021
˖࣪ ❛ NADA A PERDER ALÉM DE NICOLE
— 21 —
DOM AGARRA BRIAN e o joga contra a parede. Brian luta desesperadamente para sair do alcance de Dom.
— Você não entende. — Brian se esforça.
— Eu não entendo?! — Dom rosna quando Brian o empurra.
— Pare com isso! — Mia gritou para ele. Dom não ouviu uma palavra do que ela disse para passar a raiva que ele tinha fervendo e que agora começou a transbordar
Agarrando-o, ele jogou Brian sobre a mesinha. Com o corpo derrubando-o no chão, Dom marcha e começa a espancá-lo. Golpes maciços de esquerda e direita, atingindo a lateral de seu rosto.
— Dom, pare com isso! Por favor, pare! — Mia gritou.
Brian encobre. Dom tentou outro soco, mas Brian agarrou seu braço e prendeu Dom em um triângulo para fazê-lo parar. Com facilidade, Dom levanta Brian enquanto ainda está preso e o joga de volta no chão duro, fazendo Brian estremecer e soltá-lo.
Com o punho pronto, Dom foi acertá-lo novamente.
— Ela fez isso por você, Dom! — Brian grita e Dom para. — Ela fez isso por você! — os olhos arregalados de Mia olharam entre eles confusos. — Letty veio até mim para limpar seu nome em troca de derrubar Braga. — Dom sentiu o golpe esmagador em seu próprio peito com esta notícia. Ele e Mia compartilhando um breve olhar de tristeza pela verdade devastadora por trás da morte de Letty. — Nicole e ela precisavam de você e eu queria ajudar. — com o punho abaixado, Dom sentiu lágrimas brotando em seus olhos. Os primeiros que ele derramou desde que voltou para casa. — Ela só queria que você voltasse para casa com elas! — ele brada. Virando as costas para ele, Dom não teve palavras enquanto saía lentamente da cabana. Brian segura as lágrimas e chuta algumas coisas. — Sinto muito, Dom! Sinto muito!
Mia balança a cabeça, apoiando as mãos na cadeira com um leve grito.
Dom os deixou, não tendo coragem de enfrentar nenhum deles. Brian confirmou tudo o que seu instinto tentou dizer e que sua filha até disse com sua própria boca. Nicole estava certa. Letty fez tudo isso para conseguir um nome limpo para ele, sacrificou sua própria vida e tempo para trazê-lo de volta e agora ela se foi. Se ele nunca a tivesse deixado, se ele tivesse encontrado um caminho como ela disse. Então ela ainda estaria lá com eles. Tudo por não querer enfrentar seus problemas, ele perdeu a mulher que amou para sempre e seu melhor amigo. Ela estava morta e ele dividiu a culpa com quem a levou. Não importa o quanto sua cabeça tentasse lhe dizer o contrário, seu coração deixava isso claro. Este é o preço por não enfrentar seus problemas e se ele não o fizesse... Só iria piorar.
★
Gisele vai até a mesa onde Nicole estava deitada, ainda nocauteada. Os caras que foram buscá-la a trouxeram de volta para a casa do Campos, não nas condições que ela deveria estar.
— Você teve que bater nela? — Gisele sibilou por cima do ombro para Feinx.
— Você deveria ter sorte de eu tê-la trazido assim. — Feinx sentou-se na cadeira com um resmungo. — Eu deveria tê-la matado.
— Então você seria o próximo morto. — Gisele zomba. — Na verdade, não me importo com a parte do resultado se Feinx for embora. Ela está dormindo há muito tempo. — ela se preocupa.
— Então jogue-a no porta-malas e deixe o corpo fora, quem se importa. — Feinx levanta o pé. — Afinal, o que o chefe quer com uma criança, hein? Achei que se tratava de recuperar a remessa dele. Agora, de repente, não podemos machucá-la.
Gisele o ignora e coloca uma bolsa de gelo na nuca de Nicole. Ela empurrou o cabelo da menina para trás para ver suas feições. Ambos os pais se mostravam tão facilmente nela, exceto a mãe, o rosto que ela lembrava de ter visto antes de morrer. Uma parte dela desejava ter chegado a Letty mais cedo, para que sua mãe pudesse manter Nicole longe disso. Ela pensou que Dom faria isso, mas parecia que Nicole era muito teimosa ou simplesmente foi pega no lugar e na hora errados.
Feinx esquadrinhou Nicole com seus olhos diabólicos e seu rosto se contorceu em desdém. — Bruxinha.
— Pare. — Gisele atirou para ele. — Ela é uma criança.
— Uma que quebrou meu nariz. — o cara de antes levantou a mão.
Gisele lutou contra a vontade de sorrir para as bandagens em seu nariz enquanto sua mente se lembrava do grito quando ela o colocou de volta no lugar. Ela era jovem, mas Gisele viu que Nicole foi ensinada a lutar e revidar com força contra qualquer um. Essa é a razão pela qual ela estava aqui. Uma sensação de afundamento se instalou. Ela sabia que havia razões pelas quais seu chefe a queria, todas essas razões que ele não quis dizer. Isso não foi tudo por causa de uma remessa que Dom levou. Ele a observava desde Letty e não conseguia contar a eles todos os motivos. Mas Gisele sabia que devia haver alguém muito interessado nela.
O som de agitação sob sua mão fez Gisele sair de seus pensamentos.
Nicole joga a cabeça para o lado, algumas crises de dor provocam uma forte dor de cabeça em sua cabeça. Ela luta para abrir os olhos, as mãos segurando o cobertor que estava sobre uma mesa de vidro. Vozes de homens permaneciam em seus ouvidos enquanto seus olhos encontravam os poucos que a encurralavam na casa de Harry e então havia aquele. Feix. Aquele que ela tinha um bom pressentimento é o responsável por nocauteá-la daquele jeito. Os outros tentaram não usar força bruta, mas ele, por outro lado, não pensou duas vezes sobre isso.
Ela ainda podia sentir o latejar que pulsava na parte de trás de sua cabeça, onde ele a atingiu.
Gisele dá um passo para trás e olha para ela. — Você está bem? Nicole.
Nicole não respondeu, seus olhos ainda presos nos homens do outro lado da sala. Tentar mover os braços não funcionou. Ambos estavam amarrados nas duas extremidades da mesa com nós fortes. Ainda assim, o rosto de Nicole estremeceu quando ela puxou-os com toda a força.
O som do movimento chamou a atenção de Feinx. — Olha quem finalmente acordou. — ele ergueu a cabeça com um sorriso ousado na direção dela.
Nicole expressa sua frustração para encará-lo. Ele coloca o pé no chão, acelerando enquanto dá passos lentos até ela. Gisele o observava com atenção. O movimento errado e ela não iria parar. Ele tinha feito o suficiente e ela seria condenada se ele a machucasse enquanto ela estivesse ali.
— O-Onde estou? — Nicole desviou o olhar de Feinx para olhar ao redor da sala, seus olhos suplicantes encontraram Gisele que estava com o coração partido ao olhar para eles. Nada além do medo a assolou, estava escrito em seu rosto. — Deixe-me ir... — pela primeira vez, ela implorou.
Feinx atrapalha o olhar suplicante de Gisele e Nicole que se transforma em um olhar gelado pronto para enfrentar o próprio inferno.
— Eu nem sabia que você poderia implorar. — Feinx achou isso divertido. — Onde está sua boca inteligente, hein? — ele se inclina ao nível dela, com as mãos nos joelhos. Mostrando seu dente de ouro, ele diz. — Meus meninos amarraram você muito bem, não foi?
— Você quer seu distintivo de escoteiro ou algo assim? — Nicole zomba dele. Os olhos de Feinx se contraíram levemente quando os poucos homens atrás deles pigarrearam, de tanto rir dele.
Gisele, entretanto, apenas mordeu o lábio e olhou para outro lugar.
— Você tem um problema real em calar a boca e isso está começando a me irritar.
Nicole fez questão de dizer isso com toda a frieza. — Então não me diga nada. Se você falar, as pessoas responderão.
Feinx olhou para trás, agarrando um punhado de seu cabelo, fazendo-a gritar. — Não é possível responder se você está morta em uma maldita vala, pode?
Gisele se moveu para alcançá-lo, mas a maçaneta da porta girando e um rosto familiar entrando parou tudo.
— Ei, ei. — Campos entra, ladeado por dois homens. — Feinx. O que eu disse sobre colocar as mãos na criança? — os olhares de Feinx e Nicole lutaram e nenhum deles quebrou os deles. — Deixe ela ir e se acalmar, Holmes. Não vale a pena, ok. — Feinx empurra a cabeça de Nicole com um estalo, fazendo seu rosto bater no lado frio da mesa. Apontou Campos. — Cuidado. — ele diz a ele. — Recebi um preço por essa cabeça. Se você bagunçar tudo, estaremos em apuros. — Campos se aproximou e percebeu suas amarras, os lábios puxados em diversão. — P-Por que ela está amarrada assim?
Gisele aponta a cabeça para os homens no canto.
— Isso é porque. — um deles não teve problemas em falar. — Ela quebrou o nariz dele com uma chave inglesa e me chutou na cara. Sem falar em um monte de outras porcarias.
— Menina durona. — Campos acena lentamente de volta para Nicole. Curvando os lábios em um sorriso, Nicole continua a olhá-lo de lado enquanto se afastava o máximo que podia. — Você agrediu meus rapazes e ter apenas 13 anos é uma surpresa para mim. Mostra que você tem pais que te ensinaram bem... Mas não o suficiente porque você ainda acabou em minhas mãos.
— Onde está Tyler? — Nicole não perdeu tempo perguntando.
Campos apenas mostrou um leve sorriso.
O sorriso que causou um arrepio em sua espinha. Este homem sempre esteve um passo à frente deles e jogou todos eles muito rapidamente. Como alguém como ele poderia ser apenas um braço direito? Nicole não entendia nada disso e as coisas não faziam sentido para ela em Campos.
— Deve estar aqui daqui a pouco. — Campos dá de ombros. — Eu não pensei que ele realmente iria me trair entre todas as pessoas. — Nicole franziu as sobrancelhas confusa. — Acho que para você uma pessoa pode mudar. Aquece meu coração ver um amor assim... Acho que não foi o suficiente. Hm?
Nicole se sentiu mais do que perdida. O que ele quis dizer com 'Eu não pensei que ele iria me trair entre todas as pessoas'. Tyler disse que fez trabalhos para Campos e Braga, Nicole duvidava que algum dia ele fizesse mais do que isso e em nome dela.
A porta se abriu, Tyler tropeçando para dentro. Nicole só conseguiu levantar a cabeça a tempo de vê-lo. Um pouco espancado, mas sem muitos danos, exceto pela grande mancha de sangue na lateral do corpo que encharcava sua camisa azul.
— Ali está ele. — Campos ergueu as mãos. — Bem a tempo de fazer isso. Estávamos falando sobre você, Tyler.
Tyler olhou para os dois homens bloqueando seu caminho, com respirações pesadas ele cuspiu o sangue da boca para o lado.
Seus olhos se estreitaram, mas ele se virou quando viu Nicole amarrada.
Tyler ignorou os dois homens e empurrou outro para correr até ela. Eles fizeram menção de agarrá-lo, mas Campos ergueu a mão, observando ele mesmo.
— Nicole, o que eu pensei ter dito para você correr para casa?!
— Eu fiz. — Nicole tentou conter as lágrimas. — Mas eles estavam se aproximando e o Harry's era o lugar mais próximo. Eles me encurralaram lá. — o medo de voltar antes, já que Tyler nunca a viu assim antes. — Eu não sabia o que fazer. — seu lábio tremeu. — Eu não sabia para quem ligar ou se você estava m... — uma respiração profunda a fez escapar da respiração rápida. — Sinto muito, tentei fugir. Estava preocupado com você e se eles tivessem feito alguma coisa. Sinto muito, Tyler...
— Não, não. — Tyler balança a cabeça. Ele desliza a mão pelos cabelos dela, tentando acalmá-la. — Estou bem. Você está bem, certo? — Nicole acena com a cabeça, mas isso não impediu as lágrimas que ela lutou para conter.
Tyler olha em volta, pega a faca da outra mesa e corta as cordas dos dois lados.
— Ei! — Feinx latiu.
— Cale-se. — Tyler nem se preocupou em olhar para trás.
— Tudo bem. — Campos sorri para seu braço direito.
Tyler a ajuda a sentar enquanto ela o abraça de alívio. Alívio total por ele ainda estar lá com ela. Enterrando o rosto em seu peito, ela sentiu suas próprias mãos tremendo enquanto o agarrava com força. Com medo por um segundo que Campos ou Feinx o arrastassem embora. Outra morte é algo que sua mente não consegue lidar. Especialmente não em nome dela.
— Eu não deveria ter feito você ir embora. — Tyler diz, segurando-a com força. Mantendo os braços em volta dela, ele se vira levemente para encarar Campos. — Você deixou claro. Apenas deixe-a ir. — os olhos de Nicole espreitam pelo cabelo na frente de seu rosto.
— Você sabia o preço que eu coloquei na cabeça dela. — Campos dá de ombros.
— E você me disse que encontraria uma saída se eu fizesse o que você queria. — Tyler diz. — Você mentiu.
Nicole tensionou os ombros, afastando-se um pouco e olhou para Tyler e Campos. — O quê? Qual o preço? — ela olha para o amigo, ele não conseguia nem encará-la, mas ainda assim manteve um olhar perto dela.
— Eu tentei, mas o que posso dizer, o dinheiro fala mais do que você pensa. — Campos suspira. — Ele estava muito determinado e é um velho amigo. — o punho de Tyler se apertou, querendo arrancar os dentes de Campos.
— T-Tyler. — a voz de Nicole falha quando ela o chama, mas ele não olha para ela.
— Você não quer contar a ela? — Campos levanta uma sobrancelha.
Tyler balança a cabeça. — Apenas deixe isso. Você não ganha nada com isso.
— Tem certeza disso? Porque, do jeito que eu vejo, eu ganho muito. — Campos desafia, com a cabeça inclinada para Nicole. — Eu não acho que ele vai te contar, então deixe-me. Eu contei ao Tyler sobre alguém que estava procurando por algo especial e a pessoa tinha você em mente. Tyler não gostou muito disso, então ele disse que faria qualquer coisa para manter as coisas em segredo e que meu cara procure outro lugar.
O olhar de Tyler endureceu à medida que Campos falava.
— Agora consegui fazer muitas coisas que precisava e isso até me fez aproximar dele, mas negócio é negócio. — Campos ri. — Acontece que seu nome é algo interessante, Angel. Especialmente você se associando a Tyler aí. — os olhos arregalados de Nicole se movem entre eles. — Meu amigo deixou claro que quer você e eu não poderia negociar um acordo. Então eu dei ao Tyler aqui uma escolha depois disso. Ou ele entregaria você hoje de boa vontade - imaginei que seria mais fácil para ele trazer você aqui. — as mãos de Nicole caem de Tyler, que não conseguia nem encará-la, mas seus olhos contavam tudo a ela. — Era você, ou eu pegaria a prima dele e a daria ao melhor lance do outro lado da fronteira. De qualquer maneira eu ganho dinheiro, mas ele sabia que eu ainda iria atrás de você. — seus olhos brilhantes encontraram Tyler e ele sorriu ao ver a carranca do jovem. — Ele não é estúpido.
— V-você... — a voz de Nicole falhou, suas sobrancelhas franzidas e incapaz de pronunciar as palavras.
Tyler não moveu o braço. — Eu juro que nunca daria você a ele. — ele finalmente olha para Nicole, que o encara como um fantasma completo. — Eu não daria você ou Gia para ele, Nicole. Você sabe disso, você me conhece.
— Ela faz? — Campos disse por trás. Seus olhos encontraram Nicole, cuja mente não sabia o que processar. — Ninguém nunca te ensinou que nem todo cara é legal por algum motivo? Eles sempre querem algo de você.
— Não se atreva. — Tyler aponta para ele.
Nicole agarra a mesa com as mãos trêmulas, incapaz de pensar em quem deveria acreditar. Sua mente voltou às palavras de Campos anteriormente. Vender Gia? Para chegar até ela, ele roubaria a única coisa de família que restava a Tyler. Ela sabia o quão fácil Gia poderia ser quebrada. Ela era forte, mas Gia e ela eram diferentes por seus motivos.
Tyler fez com que ela olhasse para ele, ele balança a cabeça ao ver o coração partido. — Nicole. Eu tentei te contar, tentei mantê-la em casa. Eu sabia que se você estivesse segura em algum lugar, ela estaria lá. Eu ia tirar Gia de lá, contanto que pudesse mantê-la lá. Foi por isso que contei. Eles sabiam quem eram seu pai e Brian. Achei que isso iria assustar você e fazê-lo ficar onde estava seguro. Mas você... — Tyler respira, sua respiração começando a ficar lenta. — Você sempre faz o oposto do que eu espero. Eu sabia que eles viriam assim que nos viram sair, mas foi por isso que empurrei você para fora do barraco. Se eles tivessem me matado, eu teria levado isso. Eu simplesmente não precisava você em nada disso.
Nicole descobriu que levantou a mão para agarrar a dele. — Ty...
O ferimento em seu lado o fez estremecer e cair de joelhos com um grunhido doloroso. Toda a dor começou a ser insuportável para ele.
Nicole pula no chão com ele, deixando-o usá-la para se apoiar. Tyler tosse e tenta se posicionar, mas isso só causa uma pontada de dor novamente. A umidade sob a palma da mão a fez removê-la para ver a grande mancha de sangue saindo de sua camisa. Seus olhos se arregalam e olham para Tyler, que estava começando a ficar ainda pior a cada segundo.
Nicole levanta a camisa para mostrá-lo sangrando. A visão do ferimento a fez querer vomitar no chão, mas ela lutou e engoliu o desejo.
— Você está sangrando. — Nicole encontra sua voz.
Tyler tenta se levantar. — Estou bem. Já tive pior.
— Você não está bem, pare com isso. — Nicole gentilmente o puxa de volta para baixo. Tyler, que não estava em posição de tentar movê-la, só poderia ficar ali. — Ele precisa que isso seja examinado. — ela toca a cabeça dele quando sente a temperatura do corpo subindo. Campos não disse nada, mas observou. O coração de Nicole batia rápido, vendo Tyler a poucos minutos de distância bater na porta da morte. — Por favor! — ela implora a Campos. — Por favor. Deixe-o buscar ajuda, ele vai sangrar.
— Depende. — Campos apoia os cotovelos nos joelhos enquanto se abaixa na frente deles. Seus olhos observaram Tyler, que só conseguia olhar para ele, eles viajaram até os grandes e ferozes olhos marrons. — O que eu ganho?
Nicole engole as palavras antes que elas possam sair. — Eu vou ficar.
— Não. — Tyler tentou protestar com a mão. — Nicole, você é idiota...
— Você não tem escolha para fazer isso. — Campos ri da tentativa dela.
— Eu não vou fugir, eu prometo. — Nicole aperta o ombro de Tyler. — Ele não vai chamar a polícia nem contar nada. Apenas deixe-o ir buscar ajuda. É tudo o que estou pedindo, não farei nada.
Campos demorou, mas suspira. — Tudo bem. Fein...
— Não. — a voz de Nicole entra em cena, seus olhos encontram Gisele. — Eu quero que ela o leve. Pelo menos eu sei que ela realmente fará isso e não tentará matá-lo. — ela não se escondeu lançando um olhar feio para Feinx.
— Justo. — Campos concorda.
Gisele acena para os homens. — Traga o carro e pegue-o.
— Nicole. — a voz de Tyler ficou rouca. — Não faça isso. Você não faz um acordo com ele, nunca faz.
— Assim como ele disse... Eu não tenho escolha. — Nicole murmura.
Dois homens vieram ajudar Tyler a se levantar e levá-lo para baixo.
Campos acena com a mão. — Você pode dizer adeus a ele. Será a última vez.
Uma pequena parte dela ficaria feliz se a morte batesse à sua porta depois disso. Ela seria capaz de ver sua mãe, de se livrar da dor que carregava consigo. É claro que ela estava brava com Tyler, mas como poderia? Mesmo tendo a chance de escolher, ele fez o possível para escolher ela e Gia. Nicole não esperava que Tyler a escolhesse em vez de sua própria família. Seria a mesma coisa se fosse a família dela.
Sem lhe dizer uma palavra, Nicole deixou Campos e desceu até o terreno de baixo.
Tyler sentou na traseira do carro de Gisele, esperando a morena chegar e levá-lo ao hospital.
Nicole se aproxima quando os dois homens se afastam dele. Tyler sentou-se no banco de trás segurando a barriga para tentar estancar o sangramento da melhor maneira possível. O suor ainda pesado, pois ele achava cada vez mais difícil respirar.
Os olhos de Tyler encontraram os dela quando ela entrou no carro. — Nicole, me desculpe.
— Por que você não me contou? — Nicole pergunta a ele. — Você poderia ter me contado o que ele disse. Eu nunca esperaria que você escolhesse entre eu e ela... Nunca.
— Eu sei que você não faria isso. — fala Tyler. — Eu te conto tudo isso e você teria saído naquela noite para estar aqui. Você se escolheria antes de deixar Gia entrar nisso, eu sei disso. — Nicole não conseguia nem dizer que ele estava mentindo porque estava cem por cento certo. — Eu não poderia fazer isso com vocês, nenhuma de vocês. Eu não posso deixar vocês fazerem isso. Ele nem planeja ficar com vocês, é um preço para vocês.
— De quem?
— E-eu, não o conheço. Ele não mencionou nada disso até depois da sua mãe. — Tyler admite. — Ele só fez negócios com Campos e Braga, mas acho que foi ele quem contou que sua mãe estava disfarçada. Quem quer que seja, é um demônio diferente do Campos. — a respiração de Nicole engatou, ela balança a cabeça. — Você não pode ficar aí.
— Eu não vou... — Nicole encontrou essa esperança de quem é sua família. — Meu pai vai me encontrar.
Tyler teve que perguntar a ela. — E se ele não fizer isso?
Nicole não teve palavras para contar a ele, então ela sorriu. Um sorriso tão cheio de um coração partido que tudo o que ela pôde fazer foi mostrar a ele que estava tudo bem.
— Então, ficarei feliz. — Nicole garante. Os olhos de Tyler se arregalam com as palavras dela, ele se senta. — As coisas acontecem por uma razão, tudo acontece. Mas não posso ver outra pessoa morrer, tentando me trazer felicidade. — ela balança a cabeça lentamente, as lágrimas doendo enquanto embaçam seus olhos. — Eu não posso ver você morrer. Gia precisa de você e eu não poderia viver com o fato de que foi por minha causa que você a deixou. Sentar em seu funeral com ela sabendo que eu fazendo isso mudaria tudo. O que tipo de amigo eu seria, para pegar o que lhe sobrou?
— Nicole. — a mão de Tyler foi estendida para ela. — Eu...
— Eu quero que você cuide dela. — Nicole diz entre lágrimas. — É assim que você se redime para mim. Cuide dela e não se atreva a voltar a esta vida. Apenas proteja-a. Você pode me prometer isso? — os olhos de Tyler disseram que sim, mas ele sentiu suas próprias lágrimas surgirem. Algo que ele nunca pensou que teria novamente. Nicole o abraça, um abraço tão profundo e apertado que o conforto dele fez seu peito girar.
Esquecendo-se do ferimento, Tyler a abraça. Suas mãos agarrando o cabelo dela enquanto ele enterra o rosto em seu ombro. Um leve tremor veio de ambos, pois secretamente temiam nunca mais ver o outro. Tyler sabia que não era nada além de suicídio e estava escuro como breu com a estrada longe deles e Nicole sabia disso. Mas ela não tinha escolha e talvez o pai viesse. Ou talvez fosse apenas a morte dela, como ela implorou quando Letty morreu.
As mãos de Nicole deslizam pela parte de trás de sua cabeça, sua respiração ofegante e lágrimas em seu pescoço. Ela tira a dela que vazou na camisa dele.
— Só para você saber, teria sido você. — Nicole sentiu os braços dele tensos ao seu redor. — Do começo ao fim. Eu teria esperado por você também. — ela ri um grito sufocado. — Você cuidou de mim quando eu parei. — como ela poderia odiá-lo? Ele a manteve sã e a manteve aqui. — Eu te amo, Tyler. E quando eu for embora, quando você parar de se amar por isso... Eu ainda vou te amar.
Tyler queria dizer as palavras de volta, contar a ela, mas os gritos ficaram presos em sua voz junto com suas palavras. Seus olhos se arregalaram ao ouvir as palavras que ele pensou que ela nunca diria.
Gisele vem até o carro. — Eu tenho que levá-lo agora.
Nicole sorri tristemente. — Viva sua vida... — ela diz a ele.
Soltando-o, Nicole se levantou e deixou que os outros homens a levassem de volta. Nem uma vez ela olhou para ele, ela não queria que ele a visse chorar. Para ele vê-la tão abalada por saber que seria a última vez que ela veria seu rosto novamente. Ela não conseguiu. Então ela seguraria a cabeça e se afastaria dele agora, com a paz mais tarde sabendo que ele ainda estava vivo.
O coração de Tyler afundou ao vê-la sair. Ele queria pular e correr para ela, mas estava impotente para fazê-lo. Aquela que ele queria proteger, ele a perdeu de qualquer maneira... E desta vez ele não poderia jogar para recuperá-la...
★
Nicole subiu até o quarto e se sentou na cadeira longe dos olhos que a seguiam. Segurando-se, ela tentou se recompor e não deixar um bando de homens vê-la chorar como uma garotinha quebrada.
Campos se inclinou na janela quando Gisele saiu em disparada para buscar ajuda para Tyler. — Coisa corajosa de se fazer. Mesmo sabendo que ele quase te esfaqueou nas costas.
— Não. — a voz de Nicole era severa. Sua cabeça levanta para enviar um olhar ameaçador e choroso para ele. — Ele acabou de encontrar outro caminho. Você o fez tentar escolher e odiou que ele tenha escolhido os dois.
— Mas você não fez isso. — Campos arrastou a cadeira para se sentar à sua frente. — Você teria escolhido sua família, sem dúvida. Vejo isso em seus olhos, então mentir não faz nenhum bem.
— O que você quer? — Nicole pergunta. — E onde está meu pai?
— Isso é o que eu gostaria de saber. — Campos diz honestamente a ela. — Eu não estava planejando receber você até mais tarde esta noite, mas quando seu pai e seu tio Brian eu deveria ligar para ele? — Nicole parecia estar a dez segundos de atacar. — Tudo bem, Brian então. Quando os dois roubaram algo que me pertence, decidi fazer do jogo um jogo justo. Um tanto justo.
— Você disse que há um preço pela minha cabeça, de quem? — Nicole ignora sua resposta.
— Essa é uma pergunta que você não precisa saber ainda. — Campos, agora divertido, se inclina para frente. — Só sei que ele é um bom amigo meu.
— Um bom amigo para te contar algo que fez um deles matar minha mãe. — Nicole cuspiu.
— Acho que Tyler queria morrer sendo um informante. — Campos ri. — Não posso culpá-lo. Você é um anjo no que há de melhor. Ainda cuida dele mesmo depois disso. — a torção do rosto de Nicole mostrando que seus jogos estavam afetando os nervos que ela nunca tentou manter. — Ele me contou quando Brian colocou sua mãe.
— Então, quem a matou. — Nicole não fez isso como uma pergunta. Foi uma demanda sólida. Campos troca olhares com seus rapazes. — Qual deles?
Feinx se aproxima fazendo com que ela levante a cabeça, ele se inclina para ficar na frente dela. — Eu fiz. — ele disse e viu aquela raiva explodir. — Acho que o rosto dela era igual ao seu antes de explodir.
Nicole levantou o pé do nada, chutando-o com força lá embaixo. Feinx cambaleou para trás, caindo sobre um joelho. Antes que ele pudesse processar, Nicole dá uma joelhada sob seu queixo com força suficiente para mandá-lo de volta para o chão.
Dois caras a agarraram antes que ela pudesse pular em Feinx.
— Solte-me! — Nicole grita tentando se libertar. Chutando e se debatendo em seus braços, lágrimas queimaram seus olhos vermelhos enquanto escorriam por suas bochechas coradas. — Você é um covarde! Essa era minha mãe, ela era minha mãe! — sua voz falha. — E-Ela... Não merecia isso. — sua luta começa a se acalmar quando a dor se torna forte em seu peito. Se não fosse pelo aperto deles, ela teria caído no chão.
Feinx cuspiu o sangue para o lado, olhando para Campos que assistia Nicole como seu programa favorito. Sorrindo com toda a dor que ela mostrava.
— Não culpe meus rapazes por isso. — Campos se recosta. — Nicole... — captando suas emoções, dirige seu olhar para ele. — Aquele policialzinho a traiu e ela já estava morta quando se envolveu nisso.
— Você fez isso. — Nicole rosna para ele. — Não vou culpar Brian ou meu pai. Eles não a mataram. O sangue dela está nas mãos de Feinx e o seu também.
— Sinto muito pela forma como isso teve que terminar para ela. — Campos diz honestamente a ela. — Mas você é uma garotinha inteligente, Nicole. Seus pais e O'Conner tomaram decisões estúpidas, mas vou lhe dar uma chance de tomar decisões melhores.
Nicole percebeu como em suas palavras ele dizia 'eu', nunca mais usou o nome Braga. Ao explicar anteriormente sobre um amigo seu, ele não disse amigo de Braga. Este homem na frente dela. Sempre um passo à frente de todos eles, e seus homens seguindo suas ordens gostam que suas vidas dependam disso.
Ela se lembra das palavras dele nas corridas...
— Para ser honesto, Nicole... Não há nada em Los Angeles que eu não saiba. Sobre ninguém...
Tudo estava começando a fazer sentido.
A voz de Campos chama sua atenção. — Agora, mesmo que seu pai ligue e façamos uma troca. O que ele vai querer depois de saber que eu tenho você. Mas você deveria saber, não vou desistir de você tão fácil, porque eu e meu amigo acreditamos que você tem o talento para seja uma garota especial. — o peito de Nicole aperta. — Você poderia fazer muito mais do que as pessoas pensam e ele quer ver até onde você irá se tiver a motivação certa para isso. — as sobrancelhas de Nicole se juntam, sua respiração fica lenta. — Ninguém suspeitaria que uma garota como você fosse um desafio e isso será um grande trunfo para você. — ele cruza a perna inclinando a cabeça. — E aposto que quando você estiver lá, você não ficará tão triste quanto está agora. — lutando contra seu sorriso, ele assente. — Acho que ele teria algo esperando por você assim que chegar.
Nicole balança a cabeça. — Você e seu amigo podem ir para o inferno. Não sou cartão para ninguém. — Campos apenas sorri. — Você... — seus olhos se estreitam enquanto sua respiração falha. — Braga, não é?
O sorriso que se espalhou tanto confirmou o peso em seu peito. — Veja... Garota esperta.
Nicole tentou recuar, mas os dois homens que a seguravam apenas a fizeram recuar, mas muito. — Deixe-me ir. Apenas me deixe ir, não quero estar envolvido em nada disso. Só quero ir para casa.
— Nicole. — Campos se levanta. — Você estará em casa daqui a pouco. — Nicole balança a cabeça com lágrimas prontas para cair a qualquer momento. Ele não iria matá-la, mas quem quer que ele a enviasse, poderia. — É hora de perceber que quando você joga jogos de adulto, esteja pronta para as consequências.
Nicole abre a boca.
— Você faz um movimento errado pelo resto da noite. — Campos levanta um dedo. — Tyler pode viver. Mas Gia pode não estar respirando quando ele acordar. — Nicole não conseguia acreditar nas palavras dele, mas sabia que ele estava falando sério. — Coloque-a na sala dos fundos.
— Tem certeza? Chefe, ela parece muito brava. — um cara disse nervosamente.
— Continue. Acho que eu e Nicole vamos chegar a um acordo, certo? — ele olhou para ela, mas recebeu silêncio. — Ela entende agora vá em frente.
Levando-a para fora.
Feinx resmunga sentando e rindo de Campos.
— O garoto deu um bom chute nela. — ele discou um número em seu telefone e foi atendido após alguns toques. — Eu tenho o que você quer pronto...
— Vejo você em dois dias então. — um voz masculina calma do outro lado da linha diz antes de desligar.
Campos sorri, olhando para Feinx. — Vamos começar, hein.
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