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Reunião no Castelo Follmann


Vinte dias depois...

Aldeia Mentz, caminho para o Norte...

Jasper desce de seu cavalo, em frente a uma taverna de aparência bem simples, um lugar frequentado apenas por pessoas com um nível social mais baixo.

O bastardo amarra o seu cavalo, para em seguida abrir a porta de entrada da taverna e adentrar o local. A taverna está lotada, repleta de pessoas simples, mercadores, agricultores e até crianças.

O bastardo escolhe uma mesa vazia, puxa uma cadeira e se senta. Não demora muito e, ele é atendido por uma moça, trajando um vestido bem simples, mas, com um corpo tão bem feito, todas as curvas no lugar, cabelos ruivos e cacheados e olhos castanhos, que, logo chamam a atenção de Jasper.

― O que vai querer, senhor? – pergunta a jovem, com uma voz melodiosa e doce.

― Várias coisas. – responde Jasper, com um Sorriso malicioso e, passando a mão nas cochas da jovem, por cima do vestido – Mas, comecemos com uma caneca de cerveja.

― Imediatamente, senhor.

Antes que a jovem possa se retirar, Jasper dá um tapinha nos glúteos da jovem, fazendo com que ela fique um pouco corada. Sua atitude faz com que os olhares de alguns homens recaiam sobre ele, mas, ele apenas Sorri de forma sinistra, seus olhos brilhando com uma maldade insana e, os curiosos voltam as suas atenções para o que estavam fazendo.

Não demora muito e, a jovem volta com uma caneca de cerveja bem gelada, depositando-a na mesa.

― Algo mais, meu senhor? – a jovem questiona.

― Poderia me dizer o seu nome? – pergunta Jasper, dando um generoso gole na caneca de cerveja.

― Pippa, se for do agrade de meu senhor.

― Não sou seu senhor, sou um bastardo. – Jasper Sorri – Então não me chame de senhor, docinho, me chame de Jasper. Jasper Salazar, um bastardo da Capital Rahssar.

― Os bastardos da capital são todos Salazar, não é mesmo?

― Sim, assim como cada Região tem um sobrenome para identificar os bastardos. Fora a marca da lágrima. Tive de cobrir a minha com minha capa, por conta da viagem, mas, posso te mostrar se quiser.

― Não, obrigada, senh... Jasper. Agora se me permite, tenho outros clientes para atender.

Pippa deixa a mesa de Jasper para atender as outras, e, enquanto bebe a sua caneca de cerveja, o bastardo não tira os seus olhos castanho escuros do corpo da jovem, e, o brilho de suas orbes revelam desejo e luxúria.

O homem termina de beber a sua caneca de cerveja e, se levanta de forma abrupta. Vai então ao balcão, e, encara o dono da taberna, um homem com seus sessenta anos de idade. Cabelos grisalhos em sua cabeça, olhos do mesmo tom de castanho da filha e se veste cm simplicidade.

― O que mais posso fazer pelo senhor? – pergunta o dono da taberna.

― Vou querer um quarto por algumas horas. – responde Jasper, voltando o seu olhar para Pippa – E, a companhia daquela jovem.

― O quarto podemos disponibilizar, mas, minha filha não lhe fará companhia, meu senhor. Ela é uma moça pura, não está aqui para satisfazer os meus clientes.

Ao ouvir as palavras do velhote a sua frente, a fúria toma conta do olhar de Jasper, e, ele saca a sua espada com a mão direita e, com a mão esquerda, segura o colarinho do homem à sua frente, para então apontar a espada para o pescoço dele de forma ameaçadora e, sua voz se fazer ouvir:

― Em primeiro lugar, não sou um senhor, sou um maldito bastardo! E, em segundo lugar, terei a garota, quer queira ou não! Pode escolher, ou manda ela agora para o quarto que vai me disponibilizar ou, eu a possuirei aqui mesmo, na frente de todas estas pessoas, isso, é claro, depois de te matar!

Jasper então aperta com mais força a espada contra o pescoço do homem, a tal ponto que, um filete de sangue começa a escorrer. Todas as pessoas param de falar e voltam as suas atenções para os dois, apenas para verem o desenrolar desta história e, Pippa, rapidamente deixa o que está fazendo e segura o ombro do bastardo, para então encará-lo de forma suplicante e com lágrimas nos olhos.

― Por favor, pare! – fala a jovem, de forma suplicante – Eu faço o que você quiser...! Mas por favor, não machuque o meu pai...!

Ao ouvir as palavras da jovem, Jasper Sorri de forma irônica, para então soltar o colarinho do velho e, em seguida, volta a embainhar a sua espada.

― Boa menina! É assim mesmo que eu gosto!

Respirando aliviada por ver a espada do bastardo de volta a bainha, Pippa não consegue pensar no que a aguarda e, pensa somente no alívio pelo pai estar bem. Mas, é só ela olhar para o homem à sua frente e o alívio desaparece, pois, sabe o que este homem quer dela.

― Eu estou com pressa, menina. – a voz de Jasper tira a jovem de seus pensamentos – Vamos logo pois não tenho o dia inteiro para perder por você.

Resignada e, sob os olhares de todos na taverna, Pippa apenas faz sinal para que ele a siga. Nos fundos da taberna, encontra-se uma escadaria, com pouco mais de dez degraus e, os dois sobem as escadas, chegando a um corredor iluminado por algumas velas e, co quatro portas, totalizando o número de quartos daquele lugar.

Pippa abre uma das portas e, Jasper a segue, fechando a porta atrás de si. O quarto é demasiado simples, com uma cama de casal e um cobertor por cima, uma penteadeira e, um espaço para se guardar um baú de viagem.

Jasper se aproxima da cama e, ali, ele retira o seu cinto, contendo a bainha da espada. Os seus olhos brilhando com uma mistura de desejo, luxúria e divertimento.

― Venha aqui menina. – ordena o bastardo.

Sem escolha, Pippa apenas faz o que ele manda, se aproximando da cama. Impaciente, Jasper, em um movimento brusco, arranca o vestido da jovem, deixando-a somente de espartilho e calçolas, para em seguida empurrá-la contra a cama e avançar sobre ela.

Sem qualquer cerimônia, Jasper tira a sua calça e suas ceroulas, revelando a sua ereção, sob os olhos assustados da jovem. Jasper Sorri com malícia e, usa uma adaga que está no bolso de sua camisa para arrancar o espartilho da jovem, que sufoca em sua garganta um grito de desespero.

O bastardo joga a adaga longe, para então arrancar as calçolas da moça, segurar com força os dois braços dela, impedindo-a de se debater e, se coloca de joelhos sobre ela, para então penetrá-la de forma abrupta.

Pippa grita de dor ao sentir-se sendo rasgada por dentro, pois o homem que está sobre si não tem qualquer tipo de delicadeza, muito pelo contrário, parece um animal, pois a penetra com movimentos bruscos, preocupado apenas em satisfazer os seus desejos carnais.

Em questão de minutos, o homem goza e deixa o peso de seu corpo recair sob a jovem, sem deixar de Sorrir um instante sequer.

― Apesar de você ter gritado, pode se considerar Sirtuda, menina. – a voz de Jasper soa carregada de satisfação – Se você tiver Sirte, eu terei colocado um bastardinho em seu ventre, e, não será um bastardo qualquer, será o bastardo de um nobre!

Sentindo-se totalmente satisfeito, Jasper sai de cima da jovem, olhando de forma divertida para a mancha de sangue no colchão, provocada pelo rompimento da jovem. Sorri de forma quase inocente ao ver o rosto assustado e repleto de assustado da jovem, para então voltar a vestir as ceroulas e a calça.

Suas mãos então tocam o rosto assustado de Pippa de forma delicada, enquanto continua a Sorrir para a menina, ainda de forma quase gentil.

― Falta pouco agora, docinho. Só preciso descobrir o que eu mais gosto em você. Deixe-me ver...

Jasper solta o rosto de Pippa e, pega a adaga que deixou sobre a cama. Em seguida, olha com atenção para o corpo da jovem, mordendo a própria língua enquanto decide o que irá levar de recordação.

Volta a Sorrir e, com adaga em mãos, se coloca novamente por cima da jovem, para então usar a adaga e, em um único movimento, cortar o mamilo, junto com a aréola. Pippa grita de dor, vendo o sangue escorrer. Seu rosto é tomado por lágrimas provenientes da dor e do desespero.

O bastardo desce da cama, e, pega o cinto e sua espada. No cinto, ele tem um pequeno saquinho, o abre e coloca ali o pedaço do corpo da jovem, para, em seguida, voltar a fechar a bolsinha e guardá-la com o cinto e com a bainha de sua espada.

― Deve estar se perguntando por que eu fiz isso, não é, mocinha? Acontece que eu gosto de ter recordações das jovens com quem satisfaço as minhas necessidades carnais. É um hábito. Agora, adeus!

Dizendo isto, Jasper joga um beijinho soprado para a jovem, para em seguia virar as costas para ela e, deixar o quarto, assobiando alegremente.

Capital Rahssar...

Os Lordes Haider e Laison estão trancados em um escritório, com uma carta escrita por Jasper nas mãos de Haider.

Nos últimos vinte dias, os dos Lordes tem conversado muito, principalmente sobre o bastardo de Lorde Haider, que, está indo para o Norte com a missão de assassinar o rei Madakki Haydin.

― Milorde, como pode confiar tanto assim em seu bastardo? – questiona Laison, dando voz a pergunta que, há vinte dias vem lhe incomodando.

― Jasper é um monstro, milorde. – responde Haider – O pior tipo de ser humano. Eu desaprovo a maioria de suas atitudes, principalmente o seu gosto peculiar, de colecionar partes das mulheres que ele toma, repudio totalmente este ato.

― E mesmo assim confia nele para assassinar o Madakki?

― Ele é profissional. Não vai falhar. Nós vamos conseguir o nosso objetivo de destronar os Haydin e, então, nós é que vamos governar este mundo, como sempre sonhamos!

Ao ouvir as palavras de seu companheiro, Laison Sorri, pois, ele, assim como seu amigo de longa data, tem esperado muito tempo, para ver Madakki morto. E, agora, ele sente que está cada vez mais próximo de realizar este grande sonho e, então, Arkhalya finalmente viverá uma nova era!

Norte...

Alpha caminha pela floresta das trevas, pois, nos últimos vinte dias, isso é tudo o que ele tem feito. Procurara Souless em sua caverna, a fim de pedir a ele o que sempre quis, poder. Mas, infelizmente, ele não o encontrou.

Ao longo destes dias, acabou descobrindo em uma das aldeias do Norte que, a princesa fora resgatada e está sã e salva no Castelo Follmann, e, não pode dizer que ficou feliz por isso, pois, aconteceu exatamente o contrário. Tudo o que queria, tudo o que desejava, é que o Necromante tivesse matado a princesa.

Odeia os Haydin, os Arkauss, os Masshar, os Ravenot, os Kasnier e, qualquer nobre que se ache superior a pessoas como ele, só por conta do dinheiro e do poder que eles possuem. E, por isso mesmo é que ele busca em Souless o poder que precisa para realizar as suas ambições e mostrar que alguém como ele, nascido na miséria, pode acabar com a vida de um nobre.

Mas, quando chegou aquela maldita caverna a fim de procurar o Necromante, ele não estava mais lá, e, não é só isso. Também não havia qualquer sinal da princesa e, para ele, isso fora um sinal, mais do que suficiente, para imaginar o que havia acontecido.

Depois disso, ele foi para a aldeia mais próxima e, lá, descobrindo sobre a princesa e foi ali que deduziu que Souless fugiu, com medo de ser encontrado.

E, graças a isso, ele está há vinte dias assim, sem saber o que fazer para alcançar os seus objetivos, pois, o único que poderia lhe ajudar com isso, parece ter ido embora da Floresta das Trevas e, ele não sabe para onde Souless pode ter ido.

Alpha se recosta sobre um grosso carvalho e, começa a olhar distraidamente para o céu. De repente, vê que nuvens negras começam a tomar conta do céu e, em sua frente, surge uma bela mulher, de olhos e cabelos negros e, orelhas peculiares. Seu vestido, tão negro quanto os seus cabelos e, ela encara Alpha com um Sorriso que é pura presunção.

― Quem é você? – questiona Alpha.

― Sou aquela que pode lhe dar o poder que eu sei que você deseja!

― Como sabe que eu desejo poder?

― Sei de mais coisas do que você é capaz de imaginar e, só te digo uma coisa, não é com Souless que você conseguirá o poder que procuras!

― Quem é você?

― Meu nome é Cithien Aranel, e, sou de uma raça muito superior à raça dos humanos. Souless não é nada, se comparado ao poder de um elfo negro!

A menção a um elfo negro logo chama a atenção de Alpha e, ele encara Cithien Aranel com curiosidade e, é claro, toda a sua sede de poder vindo à tona.

― O que você quer comigo? – questiona Alpha, sem um pingo de medo.

― Vim oferecer o que você sempre quis! Poder!! Te darei muito poder em troca de um pequeno favor!

Jess caminha por uma das aldeias com um destino certo, o castelo Follmann, pois, faz vinte dias que a princesa fora resgatada e, desde então, ela não teve qualquer notícia. Não se comunicou com Lady Isabella e com Lady Catriona e, por isso mesmo, não sabe se a princesa está bem, se ela conseguiu se recuperar do trauma de ter sido sequestrada.

Gostaria de ter ido ao Castelo Follmann antes, mas, nestes últimos dias, também tem tido seus próprios problemas, pois, Snowie vem se comportando de forma estranha, passando a noite toda acordada e, dormindo durante o dia e, isso a tem intrigado bastante.

Sua loba tem passado as noites em claro e, dormido durante o dia, o que é muito estranho, pois, ela não costuma agir assim e, por isso mesmo, é que ela está indo sozinha para o Castelo Follmann, a fim de saber notícias da princesa e, espera que possa ser recebida.

Mesmo que ela seja uma moça de baixo nascimento, o seu único contato com a princesa foi agradável, pois, a princesa a tratou como uma igual, e, isso a surpreendeu, pois não esperava uma atitude assim vindo de um membro da Casa Haydin, a mais alta e nobre linhagem dos homens.

E, por ter sido tratada da forma que foi pela princesa, é quer ter certeza de que ela vai ficar bem, e, o que ela puder fazer pela princesa, ela irá fazer, em agradecimento a tudo o que a princesa fez por ela, a tratando tão bem.

Com este pensamento em mente, Jess continua caminhando pela aldeia, em direção a seu destino e, com um Sorriso otimista em seus lábios.

Guinevere está nos aposentos de Evelyn, conversando com a princesa. Ao longo destes vinte dias, tem feito muito isso e, muito embora no começo, tenha sido um pouco difícil sua aproximação, muito por conta do que o pai da jovem princesa lhe fez, não se arrepende de ter se aproximado de Evy, pois, descobriu que a princesa é uma jovem pura, meiga e doce, muito diferente do que, inicialmente, ela imaginou, achando a companhia da jovem princesa mais do que agradável.

E, este convívio todo que ela tem com a princesa, a faz ficar com os olhos bem mais abertos em Alyssa, pois, não entende o olhar atravessado que a jovem acompanhante sempre dirige a princesa, mas, que, Evy não parece perceber.

― Hoje eu estou muito feliz, Catriona. – a voz doce de Evelyn tira Guinevere de seus pensamentos.

― E eu posso saber por que, minha princesa? – pergunta Guinevere, já imaginando a resposta.

― Porque hoje meus pais finalmente vão chegar. – um Sorriso gracioso estampa os lábios de Evelyn, e, seus olhos verde água estão brilhando de tanta alegria – Estou com saudades e, além do mais, o Mago Rafal me disse que o senhor meu pai já encontrou uma forma de tirar esta mancha de meu pescoço. O Mago Rafal consegue fazer com que ela não se alastre pelo meu corpo, mas, ele não pode fazer com que ela desapareça. E, desde que ela surgiu em mim, venho tendo pesadelos horríveis, com criaturas que eu nunca antes tinha visto.

― Que tipo de criaturas?

― Eu não sei... Sonho com uma criatura presa em algum esquife de gelo e, a cada vez que eu tenho este sonho, eu sinto muita dor... É como se a criatura dos sonhos roubasse as minhas forças...

Ouvir as palavras da princesa faz com que a mente de Guinevere viaje para o que lhe aconteceu, dez anos atrás. Ela se lembra, como se tudo tivesse acontecido ontem e, nunca entendeu direito o que aconteceu, mas, depois de todas estas coisas estranhas acontecendo no Norte, começa a pensar que, talvez, o ataque a princesa e o que lhe aconteceu dez anos atrás possam estar interligados.

Os pensamentos de Guinevere são interrompidos pela chegada de Alyssa, que, adentra o quarto sem nem ao menos bater na porta e, encara a princesa de forma indiferente, para em seguida dizer:

― Minha princesa, sei que não pode sair da cama devido a seu estado, mas, vim, por ordem de Lorde Arkauss chamar Lady Catriona, pois, todos no castelo, com exceção de Sua Alteza, deverão estar no pátio para receber a comitiva de Sua Majestade.

― Obrigada por avisar, Lady Alyssa. – a voz de Guinevere soa fria, pois ela definitivamente não gosta de Alyssa – Já estou indo.

Alyssa vira as costas e deixa o quarto, sem se importar com a expressão triste que toma o rosto de Evelyn, mas, esta expressão, não passa despercebida por Guinevere, que diz:

― Qual o problema, minha princesa?

― Eu gostaria de estar lá no pátio, para receber o senhor meu pai. – responde Evelyn, com a voz triste.

― Não fique triste. – Guinevere fala com carinho – Tenho certeza de que eu pai vai entender. Agora eu preciso ir.

Após dizer estas palavras, Guinevere deixa o quarto, pois, precisa estar no pátio para receber a comitiva real, junto com todos os outros do castelo Follmann. Mas, só de pensar nisso, ela já sente o coração bater em disparada contra o seu peito, pois, tudo o que não quer... Tudo o que não precisa, é estar frente a frente com o Rei Madakki Haydin novamente...

Dez anos não foram suficientes para apagar de seu coração e de sua mente tudo o que sofreu e, tem certeza de que nem todo o tempo do mundo será suficiente, e, que, ela jamais irá esquecer e, é por isso mesmo que consegue sentir as batidas cada vez mais aceleradas de seu coração.

Chega ao pátio de entrada do castelo onde, todos já estão reunidos, para a chegada da comitiva real. Os criados estão por último, seguidos por cavaleiros da guarda pessoal de Lorde Arkauss, o Mago Rafal, o Curandeiro Abel e Brady e, ela, se coloca ao lado do rapaz, pois ela, assim como ele, também é protegida de Lorde Arkauss, e, na frente de todos os, Arkauss, com toda a imponência dos Protetores do Norte.

Os grandes portões de entrada do castelo se abrem, e, as primeiras carruagens começam a surgir. Com cavaleiros carregando bandeiras dos Ravenot e dos Kasnier. Pouco a pouco, os integrantes das duas comitivas deixam as suas carruagens e de seus cavalos, e, se colocam ao lado dos Arkauss no grande pátio, a fim de receberem a comitiva real.

E, os próximos porta estandartes a entrarem no pátio são, justamente, os porta estandartes dos Haydin, seguidos por grandes e imponentes carruagens.

Sir Malik desce de seu cavalo e, abre a porta de uma carruagem e, desta, desce o Rei Madakki Haydin. A segunda a descer é a rainha Jade Haydin, seguida dos Príncipes Damian e Davie Haydin.

A família real se aproxima da multidão e, eles imediatamente se curvam ante os membros da realeza, dobrando os seus joelhos em sinal de respeito e obediência.

A um sinal de Madakki, todos se levantam e Lorde Lysander Arkauss dá um passo à frente.

― Sua Graça. – a voz do Protetor do Norte se faz ouvir – Seja bem-vindo ao Norte. A hospitalidade do Castelo Follmann é sua.

― Agradeço, milorde. – fala Madakki – Agora, vamos ao que interessa. Onde está a Evelyn.

― Vamos até os aposentos da princesa, ela está esperando por Sua Majestade.

Os Haydin, acompanhados dos Arkauss deixam o pátio e, Guinevere está totalmente congelada. No momento em que colocara os seus olhos no rei, sua mente fora invadida por terríveis lembranças, do momento em que perdera tudo, e, o culpado, é o Rei Madakki, Haydin!

A sala do trono do palácio real de Rahssar está repleta de pessoas, nobres e plebeus que vieram assistir a um julgamento. No centro da sala, o rei está sentado no trono, sob uma pequena escadaria de dez degraus, olhando de forma imponente para a ré, uma jovem de dezessete anos, cabelos negros, olhos azuis repletos de uma grande tristeza, as vestes sujas devido aos dias presa em uma masmorra. Os pulsos e os tornozelos dormentes, presos por grossas correntes e grilhões. Seus olhos incapazes de encarar o homem que decidirá o seu destino.

― Guinevere, da Casa Spitzell. – a voz de Madakki se faz ouvir – Chegou o momento de ouvir a sua sentença. Um passo à frente.

Mesmo com o peso das correntes e dos grilhões, Guinevere faz o que lhe é solicitado e, dá um passo à frente. Seu coração bate de forma descompassada em seu peito enquanto se esforça para encarar o homem à sua frente.

― Eu, Madakki, da Casa Haydin, o Primeiro de meu Nome, Rei de Arkhalya e Protetor do Império dos Homens, sentencio que, deste dia em diante, a casa Spitzell perde seu título de nobreza, assim como todas as suas terras, a partir deste dia, e por toda a eternidade. E quanto a Guinevere, da Casa Spitzell, sentencio-a a morte, pelo crime de assassinato e alta traição!

Guinevere volta ao presente, todo o ressentimento daquele dia voltando com muita força ao seu coração. Dez anos já se passaram e, ela não consegue esquecer e, este reencontro com o rei só fez com que tenha a certeza de que jamais irá esquecer.

Volta aos seus aposentos e, se tranca, pegando o colar que pertencera a senhora sua mãe. É como se tirasse dele forças para seguir em frente e, principalmente, descobrir a verdade do que aconteceu dez anos atrás.

Após os Madakki adentrarem o castelo, Brady começa a procurar pelos seus familiares e, não demora muito e os encontra. Assim que Cameryn vê o filho caçula, ela corre em direção a ele e o abraça, e, Brady retribui de forma carinhosa o abraço da mãe, para, em seguida, abraçar a irmã Inara e o tio Seth, mas, no momento em que ele cumprimenta o irmão mais velho, apenas dá um aperto de mão, de forma indiferente, como se os dois fossem apenas estranhos.

― Senti sua falta, Brady. – Cameryn fala para o filho.

― Também senti sua falta, minha mãe. – Brady responde – Mas, a senhora sabe, eu sempre senti que meu lugar é o Norte. Vivo aqui desde os meus sete anos de idade e, me considero um nortenho de coração.

― Embora não passe um único dia sem que eu sinta a sua falta, eu entendo a sua decisão, meu filho. – fala Cameryn – E, além do mais, você é praticamente um homem, tem o direito de decidir o que acha que é melhor para a sua vida.

― Minha mãe, muito obrigado por entender os meus sentimentos.

― Você não tem que me agradecer, Brady. Sou sua mãe e, como tal, quero a sua felicidade, e, se sua felicidade está no Norte, eu não tenho o direito de me opor a ela.

Ao ouvir as palavras de sua mãe, Brady Sorri, pois, não esperava outra atitude da mãe, uma das mulheres mais nobres que ele conhece.

Elemir observa o alvoroço das comitivas. Criados levando baús para o interior do castelo. Lordes e Ladies conversando entre si, alguns entrando no castelo, outros ali mesmo no pátio.

Decide levar o seu cavalo até uma das estrebarias para, em seguida, ir ter com Sir Malik e descobrir onde os cavaleiros da guarda real serão instalados, para que possa descansar desta longa viagem.

Chega a estrebaria e após encontrar um lugar para o seu cavalo, fica ali, estático e pensando no que aconteceu vinte dias atrás.

Se lembra de maia, correndo desesperada com o príncipe Samir em seus braços, mas, o resto, é tudo muito complicado, pois, é como se todas as lembranças, do passado e do presente se misturassem em sua mente.

Para ele, ali, naquele momento, não eram Maia e o Bebê, o inimigo não era um simples lobo selvagem. Naquele momento, a sua mente fora transportada para o passado, para o momento em que seus pais haviam sido cruelmente assassinados e ele não pudera fazer nada para salvar os pais, pois era apenas um menino. Naquela época, tudo o que pode fazer foi se esconder!

Naquela época, ele era como Maia e o bebê, uma preza se escondendo acuada de seus perseguidores. Maia não podia fazer nada contra um lobo selvagem, assim como ele também não podia fazer nada contra o assassino de seus pais!

Naquele dia, ele vira em Maia e no bebê os seus pais e, vira no lobo selvagem aquele homem de botas pretas, o assassino e, quando se deu conta, a já estava avançando sobre a fera, imaginado nela o assassino de seu pai. Tudo fora muito instintivo, ele agiu simplesmente por vingança e ódio.

E, quando voltara e a si, e, vira a criatura morta, percebeu que estava de volta ao presente, e que, mais uma vez, deixara o passado vir à tona.

Depois do incidente, todo o resto de sua viagem foi tranquila, e, ela se tornou muito mais agradável com a chegada dos Ravenot, e, embora não tenha tido a oportunidade de conversar com eles, por ter de ficar o tempo todo atrás da carruagem da Rainha Mesquinha, agora que finalmente chegou ao Norte, espera ter a oportunidade de encontrá-los e, quem sabe, conversar um pouco.

Anos atrás, quando Elemir era apenas uma criança e ainda viva no Norte, surgiram boatos de que, na casa Nurã, havia uma criança com o sangue dos elfos negros e, fora por este motivo que aquele assassino aparecera e ceifara a vida de seus pais, por conta do suporto sangue de elfo negro que corre em suas veias.

Após o assassinato de seu pai, ele foi perseguido e, forçado a fugir do Norte, isso se quisesse continuar vivo. Não foi uma fuga fácil, passou, fome, sentiu medo, frio, e viveu completamente aterrorizado, perseguido por mercenários que queriam a sua vida.

Em uma de suas fugas, acabou recebendo um grave ferimento em sua coxa esquerda, mas, mesmo assim, ele não desistiu e, conseguiu chegar ao Sul. Foi ali, no Sul, que fora acolhido por cavaleiros da Guarda Ravenot, que o ensinaram a lutar e a se tornar mais forte.

Os anos se passaram, conhecera Adenor e se tornara um bom cavaleiro, e, então, seu valor fora reconhecido e, fora indicado, pelo próprio Kaid Ravenot, para ir a capital Rahssar e fazer o teste para a Guarda Real.

E, desde então, ele se tornara um novo homem, só restando de sua antiga vida a cicatriz em sua coxa e as lembranças.

E agora está no Norte, e, só os deuses sabem o que este lugar trará de volta a sua vida!

Tamien está na porta dos aposentos da princesa, o lugar em que ele deve estar. Sabe que, assim que o Rei ver a filha, ele, como protetor da princesa, sente que deve se desculpar pessoalmente com o rei, pelo sequestro da princesa.

Seu olhar está impenetrável, e, só pensa no que dirá ao rei, a tal ponto que, mais nada se passa em sua mente, apenas isso.

Sabe que merece uma punição e, por isso mesmo, não se importa com isso, porque sabe que merece. A única coisa que não quer, é que o rei o afaste da princesa, pois, há anos que ele é o protetor de Evelyn e, tem por ela um carinho especial.

Tamien volta a sua atenção para o corredor e, vê Sir Malik se aproximando.

― Sir Tamien. – a voz do Comandante da Guarda Real se faz ouvir –Nós precisamos conversar.

― Sim, Sir. – responde Tamien.

O mais jovem acompanha o seu superior até a ala militar do castelo e, os dois adentram em um quarto. Tamien permanece estático enquanto olha para o Comandante da Guarda Real.

― Sir Tamien, já deve imaginar que eu sei de tudo o que aconteceu no decorrer deste último mês, mas, eu quero ouvir a sua versão dos fatos, afinal, o responsável por proteger a princesa é você. Não que eu vá criticá-lo, pois sei que o inimigo é um ser sobrenatural. Mas, quero ouvir de um cavaleiro o que aconteceu naquele dia.

― Sim, Sir, eu contarei.

Sir Tamien então começa a narrar para o seu superior tudo o que aconteceu desde o momento em que o castelo fora invadido por criaturas mortas, sem esconder nenhum detalhe, Sir Malik escuta tudo com demasiada atenção, e, percebendo, pelas palavras do cavaleiro mais jovem, que, sem a menor sombra de dúvidas, este inimigo é muito mais poderoso do que qualquer um pode imaginar.

Alyssa está em seus aposentos, morrendo de raiva, pois, neste momento, a maldita princesinha está lá, com a família, recebendo todos os mimos do mundo, como se ela fosse a pessoa mais especial de toda a Arkhalya. E, ela não é!

É só uma princesa chata e mimada que fora comprometida com o homem que ela amou a vida inteira!

E, se não fosse por esse detalhe, de Evelyn ser a princesa, tem certeza de que Rhett jamais olharia para uma menininha de quinze anos e, totalmente sem sal!

Mas agora, sente que tudo será diferente, pois, tem planos para acabar com a vida da princesinha mimada e, de uma forma que ninguém vai nem ao menos imaginar que ela está ligada a tudo isso!

Descobrira, a alguns dias atrás, que, há uma mercadora de venenos no Norte, uma bastarda chamada Erein. Descobrira que ela possui venenos letais e, isso muito lhe interessou, pois, é uma lady, e, tem todo o ouro do mundo para comprar quantos venenos forem necessários para matar a princesinha.

E, além disso, ainda tem a Elfa Negra, a tal Cithien Aranel, que, lhe fez uma proposta que, mesmo correndo todos os riscos de ir para o inferno, ela não pode recusar.

Não quando, pela primeira vez em anos, a probabilidade de ver a Princesa Evelyn da Casa Haydin perder a vida estar bem maior e, com a morte dela, Rhett será só seu!

A tal Cithien Aranel ainda não lhe disse o que vai precisar fazer para ela, as não importa, desde que ela cumpra a sua parte do acordo e, tire a princesinha de seu caminho, ela faz qualquer coisa!

O que importa é que, no final, ela, Alyssa, venha a se tornar uma Arkauss, esposa de Rhett e futura Guardiã do Norte.

Isabella caminha pelos corredores do castelo com sua mãe e seu pai, pois, chegara o momento que ela mais temia, o momento de conhecer o senhor seu noivo. Vinte dias atrás, prometera ao pai que seria gentil com ele, e, a fim de cumprir a promessa, trato de aprender todos os cumprimentos e protocolos que a mãe lhe ensinou. Não que queira realmente se casar e deixar o Norte, mas, pode ao menos dar uma chance de conhecer o Lorde.

Para este encontro, está usando um elegante vestido, que, sua mãe mandara a melhor costureira do Norte preparar especialmente para esta ocasião e, aqui está ela, pronta para conhecer o noivo e ver o que vai acontecer depois.

Chegam a sala, onde, os Kasnier já estão à espera deles. Lady Kasnier, Seth Kasnier, irmão do falecido Lorde Kasnier, o agora Lorde Kasnier, Olivier, seu noivo, Inara e, Brady, protegido do senhor seu pai.

Assim que os ter Arkauss adentram a elegante sala, os Kasnier se levantam e, se aproximam. Imediatamente, os olhos castanhos de Isabella recaem sobre Olivier.

― Lorde Kasnier. – a voz de Lysander Arkauss se faz ouvir – Apresento-lhe a minha filha Isabella.

Olivier dá um passo à frente, e, seus olhos verdes fixam-se em Isabella. Ele Sorri para ela, e, em seguida, beija delicadamente a mão oferecida pela jovem.

― Espero não ser uma decepção para milorde. – fala Isabella, repetindo a saudação que a mãe lhe ensinou.

― Sua beleza é um encanto para os meus olhos, milady. – Olivier Sorri de forma sincera para sua prometida.

Ante o elogio, Isabella apenas Sorri em resposta, sem saber exatamente o que dizer. Pede licença para o pai, perguntando se já pode se retirar e, com autorização de Lysander, ela deixa aquela sala, a fim de ir para o local em que tem ido todos s dias, a biblioteca estudar sobre necromancia, a fim de descobrir algo mais sobre Souless.

Nos últimos vinte dias, ela tem feito muito isso, ido todos os dias a biblioteca e, passando horas em frente aos livros, mas, até agora, ela não conseguiu descobrir absolutamente nada mais relevante sobre Souless, o misterioso ser que atualmente é um perigoso inimigo de Arkhalya.

Chega a biblioteca e, quando está prestes a abrir a porta, nota fortes mãos masculinas fazendo este trabalho para ela. É então que olha para trás e vê Olivier, seu "noivo" Sorrindo de forma gentil para ela.

― O que está fazendo aqui? – pergunta Isabella, só se dando conta de esta pergunta não é adequada a uma Lady tarde demais.

― Parecia que milady estava querendo fugir da minha pessoa. – Olivier responde, ainda Sorrindo de forma gentil – Então decidi acompanha-la, para descobrir um pouco mais sobre minha noiva.

― Não estava fugindo, milorde. Apenas decidi vir a biblioteca estudar um pouco.

― Então, importa-se se eu lhe fizer companhia?

― De forma alguma, porém, já aviso, que, quando eu começo a estudar, costumo me concentrar muito na leitura, e, posso não dar a atenção que milorde merece.

― Não se preocupe comigo, pois, tudo o que eu quero, é a companhia de milady. Agora, vamos entrar, para que possa se perder no mundo da leitura e, eu possa admirar a sua beleza, enquanto estuda.

Após ter com Lorde e Lady Arkauss, Seth decide conversar com seus sobrinhos, pois, é hora de contar aos dois a decisão que tomou. Nos últimos vinte dias, ele pensara muito a respeito, por vezes, se questionando se esta era a decisão certa a se tomar.

E, a conclusão que chegou sempre foi a mesma, e, que deve ficar no Norte, pelo menos por uns tempos.

Mesmo que ame Cameryn e que sempre tenha sonhado com um futuro ao lado dela, no momento, há coisas muito mais importantes em jogo e, ele precisa colocar suas prioridades em primeiro lugar.

Queria contar a Olivier também sobre a sua decisão, mas, o sobrinho foi atrás da noiva e, não o culpa, afinal, deve estar curioso para saber um pouco mais sobre a jovem que, futuramente, ele irá desposar.

Quando tiver uma oportunidade de conversar com seu sobrinho, contará a ele a sua decisão. No momento, o mais importante, é que Inara e Brady, que ele não vê há anos, saibam o que ele pretende fazer.

― Inara, Brady, será que nós podemos conversar? – pergunta Seth, dando início ao importante diálogo que ele quer ter com os sobrinhos.

― É claro, tio Seth. – responde Inara, Sorrindo de forma gentil.

Os três se sentam em um dos sofás da elegante sala em que estão e, Seth encara os sobrinhos para, em seguida, se fazer ouvir:

― Sei que, Inara deve estar confusa pelo fato de eu querer conversar com vocês agora, visto que acabamos de chegar de uma longa jornada, mas, é preciso. Não os chamaria se não fosse importante.

― E o que é tão importante, tio Seth? – questiona Inara.

― É uma decisão que tomei e, que, sua mãe não é de acordo. Mas que, é preciso, no momento, pois, nós estamos passando por momentos difíceis, e, eu não quero apenas ser um enfeite nisso tudo. Quero fazer a minha parte e ajudar no que for preciso. E, é por isso mesmo que eu decidi passar uns tempos no Norte.

Um grande silêncio se faz após Seth proferir sua decisão e, enquanto Inara o encara com um misto de surpresa e compreensão, o olhar de Brady é totalmente indiferente, como se o tio não tivesse dito nada importante e que esta decisão, não tem impacto nenhum sobre a sua vida.

― Tio Seth. – a voz de Inara se faz ouvir – Eu não sei quais são os motivos que o levaram a tomar esta decisão e, por isso mesmo, a única coisa que eu posso dizer é que o senhor tem meu total apoio, como sempre teve.

― E eu agradeço por isso, minha cara sobrinha. – Seth Sorri de canto.

Após verificar se todas as criadas colocaram os seus pertences em seu devido lugar, Sarah deixa o quarto em que está hospedada, se embrulhando na grossa capa de lã de carneiro, mas, ainda assim, tremendo de frio, pois, está acostumada a um lugar de terras quentes de Leste. Caminha pelos corredores do castelo, a fim de chegar a sala da ala que fora destinada aos Masshar, para que um criado ascenda uma fogueira para ela.

No corredor, ela encontra-se com Fabian e, Sorri de forma gentil para ele.

― Fabian. – fala Sarah, com doçura em sua voz – Você por acaso saberia me informar onde posso encontrar o senhor seu pai?

― Não, Lady Turner. – responde Fabian, de forma indiferente – E, mesmo que eu soubesse, tenho certeza de que não diria nada a milady.

As palavras de Fabian não intimidam Sarah, muito pelo contrário, apenas fazem com que, o Sorriso que ela tenha em seus lábios desapareça, e, ela encara o futuro enteado com os olhos negros brilhando de forma intensa, em nada se parecendo com a mulher inocente de minutos atrás.

― Quer você queira ou não, vou me casar com o senhor seu pai. Serei Lady Masshar em breve e, então, serei a Lady Protetora do Leste, você será meu enteado, e, me deverá respeito e obediência, assim como deve ao senhor seu pai!

― A você, nunca!

― Veremos! – a voz de Sarah torna-se sarcástica – E, sabe de uma coisa!

― O que?

― A primeira coisa que eu vou fazer no momento em que eu me tornar Lady Masshar será encontrar uma noiva adequada para você, para que tenha o que fazer ao invés de palpitar em assuntos que não são seus! Talvez possa até mesmo ser aquela pobrinha da comitiva de mercadores que salvamos dias atrás. Como era mesmo o nome dela? Eleanor, não é mesmo? Vocês dois combinam muito bem, os dois são chatos e sem sal!

― Acha mesmo que vai casar com o senhor meu pai?

― Não acho, tenho certeza. Lorde Saad pediu minha mão ao senhor meu pai, e, o compromisso foi selado. E, eu garanto, não será você que vai impedir!

Bella e Laila acabam de arrumar os baús de viagem no quarto que as duas vão ocupar no castelo, durante os dias que ficarão no Norte. As duas então deixam o quarto e, na porta, encontram-se com Lance que, de forma cavalheira, oferece o seu braço para Bella, e, os três vão para o jardim, que está repleto de pessoas das grandes casas, cavaleiros, criados passando, afinal, o Castelo Follmann está recebendo pessoas de casas importantes.

Os três se sentam em um banco, admirando a vista e, o movimento das pessoas.

― Finalmente nós chegamos! – comenta Bruna, a voz um pouco cansada.

― Sim. – concorda Lance – Após um mês muito cansativo, nós estamos aqui. Por Sirte, tivemos uma viagem tranquila, pois, eu já fiquei sabendo que os Masshar e os Kasnier tiveram problemas na estrada.

― Fico feliz por nossa viagem ter sido tranquila. – Laila toma a palavra, pois, não gosto de problemas na estrada. Nem sempre eles são sinais de coisas boas.

― Tem razão. – concorda Bella – Mas, o importante é que nós estamos aqui, e, espero, que possamos ser de alguma ajuda por aqui, para que a nossa viagem não tenha sido em vão.

― Ela não terá sido em vão. – Lance expõe a sua opinião – Estive conversando com o senhor meu pai e, ele tem muitas preocupações, e, embora ele não as tenha dividido comigo, eu sei que todas elas estão relacionadas a estes estranhos acontecimentos nestas terras geladas.

Os três continuam conversando, até que Perrie Ravenot chega ali, chamando a atenção dos três.

― Aí estão vocês! – fala Lady Ravenot – É melhor vocês entrarem, pois não estão acostumados com este frio e, podem acabar se resfriando.

― Onde está o senhor meu pai? – pergunta Laila.

― Esperando com os outros Protetores, pois o Rei Madakki convocou a todos para uma reunião, tão logo ele ver a Princesa Evelyn.

Misaki está no quarto destinado a ela e sua mãe, na ala dos criados do castelo Follmann. Após arrumar as poucas coisas que ela trouxe, se senta na cama, olhando o misterioso arco que tem em mãos e que, o encontrara vinte dias atrás.

Fora na mesma noite em que descobrira a estranha pintura. Depois de guardar ela entre os seus pertences particulares, fora procurar Lorde Ravenot para contar o que ela descobriu sobre o suposto mercador e, levou o Protetor do Sul até aquela caverna, onde o homem fora preso e, tudo terminou bem.

Foi então que, no caminho de volta, ela encontrou este arco que tem em mãos e, no momento em que ela o tocou, acabou perdendo os sentidos. Lembra-se de ter acordado horas depois, e, durante todo o tempo em que ficou desacordada, viu uma cidade no meio de uma floresta, um lugar totalmente lindo, como nenhum outro que ela antes tenha visto.

Sua mente então volta ao presente e, continua encarando o arco, e, nota algumas inscrições nele, em um idioma totalmente desconhecida para ela.

Intrigada, continua a observar o arco, querendo descobrir mais sobre ele.

Evelyn abraça com carinho, o pai, a mãe, os irmãos, enquanto lágrimas caem por seu jovem e belo rosto sem parar. Por vários dias, enquanto fora prisioneira daquela criatura das trevas, pensara que nunca mais veria a sua família novamente, e, ali está ela, com o pai, a mãe, e os irmãos novamente, e agora, ela realmente sente que está segura e que, nunca mais lhe farão mal novamente.

Ao mesmo tempo, Madakki e jade abraçam a filha caçula, enquanto Damian e Davie estão ali, ao lado da irmã, apenas observando e, esperando que ela se acalme um pouco.

Alguns minutos se passam, e, os olhos de Evelyn param de derramar lágrimas. Com ternura, Jade limpa as lágrimas do rosto de sua filha e, a jovem princesa esboça um Sorriso.

― Está melhor? – Jade pergunta com carinho a sua filha.

― Estou sim. – responde Evelyn, Sorrindo timidamente – Eu realmente estou muito feliz por vocês estarem aqui comigo. Principalmente depois de tudo o que eu vivi.

― Esqueça o que ficou no passado, filha. – aconselha Madakki – Prometo a você, que, nunca mais passará por algo assim novamente.

Ao ouvir as palavras de seu pai, Evelyn Sorri, pois, ele é o homem mais forte que conhece e, além disso, ele nunca deixou de cumprir uma promessa que fez a ela, e, não é agora que ele vai deixar de fazê-lo. Seu pai é o homem mais nobre e o mais leal que ela conhece.

Mas, o Sorriso em seus lábios logo se esvai, pois, ela sente, novamente, a dor no local da mancha negra em seu pescoço e, instintivamente, leva a mão ao seu pescoço.

― Aí...! – reclama a princesa – Dói...! Dói...!

― Davie, procure Lady Bruna e a traga imediatamente aqui. – ordena Madakki.

― Sim, meu pai. – responde Davie.

Em seguida, o jovem príncipe se retira, voltando alguns minutos depois, acompanhado de Lady Bruna.

Bruna faz uma reverência, e, em seguida, se aproxima da cama, colocando as duas mãos no pescoço de Evelyn, no local da mancha negra, ao mesmo tempo em que começa a proferir um encantamento e, suas mãos começam a emitir um brilho dourado, que pouco a pouco, vão tomando conta da mancha negra do pescoço da jovem, e, pouco a pouco, ela começa a desaparecer do pescoço de Evelyn. Bruna fecha os olhos, continuando com os encantamentos e, a cada palavra que ela profere, o brilho em sua mão vai se tornando mais e mais forte, e, a mancha negra vai sumindo no pescoço da jovem, até desaparecer por completo.

Maia termina de dar banho no pequeno príncipe Samir e, o coloca para dormir e, em seguida, deixa os aposentos do menino, a fim de ir para a ala dos criados procurar o que fazer. Nos últimos vinte dias, ela tem estado muito apreensiva pois, ela tem tido um mau pressentimento.

Não chega a ser uma visão, mas, é uma sensação estranha, como se o perigo estivesse à espreita dos Haydin.

Além disso, nesses dias, ela vem aprendendo mais sobre a vida e, vem descobrindo o seu lugar. Passara anos presa em um lugar escuro e sombrio e, ao sair, não sabia nada da vida, principalmente sobre as leis.

Agora, já começou a aprender e, sabe que ela é diferente de um Haydin e que, por isso mesmo, não pode tratar os Haydin de qualquer forma, eles são superiores a ela.

E agora, ela se sente confusa, pois, o mal pressentimento que sente continua, cada vez mais forte, e, isso a deixa triste, pois, ela gostaria muito de controlar este dom que ela tem e só ver as coisas que gostaria, mas, muito pelo contrário, este maldito dom mais parece uma maldição e, só faz com que ela veja as coisas que ela não quer.

Andando pelos corredores, ela vê, caminhando com pressa, o mesmo rapaz galante que era vira em sua visão, salvando a princesa e, não consegue deixar de Sorrir. Sem pensar em mais nada, ela se aproxima de Rhett, para, em seguida, dizer:

― É você! – exclama Maia, com um Sorriso de pura alegria em seus lábios.

― Perdão, mas eu a conheço? – pergunta Rhett, totalmente confuso.

Só então Maia percebe a gafe que ela acaba de cometer, pois, vira este homem em uma de suas visões e, viera falar com ele como se os dois fossem íntimos. Agora sente a sua face arder, de tanta vergonha e, queria que o chão se abrisse, só para ela desaparecer da frente dele. Mas, infelizmente isso não é possível, e, agora, não há nada a se fazer, a não ser pedir desculpas por mais estra trapalhada.

― Perdão, senhor! – fala Maia, toda sem graça – Acho que o confundi com outra pessoa. Agora, se me permite, tenho que ir.

E, dizendo isto, Maia sai correndo, pois não quer mais continuar ali, depois da gafe que cometeu.

Após ver que a filha está bem, sob os cuidados da mãe, Madakki deixa os aposentos de sua caçula e, se dirige com passos apressados para o escritório particular, pois, marcada uma reunião com os Lordes Arkauss, Masshar, Ravenot e Kasnier, assim como o Mago Rafal.

Rapidamente, o monarca chega ao escritório e, ao adentrar o recinto, encontra os quatro lordes a sua espera. Imediatamente, os quatro homens se levantam e, dobram os seus joelhos, em sinal de reverência.

Em seguida, Madakki caminha até a cadeira no centro do escritório e, se senta. E, após fazê-lo, é que os quatro lordes protetores fazem o mesmo e, tomam os seus lugares, para que a reunião possa se dar início.

― Agradeço a todos por terem atendido ao meu chamado, e, comparecido a esta reunião. – a voz de Madakki se faz ouvir.

― Não há o que agradecer, majestade. – Lysander Arkauss toma a palavra – Estamos aqui para servi-lo da melhor forma possível.

― E suponho que o assunto de tão rápida convocação seja justamente o suposto Necromante. – fala o Mago Rafal.

― Exatamente. – concorda Madakki – Mago Rafal, o que o Clã dos Magos diz sobre a Necromancia?

― A Necromancia é uma arte antiga, e, em mil anos, o único que tinha o total domínio dela era Joniver Cúthalion, o rei dos elfos negros. Por isso, acho pouco provável que este suposto Necromante seja tão invencível assim. Prova disso, é que os poderes de Sua Alteza, a Princesa Evelyn, foi capaz de feri-lo. E, o que eu posso garantir é que se existe um rei dos mortos, este rei é o Rei Elfo Negro Joniver Cúthalion.

― Se o que diz é verdade, então eu acho que este pode ser um falso Necromante. – sugere Kaid.

― Não diria um falso Necromante. – continua Rafal – Mas, alguém que ganhou poderes que, tem alguma relação com os elfos negros.

― Não podemos nos esquecer que a Convergência está chegando e, do que o Mago Supremo previu, quinze anos atrás. – Madakki fala mais uma vez – E, esta profecia é o motivo de minha preocupação. Sabemos que tempos sombrios estão chegando e, com eles, não sabemos o que vem por aí. E, o sequestro de Evelyn foi a prova de que a Profecia de quinze anos atrás está começando a se tornar realidade.

― Acho que a princesa precisa ser tirada do Norte, o mais breve possível. – Saad toma a palavra – E levada para um lugar seguro, pois, eu tenho certeza de que eles não vão parar. Se esta parte da profecia se cumpriu, temos de evitar que o restante se cumpra.

Olivier permanece em silêncio, pois, como é Lorde a pouco tempo e, não sabe de que profecia eles estão falando, portanto, não tem como opinar e, o melhor, é apenas observar, e, só dizer algo se a sua opinião for solicitada.

― Concordo, Lorde Masshar. – o monarca volta a falar – Mas, no momento, ela não tem condições de sair, está muito fraca. Assim que Evelyn tiver condições, eu a tirarei do Norte, pois temo pela vida dela. E, enquanto, isso, Lorde Lysander, quero que me leve até o local em que Evelyn fora mantida prisioneira. Partiremos dentro de uma hora.

Erein, sob a forma de Eleanor, acaba de chegar à sua casa, e, vai direto para os seus aposentos. Está com raiva, pois, minutos atrás sentira que uma magia antiga e das trevas, muito poderosa, acaba de desaparecer e, tem ideia do que seja.

Mas, não importa, pois nada irá impedir os seus planos! Tudo está caminhando para exatamente onde ela quer!

Está feliz por estar de volta ao Norte, sua terra natal e, mesmo que os seus planos não tenham ocorrido como o planejado, ela está de volta, e, agora, há muito o que fazer.

Durante a viagem, ela armara um assalto, pois esperara que eles fossem salvos pela comitiva Ravenot, e, gostaria de ver como estão Lance e Bella. Mas, ao invés disso, encontraram os Masshar do Leste, que, apenas fizeram o seu dever, ajudar os mercadores e foram embora, com muita pressa, dizendo que estavam atrasados para se encontrar com a comitiva real.

Isso aconteceu há exatamente uma semana atrás e, desde então, não sabe de nada, só imagina que, neste momento, os Ravenot já devem estar no castelo Follmann, a quilômetros de distância dela.

Mas agora, o que importa é que ela está de volta ao Norte, sua Terra, e, tem muito o que fazer. Não pode ficar parada, isso se quiser conseguir colocar todos os seus planos em prática!

Longe da Floresta das Trevas, Souless está escondido, em uma cabana, pensando em qual será o seu próximo movimento.

Vinte dias já se passaram desde que Lysander e Rafal resgataram Evelyn, mas, mesmo assim, ele não consegue esquecer.

Fora uma grande humilhação, não apenas por Rafal e Lysander, mas também por aquela maldita princesa, que conseguiu feri-lo muito mais fundo do que ele poderia imaginar.

Agora, ele pensa em seu próximo passo e, já sabe o que fazer.

Souless começa a caminhar e, deixa a cabana, olhando para o campo nevado a sua frente onde, também é capaz de ver, ao longe, as imponentes torres do Castelo Follmann.

Vê, se aproximando, ao longe, Hellequin e, um Sorriso de pura ansiedade se forma em seu rosto.

― Quais as novidades no Castelo Follmann? – questiona Souless, sem conter a ansiedade em sua voz.

― O Rei Madakki e sua comitiva acabam de chegar ao Castelo.

Ao ouvir esta informação, a expressão de Souless se fecha, pois, ele odeia os Haydin, principalmente Madakki. Mas, ao mesmo tempo, pensa em seus planos e, o fato de Madakki estar no Norte, pode acabar o ajudando, de alguma forma.

― Hellequin, eu quero que você se prepare, pois, amanhã, nós vamos partir!

― E para onde nós vamos, mestre?

― Nós vamos conquistar o Leste!

Hellequin gargalha de forma sinistra, para, se retirar dali, deixando Souless sozinho e, assim que a criatura desaparece, Souless vê o céu escurecer, e, uma força sobrenatural muito forte o empurra contra o chão. Ele tenta se manter de pé, porém, quanto mais força ele faz, mais o poder o pressiona contra o chão.

Souless se esforça para olhar e, vê Cithien Aranel, o encarando de forma ameaçadora.

― Por que você está fazendo isso? – questiona Souless, sem conter o ódio em sua voz.

― Para que você saiba que você não é nada, se comparado a um elfo negro, idiota! Há quem não esteja satisfeito com as suas ações e, por isso mesmo, eu vim lhe dar um recado! Não quer saber qual é?

Cithien Aranel Sorri de forma irônica, e, vendo que Souless não responde, ela resolve continuar:

― Só vim aqui lembrá-lo que, aquele que lhe poder, pode muito bem tirá-lo de você, se ele continuar descontente com suas ações!

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