047
˖࣪ ❛ DEPOIS DA LOUCURA
— 47 —
NICOLE CAMINHOU PELA BASE. O nascer do sol chegando ao cenário quente da Espanha.
Saber que estavam a poucos minutos de partir para voltar para casa. Quando Dom contou a ela o que aconteceu com Owen, uma parte dela teve sentimentos confusos sobre todo o incidente. Ele não estava morto, mas estava gravemente ferido e sua vida agora era um sorteio.
Mesmo depois de todo esse inferno, ela ainda queria que ele vivesse. Embora ele não demonstrasse muito amor pela família, Nicole sabia que ele tinha pessoas que se importavam com ele. Os pensamentos de Deckard vieram à sua mente algumas vezes. O que ele diria sobre isso? E ela conseguiria vê-lo novamente?
Ao contrário de Owen, Deckard cuidava de sua família. E foi isso que a aterrorizou. Deckard era igual a Dom quando se tratava de machucar sua família. Vingança primeiro, perguntas depois. Ela rezou para que isso nunca acontecesse e se ela pudesse encontrar uma maneira de dizer a ele, ela o faria.
Deckard pode até odiá-la quando descobriu o que aconteceu com Owen...
Por que isso a entristeceu mais do que Owen ter sido ferido?
Owen estava magoado, ela poderia aprender a superar, mas Deckard a odiando, ela nunca queria viver com isso. Nunca.
Vendo Han sentado sozinho do lado de fora da base, Nicole caminha até ele.
Quando voltaram, Mia e Brian contaram tudo o que aconteceu com Gisele.
Eles queriam dar a ele seu tempo antes de todos partirem para voltar para Los Angeles. A família ficaria alguns dias para o funeral e passaria algum tempo com todos antes de seguirem caminhos separados. Jack e Gia já estavam a caminho de Los Angeles com Elena e os encontrariam lá.
Nicole ainda esperou que Hobbs obtivesse autorização para poder ver Tyler e Xander. Hobbs estava tentando resolver as coisas, mas a influência que ele exercia sobre ele era limitada.
Lavados com centavos de frutas cítricas, os cachos de Nicole finalmente voltaram ao seu estado natural.
Era bom usar seus cachos selvagens, separados para o lado novamente.
Vestindo uma camiseta preta, jeans skinny rasgados e botas pretas Timberland. A corrente cruzada estava pendurada entre o decote e a pulseira usada em seu pulso.
Nicole sentou-se ao lado de Han no banco, estilo indiano.
— Eu perguntaria se você está bem. — Nicole olha para a vista do nascer do sol. — Mas até eu sei que não devo fazer isso. — Han mantém o olhar à frente. — Sinto muito, Han.
— Não é sua culpa.
— Vocês dois vieram aqui para ajudar meu pai, para me ajudar. — Nicole o lembra. — Eu compartilho parte dessa culpa. Ela não estaria aqui se não fosse por nós.
— Isso é o que as pessoas fazem por aqueles que amam. — diz Han. — Arriscar tudo. Ela arriscou por mim... Eu deveria ter chegado até ela mais rápido.
— Você não poderia ter feito nada diferente. — Nicole balança a cabeça. — Foi uma coisa triste que tive que aprender sobre a morte. Você não pede, ela simplesmente vem.
— Não podemos evitar isso. — Han concorda. — Mesmo quando pensamos que a pessoa não merece. Há uma boa chance de 90% de que não o façam. Ainda não significa que cabe a nós decidir se permanecerão vivos ou não.
— Infelizmente. — Nicole murmura, ela consegue erguer os lábios em um pequeno sorriso. — O que recebi de Gisele foi o quão forte ela conseguiu ser. Ela aprendeu a se adaptar e me deu os conselhos que eu precisava sobre a vida para a qual estava sendo sugada. Não passei muito tempo com ela, mas você acha que ela passaria?
Han balança a cabeça com uma leve zombaria. — Não, ela não. Provavelmente nos diria para engolir isso.
— Eu posso vê-la fazendo isso. — Nicole ri baixinho, mas as lágrimas em seus olhos apareceram. — Você fez tudo que podia. Deixe isso, ok?
— Contanto que você saia sem outra morte em sua consciência.
Um leve movimento de sobrancelhas, as mortes que ela carregava eram tão perceptíveis?
O rosto de Nicole relaxa. — Combinado. — ela balança a cabeça lentamente. Han olha para frente. — Você amava Gisele?
— Mais do que eu amei alguém. — Han concorda. — Tínhamos a ideia de irmos juntos para Tóquio. Agora não tenho tanta certeza.
— Você deveria ir. — Nicole diz a ele.
A cabeça de Han vira para trás. — Sim?
— É claramente o que vocês dois queriam. — Nicole dá de ombros. — Pode ser o que você precisa para ajudá-lo. Mantê-la viva, ainda fazendo as coisas que você disse que faria.
— Você tem razão. — Han teve que admitir. — Acho que vou fazer isso.
— Bom.
Deitando a cabeça em seu ombro, os dois ficaram sentados em um silêncio confortável.
Nicole pensa. — Você sabe que tive uma ideia antes de você partir, quando chegarmos a Los Angeles.
— Fale.
— Em vez do I-pod, que tal você me ensinar drift antes de sair? Ouvi de uma certa pessoa que você gosta.
— Pensei que você queria que Dom te ensinasse?
— Ele pode me ensinar todo o resto. — Nicole enxuga o rosto com as costas da mão. — Mas eu quero que você me ensine à deriva pessoalmente.
— Eu posso fazer isso. — Han estende a mão.
Nicole aperta e segura a mão dele, mantendo a cabeça em seu ombro.
A conversa com Han lhe fez bem, ela sabia que levaria tempo para ele. Mas ele tinha família, não importava para onde decidisse ir.
Entrando, Nicole avistou Tyler conversando com Dom e Hobbs.
— Tyler. — Nicole chama seu nome.
Ao ouvir seu nome, ele se virou, Nicole observou aquele mesmo sorriso estúpido cruzar seu rosto e não conseguiu esconder seu próprio sorriso risonho.
Contornando os soldados, Nicole correu direto para seu abraço. Foi bom abraçá-lo e saber que ela não precisava se preocupar em protegê-lo de Owen ou de Braga.
Estava tudo acabado.
— Bem quando pensei que tinha que seguir você ao redor do mundo. — Tyler brinca. Nicole sorri e apenas o abraça com mais força. — Você está bem?
— Sim. — Nicole finalmente se afasta e dá uma olhada ao redor. — Onde está Xander? — ela notou que seu pai e Hobbs trocaram breves olhares. — O que? — Tyler teve que respirar um pouco para conter a raiva. — Alguém vai me dizer alguma coisa?
— Seu amigo tem que ficar aqui. — foi Dom quem disse a ela.
— O que? — Nicole olha para Hobbs. — Por que?
— As acusações de Xander são mais do que qualquer coisa que seu pai e você fizeram. — Hobbs diz. — Também há ordens ainda mais altas do que as minhas, para mantê-lo aqui até novo aviso.
Tyler zomba. — Que besteira...
— Meça suas palavras. — Hobbs aponta para Tyler. — Vocês dois podem se despedir, mas em vinte minutos todos nós teremos que nos mover. — Nicole desvia o olhar balançando a cabeça. — Sinto muito, Nicole. Ainda preciso obter autorização para que todas as suas vidas voltem ao normal. Xander seria forçado. Não posso arriscar fazer isso.
Nicole assente. — Eu entendo. — era mentira, mas ela sabia que Hobbs tinha feito o seu melhor.
— Podemos ir ver meu irmão agora? — Tyler pergunta sem rodeios.
— Sim, vamos lá. — Hobbs lidera o caminho.
Nicole ergue os olhos quando Dom se aproxima dela. — Vejo vocês no carro.
— Leve seu tempo. — Dom apoia a mão nas costas dela.
Nicole acena com a cabeça e sai para alcançar Hobbs.
Dom a observou antes de ir até o carro onde Letty e Brian estavam.
Caminhando de volta para a cela com Tyler, as portas destrancaram e os deixaram entrar.
Xander ergueu os olhos da cama que eles tinham lá dentro, com as mãos atrás da cabeça.
— Só você poderia estar tão calmo, enfrentando a vida em uma prisão clandestina. — Tyler entrou.
Xander balançou as pernas e se levantou. — Não vai me adiantar ficar louco e fora de controle.
— Você simplesmente vai deixá-los fazer isso com você?
Xander franziu as sobrancelhas com as mãos enfiadas no bolso. — O que você quer que eu faça, Tyler, exploda esse maldito lugar?
— Seria um começo.
Xander estremece. — Oooh, você é tão imprudente.
— Você é quem está enfrentando acusações. — Tyler o lembra.
— Por favor. — Xander se aproxima. — Como se seu histórico fosse tão limpo. Você sabe que não é tão limpo assim quando você chega aos dezoito anos, amigo.
— Parem com isso. — Nicole estende as mãos. — Vocês dois. — os dois trocam um leve olhar antes de olhar para Nicole. — Sério. Não é a hora.
— Então é isso? — Tyler volta sua atenção para seu irmão. Um estreitamento cuidadoso de olhos verdes, enquanto Xander olha para ele. — Eu te trago de volta depois de todo esse tempo para te perder e você está bem com isso? — Tyler o questiona. — O que aconteceu com ficarmos juntos?
Xander vai até ele. — Eu sempre quis isso, mas o que não vou fazer é arrastar você comigo. Que tipo de irmão eu seria?
— Aquele que permite que outra pessoa faça os sacrifícios pela primeira vez.
— Você fez o suficiente por mim. — Xander concorda. — Eu encontrei você vivo, foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu sei onde você está agora, então o que tenho para lidar com isso. — Xander dá de ombros. — Essa é a vida, cheia de consequências.
— Consequências que você recebeu porque estava tentando me encontrar.
— E ninguém foi desperdiçado. — Xander dá uma palmada no ombro de Tyler. — Vou encontrar uma saída. Não se preocupe com isso.
— Se não, então voltarei, pessoalmente.
— Eu sei que você vai. — Xander acena com um sorriso. — Fique longe de problemas até eu voltar.
Tyler zomba. — Vou pensar sobre isso. — ele acena para ele. — Esteja seguro aqui.
— Eu vou.
Não pronto para que suas emoções tomassem conta dele, Tyler saiu da cela sem mais palavras.
Xander suspira. — Ele vai me odiar por um tempo.
— Eu não o culpo.
Ele pisca um olhar firme para ela. — Você também não.
— Você não pode esperar que eu fique bem deixando você aqui. — Nicole olha para ele loucamente, com os braços cruzados. — Eu volto para minha vida e...
— Sim. — Xander a interrompe enquanto se aproximava dela. — Você volta para sua vida com seus pais e sua família. Algo que você merece.
— Você merece isso.
— Discutível.
— Xander.
— Nicole.
— Pare com isso, estou tentando ser séria. — Nicole deixa cair os braços. As sobrancelhas de Xander se ergueram divertidas. — Por que você faz isso?
— Porque eu não quero ver você chorar, porque isso me irrita muito. — Xander diz a ela. Nicole revira os olhos para ele, fazendo Xander sorrir. — É hora de você voltar para casa. Deixe esta vida para trás o melhor que puder... Você já passou por isso o suficiente.
— Não é tão fácil.
— Oh, confie em mim, eu sei que você não será a mesma. — Xander assente lentamente. — Vai levar tempo. Muito tempo.
— Tempo para quê? — Nicole franziu as sobrancelhas. — Estou bem, eu estava falando em deixar você.
Xander se absteve de responder, mas já podia dizer, apenas com essa resposta, como seria o caminho dela em breve.
— Eu quero que você vá para casa, certifique-se de que meu irmão não faça nada estúpido. — Xander acena com a cabeça. Ele entra na linha de visão dela quando ela olha para baixo. — Você fez mais por mim do que a maioria faria. Agora estou pedindo que você faça mais uma coisa: dê meia-volta e saia por aquela porta. Como a idiota que eu sei que você é. — ele pisca e sorri quando Nicole quebra sua carranca para abrir um breve sorriso. — Aí está.
— Silêncio. — Nicole inspira profundamente, mas solta um suspiro enquanto balança a cabeça. — Até a próxima vez?
— Sim. — Xander puxa Nicole para um abraço caloroso. — Até a próxima.
— Por favor, tenha cuidado.
— Eu vou. — Xander concorda. — Cuide dele para mim, ok?
— Ok.
Afastando-se, Nicole dá-lhe uma última olhada antes de sair da cela e, assim como ele queria, ela não olhou para trás.
Os lábios de Xander se abrem em um sorriso. — Tchau, Nicole.
Nicole entra na base e vê seu pai esperando por ela no carro.
Dom inclina a cabeça quando a vê à beira das lágrimas enquanto ela se aproxima.
Nicole olha para a base uma última vez antes de olhar para seu pai.
— Quando é a parte em que você me diz que tudo vai ficar bem?
— Agora. — Dom dá a ela um sorriso triste enquanto a puxa para um abraço apertado.
Nicole enterra o rosto contra ele, ela fechou os olhos quando sentiu a mão do pai repousar em sua nuca. Ele a abraçou com mais força quando a ouviu fungando as lágrimas.
— Eu não quero deixá-lo aqui.
— Eu sei. — Dom assente. — Você tem um bom amigo. — Nicole levanta a cabeça fazendo-o olhar para baixo. — Vai ficar tudo bem. Vamos superar isso, como sempre fazemos.
— Como você tem certeza disso?
— Eu encontrei você de novo, não foi? — ele pergunta, o pequeno sorriso dela fez seu próprio show. — Pronta para ir para casa?
— Eu estou.
— Vamos. — Dom acena para o carro e abre a porta. — Tyler está dirigindo com Roman e Tej,
Nicole fica surpresa. — Tem certeza de que é uma boa ideia?
— Não. — Dom balança a cabeça. — De jeito nenhum.
Nicole entra no banco de trás.
Letty se vira de frente. — Pronta para o vôo de volta?
— Não. — Nicole se inclina entre os assentos enquanto Dom se senta no banco do motorista. — Na verdade, já estou farta de aviões por um tempo.
— Posso concordar com isso. — Letty zomba, desviando o olhar.
— Bem, todos estaremos de volta para casa em breve.
— 1327. — Nicole sorri.
— Nossa antiga casa, hein? — Letty olha divertida para os dois.
— A melhor casa. — Nicole acrescenta.
Letty ri. — Mal posso esperar para ver. — seu sorriso cai um pouco. — Gostaria de poder lembrar disso.
— Você vai. — Dom diz a ela. — Só vou levar tempo. — os olhos de Letty se estreitam para ele. — Nicole lhe dará o tour completo.
— Sou uma ótima guia turística para isso.
Letty sorri. — Aposto que você é, Nicky.
Nicole ri e se recosta.
Dom olha de volta para Letty. — Você não precisa apressar nada.
— Eu sei. — diz Letty mais calmamente.
Saindo da base - Nicole logo se deitou.
Todas as suas memórias pareciam retornar lentamente. A última vez que seus pais estiveram no carro com ela, todos estavam fugindo para o México, mas agora era diferente.
Eles não estavam mais fugindo de ninguém, ou se escondendo, agora... Eles estavam indo para casa.
★
Nicole encontrou um lugar para se deitar na base - dormindo profundamente com as mãos debaixo da cabeça. Já fazia um tempo que ela não conseguia dormir sem ser acordada por Owen para trabalhar ou ficar fora metade da noite terminando um trabalho. Ela nunca percebeu o quão cansada seu corpo estava até agora.
Tyler se aproxima em busca dela, mas para quando finalmente vê Nicole dormindo. Aproximando-se, ele tirou a jaqueta de couro e colocou-a em cima dela.
Nicole agarra o pulso dele, com os olhos arregalados enquanto se senta um pouco.
— Ei, ei, sou eu. — Tyler diz a ela. — Sou só eu...
Nicole relaxa novamente.
— Desculpe.
— Não, está tudo bem. — o olhar de Tyler suavizou-se. — Volte a dormir, pousaremos em breve.
Soltando-o, Nicole balança a cabeça e abaixa a cabeça.
Tyler a observou enquanto ela voltava a dormir. Penteando o cabelo dela para baixo, ele colocou-o atrás da orelha.
Esse instinto, esse medo, ela nunca se livraria disso. Xander o avisou com antecedência o quanto Nicole mudou, e lenta mas seguramente isso estava se mostrando.
Recuando, ele ficou por perto.
Olhando para cima quando ouviu passos, Dom entrou e seus olhos foram direto para Nicole.
— Dormiu durante toda a viagem.
— Não posso culpá-la. — Tyler sentou-se na caixa.
— Não, não posso. — Dom sorri para ela. — Não é fácil vê-la mais velha.
Tyler ri. — Conte-me sobre isso. Ainda não estou acostumado sobre ela atirar facas.
— Eu não acho que ninguém estará. — Dom arruma a jaqueta nela quando ela começa a escorregar. Ele se aproximou e sentou-se na caixa ao lado de Tyler. — Sinto muito pelo seu irmão.
— Não se preocupe com isso. — Tyler franze a testa. — Ele quer ficar. Apesar do que diabos eu digo.
— Chamado de proteção. Todos os irmãos fazem isso. — ele diz a ele.
— Diz como se você tivesse um irmão. — Tyler olha. Suas sobrancelhas se ergueram um pouco quando ele percebeu uma certa expressão nos olhos de Dom por causa dessas palavras.
— Eu não tenho... — a voz severa de Dom finalmente responde. — Mas eu tenho uma irmã. — ele corrige sua carranca. — E eu aproveitaria o tempo se isso significasse que ela poderia escapar livre. Assim como ele está fazendo com você.
— Ele é simplesmente teimoso. — Tyler zomba.
— Traço fraternal, eu acho. — Dom sorri.
Tyler assente. — Sim.
Os olhos de Dom suavizaram à medida que ele olhava para Nicole. Esse rápido pensamento sobre seu passado doloroso foi substituído pelo calor de uma criança. Saber que ela estava aqui e viva o fez esquecer o passado negativo. Tudo em que ele conseguia se concentrar agora era na segunda chance que lhe foi dada com ela.
— Nicole parece amá-lo, assim como você. — diz Dom.
Tyler a observa de longe e balança a cabeça lentamente. — Seus sentimentos são correspondidos, pelo que posso ver.
— E o seu?
As sobrancelhas de Tyler se ergueram. — E eles?
O sorriso malicioso de Dom lhe contou tudo.
— Se você acha que não presto atenção na maneira como as pessoas observam minha filha, questiono sua opinião. — os olhos de Dom finalmente se estreitaram. — Eu também era jovem.
Tyler balança a cabeça. — O que você está pensando, não é isso que é.
— Certeza sobre isso? — suas sobrancelhas se levantaram. — Não conheço muitos que colocariam suas vidas em risco por uma pessoa, do jeito que vi você fazer por ela.
— Ok, pode ser o que você está pensando. — Tyler admite.
— É normal se preocupar com ela e amá-la.
— Sentindo um, mas chegando.
— Mas nada. — Dom olha para ela. — Quem ela escolher deixar entrar em sua vida será uma decisão dela. Ninguém fez isso por mim, eu não posso fazer isso por ela.
— Nunca disse se você aprovava que eu estivesse naquela vida.
— Não importa o que eu aprove ou pense. Nicole vai fazer o que ela quiser, a mãe dela é meu principal exemplo. — Dom diz para a leve risada de Tyler, ele aponta a cabeça para Nicole. — Ela será quem determinará se você ficará por perto. Vou dizer uma coisa para você: Nicole precisa de tempo e paciência... Não de confusão e de mais dor de cabeça. Tenha isso em mente.
— Eu vou. — Tyler concorda.
Dom sorri para si mesmo enquanto olha para ela - tudo o que ele consegue ver é aquela garotinha de sete anos correndo em sua direção. Aquela que o admirou mesmo quando ele perdeu a confiança em si mesmo. Ela e Letty fizeram isso melhor. Para elas, ele sempre estaria lá, herói.
— Eu amo minha filha, Tyler.
— Eu sei.
— Então, eu não deveria ter que te contar, mas nunca preciso que você diga que não. — Dom vira a cabeça para ele. — Sempre respeitarei as decisões dela, mas se uma dessas decisões for algo que possa machucá-la, vou me envolver. Quer ela me odeie por isso ou não. Protegê-la até o dia da minha morte, esse é o meu trabalho. Eu falhei uma vez, e essa é a última vez. Quem você é não importa para mim... Só ela importa. — ele acena para ela. — Você entende?
— Eu entendo. — Tyler olha para ele.
— Então estamos na mesma página. — Dom assente.
Os olhos de Tyler caem em fendas. — Eu sinto que de uma maneira gentil você me disse que me mataria se eu a machucasse.
— Eu fiz.
— Eu respeito sua honestidade. — Tyler assente.
Dom dá uma risada. — Eu espero que sim. — ele se levanta e dá um último sorriso para Nicole antes de sair.
Pensando profundamente, Tyler olha para o chão, levanta a cabeça quando ouve movimentos.
Nicole se mexe durante o sono, ela se senta esfregando os olhos para tirar o sono.
A jaqueta cai no chão fazendo-a ficar surpresa, ela vai pegá-la até que uma mão a para.
Grandes olhos castanhos se erguem para ver Tyler. Ele está em um assento ao lado dela.
— Você ainda precisa disso? — ele pergunta.
Nicole acena com a cabeça e deixa-o colocá-lo em seus ombros.
— Obrigada. — ela o segura ao seu redor.
— Você estava tremendo como uma tempestade ali. — Tyler dá de ombros. — Vi seus dentes batendo.
Nicole e seu olhar preguiçoso vão para ele. — Cale-se.
Tyler sorri. — Você não amassou.
— Eu fiz.
— Mas você fez?
— Deus. — os olhos de Nicole reviram com seu sorriso. — Você e Xander são iguais. Eu deveria saber que ele era seu irmão desde o começo.
— Provavelmente.
— Bem, não é como se você tivesse me dito que tinha um irmão, então isso não teria me ocorrido. — Nicole lembra, olhando para ele. — Pronto para falar sobre isso?
— Na verdade...
A cabeça de Nicole se inclina. — Eu não mereço saber?
— Xander era alguém que pensei ter perdido há muito tempo. — Tyler dá de ombros. — Demorei um pouco para acreditar que perdi meus pais e depois ele também. A dor com Xander é diferente. Tive que fingir que não tinha um irmão depois de um tempo só para me livrar um pouco disso. Assim como você pode não se esquecer dos pais... O mesmo funciona para os irmãos. Meus pais nos afastaram um do outro.
— Você nunca fala sobre eles...
— Por boas razões. — Tyler disse em um tom amargo. Nicole o observou enquanto ele nem sequer conseguia olhar para ela. — Foi meu pai quem me levou para Nova York, me deixou morar com alguns familiares. Me disse que era temporário e que eles voltariam para me buscar... Nenhum deles voltou.
Os olhos de Nicole ficaram tristes. — Tyler, me desculpe.
— Não, está tudo bem.
— Não está. — Nicole franziu as sobrancelhas.
— Não éramos uma grande família feliz, Nicole. — Tyler olha. — Quando recebi a notícia sobre Xander, mudei e comecei a me tornar o pesadelo da minha nova família. Cansado do drama, deixei de lado. Parei na casa dos meus avós em Los Angeles, onde Gia estava, e ia sair até que meu o avô me fez ficar. O primeiro pai de verdade que senti que tinha. — seu olhar permaneceu no chão, mas apenas imagens de seu passado passavam por sua mente. — Gosto de acreditar que meus pais deixaram a mim e a Xander para nos proteger, mas então todas essas memórias voltam. E eu percebo que a única coisa com que eles se importavam era com o dinheiro e o inferno que poderiam causar.
— Sua mãe...
— Minha mãe. — Tyler zomba. — A mulher me deu à luz. Foi tudo o que ela fez, tivemos alguns bons momentos, mas nada que me fizesse esquecer tudo isso. Você sabe que foi ideia dela deixar Xander, meu pai deixou isso escapar. Eu a odiei por isso. — ele balança a cabeça lentamente. — Sempre vou odiá-la pelo que ela fez. Se eu soubesse que ele estava vivo, teria feito tudo o que ele fez para me encontrar.
— Eu sei que você teria.
— Naquela noite, depois das corridas para Braga. — Tyler finalmente olha para ela. — Quando eu pedi para você continuar me olhando da mesma forma quando eu te contasse tudo. Você prometeu que faria isso.
— Eu ainda olho. — Nicole franziu as sobrancelhas. — Você é meu amigo, Tyler. Não vou julgá-lo porque você teve que fazer coisas no passado para sobreviver. Não vamos agir como se você e meu pai estivessem me pegando na Disney World.
— Um pesadelo em Londres é mais parecido.
Nicole ri. — Sim. — ela olha para baixo. — Difícil acreditar que realmente acabou.
Tyler a observa. — Você me perguntou, então eu vou perguntar. Quando você estará pronta para falar sobre isso?
— Quer que eu seja honesta?
— Claro.
— Eu nunca quero falar sobre isso. — Nicole diz a ele
— Você não pode segurá-lo.
— Não estou segurando. — Nicole balança a cabeça. — É esquecer o que aconteceu.
— Você nunca vai esquecer, Nicole, você sabe disso.
— Bem, vou tentar. — Nicole brinca com as unhas. — Vivi meus anos com Owen, agora posso ir para casa e ser feliz novamente. Ter realmente a minha idade e fazer as coisas que quero. Posso deixar esta vida exatamente onde ela começou.
Tyler respira levemente. — Nicole...
— Eu não quero continuar falando sobre isso. — ela o impede. — Eu disse o que estou fazendo. Se todos vocês quiserem se lembrar, fiquem à vontade, mas não vou fazer isso.
— Você...
— Podemos simplesmente deixar isso em paz?
— Tudo bem. — as mãos de Tyler se erguem em defesa.
Nicole enrola a mão quando a sente tremer e suspira para si mesma enquanto arruma o cabelo e encosta as costas na parede.
Tyler encontra coragem para dizer isso. — Eu só não quero que você faça o que fez da última vez.
Enfiando a língua dentro da bochecha, a sobrancelha levantada para ele em advertência. — O que?
Tyler ouviu aquele tom e sabia que estava pisando em uma mina terrestre. Aquele leve olhar disse tudo para ele.
— Deixar seus sentimentos tomarem uma decisão idiota. Todos nós fazemos coisas malucas quando nossas cabeças não estão no lugar certo.
— Sim, bem, são meus sentimentos. — Nicole tira a jaqueta. — Só porque não quero falar sobre isso, não significa que não estou lidando com isso. — ela se levanta e joga para ele.
Tyler percebe revirando os olhos. — Agora você está brava.
— Não. — Nicole vai embora.
— Você está mentindo, Nicole.
— Aproveite o vôo, Tyler.
— Definitivamente brava. — Tyler zomba, jogando a jaqueta para o lado.
Nicole dá a volta no avião, para e observa sua mão tremer novamente. Tudo isso iria acabar, mas por que ela ainda sentia que a qualquer minuto tudo iria passar? E ela acabaria de volta com Owen. Saber que ele ainda estava vivo a assustava. Ele não poderia machucá-la fisicamente, mas mentalmente... Não importava para onde ela olhasse, ele sempre estaria lá.
— Nicole?
Virando-se, ela viu Brian se aproximando.
— Ei. — um sorriso forçado em seus lábios. Brian dá uma olhada na mão dela e percebe o tremor. Quando ela encontrou o olhar dele, ela fez questão de guardá-lo. — Mia está dormindo?
— Sim, ela e Letty estão dormindo. — Brian assente. — Já faz alguns dias.
— Sim. — Nicole acena com a cabeça, seus olhos viajando para baixo.
— Há quanto tempo você teve isso? — ele acena para a mão dela.
Nicole olha para ele, mas Brian apenas ergueu as sobrancelhas.
— Não poderia mentir se quisesse, não é? — Nicole murmura, revirando os olhos.
— Para alguém que não te conhece, sim. — o sorriso de Brian desaparece. — Quanto tempo?
— Quando eu, hum... — Nicole franziu as sobrancelhas quando pensou no sangue em suas mãos. — Eu fiz uma coisa. — seus olhos vão para Brian. — Uma coisa que eu não queria.
Brian entendeu. — Pode ser PTSD com o qual você está lidando.
— Não diga isso, não sou louca, Brian.
— Você não precisa ser louca para ter isso. — Brian balança a cabeça. — Isso vem com experiências ruins. Até eu tenho isso por ser policial. Certas coisas simplesmente vão afetar você, mas é tudo uma questão de como você lida com isso.
Pensamentos sobre Deckard vieram à tona. Ele a ensinou como lidar com a morte e deixá-la ir antes, então por que tudo estava voltando para assombrá-la?
— Quando o ambiente muda, as emoções também mudam. — Brian diz. — Tirar você da vida à qual você se adaptou não será fácil. Seu corpo e sua mente tentarão se readaptar à vida que você tinha antes, mas essa será a parte mais difícil.
— Owen trabalhou duro para ter certeza de que eu esqueci essa parte de mim. A garotinha que poderia simplesmente viver sua vida em Los Angeles e ser normal.
— Bem, agora você tem que se lembrar dela.
Lágrimas turvaram seus olhos quando ela os voltou para Brian. — Essa é a parte difícil, não sei mais se consigo.
— Você precisa de tempo. — Brian apoia a mão em seu ombro, Nicole olha para baixo. — Vamos, olhe para mim. — seus olhos vagam para cima. — Dê um tempo a si mesma. Não há problema em ser criança de novo, porque você é assim. Você ainda é, Nicole, você só precisa realmente descobrir quem Nicole realmente é.
Nicole assente. — E se eu for o que Owen disse?
— Você está fora dessa vida, Nicole.
— Então por que parte de mim já sente falta disso? — Nicole pergunta honestamente a ele.
Brian teve que abaixar a mão quando ela disse isso. Assim como aconteceu com ele, às vezes ele errou as balas e perdeu a ação. Se alguém conhecia essa atração por algo perigoso, era ele, e isso também significava... Eles tinham que observá-la mais de perto do que pensavam.
— Sinto muito. — Nicole percebeu o que disse. — Eu não quis dizer que perdi.
— Você fez. — Brian assente. — E está tudo bem se sentir assim, apenas não aja de acordo. Tudo bem?
— Sim. — Nicole avista seu pai. — Vou ver como ele está. Obrigada, Brian.
— Sem problemas. — Brian dá um sorriso corajoso. — Ei. — Nicole se vira. — Sempre que você precisar conversar com alguém. Estarei aqui.
— Eu sei. — Nicole sorri o melhor que pode. Caminhando até o pai, ela se sentou ao lado dele com os joelhos dobrados.
— Pensei que você dormiria durante todo o trajeto.
— Nunca consigo dormir por muito tempo. — Nicole usa o ombro dele como travesseiro enquanto se sente confortável. — Eu também não conseguia dormir bem quando criança. Lembra?
— Só se você soubesse que eu estava em casa.
Nicole sorri. — Então teve isso. Lembro-me das vezes que tive pesadelos com você voltando para a cadeia, quando acordei e você estava lá. Eu não saía do seu lado.
— Eu lembro disso. — Dom assente. — Também faz parte de você ser a filhinha do papai
Nicole ri. — Sim.
Mia acaricia Nicole de volta com um sorriso triste. — Mas olhe, você vê agora que é apenas um sonho. — ela faz um gesto para a família, Nicole olha para todos eles. — Veja, todo mundo ainda está lá. Principalmente Dom e Letty. Você vê? Nós não fomos a lugar nenhum.
Dom coloca a bebida de lado e se inclina, estendendo os braços. — Venha aqui. — Nicole vai até ele. Dom a pega, ela deita sobre ele e mantém um braço firmemente sobre seu ombro. — Foi apenas um sonho ruim, só isso. — ele esfrega as costas dela e apoia o queixo no topo da cabeça dela. — Ok? — Nicole balança a cabeça lentamente. — Eu ainda estou aqui e não vou a lugar nenhum com você.
Brian logo percebeu o que Dom quis dizer com a maneira como ele foi preso a machucou quando era jovem. É diferente quando uma criança não vê, mas quando testemunha alguém vindo para levar um dos pais embora por um tempo, isso pode causar muitos danos e alguns problemas.
Todos continuaram assistindo aos filmes durante a noite. Mia e Letty estavam na cozinha preparando coisas para comer no próximo.
Leon olha de relance. — Ela já dormiu, Dom?
— Não. — Dom olha para Nicole, cujos olhos estavam abertos com um olhar triste ainda neles. Sempre que ela tinha pesadelos como esse, demoraria horas até que ela desmaiasse novamente. — Ainda não está com sono, certo? — Nicole silenciosamente balançou a cabeça negativamente. — Tudo bem. — ele a abraça e dá um tapinha nas costas dela.
Dom descansa a cabeça na dela. — Então o que você quer fazer quando voltar para casa?
— Comer.
Dom ri. — Parece uma boa ideia. Que tal cozinhar fora?
— Seriamente? — Nicole levanta a cabeça.
— Tenho que começar bem a nova família. Tínhamos uma no Brasil, mas é aqui que ela precisa estar.
— Eu concordo. Quanto você quer apostar que Roman comerá algo da mesa primeiro?
— Acho que será Tej. — Dom sorri. — Então, o que você quer se vencer?
— Que tal me comprar meu primeiro carro?
— Você já não tinha seu primeiro carro?
Nicole assente. — Owen me deu um carro, mas não era de quem eu queria que me desse. Eu queria que meu pai me desse meu primeiro carro, ou me ajudasse a conseguir um, ainda quero.
— Então é um acordo. — Dom assente. — De que tipo estamos falando?
— Chargers, mas não as novas versões. Quero o mesmo que meu avô tinha. Também quero uma moto, mas podemos cruzar aquela ponte mais tarde.
— Não me diga que vou perder minha filha por causa das motos?
— Ehhh. — Nicole balança a mão duvidosa. — Pode haver uma grande chance.
— É um dia triste para mim. — Dom balança a cabeça.
Nicole ri. — Bem, você sabe, minha mãe me ensinou a dirigir o suficiente para sobreviver lá. Ainda preciso do meu professor de direção e de alguém para vencer.
— Você está dizendo que quer correr com seu pai?
— Isso é definitivamente o que estou dizendo.
— Teremos uma primeira semana movimentada de volta. — Dom assente. — Eu corro com você. — Nicole sorri. — Só não seja uma péssima perdedora como Brian.
— Ainda chateado?
— Ele nunca vai desistir.
Nicole ri e abaixa a cabeça, com um sorriso trêmulo. — Eu realmente senti sua falta, pai.
— Eu também senti sua falta, Nicky. — ele coloca o braço em volta dela, apoiando o queixo no topo da cabeça dela.
Sem tensão, sem raiva. Já fazia um tempo que ele não sentia que tinha sua filhinha de volta.
— Papai, mais uma coisa.
— Hum?
Nicole pisca para ele. — Quem é Elena?
Dom suspira baixinho. — Este será um longo vôo para casa.
— Depende da rapidez com que você explica.
Dom ri dela fazendo Nicole rir.
— Não, mas sério. — a risada de Nicole morre. — Quem é Elena?
Dom esfrega a têmpora com um suspiro.
Xander vai ficar... Por enquanto. Han vai ensinar Nicole a andar à deriva! Tyler e Dom conversaram, mas Dom deixou suas palavras muito claras.
Uma pequena amostra do que Tyler pensa de seus pais. Ele e Nicole tiveram um começo difícil. 👀 Pode ser que ele veja alguma coisa. Pode ser a mesma coisa que Brian viu. 🤔 Veremos!
A família está voltando para casa. Quem está pronto para um churrasco e para a preparação para o filme sete?! Levará algum tempo, pois Nicole fará 17 anos e fará 18 anos no filme 7!
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