depois, um almoço com o Richard.E de tarde, vamos rever uns balancetes como a senhora pediu ontem à noite...

- Cancele qualquer compromisso para noite, eu já tenho um, que por sinal é muito importante – ela falou rapidamente.

Perguntei-me o que ela faria à noite, ou com quem ela estaria. Mas rapidamente reprimi tais perguntas por não ser de minha conta.

Passamos a manhã na reunião com os acionistas. E nesses poucos minutos, pude ver a imponente Lauren Jauregui. Ela não era doce e mansa, mas autoritária e rude. E por mais estranho que fosse, aquilo me atraia tanto... fechei os olhos ouvindo sua voz ecoar na sala. Eu já tinha experiência com mulheres antes, mas nenhuma delas me atraiu tanto. Onde eu estava com a cabeça? Uma mulher como Lauren jamais me daria atenção dessa forma.

O resto do dia foi tranquilo, já estávamos no meio da tarde. Eu revisava alguns balancetes ao lado dela em sua sala. Seu perfume inundava minhas narinas com um bom e forte aroma, era no mínimo inebriante.

- Posso entrar? – ouvi a voz de uma mulher que, sorridente, entrou na sala.

Vi Lauren sorrir.Eu nem sabia que ela podia sorrir, pensei.

- Claro, Vero, entre.

A morena então entrou fechando a porta atrás de si, ela era muito bonita. Seus cabelos eram castanhos e longos, pele clara e corpo magro. Ela me lançou um olhar avaliativo, o que me fez corar.

- Terminamos isso depois,Srta. Cabello

Eu assenti e me retirei da sala um tanto incomodada por deixá-las sozinhas.

Lauren Jauregui's Point Of View.

- Sua cadela!Se eu não vir atrás de você, você nem me liga – Vero falou fingindo irritação.

- Você tem noção de como estou atolada de trabalho? Veja isso! – apontei para a enorme pilha de papéis em cima de minha mesa.

- Não importa, ao menos uma ligação.

- Iglesias, eu não tive tempo, sinto muito – falei tentando acalmá-la.

- Você esta é concentrada demais olhando para o belo corpo da sua secretária.

Ela falou em um tom malicioso, e logo depois explodiu em uma risada, o que no mesmo instante me fez corar.

- Não fale besteiras!

- Qual é,Laur? Eu entrei agora e fiquei impressionada com o volume daquilo! – ela falava enquanto fazia gestos que com toda certeza representava a bunda de Camila.

Eu não pude deixar de rir, ela sempre conseguia melhorar meu humor.

- Eu estou aqui a trabalho, e não para ficar flertando com minhas funcionarias.

Verônica assentiu, reprimindo um sorriso nos lábios.

- Não deu nenhuma olhadinha?

- O que? – perguntei confusa.

- Estou perguntando se não deu nenhuma olhadinha para ela.

Era óbvio que eu olhei, olhei bem, pensei.

- Não! Iglesias pare com isso.

- Céus! Você está morta por um acaso? Estou começando a pensar que você gosta de homens! - sua cara era de nojo.

- Acho que estou gostando mesmo, viu – brinquei.

Vero se levantou da cadeira pegando sua bolsa.

- Sinceramente, você perdeu o juízo?! Alguém chame a Lauren Jauregui verdadeira por favor – ela falou alto.

- Vero! Cala boca, estou no meu escritório – falei rindo.

Ela se sentou novamente em minha frente.

- É claro que não gosto de homens! Estou brincando.

- Ótimo, mas então não deu nenhuma olhada?

-Olhei, Vero, eu olho desde a hora que eu cheguei aqui! – admiti.

Vi um grande sorriso se abrir em seus lábios.

- Assim que eu gosto de ver!Ela é muito bonita, como se chama?

- Camila Cabello, eu nem a conheço direito, estamos trabalhando há dois dias juntas. Ela parece ser bem esforçada, e uma mulher direita.

- Você sabe se ela é lésbica? – sua pergunta veio atropelando minha fala.

- Não, não sei da vida pessoal de ninguém. Mal dou conta da minha! E mesmo assim acho que ela não é...

- Descubra, quero o contato dela.

- Você é uma leoa, não pode ver uma presa inocente. – falei rindo.

Vero riu com um ar convencido.

- Vivemos em uma selva,Jauregui!

- Eu sei, mas não acho que Camila seja uma dessas mulheres, Vero.Ela é uma moça direita. – falei ajeitando os papéis em minha mesa.

- Você acabou de dizer que mal a conhece, como pode achar que ela é uma moça direita?

- Eu apenas acho, ora!

- Você não quer que eu pegue sua secretaria, porque quer tê-la pra você, isso sim.

Eu comecei a rir.

- Não, eu estou focada em outra pessoa – falei rapidamente.

Vero arregalou os olhos e se aproximou de mim, como se fosse me contar um segredo.

- Que pessoa? Espera, espera. Há dois dias você nem se quer pensava em ninguém! Como agora já tem uma pessoa?

- Eu não tenho ninguém, só quero conhecer uma pessoa. Quando eu conseguir algo, lhe falo. Prometo. – falei me levantando da cadeira

- Me conte agora!

- Não – disse calmamente

- Lauren! – sua voz foi mais alta

- Não vou contar agora, Iglesias, deixe de ser curiosa. – falei virada para ela – agora eu tenho uma reunião importante.

- Certo, eu já tenho que ir mesmo. Mas vou logo avisando que você me deve uma explicação – ela falou caminhando até a porta.

- Eu lhe darei, fique tranquila. – falei antes dela sair por aquela porta.

Verônica era uma leoa, estava sempre ficando com muitas mulheres e experimentando novas coisas. Talvez ela fosse assim por nunca ter se apaixonado por alguém, ou nunca ter assumido gostar de alguém. Vero sempre teve um amor por Lucy Vives, uma amiga de infância, que, sabendo de seu jeito cafajeste, não acreditou em uma palavra sequer de seus sentimentos. Devia ser frustrante para ela, mas eu não culpava Lucy, era no mínimo aceitável sua concepção.

O resto do dia se passou rápido, logo Camila e eu terminamos de revisar os balancetes. Depois de minha conversa com Vero, eu passei a olhar mais para minha secretaria, que por sinal estava linda. Ela mantinha a cabeça baixa, inclinada para sua agenda onde anotava cada compromisso que eu teria no dia seguinte. Eu não imaginava que ela fosse o tipo de mulher fácil que cairia nas cantadas de Vero. Camila parecia ser alguém séria, comportada demais para tal situação, eu não podia negar que apesar de seu jeito tímido, ela era muito atraente e bonita. Pensei na possibilidade de ela ser lésbica, ou ao menos bi, como Vero havia perguntando. Fitei sua expressão calma enquanto rabiscava a folha de papel com meus horários.Estava sentada com as pernas longas cruzadas, deixando suas coxas mais à mostra do que deveria. Passei a vista por sua pele morena clara, lisinha até seus pés calçados por um fino scarpin preto. Subi a visão para seu decote um tanto chamativo devido à posição que se encontrava.Se eu não estivesse errada, ela usava um sutiã preto. Neguei com a cabeça espantando tais tipos de pensamentos, por Deus! Era só Vero aparecer com ideias mirabolantes que eu me perdia.

- Prontinho, já está tudo anotado para amanhã – ela falou levantando a vista para mim.

- Certo então, amanhã você me diz tudo, ok? Você já esta liberada, Stra. Cabello, tenha uma boa noite.

Camila me olhou e logo assentiu, levantando da poltrona de couro em minha frente.

- Sim,senhora. Boa noite. – ouvi ela murmurar andando em direção a saída.

Com toda certeza, Vero tinha razão, Camila tinha um belo volume na parte de trás. Vi a mulher sumir através da porta. Fiquei mais algumas horas no escritório tomando um pouco de uísque, estava pensando mais uma vez se iria ou não até aquela boate. Com as informações de Normani, Karla estaria ensaiando hoje, uma ótima oportunidade para me aproximar. Será que eu estava tão vazia assim? Procurando uma dançarina para satisfazer meus desejos? Mesmo sabendo que Karla não era uma prostituta, eu queria ao menos uma noite com ela, precisava tocar no corpo que me colocou em brasa apenas por dançar para mim. Fechei os olhos pensando nas imagens daquela morena rebolando de forma tão sensual naquele palco... onde eu estava com a cabeça? Ela dançava assim para todos.

"Não é um compromisso Lauren, é apenas uma flerte" meus pensamentos se mantinham em um conflito interno, e o resultado disso foi apenas um.

Me vi entrando naquela boate novamente, estava pouco movimentada como ontem, tocava uma musica lenta e sensual, tocada no piano acompanhada por uma voz masculina rouca. Em alguns dos cantos, homens estavam sentados ao lado de mulheres seminuas que lhe acariciavam e os provocam. Estava pedindo em meu interior para não ver Karla com algum deles. O lugar tinha pouca iluminação, era um pouco difícil decifrar rostos de longe. Caminhei entre algumas mulheres que me fitaram como se eu fosse uma apetitosa presa, ajeitei meu sobretudo, afrouxando um pouco o cachecol fino em meu pescoço. Pude ver a mesma mulher que me deu a informação que Karla estaria aqui hoje, Normani.

- Boa noite, Normani!?

A mulher virou-se para mim, e sorriu provavelmente lembrando que estive aqui na noite anterior

- Deseja alguma coisa? – ela falou de forma simpática.

- Um uísque sem gelo, por favor

Normani se virou para bancada pegando o pequeno copo, e me servindo a dose de uísque.

- Lembra que eu estive aqui ontem? – perguntei antes de pegar o copo.

Ela pareceu pensar, e logo assentiu.

- Você veio para ver a Karla, certo?

- Exato, ela está aqui?

- Sim, ela está lá atrás, no palco central, se quiser pode seguir até lá, ela está sozinha – ela falou um tanto sugestiva.

- Obrigada – falei erguendo o copo para ela que sorriu.

Caminhei pelo corredor escuro da boate, iluminado apenas por uma luz vermelha.Todos os instantes eu me perguntava o que esperava dali, porque eu não voltava? Minha cabeça gritava para que eu parasse e saísse daquela boate, mas meu corpo apenas obedecia meus instintos, meus desejos, e minha vontade vê-la novamente.

Sobre um solitário holofote eu a vi, ela se movimentava sensualmente ao som de uma música de batida forte e energética. Karla não estava totalmente produzida como na última noite que a vi, ela vestia um short jeans claro de cintura alta, deixando suas longas e definidas pernas à mostra.Na parte de cima uma blusa de mangas curtas e um definido decote, deixando boa parte de seu lisinho abdômen à mostra. Seus cabelos estavam soltos, desgrenhados com leves ondulações... ela estava fodidamente sexy.

Caminhei até uma das mesas mais próximas do palco onde me sentei para assistir o espetáculo que seria apenas meu. Ela não notou minha presença ali, e eu agradeci por isso. Queria que ela dançasse de forma livre,com confiança.

A frenética batida da música, e os movimentos do seu corpo me hipnotizaram, eu não podia dar outra explicação para o fato de meus olhos não desgrudarem de seu corpo, de seus movimentos ousados e sensuais. Karla abusava do poder que tinha, ela fazia de seu corpo uma arma para colocar qualquer ser humano aos seus pés. Vi seu corpo rodar algumas vezes, e logo parar lentamente, deslizando suas mãos em cada canto onde eu gostaria de tocar, Karla em um ato jogou seus longos cabelos de um lado para o outro. Andou em passos largos, até parar de frente a uma cadeira de madeira, onde sentou cruzando as pernas de forma lenta e dolorosa para quem a assistia.A batida da música se alterou ficando mais rápida. Vi suas pernas se abrirem rapidamente de forma tão sensual que pude sentir meu corpo esquentar, tomei um gole do uísque sem tirar os olhos daquela mulher. Ela se levantou e rebolou rápido e provocante, descendo até o chão na mesma velocidade, mas subindo empinada de forma tão lenta.

"Oh céus.." – falei ao imaginar cenas extremamente proibidas em minha cabeça.

Engoli em seco quando suas mãos novamente deslizaram por seu corpo agora suado, eu não podia explicar o que sentia quando ela mexia em seus cabelos desgrenhados como se tivesse acabado de um sexo selvagem. Sua pose de mulher imponente me enlouquecia, ela se ajoelhou no chão rodando os cabelos rapidamente, até parar e olhar para frente através de sua máscara. A morena abusava dos movimentos que seu corpo era capaz de fazer, eu podia ver cada detalhe de seus músculos e de sua pele suada. Como na última vez, aquela mulher provocava coisas sem ao menos me tocar

Sua dança durou mais alguns prazerosos minutos que, confesso terem me deixado em chamas, quando a música finalmente parou Karla terminou sentada novamente sobre a cadeira de madeira com o corpo inclinado.

Era hora de ela me notar ali, foi quando bati as mãos e palmas gloriosas para a mulher que me fazia perder a razão.


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