018
˖࣪ ❛ AS COISAS DÃO ERRADO PARTE UM
— 18 —
DOM ENTRA NOS quarto dos fundos do barraco - Nicole dorme profundamente na pequena cama preparada para ele.
Depois da conversa no túmulo de Letty, Dom a levou de volta com ele e a deixou ficar.
Sem a jaqueta, ela dormia pacificamente enquanto segurava o travesseiro para se sentir confortável.
De volta ao túmulo, Nicole chorou até não ter mais nada para chorar. Anos de dor se acumularam e ela não conseguia se livrar porque ela ainda não conseguia enfrentá-la. Dom sabia que ele causou tristeza ao partir, mas no túmulo ele viu exatamente quanto dano ele realmente havia causado.
Quando Dom ligou para sua irmã e disse onde encontrou Nicole, Mia não ficou tão chocada com o 'onde', mas mais ainda com há quanto tempo Nicole estava fazendo isso debaixo de seu nariz. Dom disse a Mia que se ela realmente quisesse, ela poderia ir buscar Nicole esta noite, mas Mia disse que não. Ela fez questão de quão suspeito seria às 2 da manhã. Havia uma boa chance de um policial segui-la se ela saísse de casa.
Caminhando até a cabeceira da cama, Dom puxa o cobertor sobre os ombros de Nicole. Enquanto a observava dormir, ele não pôde deixar de sorrir.
Só de vê-la calma e segura, ele se sentiu melhor. Já fazia um tempo que ele não conseguia ficar perto dela assim.
A Nicole de oito anos que ele conhecia, e esta agora... Elas não eram a mesma coisa.
Embora a atitude dela tenha mudado e ela tenha crescido, ele ainda não pôde deixar de ver a mesma garotinha. Os anos que ele teve que sacrificar ao partir - para que ela e Letty pudessem ter uma vida mais pacífica. Ele começou a se perguntar se realmente valia a pena tudo isso.
Os olhos de Dom captaram o vazio do pescoço de Nicole. Seu sorriso caiu, enquanto suas sobrancelhas franziram imediatamente quando ele percebeu o que estava faltando. Sua corrente cruzada... Para onde foi?
Aquele que ele ganhou e presenteou no aniversário de 8 anos dela. Na verdade, havia desaparecido.
Letty disse a ele que, apesar do que aconteceu, Nicole o manteve no pescoço, não importa o que acontecesse. Vê-la agora sem isso foi um pouco chocante para ele. Talvez ela realmente tenha começado a desistir dele como pai.
Dom tira a corrente etiquetada do pescoço. Abaixando-se na frente dela, seus olhos pousaram na corrente em sua mão. Um leve sorriso cruza seu rosto - seus olhos castanhos escuros se voltaram para sua filha.
A única pessoa além de Mia que ele realmente tinha deixado.
Dom colocou a corrente bem ao lado dela e alisa seu cabelo.
— Eu deveria ter cuidado melhor de você... — Dom falou baixo para si mesmo. — Mas eu vou cuidar da nossa filha. — quanto mais olhava para Nicole, mais seu coração doía ao pensar em Letty. — Eu não vou deixá-la novamente. Eu prometo a você. — retirando a mão, Dom se levanta e sai da sala com a mente pesada.
Pegando a cerveja e as fotos da mesa, ele se senta na cadeira de madeira perto da janela.
Dom repassa as memórias, mas para naquela com ele e Letty juntos. Seus lábios se curvam em um breve sorriso que surgiu em um piscar de olhos. O peso crescendo em seu peito enquanto seus momentos com ela passavam por sua mente. Demorou um pouco para ver qualquer foto dela. Ver Nicole foi um lembrete suficiente para ele. As duas eram muito parecidos física e mentalmente.
Seus olhos viajaram pela janela enquanto a noite passava por sua mente.
As coisas simplesmente não estavam bem e algo estava acontecendo.
Não poderia estar mais claro para ele que Campos estava tentando se aproximar da filha. Por que motivos? Dom não tinha ideia. Ele nem sabia o que Letty pensava ao se envolver com alguém como Braga e Campos. Letty continuava em apuros, mas nunca se meteria em apuros como aquele com Nicole por perto, a menos que houvesse bons motivos para isso. Faltava uma grande peça nesse quebra-cabeça e ele descobriria quem estava envolvido. Se o próprio Braga pensava que estava afetando Nicole também, então ele e Campos teriam um rude despertar. Dom não queria deixá-la de qualquer maneira, mas isso não era mais algo de que ele pudesse simplesmente se afastar.
Nicole sai silenciosamente da sala com o cobertor em volta dos ombros.
Enquanto ela olha ao redor do velho barraco, a visão de seu pai a fez parar. Ele sentou-se à mesa, de frente para a janela. Ela só conseguia ver metade do rosto dele, mas viu o suficiente. O olhar de Dom estava tão triste e perdido... Ela nunca o viu assim antes.
Engolindo o nó seco na garganta, sua mão mexe no cobertor enquanto seus olhos se voltam para o pai. O aperto em seu estômago agitou-se porque Nicole não sabia o que realmente dizer a Dom. Ela sentiu como se o tivesse decepcionado de muitas maneiras esta noite.
Quando ele se fosse, ela não se importaria se de alguma forma o decepcionasse, mas por algum motivo, tudo mudou.
Ouvindo um movimento atrás dele – Dom olha por cima do ombro para vê-la parada ali. Ele olha de volta para a janela e faz um gesto para ela com a mão.
Nicole aperta o cobertor com mais força e caminha até ele. Dom puxa a cadeira ao seu lado e a deixa sentar.
Tomando um gole de sua bebida, ele olha para ela. — .Você não consegue mais dormir?
Nicole balança a cabeça. — Não. Eu não consigo dormir há muito tempo desde então... — ela se conteve.
— Eu sei. — Dom não precisava que ela forçasse isso. — Pelo menos não estou sozinho quando se trata disso. Acho que nós dois estaremos andando por aí com malas.
Os lábios de Nicole se transformaram em um sorriso frágil, mas ele voltou a cair. — Eu... — ela abre a mão para mostrar a corrente etiquetada na palma da mão. — Eu não sabia que você guardava isso com você.
Dom olha para baixo. — Sim, sua mãe me deu quando veio para a república. Eu não tive muito de você, e isso não compensou... Mas ajudou.
— Estou feliz que tenha acontecido. — o sorriso de Nicole desaparece e ela coloca a corrente no colo. As fotos nas mãos de Dom chamaram sua atenção. — Por que você está olhando fotos de família?
Dom volta sua atenção para as fotos em suas mãos. Nicole se inclina para vê-los melhor. — Eles eram apenas algo que eu tinha na minha caixa e que Mia empacotou. Decidi revisá-los. — ele os entrega para ela. — Você pode dar uma olhada.
Nicole move o cobertor para colocá-lo em volta dela; ela pega as fotos de Dom e começa a folheá-las. A foto com Vince e Jesse a fez parar a apresentação de slides; enquanto ela estava posada entre os dois sorrindo.
— Eu me lembro disso. — os olhos de Dom foram para a foto. — Tio Vince consertou minha bicicleta naquele dia quando minha corrente estourou. Eu queria esperar você voltar, mas ele disse que não queria que eu chorasse o tempo todo. — ela sorri para si mesma enquanto segura as lágrimas do foto agridoce. — Eu sinto tanto a falta deles.
— Eu também. — Dom sorri. — Eles eram todos bons e especiais à sua maneira. Especialmente seu tio Jesse. — ele coloca sua cerveja na mesa.
Nicole ri. — Eu não vou discutir isso. — ela continua a examiná-los, mas para em um que a confundiu. — Pai?
— Hum?
— Quem é? — Nicole tentou distinguir o rosto desconhecido, mas ficou perplexa. — Acho que nunca me lembro de tê-lo conhecido.
Era uma foto de seu avô, Dom, Mia e algum outro menino que ela nunca se lembrava de ter visto antes.
Dom olhou para a foto. Uma certa expressão surgiu em seus olhos que não mostrava nada além de frieza.
— Mia deve ter esquecido essa. — Dom tira isso dela.
— Esqueceu? — Nicole ergueu a sobrancelha. — Este é um dos nossos primos ou algo assim?
Dom deu um suspiro profundo para si mesmo. — Sim...
— Você está mentindo pra mim? — Nicole pergunta calmamente. Dom lança a ela um olhar que retalia com uma sobrancelha arqueada dela. — Você está. Você suspirou antes de responder.
— Você disse, 'primo, ou algo assim'. Eu concordei. — Dom ressalta. — Então, não. Eu não menti.
Nicole suspira. — Ok, então o que exatamente ele é em termos de família?
— Ninguém que você precisa conhecer. — Dom coloca a foto voltada para baixo. — Isso nada mais é do que uma história antiga sobre a qual não precisamos falar.
Nicole viu que ele não iria se mexer e cedeu com um aceno de cabeça. — Posso pelo menos saber o nome dele? — Dom sobrancelha levanta com sua persistência. — Você disse uma história antiga sobre a qual não precisamos conversar. Não que um nome esteja fora dos limites.
Dom zomba de sua brecha, mas não quer discutir. — Tudo bem. É, Jakob.
— Jakob? — Nicole repete, ela faz uma careta enquanto repete algumas vezes em sua cabeça. — Sim, não, não lembro nada.
— E não deveria. — Dom balança a cabeça. — Eu te disse. Você não precisa se preocupar com isso.
— Vou acreditar na sua palavra. — Nicole se recosta e repassa as fotos. — Você tem outro em... — ela para quando percebe a foto dela e de Letty, com Ernest e sua turma na frente da loja no México.
— Isso... — Nicole franze as sobrancelhas enquanto olha para Dom. — Como você conseguiu isso de nós?
— Han. — Dom olha para ele. — Ele pegou aquela foto e me deu. Não era muito, mas foi algo que me disse que vocês duas estavam bem e vivas. Isso me deixou mais à vontade o melhor que pude. — Dom tira a foto enquanto olha para ela. — Eu sei que você acha que não... Mas eu me preocupava com você todos os dias. — Nicole sorri tristemente, seus olhos piscando para a foto em sua mão. — Me perguntei se você algum dia me perdoaria. Se eu te machucasse? Se você precisasse de mim... Se sua mãe precisasse de mim.
— Parece um momento horrível com sua consciência gritando assim com você. — Nicole entrega o resto a ele e se recosta. — Eu não sabia que você pensava nisso.
— Por que eu não faria isso? — Dom guarda as outras fotos.
Nicole zomba. — Porque, honestamente, pensei por muito tempo que talvez estivesse apenas no seu caminho. — a cabeça de Dom se vira e franze a testa ao ouvir essas palavras. — Talvez você tenha se arrependido de me ter tão jovem e de finalmente ter encontrado uma saída. Eu sei que atrapalhei tudo que você e sua mãe ainda queriam fazer.
— Eu não queria uma saída. — Dom diz honestamente a ela. Nicole ainda não respondeu, pois isso fez Dom se sentar. — Ei, olhe para mim. — Nicole descobre que finalmente consegue olhar para cima: — Tenho muitas coisas neste mundo das quais me arrependo, mas não me arrependo nem uma vez de você. Mesmo nos meus dias mais sombrios, eu nunca pensaria dessa forma.
Nicole sentiu as lágrimas crescendo em seus olhos e tentou afastá-las. — Você não voltou. — ela balança a cabeça. Dom observou sua dor passar como antes. — Achei que você voltaria um dia e esperei... M-mas você não voltou. — sua voz falha. — Então eu pensei que você estava feliz longe dela e de mim.
— Sem você, ou sua mãe... Eu nunca estou realmente feliz. — Dom diz. — Sim, você veio quando ninguém esperava. — ele concorda. — E sim, não estávamos prontos para ser pais naquela época, mas nos tornamos eles de qualquer maneira. Tentamos, por sua causa e porque queríamos. Eu sei que sempre digo isso: 'Eu vivo minha vida quatrocentos metros de cada vez'. Continuei dizendo isso, mas se tudo isso me ensinou alguma coisa, é que não posso viver essa vida com você. Você estava certa antes quando disse que eu trouxe você para esse tipo de vida... Eu fiz e não deveria.
Nicole sentiu as lágrimas finalmente escorrerem por seu rosto enquanto ela respirava levemente para conter o resto. — Sim, mas e... — ela balança a cabeça e pega. — Todos cometem erros.
— Sim, nós fazemos e eu sendo seu pai... Eu fiz um grande problema. — Dom agarrou a mão dela. — Não posso voltar atrás no que fiz com você, Nicole. Mas o que eu sei com certeza. Eu sei que você é a melhor coisa neste mundo que já aconteceu comigo. — Nicole olha para ele. — E isso você sempre será. Não importa o que possa acontecer entre nós. Nem uma vez, vou me arrepender de você. Você me entende?
— S-Sim. — Nicole balança a cabeça lentamente, um pequeno sorriso finalmente aparecendo. — Eu entendo você.
Dom coloca o braço em volta de Nicole, abraçando-a de lado. Tudo o que Nicole pôde fazer foi engolir as lágrimas e retribuir o abraço enquanto se inclinava para ele.
Os dois ficaram sentados em um pequeno silêncio juntos.
— Por favor, me diga que você voltará quando tudo isso acabar. — Nicole fala.
— Sim, eu vou. — Dom acena com a cabeça, ele olha para baixo quando Nicole levanta a cabeça para ele. — Encontraremos um lugar para ir onde você ainda possa viver uma vida boa. Simplesmente não será perfeito.
— Eu vou ficar bem. — Nicole suspira. — Se estivermos juntos, então vou superar isso. — Dom abre um pequeno sorriso e a abraça enquanto Nicole inclina a cabeça para trás. Ela mexeu na corrente do cachorro em seu colo.
Se o pai dela não pudesse mais ficar em Los Angeles, ela iria com ele. Seria difícil deixar Gia e Tyler para trás, mas ela não queria arrastá-los para nada. A pessoa de quem ela precisava era ele, e ela mal sabia que ele precisava dela tanto quanto.
— E sua mãe nunca iria querer ouvir essas palavras de você, aliás, sobre arrependimento. Aqui ou não, o amor que sua mãe tem por você, Nicole, é algo que nunca morrerá. — o coração de Nicole afundou ao pensar em Letty, mas ouvir isso de Dom ainda a fez sorrir um pouco. — Você a mudou.
As sobrancelhas de Nicole se franzem enquanto ela olha para cima, abandonando o sorriso. — Eu a mudei?
Dom assente. — Sim. Você realmente acha que sua mãe era do tipo maternal? — Nicole zomba e balança a cabeça. — As pessoas ainda não conseguiam acreditar que ela tinha você... Mas ela tinha. — embora doesse falar sobre ela, a lembrança de Letty o fez sorrir. — Sua mãe não era um tipo normal de mulher, mas ela fez um bom trabalho criando você porque não havia nada que ela quisesse mais fazer. Todos os carros, dirigir e madrugadas. Nada disso significava mais para nós do que você. — ele descansa a mão no topo da cabeça dela. — Inferno, metade do que fizemos foi para lhe dar algo que não tínhamos.
— O que é isso? — Nicole pergunta.
— A vida que não tivemos. Para nunca precisarmos das coisas que não podíamos pagar. — Dom olha para ela. — Eu nunca quero que você cresça em nada, do qual tivemos que fazer parte. Mas também sei que chegará um momento em que haverá algumas coisas, que não poderei parar.
— Isso é verdade. — o sorriso de Nicole volta. — Mesmo assim, você não criou uma criança estúpida. — ela aponta para ele. — Sem contar esta noite. — Dom levanta a sobrancelha com uma risada e Nicole abaixa o dedo. — Eu culpei você por me trazer para esta vida, mas... Eu ainda decido entrar nela. Então nem tudo depende de você. — ela balança a cabeça. — Eu tenho toda a minha vida para descobrir que caminho quero seguir, pai.
— Isso você faz. — Dom assente. — Apenas prometa que você estará segura em qualquer um deles.
— Eu prometo. — Nicole traz os joelhos até o peito. — Você também sente falta dela, não é?
O sorriso de Dom diminui um pouco, mas ele assume uma expressão corajosa enquanto balança a cabeça. — Todos os dias... Assim como você.
Nicole olha pela janela e se recosta no pai. — Obrigada...
Dom olha para baixo, confuso. — Para que?
— Vim atrás de mim esta noite. — Nicole diz baixinho. — Eu não esperava que você fizesse isso.
Dom sorri. — Nicole, vai ser preciso muito mais do que você gritando comigo todos os dias, para eu desistir de você. Não me importa quantos anos você tem. — Nicole ri. — Você não desiste da família.
— Você não. — Nicole concorda. — Nem mesmo quando o fazem.
— Isso mesmo. Nem mesmo quando o fazem. — Dom beijou o topo de sua cabeça e pousou a mão ali.
★
Mia sai do carro e vai até o barraco, dando algumas pancadas.
Dom abre enquanto Mia passa correndo por ele.
— Ei. — Mia se vira. — Onde ela está? Ela está bem?
— Sim, ela está bem. Ela deveria estar saindo. — Dom acena com a cabeça para trás. Ele olha para sua irmã e suas sobrancelhas imediatamente se franzem. — Você está bem?
— Estou bem. — Mia suspira e passa a mão pelos cabelos. — Não acredito que não percebi nada disso. Sei que estive ocupada quando Letty saiu para encontrar você, mas deveria ter notado algo. — Mia levanta a mão. — Então, novamente, estou esquecendo quem são os pais dela. — Dom sorri e levanta uma sobrancelha. Mia zomba, ela apoia a mão no quadril e olha para Dom. — Eu juro que vi esse dia chegando. — ele ri. — Então... — Dom levanta a sobrancelha para ela. — Ela ficou aqui sem tentar sair? — ele dá um aceno de cabeça. Mia cruza os braços sobre o peito, surpresa. — Uau. Estou chocada.
Dom dá de ombros. — Acho que você poderia dizer que ela extraiu a maior parte de sua raiva. Eu sei que ainda está lá para mim e vou pagar mais a tempo, mas algo é melhor do que nada.
— Fazer com que Nicole se abra novamente é uma grande coisa, se você me perguntar. — Mia ajusta a bolsa no ombro. — Letty não conseguia chegar até ela e desde que ela se foi... Parecia que eu também a estava perdendo lentamente. Fiquei preocupada com ela e não sabia o que fazer para conseguir passar. Ela não me deixou entrar.
— Eu sei, mas Nicole vai ficar bem. Basta dar um tempo. — Dom garante. — Ela só precisava de...
— Você. — Mia o interrompe. Dom olha de volta para sua irmã. — Você sabe que Nicole nunca conseguiu se abrir com ninguém como fez com você. Até Letty apontou isso às vezes. Eu realmente nunca vi isso até agora.
— Aposto que ela apontou isso. — Dom sorri um pouco.
Nicole sai por trás com a jaqueta nos braços, mas deixa de ver a tia. — Mia?
Mia e Dom voltam sua atenção para ela.
— Nicole. — Mia corre e abraça Nicole com alívio. — Eu estava tão preocupada com você.
Nicole fecha os olhos e retribui o abraço da tia. — Estou bem.
— Eu sei. — Mia dá um tapinha nas costas dela e se afasta para olhar para ela. — Estaremos conversando assim que voltarmos para casa. Não estou brincando com você. — ela balança a cabeça. — Você está com tantos problemas, mocinha, não tem ideia. Vai para corridas de rua?
Os olhos arregalados de Nicole foram de trás de Mia para Dom. — Você contou para ela?! — a sobrancelha de Dom se levanta quando Mia coloca a mão no quadril com um olhar sério. Nicole percebeu o olhar de ambos e pigarreou. — Certo. Eu sei, eu deveria ter previsto isso.
Mia balança a cabeça. — Eu não posso acreditar em você, Nicole.
— Eu sinto muito...
— Ah. — Mia aponta. — Salve isso. — Nicole fecha a boca.
Dom olha de volta para Mia. — Vá e leve-a para casa. Tentarei ligar para você mais tarde.
Mia assente. — Tudo bem. Tenho que trabalhar hoje, mas não vou a lugar nenhum até conversarmos, Nicole. — ela olha para a sobrinha. — Você sabia que poderia ter sido morta ontem à noite? Ou pior.
— Hum, me desculpe. O que é pior do que ser morta? — Nicole questiona fazendo Mia olhar feio, em advertência. — Hora ruim. Sinto muito!
— Meu carro. — Mia aponta para a porta. — Entre nisso. — Nicole abre a boca. — Agora, Nicole Toretto Ortiz, e não vou repetir isso.
— Sim, senhora. — Nicole vai embora. Ela faz malabarismos com algo na mão e para. Mia a segue até a porta. — Espere. — Nicole vai até Dom. — Eu quero que você leve isso de volta. — ela lhe entrega a corrente. — Eu vou querer eles de volta de você pessoalmente. Então você realmente tem que voltar para nós. — Mia não pôde deixar de sorrir com isso. — som?
Dom sorri e pega dela. — Vou garantir que eles sejam devolvidos ao seu dono.
A cabeça de Nicole se inclina. — Promete?
— Prometo. — Dom acena com a cabeça e olha para ela. — Espero que essas minhas promessas ainda signifiquem algo para você.
Nicole sorri e o abraça. — Só quando você realmente começar a mantê-las novamente.
Dom absorveu por um breve segundo antes de abraçá-la com força. — Eu aceito isso. — tudo o que ele queria era que sua filha voltasse e que a família estivesse segura novamente: — Escute, Mia. Ok? — Nicole acena com a cabeça e apenas o segura com mais força. — Estarei lá para te buscar quando tudo isso acabar.
Nicole não queria, mas o deixou ir. — Por favor, seja cuidadoso.
— Eu vou. — a mão de Dom alisou o topo de sua cabeça para descansar na lateral de seu rosto. Ele viu o olhar preocupado nos olhos dela e deu-lhe um sorriso corajoso. — Vai ficar tudo bem. Continue, Mia.
Nicole dá um passo para trás e dá uma última olhada para o pai antes de sair da cabana.
Mia a deixa ir primeiro e devolve um leve sorriso para Dom. — Como ela disse, tenha cuidado, Dom. — ela sai para o carro.
Dom vai até a porta e as observa partir. Seus olhos piscam para a corrente na palma da mão e ele a coloca de volta no pescoço.
O GPS em seu bolso começou a disparar. Conforme ele o retira, o local é carregado.
Isso seria para Letty e Nicole. Dom iria obter as respostas que queria e alguém pagaria por tudo isso.
★
Nicole entrou correndo em casa e caminhou até a escada.
— Não, você não precisa. — Mia correu atrás dela. — Pare! — Nicole para no meio do caminho subindo as escadas. — Volte para baixo. — com um suspiro, Nicole desce os degraus. — Sofá. — Nicole vai até o assento almofadado. — Sente.
Nicole sentou-se e brincou com as mãos. — E-Ei, você está ficando boa nessa coisa de pai severo. — ela ri. — Boa prática para crianças no futuro. Certo? Hahaha.. — ela olha para cima e vê sua tia olhando desapontada, fazendo sua risada morrer. — Ah-ha... E você não está rindo. — Nicole evitou os olhos.
— Nicole, o que você estava pensando seriamente? — Mia a questiona.
Foi um tom firme de Mia que ela nunca tinha ouvido antes.
— Desculpe...
— Não. — Mia balança a cabeça. — Desculpe, mas não vai adiantar. Você sabia que alguma coisa poderia ter acontecido com você lá embaixo?
— Eu estava com Tyler e Gia. — Nicole tenta explicar.
— Isso não torna isso melhor! — Mia aponta, Nicole olha para baixo. — Você poderia facilmente ter se separado como seu pai me disse que fez, e foi assim que ele te encontrou. Você sabia que alguém poderia estar te observando? Eles poderiam ter levado você ou feito algo pior. — Mia se senta ao lado dela. — Olhe para mim. — Nicole levanta a cabeça para ver o olhar magoado da tia. — Por que?
— Não sei. — Nicole balança a cabeça.
Mia lança um olhar severo para ela. — Não me venha com isso, sim, você sabe. — Nicole mexe nas mãos e tudo o que a tia consegue fazer é balançar a cabeça. — Você esteve mentindo para mim todo esse tempo e fugindo de mim. Eu sei que você está sofrendo, mas ir a lugares como esse não é a maneira de fugir dos seus problemas. Nós fomos a esses lugares na sua idade, mas nós aprendemos nossas lições ao fazer isso. Há algumas coisas que eu gostaria de nunca ter feito, mas não posso voltar atrás. Não quero que você tenha que aprender depois que for tarde demais.
— Eu sei. — Nicole diz baixinho.
— Você sabe? — Mia pergunta. — Tudo isso é realmente por causa de Letty e Dom?
Nicole balança a cabeça. — Não. Eu queria ver o que todos vocês faziam naquela época, e quando comecei, não queria parar. Quando eu estava perto de bons carros e assistindo corridas... Isso só me fez sentir melhor. Eu não precisava me preocupar com a vida nem nada, era só eu cercada por algo que amo... E meus pais também amavam. — o olhar de Mia suaviza. — Também estava me trazendo dinheiro extra para ajudá-la com as coisas. Eu sei que você precisava de ajuda. Então apostei em corridas e isso rendeu dinheiro extra. Não queria que você se preocupasse com isso e se estressasse. Só tínhamos uma a outra... Eu só queria cuidar de você.
— Nicole. — Mia sorri um pouco enquanto a abraça. — Pelo menos seu coração estava no lugar certo com a maior parte disso. — ela se afasta dela. — Você não precisava se preocupar com dinheiro ou me ajudar. Eu nos tinha muito bem. Uma das muitas coisas boas sobre as mulheres Toretto é que sempre encontramos uma maneira de sobreviver. Entendeu? — Nicole assente. — Mas ir às corridas de rua e se colocar nessa situação para me ajudar não vale a pena. Na verdade, descobrir que você estava lá foi o que me estressou e me preocupou.
— Isso é o que eu não queria. — Nicole admite.
— Todo esse tempo eu pensei que você estava me afastando, e era isso que você estava fazendo. — Mia zomba.
Nicole olha para ela confusa. — Empurrando você para longe? — Mia acena com a cabeça e Nicole sente uma pontada de culpa no estômago. — Eu só sei que você também está de luto, então não tenho procurado nada com você. Eu nunca iria afastar você de mim. Você é a coisa mais próxima que me resta de uma mãe, Mia. Eu nunca faria isso. faça isso. — Mia sentiu lágrimas nublarem seus olhos. — Eu não queria que você se preocupasse mais comigo. Eu não poderia colocar nossa dor em você... Isso não é justo. — com um aceno de cabeça, ela agarra Nicole com força e a abraça. — Sinto muito, Mia.
Mia balança a cabeça e esfrega as costas. — Eu sei. — ela suspira e contém as lágrimas. — Eu sei que você sente. — Nicole abraça a tia. — Mesmo assim, é por isso que estou aqui. — Mia se afasta para olhar para ela. — Se você não pode confiar em mim ou no seu pai, quem mais? — Nicole teve que admitir que tinha razão. — É para isso que você tem uma família. Vou sempre me preocupar com você e não quero ver nada acontecer com você. Se apoiar em mim antes de sair e fazer algo maluco é o que você tem que fazer. Eu sugiro que você faça isso. — Nicole e ela compartilham uma pequena risada. — Aquela cena de corrida, Nicole - não é segura. Se eles descobrissem que você é filha de Dom, isso apenas a arrastaria para situações ainda mais ruins. Seu pai tem o respeito de muitos deles, mas ele também fez muitos inimigos.
Nicole balança a cabeça. — Eu não vou. Eu prometo. — ela usa a manga para enxugar algumas lágrimas de sua tia que conseguiram escapar. — Me desculpe por ter feito você chorar.
— Tudo bem. — Mia ri e lhe dá uma mão. — Pelo menos por você ter feito isso, de alguma forma maluca isso o levou de volta, Dom. — Nicole dá um pequeno sorriso. — Eu sei que isso não vai acontecer da noite para o dia entre vocês dois, mas você ficou com ele. Isso conta para alguma coisa.
— Sim, ele faz. — Nicole pensa sobre isso. — Eu senti falta dele.
— Eu sei que você fez. — Mia coloca um braço em volta dela. — Agora que tiramos isso do caminho.
— Posso tirar uma soneca? — Nicole sorri.
Mia ri. — Ah-ha, nem perto. — o sorriso de Nicole desaparece. — Eu quis dizer o que disse. Você está em apuros. Tenho que sair um pouco, mas você, minha sobrinha, está tão de castigo.
Os olhos de Nicole se arregalaram. — P-por quanto tempo?
Mia levanta as sobrancelhas com um beicinho. — Hum, quatro meses. — o queixo de Nicole caiu. — O que significa, nada de TV, nada de Harry's, nada de Gia e Tyler, e nada de sair de casa a menos que seja comigo. Dom disse para manter você em casa, então a escola está fora de questão.
— Posso ir...
— Não. — Mia balança a cabeça. — E sem celular.
— Ah, vamos lá, isso é simplesmente cruel. — Nicole diz.
— Se for tão urgente, então use o telefone residencial. Você não irá a lugar nenhum onde precisará dele, então entregue-o. — Mia faz um gesto com a mão. Nicole geme e preguiçosamente coloca o celular nas mãos da tia. — Agora, enquanto eu estiver fora você pode começar limpando esta casa de cima a baixo.
— Isso não vai demorar o dia todo. — Nicole ressalta. — O que devo fazer depois disso?
— Leia um livro. — Mia assente. O queixo de Nicole ainda estava caído quando ela olhou para sua tia como se ela tivesse enlouquecido. — Então, sugiro que você tire uma soneca antes de começar.
— M-Mas, Mia... — ela começou a dizer até que o olhar severo de Mia a fez parar de protestar. — Chuveiro, casa limpa, prisão domiciliar. Entendi.
Mia beijou o lado de sua cabeça. — Estarei de volta em algumas horas. — ela pega sua bolsa e pega as chaves. — Se precisar de mim, me ligue.
— Você está com meu telefone. — Nicole aponta. Mia balança o telefone residencial com um sorriso malicioso, fazendo Nicole revirar os olhos. — Ha-ha.
Mia joga no sofá. — Como eu disse, me ligue. Não vou demorar. — ela sai. — Amo você!
— Amo você também. — Nicole acena preguiçosamente.
Ouvir a porta fechar a fez cair de cara no sofá com um gemido.
Não foi a melhor situação, mas Mia apontou algo de bom para tudo isso, se não fosse por isso - ela nunca teria falado com o pai como fez ontem à noite.
Nicole pega suas coisas e sobe as escadas.
Seu coração se preocupava com o fato de Dom estar lá fora tentando pegar Braga, mas ela sabia que se alguém pudesse pegá-lo, seria ele. Estar perto de seu pai na noite passada fez as coisas mudarem para ela. Muita confiança foi quebrada entre eles, mas ela a queria de volta.
Durante toda a loucura, ela só queria toda a sua família de volta. Era uma oração silenciosa que ela esperava todos os dias – e se pudesse, faria qualquer coisa para que isso acontecesse.
★
Depois de um longo banho e uma soneca, Nicole se vestiu e começou a limpar a casa.
Fazer tarefas domésticas era normal para ela em casa, mas isso era RIDÍCULO. Nicole nunca soube quantas horas de limpeza eram necessárias em uma casa inteira até agora.
Em um par de leggings cinza e regata branca; seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto.
Nicole enxuga o suor da testa. — Eu juro. Vou comprar um apartamento quando me mudar. — ela zomba.
Batidas na porta e a campainha tocando a pararam no meio da varredura.
Nicole leva a vassoura consigo enquanto vai até a porta e olha pelo olho mágico. Suas sobrancelhas se juntam confusas antes que ela abra a porta com uma carranca já estampada em seu rosto.
— Tyler? — Nicole questiona. O olhar nervoso em seu rosto a estava confundindo, mas isso não a impediu de perguntar. — O que diabos você está fazendo aqui? Não posso receber ninguém. Você, especialmente.
Tyler balança a cabeça. — Nós realmente precisamos conversar, tipo agora...
— Conversar? Você quer conversar depois que me deixou ontem à noite? — Nicole solta um 'ha!' carrancudo e foi fechar a porta. — Não está acontecendo.
Tyler para a porta com a mão. — Nicole. Posso explicar isso se você me deixar.
— Não. — ela balança a cabeça e se esforça tentando fechar a porta. — Você me deixou e não teve coragem de ver se eu estava bem. A propósito, não estou morta, se você estava curioso. — seu sarcasmo vaza. — Agora tire a mão da porta, antes que eu te ajude.
— Nicole, pare por um segundo. — Tyler olha para cima. — Ok, por que você é tão forte para a sua idade? — ele coloca mais pressão e balança a cabeça. — Nicole, por favor. Nicole, isso é sobre você, seu pai e aquele policial Brian!
Os olhos de Nicole se arregalaram quando ela parou na porta fazendo Tyler tropeçar dentro de casa. Ele olha para cima e vê olhos castanhos preocupados olhando para ele.
Uma sensação ruim cresceu em seu estômago. — E eles?
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