072; BÔNUS
˖࣪ ❛ BÔNUS
— 72 —
XANDER FECHA A porta do carro, olhando para a casa onde morou, mas nunca foi um lar. Nem ele nem Tyler se referiram a isso assim.
— Nunca pensei que voltaria. — Tyler diz, ele olha para seu irmão. — Não posso acreditar que ainda parece o mesmo.
— Sim. — Xander se aproxima dele. — Consegui o cuidador para continuar assim. Apenas no caso de precisarmos voltar.
— Olhe para você, pensando no futuro.
— Eu tenho meus momentos. — Xander dá de ombros. — Meu primeiro instinto foi incendiá-lo.
— Eu não culpo você. — ele olha para o relógio. — Onde está o seu cara?
— Deve estar aqui em breve.
Xander caminha até lá. — Você sabe que tudo faz sentido agora, o que você fez.
— Não sei do que você está falando.
— Realmente? — Xander se apoia no corrimão. — Então você está me dizendo que afastou todo mundo por nada?
— Eu precisava ficar sozinho.
— Ainda. Aqui estamos. — Xander se move ao redor deles. Tyler revira os olhos. — Vamos. Desembucha.
— Você sabe, acredite ou não. — Tyler inclina a cabeça para trás para olhar para ele. — Eu saí para me concentrar em mim mesmo.
— Você estava indo por um caminho escuro, você sabe disso...
Tyler assente. — Eu sei. Eu só precisava desse tempo para mim mesmo, para perceber o que eu quero.
— O que é que você quer?
— Talvez um dia, outra chance de consertar o que quebrei. — Tyler sorri para si mesmo, mas o sorriso cai lentamente. — Enquanto estava lá, percebi que não tinha a mesma motivação de antes. Parecia errado estar de volta àquela vida. Então descobri por que parecia tão errado.
Xander se sentou. — Estou ouvindo.
— Eu disse a Nicole anos atrás, antes de ela partir com Braga, que deixaria isso para trás. — Tyler relembra as memórias sombrias que nunca saíram de sua mente. — Ela saiu com Braga por minha causa. Se ela concordasse, ele deixaria um de seus rapazes me levar para o hospital. Eu desempenhei um papel em levar aquela garota para tudo o que ela está fazendo agora. — Xander observa seu irmão. — Mesmo assim, ela foi capaz de me amar quando eu nem conseguia me olhar da mesma forma. Mesmo enquanto ela estava com você, ela poderia ter se esquecido de mim.
— Não pense que também não tentei o meu melhor. — Xander aponta.
Tyler revira os olhos. — Cale-se. — Xander ri. — Eu queria que ela fosse a mesma e me agarrasse à Nicole que eu conhecia. De alguma forma, saber no que a meti não a prejudicou além da medida, isso me faria sentir menos culpado. Que se ela fosse a mesma, isso significaria, o que eu fiz não a machucou. Mas machucou, e tentar conviver com isso é mais difícil do que pensei que seria.
Os lábios de Xander se contorcem em um leve sorriso. — Você dizer isso sozinho é difícil para você, eu aposto. — Tyler zomba. — Ainda não me explica por que você a afastou.
— Eu a quero feliz. — Tyler assente. — Mas não pode ser comigo.
As sobrancelhas de Xander se levantam. — Você perguntou a ela?
— Não importa. — Tyler se senta nos degraus. — Eu não posso permitir que ela se aproxime, essa é apenas metade da razão pela qual eu a empurrei para longe de mim. Porque eu fiquei longe de Gia. Eu não poderia tê-las à vista ou rastros, eu não precisava liderar qualquer coisa em resposta a qualquer uma delas. Aprendi minha lição com isso uma vez. Mesmo que isso significasse que as duas e até você me odiassem por isso, era melhor manter todos vocês afastados e seguir meu próprio caminho.
Xander puxa as sobrancelhas. — Você só me contou metade da história. — ele cruza os braços sobre o peito, esperando. — Qual é o resto? Você sabe, considerando que tivemos que voltar para a casa do diabo.
— Eu estava passando por um acordo, mas vi algo, provavelmente algo que não deveria. — Tyler explica. — Padrões, números, códigos e endereços familiares. Aqueles que nosso pai usava e só ele. Isso me confundiu.
— Então você foi procurar.
— Naturalmente. — Tyler concorda. — Essa pessoa usando seus métodos não está apenas movendo armas ou drogas. Isso é mais alto do que isso. — Xander se senta ao lado dele quando Tyler tira papéis de sua jaqueta. — Esses são segredos militares, nomes de funcionários do governo corrompidos. Quero dizer, essa pessoa, quem quer que seja, está investigando algumas coisas pesadas. Quando tentei cavar, meu computador foi hackeado, era como um vírus em um código.
— Então alguém plantou uma armadilha dentro de um dos códigos.
— Estou a adivinhar. — Tyler esfrega o queixo. — Roleta Russa. Lembre-se que mamãe jogava muito isso. Para ela, a melhor maneira de nunca ser pega...
— Tenha noventa e nove manequins e um gênio. — Xander lembra. — Torna mais difícil para os outros encontrarem o verdadeiro.
— Joguei fora o computador, mas no dia seguinte estava sendo perseguido em meu próprio carro. Poucas noites depois, levei um tiro. — Tyler diz a ele, os olhos arregalados de Xander se voltam para ele. — É por isso que fui para o México depois de encontrar você no bar.
— Então a pessoa que invadiu seu computador, você acha que foi ela?
— Não. — Tyler balança a cabeça. — Mas é outra pessoa que os quer. Quem quer que sejam, não sou o único que está investigando quem eles são.
— No entanto, nem qualquer um pode ter essa informação. O trabalho do papai e o jeito dele, você não pode imitá-lo a menos que conheça o homem pessoalmente. — pensa Xander. — Não consigo me lembrar de ninguém além de Daniel trabalhando com eles. Ele prometeu nos encontrar mais tarde, mas duvido que seja ele vendendo seus segredos. Daniel saiu do jogo quando éramos crianças e eu não o culpo.
— Quem quer que seja essa pessoa, não se importa comigo ou com as outras pessoas que vêm atrás dela.
— Ainda não.
— Esses caras tentaram me matar primeiro para que pudessem me revelar quem era essa pessoa.
— Deve ser pessoal. — Xander dá uma olhada na casa. — Quem quer que sejam, tem que ser muito bom. Especialmente para ir tão longe e descobrir os segredos dos nossos pais. — suas sobrancelhas puxam. — O que eu não entendo é, por que você quer encontrar essa pessoa? Você não está tentando vingá-la.
— Mamãe e papai morreram na explosão do carro. — Tyler se lembrou daquele dia. — Eles estavam sendo caçados por quem eu não conheço, mas tenho um bom pressentimento de que vou descobrir. Sei que os dois não eram os melhores, mas ainda eram nossos pais, infelizmente.
— Qual é o outro motivo?
— As associações que vi na lista. Uma delas é a mesma que o Braga fez quando teve a Nicole. — olha para o irmão. — Owen não era o único que procurava estudantes naquela época.
— Braga tinha uma lista de pessoas para vendê-la?
Tyler balança a cabeça. — Owen deu o lance mais alto. Então Braga fez o melhor negócio, que na época era Owen. Mas Braga não conhece o rosto por trás do nome, disse que nunca chegou tão longe.
— Você foi falar com ele?
— Eu tinha que saber com certeza. — Tyler olha de volta para a casa. — Tudo sobre isso não parece certo desde que percebi e estou muito decidido a desistir agora. Eu queria saber o que realmente aconteceu com eles e se essa pessoa os tirou do jogo para crescer ainda mais.
— Você disse muito 'você', não estou aqui? — Xander estende os braços.
— Vamos, eu só precisava que você me levasse para casa.
— Bem, agora você me pegou. — Xander levanta as mãos enquanto se levanta.
— Agora, que tal ajudar Hobbs e estar do lado certo da lei?
Xander sorri. — O lado certo da lei é qualquer caminho que eu escolher. Esse caminho agora é com meu irmão. — Tyler sorri. — Você está certo. Se eles não morreram por acidente, então precisamos saber quem e se essa pessoa é eles.
— Obrigado.
Xander olha para seu irmão. — Não posso permitir que ninguém mate você. Esse seria o meu trabalho antes do deles. — Tyler ri. — Estou falando sério.
— Na última briga que tivemos, eu chutei sua bunda, você sabe disso, certo?
— Você sabe que eu te joguei fora e quase te matei, certo?
— Qualquer que seja. — Xander acena para ele.
Parando em uma moto, um cara tropeça - chamando a atenção de ambos.
— Hum. — a cabeça de Tyler se inclina.
— Bom Deus. — Xander coloca a mão no rosto.
Tyler aponta. — Você, uh-você o conhece?
O cara tropeça, quase caindo da bicicleta. — Que droga!
— Esse é o zelador.
Tyler cantarola. — Interessante.
Se recompondo, o cara colocou o capacete nas costas e tirou os óculos da camisa de manga longa. Cabelo na altura dos ombros puxado para trás em um coque masculino dobrado. Mais baixo que os dois homens, com músculos leves. Adorável e desajeitado era a melhor maneira de descrevê-lo.
— Xander! — ele acena.
Xander sorri, deixando cair a mão. — Irvin.
Ele se aproximou deles. — É bom..: — Xander dá um tapa na lateral do rosto. — Ai! Por que você fez isso?
Com um punho cerrado em sua camisa, Xander puxou Irvin para perto para que ninguém pudesse ouvir. — Que diabos eu te contei sobre chamar meu nome abertamente por aqui?
— Não fazer isso!
— Então por que você fez isso?
— Desculpe!
— Deus. — Xander o deixa ir e o conserta. — Recomponha-se.
— Eu esqueci, me desculpe. — Irvin se desculpou. Ele olha para Tyler. — Quem é?
— Meu irmão. — Xander acena.
— Huh? — a cabeça de Irvin se inclina. — Eu não vejo isso.
— Irvin, você pode ver os sinais de parada, por isso sua bunda está na moto. — Xander aponta, Tyler bufa.
— Eu não vi a senhora! — Irvin defende.
— Oh meu Deus. — Tyler assente.
Xander suspira. — Tyler, este é Irvin. O pai dele cuidou da casa para mim antes dele, mas agora é Irvin quem faz isso por mim desde que o velho faleceu.
— Lamento ouvir isso. — Tyler olha para o cara.
— Ei, ele me ensinou bem. — Irvin sorri e aponta para a casa. — Preparado?
Xander aponta o caminho.
Irvin conduziu-os pelos fundos e todos entraram pela entrada lateral, onde ninguém poderia vê-los.
Tyler entrou primeiro e deu uma olhada na casa.
Algumas mudanças de pintura e trabalhos para mantê-lo em boas condições, mas era o mesmo. Era como se o tempo nunca mudasse a cada passo que ele dava mais fundo na casa. Naquela época era simples, mesmo com complicações era mais fácil.
Irvin vai até a mesa e tira uma caixa.
— Hum, eu não sei se você quer isso. — ele coloca na mesa.
Tyler se aproxima com Xander.
— Encontrei isso no porão há um tempo. Enterrado embaixo de algumas coisas. — Irvin tira uma foto emoldurada. Tyler tira isso dele. — Eu não queria jogar nada fora.
Xander dá um tapinha nas costas dele. — Obrigado, cara. — ele olha para seu irmão e notou Tyler se distanciando. — Você está bem?
— Sim... — Tyler diz baixo, a dor em seu olhar aparecendo. — Sempre pergunto onde deu errado. Com os dois.
Olhando para o homem de cabelos escuros, os olhos de Tyler piscam para a mulher ao lado dele. Olhos azuis brilhantes como os dele, exceto que o cabelo loiro acastanhado lembrava o de seu irmão.
— Então. — sentando-se na frente de um jovem Tyler, sua mãe sorri. — O que aprendemos?
— Que os computadores são estúpidos. — Tyler resmunga.
— Não. — ela ri, virando-o e sentando-o em seu colo. — Que se você continuar tentando, eventualmente você conseguirá.
A cabeça de Tyler levanta para olhar para ela. — Por que eu tenho que saber disso?
— Você não quer ser inteligente? — ela se afasta. A cabeça de Tyler balança para frente e para trás com sua risada. — Vamos, sim, você quer. — pressionando a bochecha dela contra a dele, eles olham para o computador enquanto ela digita com facilidade. — Um dia desses você vai precisar sobreviver sozinho. Agora a força física é ótima, mas um dia você pode não ter. Você precisa de outras saídas. É por isso que você precisa prestar atenção na escola. Para poder fazer isso coisas assim.
Ao pressionar o botão, Tyler observou os computadores da sala serem ligados e inicializados.
— Mãe, você fez isso?! — Tyler sorri de volta para ela.
— Eu fiz.
— Eu quero saber como!
— Então agora você está pronto para aprender?
— Sim!
Uma risada dela. — Esse é o meu menino. — Tyler relaxa para observá-la enquanto desta vez ele ouve. — Um dia você conseguirá fazer isso de olhos fechados, aposto que sim.
— Graças à você! — Tyler salta. — Você vai me ensinar mais coisas?
Olhando para ele, ela sorri e empurra o cabelo dele para trás. — Eu vou te ensinar tudo.
— Então poderei sobreviver como você. E cuidar de mim mesmo.
— Isso mesmo. — ela balança a cabeça lentamente e segura o queixo dele. — Mas sempre estarei aqui para cuidar de você e do seu irmão. Mesmo que seja das sombras. — a cabeça de Tyler se inclina com suas palavras, mas ela apenas sorri. — Vamos, vamos terminar.
— Ok!
O olhar de Tyler endureceu com a foto.
— Sempre disse que ela nos observaria. — Tyler diz.
— Do seu jeito doentio. — Xander olha dentro da caixa. Tyler coloca a foto no chão. — Então, o que exatamente você veio procurar aqui?
— Os pisos já foram substituídos, Irvin? — Tyler pergunta a ele.
— Não. — ele balança a cabeça. — Acabei de retocar.
Tyler vai para a sala.
— O que você está procurando? — Xander entra.
— Eles fizeram as malas naquele dia em que nos tiraram daqui, antes de nos separarem. — Tyler anda devagar. — Mas eu me lembro dos lugares onde ela sempre guardava as coisas. Os backups dos pais funcionam para o caso de eles precisarem. Pode ser algo aqui.
Uma tábua do piso pressionou mais fundo. Tyler se abaixa e usa sua faca para puxá-lo.
Os olhos de Irvin se arregalaram. — Eu nem sabia que isso acontecia.
— Nossa mãe tinha uma boa habilidade em esconder coisas. — Xander passa por ele.
Tyler cava dentro e sente uma caixa.
— Como eu pensei. — ele murmura.
Chegando do outro lado, Xander o ajuda a retirar a caixa.
Tossindo para tirar a poeira, Irvin cobriu a boca.
Tyler abre para ver os arquivos dentro. — Exatamente onde ela deixou tudo. — ele escolhe aquele marcado para o México e procura. — Exatamente como pensei, mesmos números. — Tyler mostra a Xander. — Eles realmente estão usando isso.
Xander procura, mas para em um. — Espere...
— O que?
— Isso. — Xander mostra a ele.
Tyler olha para o nome. — Connor Rhodes? O que tem isso?
Xander puxa as sobrancelhas. — Eu ouvi esse nome em algum lugar. Enquanto estava com Owen, juro que ouvi.
Tyler dá uma olhada. — Parece que quem quer que seja, ele trabalhou muito com o pai. O nome dele está aqui tanto quanto o de Daniel. Não me lembro de ter visto o cara.
Xander tamborila os dedos. — Não, não, eu sei que ouvi esse nome. Confie em mim. Só não me lembro onde, provavelmente até o vi.
— Então, se esse tal de Connor está ligado a Owen de alguma forma. — Tyler pensa. — Isso explicaria muito.
— Sim, eu acho. — os olhos de Xander se estreitam. — Algo não está tão resolvido nisso...
Um som vindo da lateral da casa chamou a atenção deles.
Irvin pula.
Xander vê dois homens através das cortinas.
— Irvin. — ele se levanta. — Quão seguro é este lugar?
— Uh, por que você pergunta?
Ecos de tiros vindos de fora enquanto as balas entram na casa. Tyler puxa Irvin para baixo quando todos caem no chão.
— É por isso que pergunto!
— Quem são eles? — Irvin grita.
— Tyler, é agora minha festa de boas-vindas. — Xander se levanta quando as balas param.
Um dos homens corre para dentro.
Atingido no estômago, Tyler agarra a mão do homem, deixando os tiros ecoarem.
Xander viu o outro cara tentando fugir e saiu pela porta dos fundos.
Os dois brigam pela arma e apontam para o chão. Irvin rolou para se proteger quando as balas atingiram o chão.
Tyler o jogou de volta na parede, o cara empurra para trás, fazendo-os tropeçar e cair.
A arma desliza pelo chão.
Vendo a arma à frente, o homem corre para ela - Tyler puxa o tapete fazendo-o cair.
Tentando ir em frente, o homem tropeça em Tyler e pega a arma.
Levantando-se, ele vai atirar nele, mas outro tiro ecoou diante dele.
Tyler olha para seu peito e não vê nenhum ferimento, seus olhos se arregalaram quando foi atingido no peito do homem acima dele.
Tossindo o sangue, ele cai de joelhos.
Tyler e Irvin assustado olham para ver Xander com sua arma apontada.
— Você poderia ter atirado nele em outro lugar? — Tyler correu até o homem.
— Sinto muito, eu deveria ter esperado até que ele colocasse uma bala no seu peito primeiro. — Xander coloca a mão sobre a sua. — Quer começar de novo?
Tyler revira os olhos, colocando a mão no ferimento. — Onde está o outro cara?
— Fugiu, pequeno bastardo. — Xander murmura. — Eu atirei no pneu dele. Ele não pode estar longe.
— Aqueles caras estavam tentando matar vocês! — Irvin diz.
— Sim, e eles podem não ser os únicos vindo.
Tyler olha para o cara. — Ei, ei! — ela chama sua atenção. — Quem mandou você aqui? — tossindo e engasgando com o próprio sangue, ele não conseguiu responder. — Quem você está procurando? Vamos, me diga uma coisa. Quem é?
— Ci... — Sangue escorre de sua boca. Xander se aproxima. — Cipher.
Tyler olha para Xander, que compartilha sua confusão.
— Quem? — Xander pergunta.
Tyler olha de volta para o homem.
— Cipher. — O homem engasga.
— Shhh. — Tyler diz a ele. — Está tudo bem. — o homem treme até que seu aperto nas mãos de Tyler desapareça.
— Ele acabou de dizer Cipher? — Xander pergunta. — O que diabos é Cipher?
— Não sei. — a cabeça de Tyler balança, ele olha as páginas. — Mas nós temos um nome.
— Ótimo. — Xander zomba. — Temos que sair daqui. Eu sei que a polícia foi chamada.
— E ele? — Irvin aponta.
Xander geme. — Vou enterrá-lo. Coloque o tapete sobre a mancha, não sou faxineiro. Vou esconder o corpo, não a bagunça.
Tyler pega os papéis enquanto se levanta. — Cipher, hein...
★
Xander sai do quarto do hotel com Tyler a reboque.
— Você teve que trocar todas as suas roupas?
— Eu não vi você rolando um cadáver. — Xander retruca.
— Eu não o matei. — Tyler aponta.
— Justo.
Xander chega à porta de um hotel e bate.
— Quem é esse? — uma voz rouca pergunta do outro lado.
— O coelhinho da Páscoa. — Xander revira os olhos. — Daniel, abre a maldita porta.
Abrindo-o, um homem mais velho, com barba grisalha e cabelos grisalhos respondeu. A idade escrita em suas feições ligeiramente enrugadas.
— Entre aqui. — ele concorda.
Os dois entram.
— Bem, estamos felizes em ver você. — Tyler zomba.
— É melhor você ficar feliz em dizer isso. — Daniel fecha a porta. — Por que vocês dois estão aqui? Ainda não se passaram dois dias e vocês estão causando um inferno. Ouvi falar do tiroteio na casa.
— Não se preocupe, meu cara está cuidando disso. — Xander garante.
— Você acha que isso acabou? — Daniel pergunta, ele zomba dos dois e se senta na cama. — A única razão pela qual decidi encontrar vocês dois é para avisá-los.
Xander se senta com Tyler na cama em frente ao homem.
— Tudo bem. Nos avisar sobre o quê?
— Para parar de cavar. — Daniel olha propositalmente para Tyler quando diz isso. — Vocês vão se matar.
Xander revira os olhos. — Não pareça ofensivo, mas acho que sabemos o que estamos fazendo.
— Você? — Daniel pergunta a ele. — Isso não é brincadeira de criança, Xan. Vocês dois estão prestes a entrar em algo do qual não podem simplesmente se afastar e fingir que não. O que você acha que foi hoje? Seus pais morreram tentando manter vocês dois seguros. Eu sei que você nunca vai querer acreditar nisso, Xander. — Uma zombaria dele. — Era o único jeito dela.
— Certo. — Xander encara. — Claro que foi.
— Escute-me. — Daniel olha para eles. — Seus pais conheciam esse jogo melhor do que qualquer pessoa que já conheci, mas também fizeram muitos inimigos. Só porque estão mortos, não significa que esses inimigos morram com eles. Cicatrizes podem reabrir tão bem quanto memórias. Pessoas queriam saber o que eles sabiam.
— Bem, os dois estão mortos. — Xander diz casualmente, para um olhar de Tyler.
— Mas vocês dois nã. — Daniel ressalta.
Eles voltam seus olhares para ele.
— Nós mal nos lembramos de qualquer coisa daquela época. — Tyler diz.
— Diga isso a eles e eles ainda vão estourar seus malditos miolos. — Daniel diz sem hesitação.
— Você sabe quem está atrás de nós?
— Não, eu não. — Daniel conta a Xander. — Ouça-me, volte para casa.
— Eu não vou voltar ainda. — Tyler balança a cabeça. — Não com eles vindo atrás de nós do jeito que estão. Levá-los para casa é a última coisa que precisamos.
Xander suspira. — Então nós os levamos para outro lugar até que possamos eliminá-los. Cada um.
Daniel suspira. — Cabeçudos como os dois que criaram vocês dois. Não perceber quando parar foi o que os matou e se você não tomar cuidado, um de vocês, ou ambos... Será o próximo. Este não é um jogo infantil.
— Acho que é bom que estejamos todos crescidos então. — Xander olha para ele. — Preciso que você responda uma pergunta para mim. Você se lembrou de um cara chamado Connor Rhodes enquanto trabalhava para nossos pais?
— Sim, eu o conheci. — Daniel assente. — Não tenho notícias dele há Deus sabe quando. Ele foi a última pessoa a falar com sua mãe antes do acidente. — Tyler e Xander trocam olhares. — O que?
— Há uma pessoa no jogo agora, fazendo mais coisas ilegais que estão no próximo nível do que costumavam fazer. — Tyler explica. — Encontramos o nome de Connor listado e Xander também se lembra dele com Owen Shaw.
— Um cara para quem eu trabalhava.
— V-você acha que Conor os matou? — Daniel pergunta.
— Não tínhamos certeza. — Tyler diz. — Mas vamos descobrir.
— Tyler. — Daniel começa.
— Eu sei que você está tentando nos proteger. — Tyler assente. — Embora as palavras seguras tenham deixado esta família no dia em que nossos pais decidiram o que era mais importante.
Daniel não podia negar essa verdade.
— Apesar de como vocês dois se sentem, eles ficariam felizes em ver vocês crescerem assim. — Daniel admite para eles. — Especialmente sua mãe. Se você for lá, tome cuidado.
— Claro. — Xander se levanta com Tyler.
Daniel estende as mãos para eles. Os dois apertaram e deixaram que ele os puxasse para um abraço apertado.
— É bom ver vocês, garotos, de novo. — ele dá um tapinha nas costas deles. — Mantenha um ao outro perto.
— Nós iremos. — Xander recua. — Se precisar de nós, ligue. Ou se lembrar de alguma coisa.
— Eu vou. — Daniel assente.
Tyler foi o último a sair e fechar a porta atrás de si.
— Acha que ele vai ficar bem?
— Sim. — Xander suspira. — Daniel é sempre o paranóico. — os dois seguem pelo corredor. — Então vamos caçar?
— Única maneira de encontrá-los.
Xander sorri. — Agora, este é o trabalho que perdi.
— Você pode hesitar com o gatilho, só um pouquinho.
Xander estala. — Não.
Tyler revira os olhos. — Vale a pena tentar. — ele tira os papéis. — Se pegarmos um desses caras, eles podem nos dizer quem é essa Cipher.
— Mmm, eles podem, a menos que...
— A menos que o quê?
— Eles os temem mais do que a nós...
— Quão assustadora uma pessoa pode ser? — Tyler zomba.
— Acho que descobriremos em breve, hein? — Xander sorri.
— Posso segurar seu telefone por um segundo? — Tyler pergunta a ele.
— Sim. — Xander entrega para ele. — Vou nos dar uma olhada.
Tyler acena com a cabeça e sai do hotel para esperar.
Nem ele nem Xander sabiam o que aconteceria ao rastrear esses homens. Ele não sabia quem parecia mais perigoso, os homens que os perseguiam ou a pessoa que todos procuravam.
Cipher.
Esse nome soou em sua cabeça, mas ele não conseguia cavar fundo o suficiente em suas memórias para descobrir onde. De uma forma ou de outra, eles iriam descobrir. Ele só não tinha certeza de quanto isso lhe custaria.
Aquele dedo dançando sobre um nome e um número...
Um olhar para cima quando ouve vozes. O casal atravessando a rua rindo chamou sua atenção. Ver a felicidade em seus rostos fez com que um leve sorriso aparecesse em seus lábios.
Se ele tivesse a chance de fazer tudo de novo, ele o faria.
Flashback...
— Motores superaquecidos significa?
— Seu carro está prestes a explodir! — Nicole aponta, sentando-se.
— Não. — Tyler pensa sobre isso. — Ok, sim, mas não ao que eu estava me referindo. — Nicole revira os olhos deitada no capô do carro. — Vamos lá, cabeça de engrenagem. — ele bate levemente em sua coxa ao passar por ela. — Dominic Toretto ficaria envergonhado.
— Ele está muito ocupado cuidando de Jack hoje.
— Pobre homem. — Tyler suspira. — Provavelmente gostaria de ter você de novo.
— Eu era uma criança decente, obrigada. — Nicole se senta. Tyler volta. — Posso ter arrumado alguns bolsos aqui e ali.
— Você não apostou toda a sua turma em um jogo da velha?
— Heh, eu até coloquei os professores nisso. — Nicole ri com o pensamento, ela vê as sobrancelhas levantadas de Tyler. — Ah, cale a boca. — ele ri. — Então eu não era um anjo. Nem você.
— Nunca disse que era. — Tyler enxuga as mãos.
— Bom.
— Cuidado. — Tyler aponta. — Estamos na minha garagem, o que significa que posso colocar você para fora a qualquer momento.
— Realmente?
Tyler fica surpreso. — Bem, não se você está olhando para mim desse jeito.
— Como o que exatamente? — Nicole sorri.
— N-não me dê esse olhar inocente. — Tyler circula o dedo.
Nicole ri. — Por que não? Nunca deixa de funcionar.
— Isso é verdade. — Tyler apoia as mãos no lado oposto das pernas dela. — Eu tenho uma pergunta para você.
— Sim?
— Como é que, já que sua família está cozinhando fora, você não consegue me olhar nos olhos? — ele pergunta a ela.
Nicole balança a cabeça. — Eu não sei do que você está falando.
Olhando para baixo, ele se elevou sobre ela. — Então olhe para mim, Nicole...
Nicole levanta a cabeça, fixando os olhos nos dele. Tentar encontrar nela a capacidade de desviar o olhar era mais fácil de falar do que fazer. Seus olhos não permitiriam.
Uma tentativa de recuar a fez escorregar.
Tyler e seus reflexos rápidos colocaram a mão em volta da cintura dela para impedi-la de escorregar no chão.
Os olhos arregalados de Nicole voltam para ele.
— Ainda não sabe do que estou falando?
Nicole balança a cabeça rapidamente.
— Você é uma péssima mentirosa.
Nicole afastou o frio na barriga por tê-lo tão perto. O peito dele pressionado contra o dela deixou seu corpo relaxado.
Estendendo a mão dela, ele esperava que ela o empurrasse de brincadeira para longe dela. Em vez disso, as pontas dos dedos dela desceram até o queixo dele. Agarrando a mão dela, ele a trancou com a sua, fazendo-a sorrir e balançar a cabeça.
— O que?
— Uma situação estranha para amigos.
Tyler ri. — Isso é tudo que somos, hein? —
Nicole olha para ele, seu sorriso desaparecendo. Quando ela foi tirar a mão, ele apenas a segurou mais perto do peito. — Um dia desses. Você vai ter que me contar...
— Sobre o que?
— Do que exatamente você tem medo quando se trata de mim...
O olhar de Nicole entristece quando ela olha para baixo.
Tyler a observa e só consegue sorrir.
— Você vai me contar um dia. — Tyler deixa cair a mão dela, beijando o topo de sua cabeça. — Não importa o que você escolha, estarei ao seu lado. Lembre-se sempre disso.
Nicole assente. — Eu vou. — afastando-se dela, ele deu a volta no carro. Nicole olha por cima do ombro. — Tyler...
— O que? — ele se vira e acena com a cabeça para fora da garagem. — Você vem...
Nicole deixa de franzir a testa triste para sorrir ao vê-lo aparecer.
Pulando, ela o encontrou no meio do caminho quando ele passou o braço sobre seus ombros.
— Quer fazer um trote com Xander no trabalho?
Tyler zomba. — Duh...
Nicole ri, segurando-o...
O último sorriso genuíno que ela tinha perto dele. Ele se lembrava perfeitamente.
Aproveitando a oportunidade, ele clicou no número e deixou tocar.
Recebendo a mensagem de voz, foi um leve alívio para ele. Era melhor fazer assim.
— Eu sei que você me disse para não me desculpar com você. — Tyler concorda. — Mas não sei o que vai acontecer quando tudo acabar. Me desculpe, Nicole. Não tive a chance de te conhecer de novo como todo mundo teve e isso pode me assombrar por muito tempo. Mas eu posso dizer que conhecia você, e por enquanto isso é bom o suficiente. — ele zomba, um leve sorriso. — Eu li sua carta. Também não sei o motivo de você estar na minha vida, mas você estava certa. Amar você tem um motivo, só espero que um dia possamos descobrir isso...
Desligando o telefone, ele sorriu para a tela de bloqueio de Xander.
A foto que Gia tirou dos dois com ela e Nicole.
Finalmente deixar a garota que ele ama, isso é o que isso iria custar a ele...
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