025; BÔNUS
˖࣪ ❛ FLASHBACK DE NICOLE
— 25 —
GIA SE LEVANTA do sofá quando a porta da frente se abre.
Tyler lentamente entrou. Bandagens mostradas sob a regata que ele usava - costuradas nas noites anteriores. Os médicos finalmente o liberaram para ir para casa. Sua jaqueta na mão enquanto ele fechava a porta atrás de si.
— Graças a Deus. — com um suspiro de alívio, Gia o abraça. Tyler estremeceu com um leve grunhido. — Desculpe!
— Não, não, está tudo bem. — Tyler usou um braço para segurá-la.
Gia olha para ele balançando a cabeça. — Você es...
— Eu vou ficar bem. — Tyler garante enquanto se afasta dela. — Ninguém veio aqui. Você está bem? Você e o vovô, vocês dois estão bem?
— Sim, ele está dormindo lá em cima. — Gia fez sinal para subir os degraus. — Estamos bem.
Tyler notou as manchas de lágrimas em suas bochechas e o inchaço nos olhos.
— Então por que parece que você chorou metade da noite? — Tyler pergunta a ela. Gia segura as lágrimas, mas ele faz com que ela olhe para ele. — O que há de errado, Gia? Fale comigo...
— Nicole...
As sobrancelhas de Tyler se unem. — E Nicole? Dom e Brian a trouxeram de volta? Eles estão em casa? — ele perguntou. Gia agarra o braço dele ao sair, seu olhar volta para ela e observa a dor aumentar ainda mais. — G?
— Os Toretto se foram, o noticiário dizia que eles queriam fugitivos. Acho que eles tiveram algo a ver com a libertação do pai de Nicole da prisão.
A cabeça de Tyler se inclina, voltando-se para ela. — Você ainda não me disse onde Nicole está.
— Encontraram um caminhão explodido com homens de Braga dentro que tentavam fugir. Aparentemente pelo DNA que encontraram, Nicole Toretto foi uma das identificadas naquele caminhão...
Os olhos de Tyler se arregalaram.
— Nicole estava no caminhão quando ele explodiu. Ela usava a mesma pulseira, aquela que você deu a ela. — Gia chora. — Ela estava dentro disso!
Tyler a abraça antes que sua prima caia no chão. A dor tomou conta, deixando-a sem nada para se sustentar enquanto ela chorava em seu braço por sua amiga.
Com os olhos ainda arregalados, os ouvidos de Tyler ficaram surdos ao som do choro de Gia. Ele só conseguia ouvir as palavras dela em sua cabeça, repetindo-se.
— Eu quero que você cuide dela. — Nicole diz entre lágrimas. — É assim que você se redime para mim. Cuide dela e não se atreva a voltar a esta vida. Apenas proteja-a. Você pode me prometer isso?
Ela sabia...
No minuto em que ela se afastou dele, ela soube que nunca mais os veria. E ele sabia que nunca deveria tê-la deixado sozinha. Morrer sozinha com alguém lá. Ainda segurando tanta dor. Ele teria ficado com ela até o fim e não olharia para trás.
Segurando Gia, Tyler esfrega suas costas. Algumas lágrimas escorreram por seu rosto enquanto suas mãos tremiam de raiva. Ele teve a chance de proteger Nicole de tudo e não conseguiu. Isso foi culpa dele...
Tudo pela vida que ele queria viver. Ele agora havia perdido a melhor coisa que fazia sua vida significar algo novamente. A melhor amiga que ele nunca pediu, mas ela foi enviada para ele, a última garota que ele conseguiu amar.
A tristeza e a dor que vieram com o amor. Ele não queria isso, não isso. Doía muito falar e sobrecarregar. Mas isso ficaria com ele para sempre...
Um tempo que eles deveriam ter, agora desaparecido, a vida que ele queria dar a ela... Nenhum deles veria.
— Por que eles não a deixaram ir? O que... — Gia fechou o punho em sua camisa, lágrimas escorrendo sem parar. Suas próprias emoções não a levariam a acreditar nisso, mas seu coração sim.
Tyler a silencia em meio às próprias lágrimas.
— Eu quero que você cuide dela...
A voz de Nicole viaja até ele mais uma vez. Ele apenas acena para si mesmo enquanto segura a família que tinha com ele. Aquele que conhecia sua dor por causa daquele que perderam.
Ele manteria sua palavra de deixar aquela vida e cuidar de Gia melhor do que antes. Não só por causa de Nicole ter mandado ele fazer isso. Ele simplesmente não conseguia se imaginar perdendo sua prima em seguida.
Não quando ambos já perderam tanto.
À medida que a dor se aprofundava em seu peito, ele começou a perceber que isso nunca iria passar.
Nenhum tempo iria curar esta ferida para ele,
Nenhum...
★
Puxando uma cadeira para a mesa de seu pai. Eric Reinser estava sentado.
— Você queria falar comigo?
— Você me perguntou sobre o caso Toretto. Presumo que você ouviu o que aconteceu.
Os olhos de Eric se voltaram para o chão. — Sim. — sua voz dura ficando baixa. — Sim, eu ouvi.
Colocando um saco de provas à sua frente, seu pai se recosta. — Eles não tinham utilidade para isso.
Eric pega e dá uma olhada na pulseira dentro. Usado pela garota mais interessante que ele conheceu em um curto período de tempo. Ele não achava que aqueles dias atrás seriam a última vez que a veria.
— O pai não sabe... Não é?
— Não. — ele suspira. — Ele, Mia Toretto e o ex-agente O'Connor fugiram para além de nossas terras. Ou eles não sabem e foram procurar ou sabem e querem respostas.
Eric apenas acena com a cabeça enquanto continua olhando para a pulseira. Um leve sorriso ao imaginar o olhar de Nicole para ele quando se conheceram.
— Nenhuma criança merece morrer numa bagunça como esta...
— Não, eles não querem. — Eric sussurra. — Eu, hum, eu sei quem gostaria de ter isso. Se eu puder...
— Todo seu. Eles não precisam mais disso.
Eric acena com a cabeça e sai do escritório.
Se ela tivesse pedido ajuda, ele teria feito isso num piscar de olhos. Não tinha certeza do porquê. Talvez ele tenha visto através da garota que segurava a dor e soubesse que algo mais permanecia por trás disso. Ela não queria pena, mas nunca tentou esconder sua dor.
Fazendo uma pausa no prédio do agente, ele atravessou a cidade. Fazer pesquisas rápidas em seus computadores tinha suas vantagens. Um nome e poucos detalhes davam-lhes tudo o que precisavam.
Subindo os degraus de uma casa em particular, ele bateu na porta.
Ao ouvir passos, ele recuou.
— Quem é esse? — a voz de Tyler veio de dentro.
— Eric, Reinser. — Eric chama. — Da agência.
Uma breve pausa até a porta ser destrancada e aberta. Trocou as roupas de antes, agora usando uma regata preta para mostrar as cicatrizes e os ferimentos enfaixados. Tyler encostou-se na porta.
Eric notou que seus olhos estavam levemente rosados por causa das lágrimas anteriores. Ele tinha uma boa sensação de que Tyler já tinha ouvido as mesmas más notícias que ele. Por mais que ele quisesse saber sobre o dano causado a ele fisicamente... Agora não era a hora.
As sobrancelhas de Tyler se unem. — Você é aquele policial que conheci há alguns dias... — ele parou ao ouvir o nome dela, olhando para baixo - Tyler balança a cabeça. — O que você quer? — um brilho agrupando suas feições.
Eric percebeu como ele não conseguia nem dizer o nome dela agora sem engasgar...
— Na verdade, sou um futuro agente, mas... — Eric desliza a mão no bolso do terno. — Eu só queria oferecer minhas condolências a você. — Tyler assente. — E eu pensei que você talvez quisesse ficar com isso...
Eric estende a sacola para ele.
Tyler pega enquanto se inclina na porta. Ao retirá-lo, ele viu o que confirmou ainda mais a dor. Foi a pulseira que ele deu para Nicole. Aquele único pedaço de esperança que lhe restava - agora em suas mãos para confirmar toda a sua mágoa à realidade.
— Eles teriam simplesmente jogado fora ou deixado parado. — os olhos de Eric se voltam para ele. — Eu poderia dizer que vocês dois eram próximos.
O olhar triste de Tyler se volta para a pulseira em sua mão. Uma risada quebrada quando ele se lembrou da noite em que deu a ela.
Eric o observa com sua própria tristeza. — Sinto muito pela sua perda.
— O-Obrigado. — com um suspiro entrecortado, Tyler administra seu sorriso fraco - seus olhos olhando para ele. — Estou falando sério, obrigado.
— De nada.
— Você não precisava me trazer isso...
— Eu sei. — Eric se afasta. — Se fosse alguém de quem eu gostasse. Eu procuraria por qualquer coisa para me agarrar. Memórias nem sempre são suficientes... — ele se despede.
Tyler olha para a pulseira, seus olhos se estreitam para observar Eric.
— Você se importava com ela...
Não foi uma pergunta, mas uma afirmação, foram as palavras que saíram da boca de Tyler. Se alguém conhecia aquele olhar quando se tratava de Nicole, esse alguém conhecia.
Eric para, girando a cintura para trás para olhar para Tyler. Um olhar entre os dois que jamais seria esquecido entre nenhum deles.
— Eu me importei. — Eric diz baixo. — Eu não a conhecia como você, mas vi o que você fez. — Tyler o olha em busca de uma resposta. — A dor dela...
Tyler não disse nada para ele.
Eric se vira e sai de casa.
Os olhos de Tyler viajam lentamente de volta para sua pulseira.
— Mesmo quando você para de se amar. Eu sempre vou te amar...
O olhar de Tyler quebrou quando ele conteve as lágrimas com um leve aceno de cabeça.
— Eu também te amo, Toretto. — seus olhos olham para o céu. — E eu sempre irei...
Sua mente queria esquecê-la e abandonar a dor, mas ele sabia que o coração dentro de si nunca permitiria.
As memórias que ela deixou ficariam com ele para sempre...
★
Amanhecer...
Sentada ao estilo indiano em seu assento de avião, Nicole mexe nos cordões de sua jaqueta.
Ver o sol nascer em um avião tinha sido um tipo diferente de visão para ela. Muita coisa mudou no cenário das horas que passavam. Quanto mais o avião se afastava de casa, mais seu coração afundava na boca do estômago.
Chega de risadas com Gia e de dormir em noites aleatórias por causa do tédio. Uma melhor amiga e irmã honesta. Gia a arrastou para um funeral ao qual ela teria se arrependido de não ter ido, estivesse Letty viva ou morta. Gia não fingiu saber como Nicole se sentia com a morte de sua família, ela sabia. Uma dor mútua pela qual elas se uniram - e como irmãs, elas se mantiveram protegidas de mais sofrimento.
Uma pessoa que ela guardaria para sempre em seu coração. Não importa o que acontecesse com ela sob os cuidados de Shaw, Nicole não se arrependeria de nada pelos amigos que teve com ela até agora.
Até ele...
O pulso que segurava a pulseira. Um vazio arrepiante onde costumava estar sua pulseira. Por que Shaw não podia deixá-la ficar com ele? Por que ela realmente precisava deixar isso para trás? Poderia ser para deixar ir ou havia mais razões pelas quais Owen não contou a ela.
A única coisa que lhe restava além das memórias, o único pedaço dele que ela queria levar... Desapareceu.
Um cara que deixou de irritá-la e se tornou um de seus melhores amigos.
Quando ela parou de se amar por um breve momento, ele ainda o fez. Aquele que a lembrou que não há problema em chorar, mas aprenda a perdoar. E agora ela tinha visto o porquê.
Ela não se arrependeu de tirá-lo da vista de Braga. Nenhum outro cairia por causa dela e do que ela queria. Letty já havia seguido esse caminho uma vez e Nicole não poderia sobrecarregar outro. Ele não precisava disso para si mesmo.
Tyler precisava viver uma vida que um cara da idade dele deveria. Não no que ele se meteu por causa dos pais ou de maus hábitos.
Nicole rezou para que ele aceitasse suas palavras e fizesse exatamente isso. Ame a vida dele, aprenda a esquecê-la e seja realmente feliz um dia.
Não houve uma mentira que ela contou a ele antes de ir embora. Se ela algum dia explorasse o que queria no futuro... Teria sido ele.
Uma parte estranha dela sempre soube disso, mas ela nunca contou a ele até agora...
Uma vez com ele a fez ver isso mais do que qualquer dia anterior. Não era um grande sinal, era apenas uma maneira que ele a fazia sentir quando estava perto dele.
Nicole sai da casa de Gia e vê Tyler trabalhando em seu carro; o capuz foi levantado, enquanto ele se inclinava com a cabeça para dentro.
Esgueirando-se até a porta aberta do carro, a mão de Nicole tocou a buzina.
— Faça isso e eu coloco você no porta-malas.
Os olhos de Nicole se arregalaram, levantando seu corpo.
— Você nem olhou para cima! Como você sabia que eu estava aqui?
Abaixando o capô para cair com força, Tyler sorri.
— Por que você acha que eu nunca vejo você, Nicole?
— Você precisa de óculos, é uma delas.
— Ouch. — Tyler levanta o dedo. — Óculos de leitura, acerte. Meu médico deixou claro que eu estou...
— Cego? — Nicole cruza os braços, fechando a porta com o quadril.
— Eu dirijo muito bem. — as mãos de Tyler se esticam. — Então o que ela realmente sabe?
— Lembre-se daquele discurso quando estiver na prisão por atropelamento e fuga.
— Eu posso ver as pessoas.
— Você sempre consegue ver o 'sinal de Pare' no escuro?
As sobrancelhas de Tyler se puxam. — Eu sempre preciso?
A cabeça de Nicole se inclina. — Como você conseguiu sua licença de novo? Pague alguém.
Tyler enxuga as mãos no pano enquanto se aproxima. — Talvez. Por que, você quer o número? — Nicole levanta a sobrancelha para seu sorriso cutucado. — Sim.
— Você é ridículo. — Nicole apoia o ombro no carro, cruzando os braços.
— Você nunca disse não. — Tyler aponta. — Então vou perguntar novamente no futuro.
— Você guarda um monte de coisas para o futuro, não é?
Tyler apoia o braço no carro, de frente para ela. — Gosto de estar preparado para isso. Planejei tudo até agora.
Nicole olha para ele loucamente. — Não há nós para planejar.
Tyler acena com uma risada e desvia o olhar. — Você continua dizendo isso a si mesma. — seus olhos voltam para os dela com um sorriso. — Não é difícil admitir...
— O que não é?
— Que você tem alguém como eu por quem ansiar.
Nicole fica olhando. — Você não vai se superar até que eu te empurre de um penhasco ou algo assim, não é?
Tyler ri. — Isso é provavelmente o que será necessário.
— Imaginei. — Nicole suspira. — Você realmente precisa arrumar uma namorada.
— Não incentive a traição.
— Não seria traição! — Nicole ri.
— Você ficaria com ciúmes?
— N... — uma pausa em suas palavras enquanto ela reprimia a mentira. — Eu não faria isso.
A cabeça de Tyler se inclina. — Uh-huh, você tem algo bem aqui. — ele toca a bochecha dela. — Muitas mentiras. — Nicole bate em seu peito de brincadeira. — Eu não levo sua negação para o lado pessoal.
— Com licença? — os braços de Nicole caem. — Por que não?
Tyler observa a reação dela e quase responde, mas em vez disso ele apenas balança a cabeça, olhando para baixo – os cantos dos lábios se erguem em um sorriso.
— Só sei que não.
— Isso não é bom o suficiente. — as mãos de Nicole vão para os quadris. Tyler olha através dos cílios para a tentativa dela de ser severa, uma clara diversão. — Você diz certas coisas e então, quando eu pergunto, você me diz para não me preocupar com isso. Por que dizer isso, Tyler? Se este é um dos seus joguinhos mentais que você faz com aquelas ratas de corrida, não acho graça. E estou perto de dobrar a chave do seu porta-malas.
A risada de Tyler ecoa.
Se ela soubesse disso, continuaria a responder sua própria pergunta. Por que levar a sério sua negação quando ela provou todas as vezes por que ele não deveria? O fogo que ela tinha não poderia ser igualado por qualquer pessoa que ele tivesse encontrado. Ele sabia que ela estava falando sério sobre a parte da chave.
— Você realmente não vai me contar? — Nicole pergunta.
Tyler se inclina para ficar cara a cara com ela. — Será que isso fará alguma coisa por você se eu lhe contar?
Nicole ergueu a sobrancelha. — Isso faz alguma coisa para você, estar tão perto?
— É verdade.
Nicole sorri, uma zombaria enquanto desvia o olhar. — Sozinho aí.
— Ai. — Tyler foi até o peito. — Isso estava frio. — um olhar brincalhão voltou para ele enquanto seu sorriso permanecia. — Alguma parte do meu charme funciona em você? Só um pouquinho. — sua sobrancelha levantou. — Vou me esforçar mais.
— Boa sorte com isso. — Nicole se inclina para andar.
Uma colisão no peito de Tyler, o olhar dela viaja dos braços expostos em sua regata até ele. Uma parte de seu corpo congelou ali mesmo com ele, os olhos dele se estreitando para observar seus movimentos.
Nicole perdeu as palavras naquele breve momento, a vibração em seu peito. Quão rápido ele poderia deixá-la nervosa e fazê-la esquecer o mundo que girava ao redor deles. Sentimentos que ela não conseguia explicar, mas sabia que apenas uma pessoa os trazia até ela.
— Apenas saiba. Eu tenho muita paciência quando se trata de você, Nicole. — Tyler prende o cabelo para trás. — Muita paciência.
Nicole balança a cabeça lentamente - seu sorriso aparecendo. — Eu sei que você faz...
Tyler e sua risada leve, ele pisca, afastando-se dela.
Nicole o observa, com a mão no peito para mexer na corrente da etiqueta. Ela esconde seu sorriso cada vez maior e volta para casa.
Nicole apoia a cabeça no assento, olhando pensativa para o teto do avião.
Talvez quando ela crescesse pudesse ter sido diferente e ela teria contado a Tyler mais sobre como se sentia por ele. Mas agora ela nunca teria essa chance...
Nem mesmo a chance de contar a ele que sua mãe poderia estar viva. Owen disse que ela nunca quis saber esse nome, mas Tyler ainda iria querer. O que ela queria saber não importava. Ele tinha o direito de saber a verdade e, por um milagre, se ela conseguisse sair e voltar para ele, ela lhe contaria tudo.
Ele sempre cuidou dela. Mesmo os tempos que ela nunca conheceu.
— Eu não entendo isso. — Gia faz beicinho. — Matemática é estúpida. Se não se trata de dinheiro, quem se importa?
Nicole ergueu a mão do sofá. — Amém, garota, amém.
Uma ligação de seu avô faz Gia gemer.
— Ugh, estou indo! — arrastando-se, ela se dirige para os degraus. — Você pode descobrir isso enquanto eu estiver fora?
Nicole se senta. — Eu fiz os últimos três!
— Estou ciente!
Resmungando, Nicole pega o livro.
Tyler desce as escadas correndo. — Vocês duas ainda estão fazendo lição de casa?
— Infelizmente. — Nicole suspira. — Achei que você fosse sair hoje à noite.
— Nah. — Tyler se joga no sofá ao lado dela. — Meus rapazes estarão aqui mais tarde para jogar bola, mas isso é tudo.
— Não é seu outro amigo que vimos antes?
— Cameron? — Tyler pergunta, Nicole assente. — Não, claro que não. Eu nunca o chamaria de amigo. Pelo menos não meu.
— Eu concordo. — Nicole zomba.
Tyler apoia os braços nas costas do sofá. — Uh-oh, eu conheço esse tom.
— Ele me perguntou se eu queria sair com ele. Nada além de pessoas acima da minha idade e bebendo. Devo ter escrito 'Dumb and Murder Case' na minha testa.
Tyler ri. — Eu já sei que ele te perguntou isso. —
Nicole para e se vira para ele. — O que?
— Como você sabia?
— Ele ligou falando comigo sobre você mais cedo. — Tyler dá de ombros. — Eu não gostei da mentalidade dele e depois que eu disse isso a ele, ele falou alto demais para eu ouvir. — Nicole ri. — Então eu disse a ele para tentar a sorte se quisesse. Eu sabia que você diria não, mas caso você estivesse cego pela beleza dele, eu tinha um plano B.
— Que foi?
— Fazer com que Damon o atropele. — Tyler acena com a cabeça, a cabeça inclinada para a sobrancelha levantada. — Eu não quero sangue nos meus pneus.
Nicole ri. — Seriamente? — as mãos de Tyler se levantam. — Agradeço por avisá-lo com antecedência. Você deveria saber que não preciso que você atropele ninguém. Eu sei como me comportar muito bem.
— Eu sei que você quer... — Tyler diz. — Não vai me impedir de cuidar de você.
— Mesmo se eu disser não.
— Eu farei isso em segredo. — ele dá de ombros. Nicole bufa olhando para ele. — Bem, eu não vou mentir para você.
Nicole se recosta. — Estou praticamente presa a você e à sua insanidade, não estou?
— Bastante. — Tyler levanta a mão preguiçosamente, sua atenção voltada para ela. — Eu sempre vou cuidar de você. Quer você queira ou não.
— Eu sei. — diz Nicole. — Não posso falar porque faço o mesmo.
— Não, você não pode falar. — Tyler concordou com o olhar dela, ele riu. — Eu te adoro por isso.
— Qualquer que seja.
— Ah, não seja assim. — ele pega o livro de matemática dela. — Deixe-me ver isso.
Depois de um tempo estudando durante o dia. Ambas as meninas adormeceram em sofás opostos, uma em frente à outra. Os caras voltaram conversando, Damon os silenciou quando foi o primeiro a ver as duas dormindo.
Pedindo licença para ir à cozinha, eles falharam miseravelmente em tentar ficar quietos. A lâmpada quase sendo derrubada é um excelente exemplo.
Tyler revira os olhos para eles.
Pegando o livro de Gia, ele o coloca de lado e desliga a TV.
Sua cabeça se vira para Nicole, que estava pendurada no meio do sofá.
Tyler sorri com a visão. Indo até ela, ele empurra sua perna para trás e coloca o cobertor sobre ela.
Seu sorriso desapareceu quando ele percebeu sua expressão dolorosa.
Ao se abaixar, ele a ouviu pronunciar as palavras 'pai'. Ele conteve o sorriso. Durante o dia ela nunca falava sobre ele, mas ele se perguntava em quanto de seus sonhos seu pai aparecia. Nicole era um exemplo claro de como correr fisicamente nunca apagava o controle mental que a vida tinha sobre uma pessoa.
Ver as poucas lágrimas derramadas de seus olhos fechados fez seu peito apertar.
Tyler os afasta quando a ouve chorar, aquele olhar duro suavizando.
— Você está bem. — sua voz baixa. Beijando o topo de sua cabeça, ele continua a enxugar as lágrimas enquanto elas caem. — Você vai ficar bem...
Ouvir aquela voz fez com que sua mão fosse até aquele que segurava sua bochecha para se juntar a eles. Seus ombros relaxam naquela queda cansada.
— Tyler...
Afastando os lábios da cabeça dela, ele sorri. — Fico feliz em saber que você pensa em mim em algum momento. — tudo o que ela fez foi apertá-lo com mais força, os lábios formando um pequeno sorriso. — Volta a dormir....
Os olhos de Nicole começam a se aproximar.
Momentos que eles nunca conseguiriam passar juntos, pelo menos ela conhecia um dos muitos sentimentos que manteria com ela.
Nicole estava sentada na varanda, com os olhos fixos na vista noturna acima. Tarde da noite, quando ela precisava escapar de seus pesadelos de preocupação com a morte de sua mãe e seu pai. Já fazia um tempo que ela não tinha notícias de Letty desde que ela partiu para a República Democrática do Congo. Suas preocupações eram grandes, mas ela sabia que se seus pais estivessem juntos, eles ficariam bem. Tudo bem, já que nenhum dos dois ficou longe de problemas.
A visão de Tyler subindo as escadas chamou sua atenção.
— O que você está fazendo aqui?
Tyler dá de ombros. — Caminhadas noturnas habituais quando não consigo dormir. — ele caminha até o patamar. — Eu teria dirigido, mas pensei que seria melhor.
— Grandes mentes. — Nicole concorda.
Tyler sobe os degraus e se senta ao lado dela com um longo suspiro.
— O que impediu você de dormir?
— Ah. — Tyler apoiou um cotovelo na perna apoiada. — Só pensando demais. — Nicole olha para ele. — Ok, ok. Você pode parar com esse olhar. Você e Gia me matam com isso.
— Mentir é pecado. — Nicole lembra.
— Eu sei. — Tyler olha para cima. — Pensei nos meus pais. Numa daquelas noites. Você?
— O mesmo, na verdade. — Nicole o observa e percebe mais por trás de seu olhar do que o que ele estava dizendo a ela. — Você quer conversar sobre isso?
Tyler balança a cabeça. — Não é você, mas falando sobre eles. — uma mão repousa em suas costas, ele se vira e a vê dando um sorriso de compreensão. — Acho que não é tão fácil para mim praticar o que prego, hein?
— Não, mas às vezes há motivos. — a cabeça de Nicole se inclina, ela esfrega as costas dele. — Pode ser difícil para você praticar isso, mas tentar ajudar alguém antes que ele chegue à sua dor. Ainda vale a pena pregar.
— Até para você?
— Sempre para mim.
Tyler sorri, um leve aceno de cabeça. — Obrigado.
— Para?
— Não me fazendo falar sobre isso.
Nicole sorri.
Tyler olha para o livro em seu colo. — O que você está lendo? — ele aceita o protesto de Nicole e usa um braço para mantê-la afastada. — Oh Ho! — ele ri. — Não 'The Boys Crush & Girls First Kiss'. — Tyler mostra o livro para ela. — Nicole Toretto, que vergonha.
— Me dê isso! — Nicole o pega.
— Eu não sabia que você lia esses livros. — Tyler ri. — Você fica mais interessante a cada dia.
— Cale-se. — Nicole resmunga, colocando o livro de lado. — Você sabe, eu leio isso quando estou entediado.
— Uh-huh, certo. — Tyler ri. — Você tem muitos destaques aí. Para que serviam? Como beijar um garoto?
— Eu sei como fazer isso.
As sobrancelhas de Tyler se levantam. — Ah, é mesmo? Agora estou curioso. Quem foi o primeiro cara sortudo?
— Você não o conhece.
— Mentira. Eu conheço todo mundo. — Tyler diz, Nicole encara seu sorriso malicioso. — Tente de novo, Toretto.
Nicole coça a cabeça. — Ok, então talvez isso não tenha acontecido. — Tyler ri. — Não significa que não vai!
— Concordo. — Tyler assente. — Eu vi alguns caras morrendo por seu carinho. Você me disse que nenhum dos dois roubou um beijo seu.
Nicole balança a cabeça. — Eu daria um soco na cara deles.
— Isto é verdade. — ele a observa. — Então por que você não fez isso?
— Eu não sei. Talvez seja muito cedo?
— Eh, eu conheço pessoas da sua idade que estão pior.
— Isso é perturbador.
— Isso é vida. — ele concorda.
Nicole revira os olhos. — Eu não queria porque... E se eu for ruim nisso? — a cabeça de Tyler se inclina. — Quero dizer, muito ruim - tire esse sorriso do seu rosto, Tyler.
— Sinto muito. — Tyler ri. — Continue.
— Estou falando sério! — Nicole pisa, com a sobrancelha levantada. — Ok, agora estou falando sério. Minha primeira vez e acabo horrível.
— Vá encontrar um parceiro de prática.
— Isso iria contra o propósito do meu primeiro. E uma pessoa prática como quem?
— Estou aqui. — Tyler acena. — Olá, estou visível apenas quando necessário ou algo assim.
— Tyler. — Nicole aponta. — Boa tentativa.
— O quê? Esta não é minha tentativa de finalmente conseguir minha chance. Relaxe. — suas mãos sobem em defesa. — Mas eu poderia te dizer se você era boa ou não. Mais experiência.
Nicole não conseguia acreditar que estava sequer considerando a possibilidade de fazer isso.
— Como poderíamos...
Interrompido em suas palavras, Tyler beijou Nicole, para seu choque. Um gesto que ela pensou que a faria se afastar, mas não demorou muito para ela se inclinar para ele. A suavidade de seus lábios a inclinou enquanto ela movia os dela com ele.
Com a mão subindo pelo pescoço dela, ele inclina a cabeça para trás, aprofundando um beijo que ela nunca pensou que iria querer mais. Um leve arrepio percorreu sua espinha. Chega de más intenções em contato, nada mais, um beijo honesto dele para ela.
Tyler se afasta, seus olhos nunca deixando os grandes marrons que se arregalaram. Ele tinha que encontrar forças para se afastar dela.
— Para responder às suas preocupações. — a voz baixa de Tyler. — Você ficaria mais do que bem, Nicole.
Nicole não disse nada enquanto olhava para ele.
Inclinando-se, ela o beijou, deixando que fosse a vez dele ficar chocado. Sentindo as mãos dela contra sua bochecha e seu pequeno corpo pressionado contra ele. A mão dele passou pela cintura dela para segurá-la enquanto ele a beijava de volta.
Percebendo o que fez, Nicole se afasta, uma mão cobrindo a boca de horror.
— Sinto muito!
Essa era a última coisa pela qual ela precisava se desculpar perto dele.
A cabeça de Tyler pende, rindo enquanto ele passa a língua pelo lábio inferior. — Confie em mim. Você está bem...
— Eu, uh... — Nicole pega seu livro. — Na verdade, estou com muito sono agora. E-Então eu vou... — ela tropeça ao se levantar.
— Você está... — ele estende a mão para ela.
— Estou bem! — Nicole recua, com o cabelo cobrindo o rosto.
Um primeiro beijo que ela esperava que fosse chato. Chegou trazendo sensações que ela nunca tinha visto antes, e tudo veio da pessoa que ela menos esperava.
Nem um osso em seu corpo se arrependeu
— Hum, eu estou bem. — Nicole recua até a porta. — Isso aqui, é...
— Nunca mais falar sobre isso?
— Certo. Isso mesmo. — Nicole aponta. — A parte em que você, hum... — a sobrancelha dele se ergueu, mas ela se conteve. — Não! Eu não preciso do flashback. Vejo você na escola amanhã? — Tyler abre a boca. — Sim. Vejo você amanhã, boa noite!
Tyler a observa correndo pela casa, seu sorriso esticado em nada além de diversão.
— Amanhã é sábado! — ele chama.
— Melhor ainda, até segunda-feira!
Ele balança a cabeça com uma risada. — Boa noite, Nicole...
Nicole dormiu profundamente em suas memórias.
Esses seriam os sonhos que ela manteria, para ajudá-la.
Owen vem de trás e vê Nicole dormindo em sua cadeira, segurando-se.
Colocando seus papéis na mesa, ele observou a garota por um breve momento.
O rosto pacífico de uma garota cuja natureza inocente não existiria mais quando ela saísse deste avião. Uma ideia que seu irmão considerou perversa, mas Owen viu isso como a chance de sua vida.
Quando criança, ele teve que aprender desde cedo a crescer cedo. Agora, Nicole estava prestes a aprender o mesmo. Exceto que ela teria alguém lá para lhe mostrar como.
Pegando o casaco da cadeira, ele colocou-o sobre ela.
— Você será um prêmio de pessoa um dia, Nicole. — Owen dá um passo para trás, pela primeira vez um olhar suave passa por seus olhos, mas o olhar diabólico em seu rosto permanece verdadeiro. — Você vai ficar bem, amor...
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