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˖࣪ ❛ UMA MÃE SABE
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CAMILLA SAIU E VIU Nicole sentada na cadeira normalmente.
Pernas puxadas contra o peito enquanto ela apenas observava as ondas de longe, mas havia algo perdido. Nenhum sinal de vida ou felicidade em seu rosto, aqueles olhos castanhos eram frios e tinham todo o direito de ser.
Nicole não chorava desde o dia em que tiveram que contar a ela. O médico que fez o parto quis vir explicar o que aconteceu, mas Nicole não queria saber, não queria ouvir nada de ninguém. Tudo nela deixava o mundo de fora e Camilla não a culpava por isso.
Xander se ofereceu para subir, mas Camilla disse que não adiantava. Nicole não falava com ninguém, pois todos recebiam apenas um aceno dela. Você poderia dizer que ela estava na sala pelo quão quieta ela andava pela casa.
Elena tirou um mês de folga para ficar com ela, mas só ela conseguiu falar com ela até agora. Nicole simplesmente não deixava ninguém entrar. Não para falar sobre isso, nem nada. Tudo o que ela fazia era dormir, sentar do lado de fora, muitas vezes entrava em casa, mas principalmente ela ficava perto da praia. O que ela manteve com ela foi o cobertor que Elena comprou para o bebê e usou para ela quando se sentava do lado de fora.
Talia voltou naquela mesma noite e quando soube da notícia Nicole já havia começado a se distanciar de todos.
Por mais que ela quisesse ficar, uma emergência familiar a chamava para casa e Elena não se importava. Talia ajudou todos elas o suficiente e era hora de ela voltar e cuidar de sua própria família e se concentrar novamente na academia.
Talia continuou a pedir desculpas a Nicole, mas Nicole apenas assentiu e apenas disse a ela 'Está tudo bem' antes de mandá-la embora.
Não havia mais nada para ela dizer a ninguém, ela havia perdido tudo desde o início até o fim dos nove meses.
Primeiro ela perdeu o pai do filho e agora o próprio filho. Por mais que ela quisesse chorar e gritar, um pedaço quebrado dela simplesmente não conseguia mais chorar. Estava entorpecido. Tudo ao seu redor parecia totalmente entorpecido e ela começou a gostar mais disso.
Nicole brincou com as mangas de seu moletom preto enquanto cobria as pernas nuas com o cobertor que seu short preto cortava como uma tornozeleira agora colocada em volta dele. Com a corrente cruzada sobre o tecido, seu cabelo ficou solto em seu estado natural.
Com os dedos traçando a costura do cobertor, Nicole segurou-o perto dela – seu punho apertando-o contra o peito.
Elena saiu, Camilla passou por ela no caminho de volta.
— Nicole. — Elena vai até a mesa. Nenhum movimento dela, mas Elena sabia que ela a ouviu e sentou-se com ela. — Eu e Camilla estávamos prestes a comprar algo para mais tarde. Você queria alguma coisa? — Nicole balança a cabeça. — Você não pode simplesmente não comer. Eu nem vi você tocar em nada esta manhã.
Engolindo o nó na garganta, Nicole manteve os olhos no chão.
— Você pode prometer pelo menos comer a fruta aí? — Elena pergunta a ela, Nicole acena com a cabeça. — Ok. — Nicole apenas se segura enquanto seus olhos voltam para a vista. — Quero que você saiba que pode ficar aqui o tempo que quiser.
— Obrigada. — diz Nicole com uma voz seca e cansada.
Agradecida por ela realmente estar, mas demonstrando qualquer coisa, até mesmo tristeza, mágoa.
— De nada. — Elena assente. — Eu acho que talvez você devesse ver alguém.
— Estou bem.
— Nicole. — Elena balança a cabeça. — Isso não está bem. Você está sofrendo e está tudo bem, mas este não é o caminho...
— Para lidar com isso? Estou ciente. — Nicole assente. — Como todos gostariam que eu lidasse com isso? — uma sobrancelha levantada para as águas. — Terapia?
— Isso poderia ajudar.
Nicole zomba e, no momento, um sorriso sarcástico se distorce, mas não consegue permanecer onde está. — Eu estive lá e funcionou... Naquela época.
— Pode funcionar de novo.
— Eu não acho. — Nicole diz. — E também não estou particularmente interessada. O que aconteceu, aconteceu, vou conviver com isso.
— Você não deveria viver com essa dor, Nicole. Perder um filho...
— É o que? — Nicole vira um olhar para ela. — Normal?
— É uma coisa triste, mas sim. — Elena implora a ela. — Talvez se você deixar o médico explicar o porquê...
— Explicar o quê? Como meu filho se foi? Não preciso de outro lembrete.
— Você tem que aceitar isso, Nicole.
— Não, não estou aceitando isso. — Nicole ignora a sensação de lágrimas. — Você não entende. Eu ouvi ele, ele estava bem ali, Elena! — uma batida de sua mão contra o metal e ela imediatamente amaldiçoou de dor, Elena foi ajudá-la, mas Nicole se levantou rápido. — Estou bem, estou bem! — respirou fundo enquanto ela ignora as lágrimas. — Estou bem. Deixe isso de lado, por favor. Pelo menos quando as pessoas não tocam no assunto, posso descobrir mais.
Nicole pegou o cobertor e entrou na casa com uma batida na porta atrás dela.
Elena sabia que a jovem se culpava por não ser capaz de impedi-lo ou de vê-lo, mas ela sabia que isso apenas a empurraria ainda mais para um buraco escuro. Nicole estava sozinha agora em sua mente e mesmo com ela e Camilla ali, não era o suficiente. Suas amigas tentando ligar não era suficiente, mas algo tinha que acontecer.
Alguém tinha que fazê-la dar e ver a realidade, não importa o que acontecesse, porque ela não voltaria disso se não o fizesse.
A última coisa que Elena queria era ver Nicole destruir lentamente sua mente, porque então nada a impediria de se destruir como um todo.
Deslizando o telefone, ela discou o número de Hobbs.
Depois de alguns toques, ela finalmente ouviu a voz dele.
— Elena. — Hobbs cumprimenta. — Essa é a decisão de você voltar finalmente?
— Boa tentativa, Hobbs.
Ele ri profundamente. — O que você precisa?
— Vou passar para ver Mia quando chegar à cidade. Preciso pegar um número com você. — Elena diz a ele. — É importante.
— Estou ouvindo...
★
Nicole sentou-se no sofá lendo.
Um moletom preto cabia em seu corpo pequeno enquanto ela usava um short jeans por baixo. Pés descalços enquanto ela estava com os cabelos cacheados; separou no centro.
O rádio ao lado dela, ouvindo 'Wake Me Up', de Tommee Profitt e Fleurie .
Camilla vem de fora. — Essa é a última caixa. — ela caminhou até sua amiga. — Você quer sair?
— Não, estou bem. — Nicole prende o cabelo para trás, mostrando os piercings. — Só vou ficar em casa por hoje.
— Você já encontrou sua identidade que estava no seu bolso? — Camilla se senta ao lado dela.
— Não. Acho que deixei no hospital quando eles trocaram minhas roupas. — Nicole coloca o livro de lado com um suspiro.
— Com certeza passarei por aqui e pegarei amanhã. — Camilla acena com a cabeça e examina Nicole. — Isso foi o máximo que ouvi você falar em um mês.
— Sim. — Nicole desvia o olhar. — Não posso ficar em silêncio para sempre.
— Elena disse que você pode partir em breve?
— Vou fazer algumas pesquisas. — os olhos de Nicole caem no chão. — Você é mais que bem-vinda para voltar, Camilla, não quero mantê-la aqui. Eu disse a Xander que irei visitá-la quando me sentir bem.
— Eu não me importo. — Camila sorri. — Além disso, adoro sair com Elena. — ela admite. — Ela meio que me lembra minha mãe de certa forma.
Nicole olha para ela e tenta sorrir, mas não parece muito.
— Então você vai ficar com ela?
— Ela disse que eu poderia voltar com ela para Los Angeles, já que estou um pouco interessada no trabalho que ela faz. Elena acha que será bom para mim e eu meio que sinto falta de estar em casa.
Nicole balança a cabeça lentamente, com um toque de sua corrente. — Eu também.
— Você conversou com alguém? — Camilla pergunta, Nicole balança a cabeça. — Você deveria. Eles ficarão furiosos, mas entenderão, assim como todo mundo. E agora... Eu realmente acho que você precisa deles mais do que pensa. — dando tapinhas na mão dela, Camilla se levanta. — Vou pegar sua identidade amanhã antes de você sair.
— Obrigada, Camila. — Nicole diz a ela. — Por ficar comigo. Você e Talia.
Camilla sorri de volta para ela. — De nada, Nicole. — um olhar triste em seus olhos. — Eu só queria ter feito mais.
Dizendo isso, ela saiu e subiu as escadas.
Nicole recostou-se com os joelhos levantados, tentando afastar os pensamentos ruins que pareciam flutuar em sua cabeça ultimamente.
Por mais que ela quisesse que eles saíssem, às vezes eles também eram seu único conforto.
Enterrando o rosto nas mãos, Nicole ficou quieta.
A imagem da mulher com o filho diante dela nunca saiu de sua mente. Aqueles olhos azuis iguais aos de Tyler que ela lembrava. Eles puderam ver o rosto de seu filho diante dela, ela conseguiu segurar seu filho antes de fazê-lo.
Saber que ouviu o filho chorar, mas não ver seu rosto, não poder estar ali para ajudá-lo ou segurar sua mão. Ela falhou em manter uma família unida. Durante anos ela falou sobre seus pais nem sempre fazendo o trabalho deles, mas ela nem conseguia fazer o dela e sobreviver.
Tyler ficou em casa por causa dela, e seu próprio filho perdeu a vida porque ela não era forte o suficiente. Tão forte quanto ela pensava que se tornaria.
Ela estava errada...
Sentindo as lágrimas, Nicole as ignorou enquanto fungava e levantava a cabeça para olhar.
Ao ouvir a porta se abrir, Nicole ouviu botas de salto alto no chão.
— Nicole, estou de volta. — Elena chama.
— Na sala de estar, Elena. — Nicole diz alto o suficiente para ela ouvir.
Elena entra para vê-la onde ela a deixou esta manhã. — Bom. Peguei alguém que queria passar por aqui e dizer oi para você.
Com as sobrancelhas franzidas em confusão, os olhos cansados de Nicole se estreitam para Elena parada na porta.
Letty entrou com uma expressão de alívio.
A expressão no rosto de Nicole disse tudo enquanto seus olhos marejados se arregalaram. A confusão aumentava a cada segundo quando seus olhos trêmulos foram para Elena antes de voltarem para sua mãe na porta.
O cabelo cresceu um pouco mais, mas ainda era o mesmo que ela se lembrava.
Querendo ser nada mais do que a mulher a poucos metros dela. As pessoas sempre diziam que olhar para Nicole seria como olhar diretamente para Letty, mas nos últimos meses ela não sentia mais isso. Aquela garota que ela cresceu e se tornou, em nove meses... Ela a perdeu.
Os olhos de Letty suavizam ao ver sua filha no sofá. Cansado e derrotado escrito em suas feições enquanto a frieza em seus olhos aumentava.
Nicole pisca para afastar as lágrimas. — Mãe... — ela diz isso com um alívio quebrado enquanto se levanta. — O-o que você está fazendo aqui?
Letty vai até ela. — Elena ligou e me contou tudo o que aconteceu com você. Embora eu preferisse ouvir isso de você. — os olhos de Nicole se arregalaram, quase querendo recuar com a leve decepção, mas Letty muda seu olhar para preocupação rapidamente. — Eu sabia que deveria ter voltado para casa na primeira vez que você ligou. Eu estava doente como você, principalmente confuso e doente.
— Você sabia? — Nicole franze as sobrancelhas.
— Eu tinha minhas teorias. — Letty admite. — Além disso. Uma mãe sempre sabe quando algo não está certo. — os olhos de Nicole caem para as mãos. — Você não precisava esconder isso de nós. Eu sou a última pessoa a julgar você. Seu pai inclusive.
— Ele está aqui?
— Ele ficou para visitar Brian, ele queria vir, mas tinha a sensação de que isso era apenas algo para eu fazer. Algo com o qual concordei. — Letty diz a ela. — Por que você simplesmente não me chamou, garotinha?
Quanto mais Letty olha para ela interrogativamente, mais Nicole começa a quebrar.
As palavras eram tão baixas, mas Letty as ouviu. — M-me desculpe. — o choro parou enquanto ela tentava pronunciar suas palavras. Letty agarrou seu braço, puxando-a para um abraço apertado enquanto ela a segurava. Nicole não deixou a mãe ir enquanto chorava por ela. — Sinto muito. — toda a dor que ela estava segurando parecia ter saído com Letty agora lá. — Tentei.
— Eu sei que você fez... — Letty descansa o rosto na cabeça. — O que aconteceu não é culpa sua, você me ouviu? — Nicole chora e tenta balançar a cabeça. — Não é sua culpa. — uma mão reconfortante na parte de trás de sua cabeça enquanto ela não a soltava por um momento.
No minuto em que Dom lhe contou os sintomas de Nicole, ela quis ir embora. O instinto de uma mãe sabendo que algo estava certo e que não estava provado que ela estava errada.
Toda a dor que Nicole teve que suportar e ela não estava lá com ela, era doloroso pensar nisso. Letty não conseguia imaginar a dor de perder um filho, mas sabia o que era esquecer e ficar sem o seu filho por um tempo. Um sentimento que ela nunca quis lembrar.
— Senti sua falta. — a voz de Nicole falha.
Letty sorri o melhor que pode. — Sentimos sua falta também.
— Nós? — Nicole se afastou.
Mia manda um sorriso para Elena enquanto ela entra na casa.
Nicole olha por cima do ombro da mãe.
— Tia Mia...
Letty recua enquanto sorri para Mia. — Ela não estava me deixando sair sem ela.
Mia se aproxima e, sem hesitação ou pergunta, ela a abraça. Nicole percebeu enquanto fechava os olhos
— Você mente para mim de novo e serei eu quem colocará você em um baú.
Nicole não conseguiu sorrir completamente, mas o aperto reconfortante foi suficiente para Mia saber que ela a ouviu em alto e bom som.
— Estou feliz que você esteja bem. — Mia suspira e se afasta. — Você tem comido alguma coisa?
Nicole balança a cabeça. — Não estou com muita fome.
Mia usa o polegar para enxugar as lágrimas. — Bem, isso pode mudar quando voltarmos.
— Voltar? — Nicole olha para a mãe.
— Estávamos indo visitar Mia por um mês antes de voltarmos. — Letty diz. — Então Elena nos ligou, então nos certificamos de voltar para buscar mais uma pessoa.
Nicole olha para Mia, que sorri para ela.
— Sempre estivemos aqui, Nicole. — Mia conta a ela. — Você não precisa crescer sem nenhum de nós e não precisa sair para mostrar que pode.
— Prefiro que você volte para casa, mesmo quando o inferno começar. — Letty penteia o cabelo de Nicole para baixo. — Você entendeu? — Nicole assente. — Podemos conversar mais sobre isso quando voltarmos.
— Vamos, vou ajudá-la a conseguir o que deseja levar com você. — Mia segura a mão dela.
Levando-a até a escada, Nicole lançou a Elena um olhar agradecido que fez a mulher sorrir.
Letty se aproxima para observar ela e Mia subindo as escadas.
— Obrigada, Elena.
— Sem problemas. — Elena balança a cabeça. — Eu queria muito ajudá-la, mas também tinha que lembrar. Não sou a mãe dela... E acho que era disso que ela realmente precisava.
Letty sorri. — Embora ela nunca vá admitir isso.
— Ela passou por muita coisa. — Elena acena com a cabeça, olhando para Letty. — Vocês dois pegam leve com ela.
— Vamos. — Letty promete. — Tudo do bebê foi jogado fora?
— Sim, não ajudou em nada estar na mesma casa que ela. — Elena pegou o cobertor do sofá. — Ela se agarrou a isso.
Letty pega e sorri. — Aposto que ele teria ficado adorável nele.
— O médico disse que essas coisas geralmente acontecem e são de família, mas Nicole não era sua única filha?
— Sim. — Letty assente. — Mia estava bem durante o dela, talvez durante os estágios iniciais algo tenha dado errado.
— Ela não deixou ele contar a ela.
— Eu não a culpo. — Letty admite. — Mas nós a pegamos. Obrigada por cuidar dela do jeito que você fez. Se pudermos fazer alguma coisa por você,
— Basta cuidar dela. — Elena assente. — Ela já passou por bastante.
— Concordo. — Letty deu um leve aperto em seu ombro antes de subir para ajudar.
Algumas horas se passaram antes que Nicole empacotasse tudo o que queria levar consigo.
Letty bate o porta-malas do carro e olha para trás, para a casa com Mia.
— Não se esqueça que essas vitaminas irão ajudá-la. — Elena a leva para fora.
— Eu não vou. — Nicole estava com a bolsa pendurada no ombro, ela se vira. — Cuide de Camilla por mim.
— Eu vou. — Elena sorri. — Ela é uma ótima garota e companhia. Tão falante quanto eu, mas ela está em boas mãos. Ela disse que enviará sua identidade para Mia quando ela a receber. Eu tenho o endereço, então você deve ficar bem.
Nicole acena com a cabeça, olhando para onde sua mãe e sua tia esperavam.
— Achei que ficaria mais brava por você ter ligado para eles. — Nicole admite, ela olha para Elena. — Mas eu meio que acho que você me salvou do que eu estava prestes a fazer. — os olhos de Elena suavizam. — Eu não sei mais como encontrar aquela garota. Além da dor e além de Tyler.
— Não será fácil, mas você a verá novamente. — Elena promete. — Será apenas uma versão melhor de você olhando para ela. — Nicole admira Elena. — Você é uma garota forte, Nicole, e eu sei que isso será algo que você carregará com você para sempre, mas não deixe que isso te desanime. Ok? — Nicole acena com a cabeça, ela abraça Elena ignorando as lágrimas que ameaçam cair. Elena esfrega suas costas com um sorriso próprio. — Você vai ficar bem. Eu sei que você vai.
— Eu te amo, Elena. — a voz de Nicole tremeu. — E obrigada.
— Eu também te amo, Nicole. — Elena fecha os olhos. — De nada. — afastando-se, ela balança a cabeça. — Agora vá para casa.
Nicole acena com a cabeça e levanta a cabeça, ela encontra Letty no meio do caminho enquanto sua mãe a envolve em um abraço lateral e a leva para o carro.
Mia acena de volta para Elena.
Acenando de volta para elas, ela viu as três mulheres Toretto entrarem no carro enquanto Letty saía de casa.
Por mais que Elena quisesse ajudá-la. Nicole estava indo para o melhor lugar agora e tinha alguém esperando lá, de quem ela precisava tanto quanto Letty agora.
Voltando para casa, Elena entrou na cozinha.
— Camilla, você levou o lixo para fora esta manhã?
— Não, ainda não! — ela chama lá de cima.
Elena pega um saco limpo debaixo da pia – ela teve que enfiar a mão dentro da pequena caixa e arrancar um.
Um pacote de comprimidos caiu fazendo suas sobrancelhas se juntarem.
Ajoelhando-se, ela o pega e percebe que alguns deles sumiram.
Eles tinham um formato estranho e não era algo que ela estava acostumada a ver.
Camilla entra. — Nicole foi embora?
— Sim, elas partiram não faz muito tempo. — Elena diz. — São seus?
Camilla pega a mochila. — Hum, não. Eu vi Talia com eles em determinado momento.
— Você tem certeza?
— Sim. — Camilla concorda. — Ela estava sempre fazendo chá quando eu via.
— Você já bebeu algum chá quando ela bebeu? — Elena pergunta.
— Não. — Camilla diz cansada. — Eu sei que Nicole fez isso. Por quê?
Elena balança a cabeça. — Sem motivo. Só não vi isso antes e me pergunto por que estavam escondidos embaixo da pia.
— Isso é estranho. — diz Camila.
— É. — Elena balança a cabeça. — Não se preocupe, vou descobrir o que são. Vamos comer alguma coisa.
— Parece bom para mim. — Camila sorri.
O sorriso de Elena volta para as pílulas desconhecidas em sua mão. Como a visão deles a deixou mais inquieta.
Camilla sobe as escadas. — Eu só preciso da minha bolsa.
Subindo, ela entrou em seu quarto. Já foi de Talia antes de ela decidir aceitá-lo, já que a garota se mudou.
O telefone em seu quadril tocou.
Camilla pega e atende.
— Sim, Xander? — Camila canta. — Você sabe que eu perdi os dias em que Raven estava me irritando.
— Bem, enquanto ela fica de cama por uma semana porque ela não acredita em descanso, você me pegou, querida.
— Oh, alegria. — Camilla procura sua bolsa. — Nicole não está aqui, Mia e Letty vieram buscá-la.
— Elas fizeram?
— Sim. Elena ligou para elas.
Camilla se ajoelha e olha embaixo da cama.
— Odeio dizer isso, mas acho que é melhor para ela agora.
Camilla avistou uma carta que caiu atrás da cama e a pegou, ela ocasionalmente cantarolava para Xander explicando as coisas ao telefone.
Foi uma correspondência deixada.
Olhando para a frente, ela viu o nome.
Madison Rhodes.
— Isso é estranho. — Camilla murmura em voz alta.
— O quê? Eu sempre digo a Raven para se acalmar...
— Huh-não, você não. — Camilla balança a cabeça. — Mas é uma correspondência não endereçada aqui. Acho que Talia pode ter deixado. Mas não sei esse nome. Quem é Maddison Rhodes?
— Você disse Rhodes?
— Sim.
Xander ficou em silêncio. — Você abriu?
— Não vou abrir a propriedade de ninguém! — Camilla diz em voz baixa. — Isso é ilegal!
— Camilla, tenho certeza que a CIA vai entender. Abra a maldita carta.
Camilla revira os olhos, mas o faz. — É apenas um extrato bancário.
— Alguma coisa parece errada?
Camila cantarola. — Mmm-não, nada que eu...
Suas palavras param em um nome grande e desconhecido que depositou trinta e cinco mil dólares.
— Ok, talvez isso. As pessoas sempre recebem depósitos de trinta e cinco mil dólares?
— Eh. Não, a menos que eles estejam roubando ou fazendo um trabalho. — Xander diz a ela. — Quando foi feito?
— Um mês atrás. — Camilla olhou para a data enquanto seus olhos ficavam mais desconfiados. — Xander.
— O que?
— Foi feito no mesmo dia.
— Dia de quê? — Xander pergunta a ela.
— A data em que Nicole perdeu seu filho...
★
Nicole passou a noite desfazendo as malas no quarto de hóspedes do andar de cima que Brian lhe mostrou. Por mais que quisesse descer e encarar o pai, ela simplesmente não estava pronta.
Eles sabiam tudo o que realmente aconteceu graças a Elena.
Olhando no espelho, ela olhou para sua barriga que já estava começando a voltar ao lugar.
Era como se a gravidez dela tivesse sido apenas um sonho e, no final, um completo pesadelo.
Agarrando o cobertor que deveria ser dele, o coração de Nicole doeu ao olhar para ele enquanto ela simplesmente o dobrava e guardava.
Uma batida na porta chamou sua atenção.
Nicole olha para trás. — Ei.
Brian entra. — Mia disse para te dar isso. — ele entrega a ela uma sacola de roupas.
— Obrigada. — Nicole senta na cama. — Eu prometo que não vou demorar muito para ser bem-vinda aqui.
— Pare com isso. — Brian diz a ela. — Seja bem-vinda para ficar aqui pelo tempo que for necessário. Eu prefiro que você fique. Jacks contando a Mia a lista de tarefas para vocês dormirem esta noite.
Nicole sorri. — Ele percebe que vou ficar aqui por um tempo, certo?
— Não acho que esteja totalmente resolvido. — Brian balança a cabeça, seu sorriso entristece um pouco. — Mas se for demais, não nos importamos...
— Estou bem, Brian. — Nicole diz. — Vocês todos não precisam pisar em ovos perto de mim. Está tudo bem.
Brian assente. — Eu não vou, mas você não precisa se esforçar para ser tão corajoso. Você está bem aqui.
Nicole para com essas palavras. A última pessoa a dizer isso a ela foi ela que o viu partir dias depois.
— Ser corajosa significa menos dor.
As mãos de Brian repousam no topo de sua cabeça fazendo Nicole olhar para cima.
— Ser corajosa significa mais dor. — Brian corrige. — Você não fica assim sem algum tipo de dor.
— Eu não pedi isso.
— Nenhum de nós. — Brian diz a ela. — É por isso que vale a pena confiar em alguém que não seja você mesmo. O mundo já é um lugar solitário, Nicole, não se coloque nele de boa vontade se não for necessário. Você tem todos nós aqui, você nunca tem que fazer isso.
Nicole acena com a cabeça e olha para Brian. — Você sabe que quanto mais ele crescia comigo. Mais eu realmente queria ser mãe.
— Você é uma. — Brian balança a cabeça lentamente. — Isso não vai mudar. E vou dar uma surra em quem disser o contrário.
Nicole sorriu um pouco enquanto o abraçava.
— Obrigada.
— Sinto muito que isso tenha acontecido, Nicole. — ele a segura. — Eu realmente sinto....
Depois de uma conversa com Brian, Nicole aproveitou o tempo sozinha para tomar banho e ficar um pouco sozinha.
Sentada no chuveiro e deixando a água bater em seu corpo, lavando o que ela desejava que fosse o peso que carregava.
Por um momento ela chorou ao se lembrar do choro dele novamente. Era algo que ela nunca esqueceria.
Vestindo um moletom largo e uma camiseta, o cabelo preso em um coque bagunçado.
Nicole desceu as escadas e saiu para tomar um pouco de ar fresco.
Mia e Brian tinham uma bela casa de seis quartos só para eles e as crianças. Uma bela garagem que o próprio Brian construiu e um quintal que a lembrava de casa.
Caminhando até os fundos, ela viu o horizonte estacionado dentro de sua garagem.
A mão de Nicole passa por ele enquanto ela entra para admirar o trabalho. O mesmo horizonte azul, trazendo tantas lembranças.
— Buster nunca muda, hein?
A voz atrás dela fez Nicole congelar, apenas seus olhos se voltaram para a figura que entrava.
Dom manteve o olhar no carro. — Até me tornei um cabeça de engrenagem.
Nicole acena com a cabeça e olha de volta para o carro. — Ele teve uma boa influência.
— Eu não me chamaria assim. — Dom admite.
Nicole queria sorrir, mas ainda não conseguia.
— Vejo que você comprou um carro novo. — Nicole diz para ele.
— Tive que conseguir algo novo para se exibir. — Dom entra e se senta no banco. — Vai falar com seu pai ou o quê? — ele dá um tapinha no assento ao lado dele. Nicole estava hesitante, mas se aproximou e sentou-se ao lado dele, puxando o joelho até o peito. — Quando foi a última vez que você correu?
— Um pouco difícil quando se tinha um filho na barriga por nove meses.
Dom olha para ela com um leve sorriso. — Isso seria um pouco difícil, não seria?
Nicole manteve o olhar baixo enquanto o silêncio caía entre eles. '— Você está bravo comigo? Eu realmente não posso dizer.
— Por não dizer a verdade? — Dom sobrancelha levantada. — Eu estou. — ele concorda. — Mas eu entendo por que você fez isso. Eu só queria que você não fizesse isso com tudo isso.
— Eu não queria arrastar vocês para nada...
— Entendi. — Dom assente. — Eu, entre todas as pessoas, entendo o desejo de caminhar sozinho, mas também sei aonde isso leva você.
— Muita dor. — Nicole zomba.
— Sim. — Dom acena com total concordância. — Você não precisava se esconder por causa disso. Admito que saber que Tyler engravidou você não é minha notícia favorita. Eu pensei em muitas coisas.
— Eu sei, você não se importava com ele.
— Ele era o único com quem eu me importava quando se tratava de você, na verdade. — Dom admite. — O garoto veio para a Espanha me procurar só porque descobriu que você estava viva, veio para Londres comigo. Até sentou em um avião e falou comigo sobre você. Eventualmente, vejo que ele seguiu meu conselho, só demorou um pouco.
— Como você sabia que isso aconteceria?
— Foi como olhar no meu próprio espelho. — Dom diz a ela. — Eu vi nos olhos dele o que tenho quando se trata de sua mãe. Isso nunca vai embora e só fica mais forte. Infelizmente, isso pode ser uma coisa boa e ruim às vezes. — seus olhos vão para a corrente cruzada dela. — Que bom que você guardou uma coisa de casa.
Nicole o levanta. — Eu dei para Tyler. — os olhos de Dom se estreitam. — Era ele quem eu queria, mas ele voltou para mim. — ela balança a cabeça. — Eu realmente gostaria de não pensar que foi minha culpa.
— Você não matou Tyler, Nicole...
— Eu disse a ele para ficar e esperar por mim.
— Algo que tenho certeza que ele teria feito se você tivesse dito a ele ou não. — Dom diz a ela. — Ele amava você, Nicole, e se fizesse tanto quanto eu acredito, não iria querer esses pensamentos na sua cabeça. Nem mesmo para ele.
— Sobrou uma coisa dele. — Nicole olha para Dom. — Eu só tive que me agarrar a isso e protegê-lo como você e sua mãe fizeram por mim. Eu não poderia nem fazer isso.
— A vida desempenhou um papel nisso. — Dom tinha certeza de contar a ela. — O destino faz essa loucura, mas de alguma forma no final faz sentido. Você se lembra do que aconteceu entre nós no México?
— Quando você se tornou um caloteiro por alguns anos?
— Não é o termo que eu usaria, mas sim. — Dom acena com a cabeça, o sorriso de Nicole era fraco. — Naquela época eu tinha que viver sem vocês dois. Depois pensei que tinha perdido sua mãe, depois pensei que tinha perdido você. Andei por aí como você, tentando descobrir exatamente o que fazer comigo mesmo. Eventualmente, fiquei bem o suficiente para Tente seguir em frente. Mas não houve um dia em que eu não pensasse em você e em sua mãe. Mesmo quando eu acreditava que vocês dois tinham partido, eu via vocês dois todos os dias. Não haverá um dia em que você ganhou. Que não irá pensar em Tyler e em seu filho. Nenhuma quantidade de carros, dinheiro ou mesmo sua própria morte vai mudar isso. — Dom observou uma mudança nos olhos dela e viu a dor por si mesmo.
— Você sabe, pela primeira vez na minha vida, estou com muito medo. — Nicole admite. — Eu me sinto como a garota que fui com Owen, estou com medo do que vai acontecer a seguir.
— Eu sei. — diz Dom calmamente. — Mas nada vai acontecer com você.
— Quero dizer, para as pessoas ao meu redor. — Nicole diz a ele. — Eu sei que é a vida e todos nós temos que ir. Mas por que assim? Por que toda morte tem que parecer um castigo. O que eu ou Tyler, ou mesmo meu filho, fizemos? Perder os dois... — ela sobrancelhas se juntam confusas. — Não faz sentido.
— É uma loucura dizer que nada na vida faz sentido. — Dom diz. — Até que decida mostrar o porquê. — Nicole olha para ele. — Ninguém merece a morte, mas isso acontece, e não podemos impedir isso. Se tivermos a chance, tentaremos, mas em algum momento isso pode acontecer novamente e não estamos lá para salvá-los, porque não deveríamos ser .
Nicole desvia o olhar enquanto pensa nas palavras dele.
— Eu sei que ele teria sido lindo.
— Eu só queria vê-lo, pai. — Nicole fala baixo, ela não tinha mais coragem de chorar. — Ouvir seu filho chorar e saber que você não poderia estar lá.
— Eu sei como você se sente. — Dom assente. — Você sabe que eu sei.
— O que devo fazer agora?
— Eu gostaria de poder te contar, Nicky, mas isso tem que ser algo para você decidir. — Dom assente. — Tudo o que sei é que não vou ver você se destruir. Especialmente quando você tem todos nós aqui.
— Eu não queria que todos vocês fizessem isso de novo. Pausando suas vidas para cuidar de mim.
Dom penteou o cabelo dela e olhou para ela. — É para isso que estou aqui. Seja aqui mesmo, do outro lado do mundo, não importa. Cuidar de você até o dia da minha partida é meu trabalho. Sempre será meu trabalho. — Nicole acena com a cabeça, lágrimas borrando seus olhos. — Mesmo que você esteja crescida e tenha uma boca mais esperta. — seus lábios se contorcem em um sorriso. — Você ainda é minha garotinha e eu iria para o inferno. E isso nunca vai mudar, Nicky. — Nicole o abraça, deitando a cabeça em seu peito enquanto Dom a segura com força.
Nas vezes em que ela queria ligar para ele e não ligava, doía ainda mais saber que ele realmente desejava que ela ligasse.
— Se eu pudesse fazer qualquer coisa para aliviar a dor que você sente, eu faria. — Dom diz.
— Eu sei. — Nicole acena com a cabeça e o abraça com mais força. — Eu realmente senti sua falta.
— Também senti sua falta. — esfregando suas costas, ele a manteve ali com ele por um tempo. — Não percebi quanto tempo faz desde que abracei meu próprio filho. — um leve sorriso dela enquanto ela descansava lá. Era um abraço que ela realmente precisava.
— Vocês vão embora tão cedo.
— Nós estamos. — Dom recua. — Sua mãe vai ficar aqui por um mês.
— O que? — Nicole franze as sobrancelhas. — Pensei que íamos para Cuba.
— Todos nós ainda vamos. — Dom diz a ela. — Você, eu e sua mãe.
— Não era para ser sua lua de mel? — a cabeça de Nicole se inclina.
— Nós tivemos nosso tempo. — Dom sorri. — Agora queremos férias em família. Façam algumas coisas juntos.
— Então, onde você está indo?
— Bem, eu pensei, vamos primeiro para Nova York e até paramos no Japão. Eu e você. — Dom ofereceu. Nicole olha para o pai. — Posso praticar um pouco no caminho até lá. Se você quiser.
Nicole assente. — Por mais que eu queira sentar em casa e olhar para as paredes. Estou cansada. Então correr e viajar parece mais divertido.
— Então vamos fazer isso. — Dom abre um leve sorriso.
— Fazer uma visita ao reduto de Han?
— Da melhor maneira. — Dom assente. — Então, poderemos seguir para Cuba. Lentamente, mas com segurança, chegaremos lá. — Nicole se afasta, enxugando as lágrimas. — Agora, qual é a outra razão pela qual você não quis me contar tudo isso?
— Além de você tentar atropelar todo mundo?
Dom sorri. — Você me conhece muito bem, não é?
— Achei que você ficaria desapontado comigo por ter filhos e não viver minha vida.
— Mais uma vez, não gosto que você tenha um filho e, embora eu ache que você deveria ter esperado. Como eu disse, o destino às vezes tem ideias diferentes para nós. — Dom diz. — Mas eu nunca ficaria desapontado com você, estou orgulhoso de você. Sempre terei orgulho de você, Nicole.
— Eu não fiz nada. — Nicole balança a cabeça.
— Você ainda está se movendo depois de tudo que passou. — Dom ressalta. — Nós não ajudamos exatamente a tornar sua vida mais fácil.
Nicole estala. — De jeito nenhum. — Dom sorri erguendo uma sobrancelha, Nicole olha enquanto um leve sorriso surge. — Mas vocês ainda eram bons pais. Eu só queria ser como vocês dois.
— Não tínhamos tudo planejado, Nicole. — Dom balança a cabeça. — O que aconteceu com ele não foi culpa sua. Elena me disse que você poderia ter morrido naquele dia, o que isso mostra a você? Seu corpo e você são mais teimosos e fortes do que você pensa.
— Nos genes Toretto, eu acho. — Nicole diz.
Dom dá uma risada. — Eu posso concordar com isso. — Nicole olha para ele. — Você é uma linda mãe e teria sido ótima.
— Mas ele se foi...
— Isso não significa que você não seja uma mãe, Nicole. — Dom balança a cabeça. — Acho que você tem os dois melhores anjos que alguém poderia desejar. — Nicole assente lentamente. — Não está tudo bem e não sei quando estará. Mas estou aqui com você.
— Você promete? — Nicole pergunta.
Dom mostrou a mão para ela, Nicole segurou-a e deixou que ele a puxasse para o seu lado.
— Eu prometo. — ele apoia a cabeça na dela.
Nicole descansa com o pai na garagem enquanto segura a corrente contra o peito.
— Eu sinto falta dele. — as palavras pareciam simplesmente cair.
Dom apenas a abraçou com mais força para confortá-la enquanto eles ficavam sentados em silêncio juntos.
Nicole não sabia no que iria se agarrar, mas agora, sua família aqui era o suficiente. Mas nada substituiria as duas coisas importantes que ela perdeu...
Como o pai dela disse, não era nada que você pudesse fazer quando se tratava de lutar contra o destino.
Exceto que ainda havia uma parte dela que orava por um milagre. Embora ela soubesse, aquela oração.
Nunca seria respondido...
Dom está ajudando Nicole com sua dor junto com todos os outros. Camilla está juntando alguns pontos e Elena também. Mas quem vai montar tudo primeiro? 👀 Nicole está com Dom e Letty novamente enquanto eles voltam à estrada e seguem para Cuba. 🇨🇺 Ah, estamos apenas começando, até breve!
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