Capítulo 11 | Sozinha?
E eu quero que essas palavras consertem as coisas
Mas são os erros que fazem as palavras ganharem vida
Quem ele pense que é? Se esse é o pior que você tem
É melhor colocar os seus dedos de volta nas chaves
Uma noite e mais uma vez
Obrigada pelas lembranças, embora elas não tenham sido boas
(Thnks fr th mmrs — Fall out boy)
Não tenho tempo de responder antes que suas mãos fortes me agarrem pela cintura e me puxem para ele. Sua boca encontra a minha num beijo fugaz, não consigo resistir a isso, não consigo resistir a ele. Por mais que meu cérebro não queira, sou tomada por sensações e meu corpo parece implorar por mais.
Em poucos segundos sou jogada contra a parede, minha roupa virou uma pilha no chão da sala. Sua mão me segura firme e me pressiona contra seu corpo enquanto a outra passeia pela minha pele macia.
Sua língua me devora e me tira suspiros. Seu beijo é quente, como tudo nesse homem. Minhas unhas arranham levemente suas costas por baixo da camisa e vejo-o arquejar ante meu toque.
Estou arfando quando o zumbido irritante começa, me tirando desse mundo paralelo onde de alguma forma estar com ele parece certo. Quando ele se afasta para pegar o celular no bolso, sou jogada de volta na realidade. Maldita realidade.
— Preciso atender. — Ele diz conforme se afasta e limpa a garganta.
Ouvir o nome que ele diz faz meu corpo se aquecer do jeito errado. Uma parte de mim quer provocá-lo, mostrar que sou melhor que ela e que não precisa de Lisa quando tem a mim, ele mesmo disse afinal que nossa química não tem comparação.
Mas sei que estaria fazendo um papel ridículo. Ele não é meu homem e nunca será. Algumas vezes, é preciso mais que química. É patético correr atrás de algo que nunca será meu, não preciso disso. Não preciso dele.
Estou completamente vestida quando ele termina a ligação. Meu olhar perfura seus olhos, frio como o gelo que sinto por dentro.
— Desculpe por isso. — Ele diz e se aproxima de mim, seu lábio roça meu pescoço e por um momento quero esquecer todas as decisões tomadas, mas já não importa mais. — Aonde a gente parou?
— Paramos na parte em que você ia embora e não voltava nunca mais. Não quero você dessa maneira na minha vida, não quero jogar jogos. Você é um homem comprometido e eu sou uma mulher que não vai se prender a um cara como você.
Suas mãos deslizam pelo meu corpo e tentam me puxar para si, mas rapidamente me afasto do seu toque.
— Você diz não, mas seu corpo diz algo diferente.
— Tivemos uma noite legal, Chris, não vamos arruinar isso. Mantenhamos as boas memórias antes que tudo seja arruinado. Sei que a nossa querida Lisa não vai querer dividir você.
— Posso fazer você mudar de ideia? — Sua voz é baixa e sensual como um suspiro doce que me tira da razão por um segundo.
— Não quero precisar te expulsar da minha casa Christopher. — Digo firme, mesmo que por dentro esteja em frangalhos.
Ele levanta as mãos em sinal de rendição, vira as costas para mim e caminha até a saída. Solto a respiração assim que ele finalmente se vai. Sempre protegi muito bem meu coração, tomei todos os cuidados, nunca namorei, nunca me envolvi com caras problema. Até agora consegui seguir minhas próprias regras. Não é o momento para isso mudar, afinal, tem problema escrito na testa do Christopher e é o tipo de problema que, no fim, eu serei a única machucada.
Tomo um banho demorado depois que Christopher se vai. Numa tentativa vã de apagar os rastros que ele deixou pela minha pele. Ainda é cedo quando termino, mesmo assim não quero ir para o clube, especialmente agora que sei que Maddison e Nick já avisaram minha falta ao Pierre. Ligo a televisão e em poucos minutos estou entediada. Estou em Vegas, definitivamente não é a cidade perfeita para passar o sábado a noite vendo televisão como uma velha. Posso não trabalhar, mas isso não impede que eu saia a noite.
Ponho uma roupa bonita, um vestido curto preto de decote profundo, meus Louboutin e saio para um bar onde já fui algumas vezes.
O lugar é tranquilo, frequentado por pessoas jovens e bonitas, aquele tipo de lugar que você só entra quando conhece alguém que conhece alguém, felizmente sou a pessoa que você deveria conhecer.
A fila de pessoas querendo entrar no lugar é imensa, ultrapasso todos eles e vou direto até o segurança que me cumprimenta e abre passagem para mim. Sinto os olhares furiosos nas minhas costas e por pouco seguro minha vontade de mandar um beijo a todos da fila que estão me odiando nesse momento.
— Bem-vinda Abbe. — O segurança diz com voz séria.
— Obrigada, David — Abro um sorriso em sua direção.
— Nick não vem hoje? — David pergunta olhando por trás de mim.
— Ela está trabalhando.
— Ah, certo.
Finjo não notar a decepção nos olhos dele. David é apaixonado por Nicolle desde que eu o conheci. Mas, ela obviamente nunca nem cogitou a possibilidade de dar uma chance ao homem, o que é uma pena.
Escolho uma mesa vazia e me sento, a luz baixa e a música alta preenche o ambiente. Estou prestes a ir até o bar, pedir minha bebida quando eu o vejo entrar.
Por um momento não acredito nos meus olhos, conforme os dois homens acompanhados por belas mulheres se encaminham para uma mesa em frente a minha. Vegas está se tornando uma cidade pequena demais.
Não sei como reagir, respiro fundo por um momento ou dois e sigo até o bar. Mereço uma boa dose de bebida.
— Um Manhattan por gentileza. — Peço ao bar tender, que logo começa a fazer meu drink.
— Uma moça bonita assim não deveria beber sozinha. — Ouço uma voz desconhecida ao meu lado.
Olho para o estranho, cabelo loiro bem cuidado, olhos de um verde profundo e um sorriso cativante. Tudo isso com um corpo espetacular, tenho certeza que esse homem deve derreter calcinhas por onde quer que passe.
— Me faça companhia, então. — Respondo com um sorriso. Enquanto o barista coloca um copo em minha frente.
— Pode deixar que eu pago. — O desconhecido diz estendendo o dinheiro para o homem no bar. — Qual seu nome mesmo linda?
— Abigail.
— Muito prazer, Abigail, sou Philippe. — Philippe diz e seus dedos logo correm pelas minhas coxas. — O que alguém como você está fazendo sozinha aqui?
— Quem te disse que estou sozinha?
— Vi quando você chegou. — Philippe diz, pega a bebida que pagou, que ainda se encontra em cima do balcão e estende em minha direção.
— Isso era para soar sexy? — Pergunto, pego a bebida de sua mão, mas não coloco na boca. Não gosto que desconhecidos encostem ma minha bebida.
— Talvez, mas pelo visto acabou soando meio creepy.
— Totalmente. — Digo mexendo o canudo entre meus dedos.
— Deixe-me tentar de novo. Podemos ir para um lugar mais reservado depois que tomar sua bebida. — Ele diz com o mesmo sorriso, sua outra mão sobe pelo meu braço.
— Não estou interessada, Philippe. — Digo com um sorriso falso.
Seus olhos se arregalam ao perceber que foi rejeitado. Sua boca abre e fecha novamente, passam alguns segundos antes que ele consiga responder.
— Como assim não está interessada? — Sua voz é um pouco alta demais, sua mão me segura com um pouco de força demais. — Você sabe quem eu sou?
— Você? É só um bosta que não sabe ouvir não de uma mulher. Agora tire a droga das suas mãos imundas de cima de mim.
Ele não o faz, pelo contrário aperta ainda mais sua pegada em minha coxa, deslizando a mão para cima.
— Você vai se arrepender de dizer isso. — Ele diz, furioso.
— Abbe? — Ouço a voz conhecida de Joseph, depois de alguns segundos ele continua, num tom mais baixo e mais grave. — Algum problema?
— Não Joseph, nenhum problema.
Digo e seguro firme a mão de Philippe que está em minha coxa. Meus dedos apertam os seus com força e ele logo retira a mão de mim.
— Mandei você tirar a droga da sua mão imunda de cima de mim. — Digo num tom frio e me levanto. — Da próxima vez que chegar perto de mim vou fazer mais que machucar sua delicada mãozinha, babaca.
Não tenho tempo de falar mais nada. Antes que o homem saia tempestuoso me xingando de vários nomes. Um riso seco escapa de minha garganta.
— Você está bem? — Joseph pergunta.
— Nada que eu já não tenha lidado antes, não se preocupe.
— Posso ver, desculpe se achei que não conseguiria lidar com isso sozinha. — Ele diz e se senta em minha frente.
— Acho melhor sair daqui.
— Vai machucar minha “mãozinha delicada” também? — Joseph pergunta arqueando as sobrancelhas.
— Não, você não tem uma mão delicada, Joseph. — Digo e olho em seus olhos. — Conheço bem essa mão.
Joseph, não responde por um momento, seu rosto enrubesce e ele apenas limpa a garganta.
— Sua companhia pode não gostar de te ver aqui comigo.
— Não ligo para o que ela acha. Eu teria chamado você se tivesse seu número de telefone. — Sinto seus olhos penetrarem nos meus. — Posso dispensar ela se quiser ser minha companhia o resto da noite.
Não sei o que responder por um momento, talvez porque não esperava essa atitude vindo dele. Joseph não parece um cara desse tipo, ele parece alguém que trama e joga por baixos dos panos. Imagino quão interessante seria dizer sim para que ele dispense a menina com quem veio, mas não quero ter que passar o resto da noite ao lado de Christopher e sua noiva. Essa noite já foi arruinada de qualquer maneira.
— Não tem necessidade, essa noite já era. Estou indo para casa.
— Ainda não bebeu sua bebida. — Ele diz apontando para o drink que continua na minha mão.
— Não vou beber isso. — Digo e coloco o copo de volta no balcão, sem dar um único gole.
Percebo Joseph me encarar curioso. Não sei se pela minha atitude ou pela bebida intocada, não tenho vontade de explicar a ele, então apenas sustento seu olhar.
Ele se aproxima de mim e desliza sua mão pela minha perna, no mesmo lugar que Philippe tocou, mas dessa vez eu não me importo, pelo contrário, sinto minhas pernas separarem alguns centímetros, como se eu involuntariamente pedisse por mais.
Seus olhos azuis são intensos e estão fixos em mim. Mesmo quando ele pega o telefone no bolso e digita rápido um número.
— Christopher? Não, estou aqui ainda, mas estou indo embora. Surgiu uma coisa. Avise Clarice por mim, tudo bem? Diga que pedi desculpas. Sei, cara, mas não me importo. — Ele simplesmente desliga a ligação depois disso. Seu telefone volta a tocar, e ele apenas desliga o aparelho.
— O que você está fazendo? — Pergunto realmente curiosa.
— Indo para casa com você. — Ele diz com a voz baixa e um arrepio percorre meu corpo antes de seguir para casa, com ele.
Pessoal, me desculpem o atraso para postar o capítulo, eu tive uma tonelada de imprevistos, mas agora voltaremos com tudo!!
Não esqueça de deixar seu voto e comentário. Beijos 💋
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