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Atentado Contra a Rainha


Capital Rahssar, quatorze anos atrás...

― Curandeiro Steve, como está a Evy? – pergunta Madakki, sua voz carregada de preocupação.

― Lamento, Sua Graça. – responde o Curandeiro – Mas, a princesinha não está nada bem.

― Não há qualquer melhora no estado dela, Curandeiro?

― Lamento, Vossa Graça, mas não. Infelizmente, meus conhecimentos estão se mostrando insuficientes para poder descobrir que mal aflige a pequena Princesa Evelyn. Peço que me perdoe, Sua Graça, mas não há nada que eu possa fazer por ela.

Madakki apenas observa o nada responde e apenas observa o Curandeiro deixar a antessala dos aposentos de sua filha, para sem seguida adentrar o quarto principal, onde Jade está ao lado do berço de Evelyn.

A pequena princesa de um ano está ardendo em febre, tão enjoadinha que não para de chorar. Jade pega a pequenina em seu colo e, começa a embalá-la em seus braços, fazendo com que a pequena princesa se acalme e pare de chorar.

― O Curandeiro Steve deu leite de papoula para ela. – a voz de Jade se faz ouvir – Logo ela vai dormir. Porém, eu não posso deixar de me preocupar, pois eu tenho medo do que possa acontecer a ela, o Curandeiro não conseguiu descobrir o que ela tem, Madakki. E eu não quero que a Evy morra...! Não quero perder a nossa filhinha...!

― Não vai perder, Jade! – fala Madakki, se aproximando de sua esposa e a abraçando de forma protetora – Eu prometo a você que darei um jeito, não importa qual seja, de salvar a nossa filha!

Com muito custo, Jade consegue fazer a filha dormir, e, a coloca no berço, cobrindo-a com um cobertor. Tanto ela quanto Madakki não deixam de notar como o rosto da princesa está vermelho e, repleto de escoriações, bem como todo o corpinho dela. E, são justamente essas escoriações que estão preocupando os dois.

O monarca não quer preocupar a sua esposa, mas, imagina o que seja esta estranha doença de sua filha, que nem mesmo o Curandeiro Steve foi capaz de identificar. Mas, ele conhece a única pessoa que tem certeza de que conseguirá não apenas descobrir que doença é esta de sua filha, como também curá-la.

Seu olhar se volta para Jade e, ele percebe o rosto de sua esposa tomado por lágrimas, que ela não consegue deixar de derramar. Com todo o cuidado do mundo, ele se aproxima de sua esposa e, com carinho, a conduz até uma elegante e confortável poltrona, para que ela se sente.

― Que os deuses sejam bons, e que a nossa filhinha não tenha a sua vida ceifada tão cedo...! – murmura Jade em meio as lágrimas.

― Eles irão nos ouvir, Jade. – Madakki tenta reconfortar a esposa – Nós não vamos perder a nossa filha!

Após dizer estas palavras, o monarca caminha até uma mesinha, onde está um jarro com água e uma taça. Ele vira-se de costas para a sua esposa e, despeja água na taça, em seguida, tira do bolso de seu colete um líquido transparente e despeja algumas gotas dele na água, e guardando o vidrinho no bolso de seu colete em seguida.

Madakki então caminha com a taça até onde está a sua esposa e, a entrega a ela.

― Obrigada, meu amor. – Jade agradece com um Sorriso cansado.

Em seguida, a rainha de Arkhalya bebe toda a água oferecida pelo marido em goles delicados, entregando a taça vazia para o seu marido em seguida.

Madakki volta a colocar a taça na mesinha e, caminha até o berço, olhando para a pele avermelhada de sua filhinha sem deixar de se preocupar. Alguns minutos se passam e, o monarca volta a sua atenção para jade, percebendo que o remédio que ele colocou na água já fez efeito e que sua esposa está dormindo, provavelmente em sono profundo.

Caminha até a porta do quarto, abrindo-a e, na antessala, está a sua espera um homem, coberto por um majestoso manto branco, que brilha como as estrelas. O monarca abre espaço para que o recém-chegado entre e, ele assim o faz, Madakki fecha a porta em seguida.

O recém-chegado retira o capuz de sua capa, revelando-se como Rwryan. O rei dos elfos se aproxima do berço da menina, e, vendo toda a vermelhidão e escoriação no corpo da menina. Em seguida, o elfo volta a atenção para o monarca e, a sua voz se faz ouvir:

― Você sabe o que significa isso, não sabe, Madakki?

― Sei. – responde Madakki, com um fio de voz.

― Tudo é mais grave do que eu inicialmente havia imaginado. Não imaginava que aquela criatura tentara eliminá-la, tampouco, que os poderes dele, mesmo lacrado, poderiam alcançá-la.

― Você pode curá-la?

― Posso. Não se preocupe, a sua filha vai ficar bem. Mas, eu devo avisá-lo, Madakki, que esta não será a última vez que ele tentará matá-la. Como pode ver, os poderes dele estão voltando e, com o passar dos anos ficarão mais fortes e, com isso, a vida de Evelyn estará cada vez mais em risco.

― Sei disso. Mas, no momento, só preciso que você a cure, por favor. Daqui a pouco Jade irá acordar e, ela não pode ver você.

Madakki não precisa falar mais nada, e, Rwryan pega a criança de um ano em seus braços e, em seguida, tira as roupinhas da menina, revelando a pele vermelha e descamando, além da febre altíssima. Imediatamente, o rei dos elfos começa a murmurar palavras no idioma dos elfos e, seu corpo começa a brilhar, e, este brilho vai sendo passado para o corpo da princesinha de um ano.

As escoriações e a vermelhidão no corpo da princesa começam a desaparecer e a febre da menina começa a abaixar. E, quando o corpo da menina volta a coloração normal, bem como a febre baixa por completo e as escoriações somem por completo, seu corpo para de brilhar e ele para de pronunciar as palavras em élfico antigo, para então entregar a filha ao pai.

― Ela vai ficar bem, Madakki. – fala Rwryan – Mas, como eu já disse, fique de olho, pois esta não será a última vez que a vida de sua filha estará em perigo por conta do poder de Joniver Cúthalion.


Norte...

Enquanto cavalga ao lado do Mago Rafal e dos Lordes Lysander, Kaid e Saad de volta ao castelo Follmann, a mente de Madakki volta ao passado e, se lembra da primeira tentativa de Joniver Cúthalion de assassinar a sua filha.

E, aquela fora apenas a primeira tentativa do rei dos elfos negros de matar a sua filha. Com o passar dos anos, tudo foi piorando. E o ápice de todas estas tentativas está sendo agora, com a aproximação da Convergência.

Sabe que a vida de Evelyn está em perigo e, ver o corpo de Joniver Cúthalion só o fez ter mais certeza de que precisa tirar sua filha do Norte o quanto antes, tão logo ela tenha condições de fazê-lo.

Não vai deixar que a sua filha tenha a vida ceifada por Joniver Cúthalion, não importa o que ele tenha de fazer para isso! O Rei dos Elfos Negros não irá encostar em um único fio de cabelo de sua filha!

Passara os últimos quinze anos vivendo sob a sombra do Rei dos Elfos Negros, e, agora, a criatura está se mostrando mais do que disposta a ter sua filha, só que ele, Madakki da Casa Haydin não irá permitir que isso aconteça!

Nenhum Elfo Negro irá fazer mal a sua filha!

O monarca está tão perdido em seus pensamentos que mal presta atenção na cavalgada, pois não consegue deixar de pensar na filha e nos momentos de trevas que, ele sabe que estão cada vez mais próximos.

Não consegue pensar em mais nada e, sente como se estas lembranças que acabara de ter soassem como um grande aviso, de que a vida de Evelyn está em risco como nunca antes esteve!

Mas, do mesmo jeito que ao longo de quinze longos anos vem impedindo que Joniver Cúthalion faça qualquer mal a sua filha, ele vai continuar a impedir, não importa o quanto isso lhe custe!

Sente um frio em sua espinha, e, um mal pressentimento começa a tomar conta de si, como se algo demasiado ruim estivesse prestes a acontecer. Seus orbes verde água brilham de preocupação e, ele instiga o seu cavalo a ir mais rápido, fato este que não passa despercebido aos que estão com ele.

O Mago Rafal percebe algo de estranho em seu rei e, faz com que o seu cavalo apresse os passos a fim de alcança-lo.

― O que o preocupa, Sua Graça? – a voz de Rafal se faz ouvir.

― Estou com um mau pressentimento, Rafal. – responde o monarca – E, os meus pensamentos não saem da Evelyn!

― Logo estaremos de volta ao Castelo Follmann. – continua o mago – Já deixamos a Floresta das Trevas. Aguente só mais um pouco e logo estaremos de volta, para que possa ver sua filha.

― Serei paciente, Rafal.

Antes que Rafal possa dizer qualquer outra coisa, Kaid Ravenot chama a atenção de Madakki e dele próprio e, todos os cavalos param de forma abrupta.

― Qual o problema, Lorde Ravenot? – questiona Madakki.

Kaid Ravenot nada responde, apenas aponta para a frente, onde, eles veem um corpo sob uma poça de sangue congelada. Flocos de neve cobrem o corpo. Imediatamente, os cinco homens descem de seus cavalos e, de forma cautelosa, caminham até o corpo, a fim de averiguar melhor a situação.

E, no momento em que eles se aproximam, Lorde Lysander Arkauss imediatamente reconhece o corpo do jovem morto a sua frente e, seus orbes cinzentos perdem totalmente o foco, arregalando-se de espanto e, seu rosto, já pálido pelo clima frio do Norte, fica branco como o rosto de um fantasma.

― Brady...! – exclama o Protetor do Norte, incapaz de pronunciar qualquer outra coisa.

Madakki se aproxima e, reconhece o corpo do jovem, que vivera desde os seus sete anos de idade no Norte, sob a Proteção de Lysander Arkauss que, sempre tivera para com ele um carinho parecido com o carinho que um pai tem para com o seu filho.

― Eu sinto muito, Lysander...! – fala o monarca de Arkhalya, colocando sua mão no ombro do Lorde em sinal de apoio.

O espanto entre o grupo é grande e, nenhum deles é capaz de proferir uma única palavra. E, dentre eles, Rafal é quem toma a iniciativa de se aproximar e examinar o corpo. O mago se abaixa, e, seus olhos focam-se no coração sem vida do jovem, mais especificamente no local exato em que ele vê a marca de uma espada.

Um brilho dourado começa a emanar de suas mãos, e, ele começa a examinar o corte no coração do jovem morto. Alguns minutos se passam e, ele se levanta, voltando a sua atenção para o rei e os três Lordes.

― A lâmina que o assassinou não pertence ao mundo dos vivos. – a voz de Rafal é enfática, não deixando dúvidas para qualquer questionamento.

As palavras de Rafal não surpreendem nem um pouco o rei e, tampouco os Lordes, pois, no último mês, eles estão enfrentando ameaças que não pertencem ao mundo dos vivos. E, Madakki sabe que, esta morte fora um aviso para ele.

Os olhos de Madakki são um poço de mistério, e, ele não consegue deixar de pensar nas lembranças que invadiram sua mente. Sabe que o tal Necromante matou Brady Kasnier para lhe mandar um recado de Joniver Cúthalion, e, ele entendeu muito bem o recado.

Mas, se o rei dos Elfo Negros acha que ele vai se acovardar ante esta ameaça, ele está redondamente enganado! É um Haydin, um protetor do mundo dos homens e, um Haydin não se acovarda diante de ninguém, mesmo que este alguém seja Joniver Cúthalion, o temível rei dos Elfos Negros!

― Sua Graça. – a voz de Saad Masshar tira o monarca de seus pensamentos – Sei que tudo isso é chocante, mas, não podemos permanecer aqui. Já anoiteceu e, precisamos voltar o quanto antes para o Castelo Follmann.

― Lorde Masshar tem, razão, Sua Graça. – é a vez de Lysander falar – A floresta pode ser um lugar perigoso, principalmente à noite.

― E além do mais. – Kaid toma a palavra – Precisamos dar a notícia da morte de Brady a Lady Kasnier.

― Vocês têm razão. – Madakki volta a falar – vamos voltar.

Rafal faz menção de se aproximar e pegar o corpo sem vida de Brady, porém, Lysander o impede com um gesto de mão, pois Brady era seu protegido e, como tal, sente que é seu dever carregar o corpo do jovem.

Se abaixa e, pega o corpo de Brady em seus braços, para então colocar o corpo sem vida no lombo de seu cavalo e montar em seguida.

Com uma pequena trouxa feita com uma fronha de travesseiro, algumas peças de roupas dentro delas, sua espada que, não é nem de longe feita com um aço tão bom quanto as espadas de aço que são forjadas em castelos, Alpha caminha, deixando o seu vilarejo e rumando em direção ao Oeste.

Graças as moedas de ouro que ele ganhara de Souless, pode comprar um cavalo para viajar e, terá ainda moedas suficientes para lhe sustentar ao longo de sua jornada.

Ao contrário das pessoas que, se assustariam ao ver uma criatura que até então só vivia dentro de livros infantis, ele não se assustou nem um pouco, muito pelo contrário, para ele, este encontro veio apenas como mais um degrau em sua escada pela busca de poder.

Seu destino agora é o próximo vilarejo, e, ele sabe que chegará lá ao amanhecer. O vilarejo de Nardys é conhecido por ter cavalos bons com um preço que ele é capaz de pagar.

Então, tudo o que precisa fazer é caminhar a noite inteira, e chegará a seu primeiro destino. Lá, descansará um pouco e depois irá comprar um bom cavalo.

Nunca saiu do Norte, e, esta será a primeira vez que deixará as terras que nasceu, rumando ao desconhecido. E espera que sua busca no Oeste não seja vã e que consiga encontrar naquelas terras desconhecidas para ele, alguma pista que leve a tal família que a mulher da raça dos Elfos Negros tanto quer descobrir.

No início começou a pensar no porquê de uma mulher de uma raça que é infinitamente superior a raça dos elfos negros, mas, resolvera parar de pensar no assunto, pois isso pouco lhe importa!

E, se Cithien Aranel quer informações sobre esta tal Casa Dawson, ela terá estas informações, não importa o que ele tenha de fazer para consegui-las!

Após se encontrar com o homem chamado Adenor e conseguir uma boa quantidade de ouro com a venda do veneno, Erein assume novamente a forma de Eleanor e, se prepara para voltar para sua "casa" e ter de lidar com o idiota do William Falcon novamente.

Odeia o homem, assim como odeia a vida da doce Eleanor, porém, precisa desta forma para que Erein permaneça escondida e, por enquanto, é exatamente assim que tem de ser.

Erein caminha pelas ruas do vilarejo onde vive com Falcon, passando pelas casas até chegar a simples casa de William Falcon. Sem se dar ao trabalho de bater na porta, ela a abre e, adentra a casa, chegando a sala e, encontrando à sua espera o homem que ingenuamente acha que ela é sua filha.

Com o Sorriso mais angelical que consegue dar, ela Sorri para o pai e, em seguida, a sua voz se faz ouvir:

― Estou de volta, meu pai.

William se aproxima da filha e a abraça, em seguida, dá um terno beijo nos cabelos dourados de Eleanor.

― Peço que me perdoe por eu tê-la feito ir entregar as encomendas, filha. – fala William – Mas, você sabe, estou ficando velho e o reumatismo não está ajudando.

― Não tem problema, meu pai. Agora venha, precisa se sentar um pouco. Não pode ficar em pé muito tempo, ou pode acabar fazendo mal ao seu reumatismo.

Erein caminha com o pai até um pequeno sofá da sala e, o obriga a sentar. Quando ela faz menção de se retirar para ir a cozinha preparar o jantar do venho, este faz sinal para que ela se sente a seu lado e, ela não tem escolha anão ser fazer o que o "pai" quer.

― Querida, nós precisamos conversar.

Erein faz a maior cara de anjo que consegue, pois não está gostando nem um pouco deste diálogo que, ainda nem começou, mas já está se mostrando mais do que insuportável.

William encara a filha sério. Não imagina como ela vai reagir a notícia, mas, não tem jeito, precisa contar a filha a decisão que tomou, afinal de contas é o destino dela que está em jogo.

― Minha filha. – começa William, encarando o olhar daquela que ele pensa ser sua filha – Como você bem sabe, eu já estou ficando velho e, chegará o tempo em que infelizmente eu não poderei mais estar ao seu lado.

As palavras do velho só servem para Erein perceber que, realmente, ela não iria gostar nem um pouco das palavras que ouviu. E, a cada segundo que passa, ela gosta menos do teor desta conversa.

― O que o senhor quer dizer com isso, meu pai? – pergunta Erein, com o maior fingimento de preocupação que consegue colocar em sua voz.

― Apenas a verdade, minha filha. E, esta verdade é a de que eu realmente estou ficando velho. Chegará o momento em que eu não mais estarei ao seu lado e, por isso mesmo eu acho que já está mais do que na hora de você se casar.

As palavras soam como uma bomba para Erein, pois casar-se não está em seus planos.

― Meu pai... – a bastarda tenta argumentar.

― Não adianta tentar discutir, filha. Eu já encontrei o noivo adequado para você. Irá conhecê-lo dentro de dez dias, querida, e, tenho certeza de que você irá gostar muito dele.

Erein nada responde, ela apenas se retira para a cozinha, a fim de preparar o jantar do velho. Seus olhos são refletem toda a fúria que tenta conter e, enquanto começa a preparar o jantar, começa a se perguntar quem será este jovem que quer Eleanor em casamento.

Tanto faz, pois ele será um homem morto dentro de dez dias! E, se William Falcon inventar de lhe arranjar outro noivo, ele será o próximo a morrer!

Com um coelho preso e se debatendo em sua mão, Elemir caminha pela floresta que se localiza nos arredores do Castelo Follmann com um Sorriso de pura satisfação em seus lábios. Olha para o céu e, vê a lua cheia, Sorri, pois esta é, verdadeiramente, uma bela noite, e, para ele, esta noite será simplesmente inesquecível!

Volta à sua atenção para a sua caminhada, e, seus olhos castanho esverdeados esquadrinham com demasiada atenção o local, a fim de encontrar logo o que ele está procurando.

Em sua cabeça, só um pensamento o domina, e, este pensamento é o seu plano contra jade! Esta noite, a vida da Rainha Mesquinha chegará ao fim, e, para isso, ele só precisa encontrar o que está procurando nesta floresta!

Não demora muito e, Elemir encontra, aos pés de um grande pinheiro congelado, um pequeno canteiro, contendo algumas rosas exóticas. Estas rosas, possuem suas pétalas com uma cor diferente, uma mistura de azul e roxo, e, flocos de neve estão por cima delas, que ainda não se abriram por completo. Sorri. Pois ali está o que procura, pois esta rosa é que desempenhará um papel mais do que importante em seus planos.

Sem deixar de Sorrir, Elemir se aproxima do canteiro e, com a mão livre, toca em uma das folhas do caule da roseira, esquecendo-se completamente do coelho que se debate em sua outra mão.

― Eu não sabia que você gostava tanto assim de flores, Elemir! – uma voz masculina se faz ouvir.

Elemir olha para trás e, vê Adenor, Sorrindo para ele. O Cavaleiro sente o seu coração disparar em seu peito, em antecipação ao que está por vir. Seus olhos perspicazes estão fixos no pequeno vidro que o amigo tem em suas mãos.

― Você trouxe? – Elemir não consegue deixar de perguntar.

― E você por um acaso achou que eu teria a ousadia de vir aqui sem o seu veneno? – questiona Adenor – Não é por nada não, Elemir, mas eu dou valor a minha vida!

― Não seja ridículo, Adenor! Você sabe que eu jamais faria qualquer mal a você!

― Será mesmo que não? Você está querendo matar uma pessoa com este veneno aqui. O que lhe impediria de querer me matar também?

― Você é meu amigo e, a pessoa que terá a sua vida ceifada esta noite merece morrer. Agora me dê este veneno.

Adenor faz o que Elemir lhe pede e, entrega a ele o veneno. Em troca, o Cavaleiro dá ao amigo o coelho que continua a se debater em suas mãos. Os olhos de Elemir brilham de satisfação enquanto continua a encarar o vidrinho e, seus lábios se curvam em um Sorriso, pois já está tudo pronto para que o seu plano contra a Rainha Mesquinha possa ser colocado em prática!

― Agora que já lhe entreguei o que queria, creio eu que já posso ir embora, não é mesmo? – questiona Adenor.

― Ainda não, Adenor. Pois eu vou precisar de você em meu plano, e, não se preocupe, eu ou pagar bem, tenho ouro mais do que suficiente para isso!

― De mim? Espera um pouco, você não vai me colocar em nenhuma encrenca, não é mesmo?

― É claro que não! Agora preste bastante atenção, porque eu não vou explicar duas vezes.

Elemir então se abaixa no pequeno canteiro e, pega uma das folhas da rosa.

― Aqui no Norte, já uma rosa única, que não cresce em nenhuma outra parte de Arkhalya e cuja folhas tem um uma propriedade muito especial. Quando se espreme a folha em sua mão, ela solta uma seiva com um perfume agradável, porém, altamente perigoso. Veja...

O cavaleiro espreme a folha em suas mãos e, aproxima-se do coelho, abrindo a mão que está suja por uma seiva verde e, faz com que o coelho a cheire. Imediatamente, o coelho para de se mexer.

― Ele está morto?

― É claro que não, apenas entrou em um estado de transe. Em um humano, é mais ou menos isso o que acontece, porém, tem algo a mais. Quando um ser humano cheira esta essência, entra em um estado de transe, obedecendo a uma ordem que se dê a ele. Mas, o grande segredo, é que a pessoa age naturalmente, em nada parecendo que está em transe, muito pelo contrário.

― E eu posso saber em quem você uará a seiva das folhas desta rosa?

― No momento certo você saberá. – Elemir então entrega uma bolsa repleta de ouro a Adenor – Creio que o ouro que estou lhe dando seja mais do que suficiente para a tarefa que tenho em mente.

Adenor olha animado para a bolsa de moedas que tem em mãos. O seu interesse no ouro bem mais apurado do que a sua curiosidade em saber quem o amigo quer matar.

― Se o pagamento é todo este ouro faço o que você quiser! Agora me responda, o que eu tenho de fazer?

― Muito simples. Eu vou usar a seiva desta planta na criada particular da pessoa que eu quero envenenar. Quando ela estiver sob o efeito da rosa, irá obedecer a minha ordem. Eu vou mandar que ela leve o veneno a senhora a quem serve e, em seguida, que ela venha até a floresta e beba o que um homem irá oferecer a ela, e, é exatamente aí que você entra. Tudo o que você precisará fazer é matar a criada!

― Matar uma inocente?! – os olhos de Adenor se arregalam de espanto.

― Isso. E não me venha com essa de querer ser defensor dos fracos e inocentes logo agora que eu preciso muito de você! Tudo o que precisará fazer é dar um pouco de veneno a ela, e, deixar o frasco vazio, para que pareça que foi ela quem envenenou a pessoa que será encontrada morta e se matou em seguida, entendeu?

― Entendi.

Ao ouvir a última palavra proferida por Adenor, Elemir Sorri, pois o grande espetáculo da morte da Rainha Mesquinha está prestes a começar!

Cithien Aranel caminha pela Floresta das Trevas, pensando no encontro que tivera com a mestiça dos elfos e com aquele aprendiz de cavaleiro. Seu instinto lhe diz que o humano escondia algo. Se quisesse, poderia facilmente ter arrancado qualquer informação dele, mas, decidiu não fazê-lo, pois, no momento, há coisas mais importantes em jogo, como por exemplo uma princesa.

A mulher da raça dos elfos negros para de caminhar em meio a uma clareira, pois, e ali que precisa encontrar o seu aliado.

Não demora muito e, Souless surge em meio as trevas da noite, com um olhar impenetrável.

― Estou aqui. – a voz de Souless se faz ouvir, tão fria quanto o gelo.

― Estou vendo. – responde Cithien Aranel – E, pelo que eu já pude notar, você deixou direitinho o recado para Madakki Haydin.

― De fato, eu deixei. – um Sorriso surge no canto dos lábios de Souless – Porém, eu imagino que não foi para isso que você me chamou até aqui.

― Exatamente. Vim para falarmos dos planos para trazermos Joniver Cúthalion de volta à vida.

― Ainda temos tempo até a Convergência.

― De fato. Mas, mesmo assim temos de nos preparar. O nosso ataque final será feito em conjunto e, eu já tenho quase tudo pronto. Era isso o que eu precisava falar a você.

― E qual será a minha parte em tudo isso?

― Distração! – Cithien Sorri – Joniver Cúthalion está decepcionado com seu comportamento dos últimos tempos. Mas, o rei dos elfos Negros é um ser misericordioso e, por isso mesmo, ele está disposto a lhe dar uma segunda chance! Para isso, quando o momento chegar, você precisará criar a distração perfeita para o Castelo Follmann, enquanto eu farei o que tiver de ser feito!

― Se é uma distração que você quer, uma distração você terá!

― Pode me dizer qual será o momento em que o seu plano será colocado em prática?

― Daqui a exatamente dez dias! Isso é tempo mais do que suficiente para que eu esteja com tudo pronto.

― Então, daqui a exatamente dez dias, nós teremos de volta a garota Haydin!

Cithien Aranel Sorri e, desaparece de forma misteriosa, deixando o Necromante sozinho na Floresta das Trevas.

Souless continua com o seu olhar impenetrável, pensando nas palavras de Cithien Aranel e, não consegue deixar de Sorrir, pois, dentro de exatamente dez dias, terá início um processo que tem como objetivo acabar de uma vez por todas com o mundo dos homens!

A Era dos Homens irá acabar! E a Era dos Elfos Negros irá começar!

Alyssa está em seus aposentos, terminando de se arrumar para ir servir o jantar da Princesa Evelyn. Ela dispensara a criada, a fim de ela mesma servir o jantar da princesinha e possa continuar com o seu trabalho.

Só de pensar nisso, um Sorriso surge em seus lábios, pois, mesmo que ela não possa matar a princesa por agora, porque Cithien Aranel precisa dela viva, e, fará exatamente o que ela prometeu que faria: entregará a princesa viva aquela criatura das trevas!

Após uma criada terminar de escovar os seus cabelos, Alyssa a dispensa e, quando está sozinha no quarto, surge em sua frente Cithien Aranel.

― O que você quer? – pergunta Alyssa.

― Vim dar um recado a você. – fala Cithien Aranel, a voz tão fria quanto um Ice Berg.

― Estou ouvido!

― O recado é mais um aviso. Sei de seu intenso desejo em dar um fim à vida da Princesa, mas, no momento, eu preciso dela viva para meus planos. E, se ela morrer antes do tempo, farei com que você pague por isso!

― Não se preocupe, não matarei a princesa, sei que você precisa dela viva.

― E eu te garanto que se, por algum milagre do destino a princesa permanecer viva depois do que pretendo fazer a ela. Erein, que é uma aliada minha, dará a você um veneno poderosíssimo que irá matar a princesa sem deixar rastros, e assim o humano que deseja será seu!

Após dizer estas palavras, Cithien Aranel desaparece e, Alyssa deixa seus aposentos, a fim de ir para uma das cozinhas do castelo, pegar a bandeja do jantar que deverá ser servida para a princesa.

Chega a cozinha e, uma criada já sinaliza que o jantar de Evelyn está pronto. Ela espera a criada se retirar e, tira do colo de seu seio o vidrinho com o veneno que comprou e, mistura uma pequena quantidade dele na refeição de Evelyn, para então voltar a guardar o vidrinho, pegar a bandeja e se dirigir para os aposentos da princesa.

Ela entra no quarto sem ao menos bater na porta e, encontra a princesa com o sobrinho no colo, ao lado da criadinha e dos príncipes Damian e Davie.

― Princesa Evelyn, eu trouxe o seu jantar! – anuncia Alyssa, Sorrindo para a princesa.

― Obrigada, Alyssa. – Evelyn responde com um Sorriso encantador – Mas, não precisava se incomodar, afinal não é de sua responsabilidade trazer as minhas refeições.

― Não é incômodo. – responde Alyssa – E, para mim, é honra servi-la.

― Agora por favor, me deixe a sós com meus irmãos.

― Imediatamente.

Alyssa então se retira, deixando a princesa a sós com os irmãos, o pequeno sobrinho e a aia da criança.

Maia observou em silêncio Alyssa se retirar, a expressão preocupada, pois, ela tem certeza de que é esta moça que ela viu em sua visão, misturando algo em uma refeição. Por mais que ela queira avisar alguém do que viu, já aprendeu o suficiente para saber que não pode acusar ninguém sem provas e, por isso mesmo, ela resolve ficar calada.

― Maia, pode pegar o Samir? – perde Evelyn, com um Sorriso doce em seus lábios.

A jovem nada responde e, tira o menino dos braços da princesa. Davie coloca a bandeja no colo de Evelyn.

― Acho bom você tratar de comer tudo para se fortalecer, Evy! – Davie fala com carinho a sua irmã – Sei que você está dizendo que está bem, mas, o seu rosto e seu corpo estão dizendo exatamente o contrário!

― Nisso eu concordo com o Davie! – é a vez de Damian falar – Eu quero que você se recupere bem, Evy e, para isso, você precisa se alimentar direitinho!

― Está bem. – Evelyn fala entre Sorrisos – Eu vou comer direitinho.

Maia se sente um pouco desconfortável por estar ali, presenciando um momento tão íntimo entre os três irmãos. Decide sair dali com a desculpa de levar o pequeno príncipe Samir para dormir, e, dá uma última olhada na linda cena a sua frente, entre os três irmãos.

Mas, no momento em que seus olhos castanho avermelhados se encontram com os orbes verde água da princesa, ela vê uma aura negra tentando se aproximar da princesa e se assusta. Além disso, ela também consegue ver a sombra daquela horrível criatura que sempre a aterrorizou...!

Seus olhos se tornam desesperados e, ela quer sair logo dali. Para a sua Sirte, percebe que os príncipes estão distraídos demais com a irmã e, por isso mesmo, não estão prestando atenção na princesa.

Vai direto para os aposentos do pequeno príncipe e, o coloca no berço. Neste momento, sua visão perde o foco e, ela vê algo que não gostaria de ver... Ela vê uma jovem nos aposentos da ranha Jade e, tem certeza de que a vida de Sua Majestade está em perigo!

Imediatamente, lágrimas começam a inundar o seu rosto e, ela se afasta do berço, disposta a procurar Damian e dizer a ele o que viu... Pois não podem fazer mal a rainha Jade...!

Após terminar de tomar a sopa, Evelyn entrega a bandeja vazia a Davie que, a coloca em uma mesinha no quarto. Algumas batidas na porta chamam a atenção da princesa.

― Pode entrar! – a voz da princesa se faz ouvir.

Rhett adentra o quarto e, cumprimenta de forma afável os dois príncipes, para então caminhar até a cama e, beijar de forma carinhosa a palma da mão de sua noiva, fazendo com que o rosto de Evelyn fique levemente corado.

― Vim lhe desejar boa noite, Evy! – fala Rhett, cada palavra proferida carregada de carinho.

― Estou muito cansada, Rhett...! – fala a princesa.

― Eu sei. Mas descanse, está bem? Amanhã você estará se sentindo melhor!

― Vou tentar. Boa noite, Rhett...!

― Boa noite, Evy. Descanse, meu anjo, você precisa.

Após dizer estas palavras, Rhett beija novamente a palma da mão de sua noiva e, deixa os aposentos da princesa, para que ela possa descansar.

Elemir está no jardim do castelo, esperando pela passagem da criada particular da Rainha Jade. Sabe que a jovem gosta de tomar um ar a noite, pois ela sempre fizera isso na Capital Rahssar e, tem certeza de que aqui, no Norte, isso não será diferente.

Suas suspeitas se mostram mais do que corretas no momento em que ele vê uma jovem de dezesseis anos caminhando por ali, Sorri ao reconhecer Mandy, a criada particular da rainha Jade.

Se esconde atrás de uma árvore e, no momento em que ela se aproxima, Elemir a surpreende por trás, segurando-a e fazendo com que ela cheire a seiva que está lambuzada em suas mãos. Imediatamente, a jovem fica estática e, Elemir à solta. Os olhos negros da jovem completamente petrificados.

― Escute com atenção. – a voz de Elemir se faz ouvir – Você continuará com os seus afazeres normalmente e, quando for preparar o banho da Rainha Jade, despejará o conteúdo do vidrinho que lhe darei na água. Em seguida, solicitará a outra criada que ajude a Rainha em seu banho, irá para floresta, onde um homem a estará esperando, ele lhe entregará algo e, você deverá beber todo o seu conteúdo!

Seth não consegue tirar de seus pensamentos os olhos azuis daquela jovem com quem cruzara mais cedo. E, enquanto caminha rumo aos aposentos particulares da princesa, os orbes azuis dela não saem de sua cabeça.

Chega a porta dos aposentos de Evelyn e ali encontra seus sobrinhos Damian e Davie.

― E a Evy? – pergunta Seth.

― Ela dormiu, tio Seth. – responde Davie – E, se me permite um conselho, é melhor deixar que ela descanse esta noite, pois está muito fraquinha.

― Não vou importuná-la. – responde Seth – Apenas queria saber como ela está, afinal de contas estamos todos preocupados com ela.

― Meu pai diz eu ela vai ficar bem. – Damian toma a palavra – E, o senhor o conhece, meu tio, ele sabe o que diz.

― Seu pai é o homem mais sábio que já conheci. E, devemos confiar nas palavras dele.

Sir Tamien está no local em que a mensagem com sangue para o Rei Madakki fora escrita, quando ele escuta o barulho dos portões de entrada do castelo se abrindo e, corre até lá, pois quer ele mesmo mostrar ao Rei Madakki a mensagem que fora deixada para ele pela tal bastarda.

Ao chegar aos portões de entrada percebe que a comitiva do rei não chegou sozinha e que Lorde Kasnier e Lady Isabella Arkauss, bem como Fabian Masshar e Inara Kasnier chegaram junto com eles. E que, também estão à espera da comitiva a Rainha jade, os Príncipes Damian e Davie as Ladies Kasnier, Arkauss e Turner, assim como Seth Kasnier.

O primeiro a descer de seu cavalo é o Rei Madakki, seguido pelo Mago Rafal e, ao mesmo tempo e, em seguida, todos os outros fazem o mesmo. Tamien não deixa de notar um corpo no lombo do cavalo de Lorde Lysander Arkauss e, tem certeza de que conhece o morto.

Lysander Arkauss não perde tempo tira o corpo de Brady do cavalo, caminhando até onde estão Lady Kasnier e Seth Kasnier. Com um olhar que é de pura desolação, o Protetor do Norte deposita o copo sem vida de Brady no chão e, no momento que o vê, Cameryn Kasnier não consegue conter um grito do mais profundo desespero, se sentando no chão e abraçando o corpo do filho morto.

Olivier e Inara se aproximam da mãe, também sem conseguir conter as suas lágrimas, e, o único a se conter é Seth, que tenta em vão levantar a cunhada.

― Cameryn...! – a voz de Seth se faz ouvir – Eu sei que é difícil, mas, você precisa tentar se conter...!

― É o meu filho...! – Cameryn fala em meio as lágrimas do mais profundo desespero – O meu filho...! O meu filho...!

As lágrimas não deixam o rosto sofrido da mulher, que não quer soltar o corpo sem vida de seu filho. Preferiria mil vezes estar morta, ao ter de ver um filho seu, uma parte de si, estirado e sem vida no chão...

Por que os deuses têm de castiga-la dessa forma, primeiro levando o marido e depois um de seus amados filhos...?

Com muito esforço, Seth, Olivier e Inara conseguem fazer com que Cameryn se levante e, a conduzem para dentro do castelo, a fim de tentarem fazer com que ela se acalme.

No meio da confusão, Sarah vê seu pai chegando e, logo Sorri para ele, acenando para que ele fique ali e, ele vá a seu encontro.

― E então, meu pai? – pergunta Sarah, com um Sorriso de pura ansiedade em seu rosto, sua voz soa um sussurro, de forma que apenas Deric Turner pode escutá-la.

― Tudo certo, minha querida. – responde Deric Turner, no mesmo tom de voz de sua filha – Não há nada com que se preocupar. Mas agora é melhor que você vá para seus aposentos, está tarde e, não é bom que uma Lady fique no pátio quando o sol já se pôs.

― Farei isso agora mesmo.

Sarah de despede de se seu pai e, vai para os seus aposentos privativos. Chegando ali, a jovem se tranca e, vê em cima de sua cama um pequeno embrulho e, não deixa de Sorrir, pois tudo até aqui vem saindo exatamente como nos seus planos.

Se aproxima da cama e se senta, pegando a dita caixa em suas mãos. Mas, ao invés de abri-la, fica apenas olhando-a para em seguida se levantar e coloca-la no fundo de seu baú de viagem, para então se aproximar da janela e ver o movimento do jardim, uma cena em particular chamando a sua atenção.

Vê seu querido futuro enteado Fabian abraçado a Inara Kasnier, tentando consolá-la e, um Sorriso surge em seus lábios, pois acaba de ver algo ali, pois, ou ela está muito enganada, ou o filho de seu noivo está interessado em Inara Kasnier.

Sorri, pois, ao que tudo indica, isso será muito interessante!

― Sua Graça, será que nós podemos conversar? – pergunta Tamien, se aproximando do Rei Madakki.

― Certamente, Sir Tamien. – responde Madakki – É algo relacionado a minha filha? Aconteceu alguma coisa com ela enquanto eu estive fora?

― Não com ela, Sua Graça. – continua o cavaleiro – Mas, por favor, me acompanhe, no caminho eu conto tudo.

Madakki caminha com Tamien, enquanto o cavaleiro narra ao monarca tudo o que aconteceu enquanto ele esteve fora, sobre o assassinato de dois cavaleiros e como uma bastarda machucara Lance e Laila Ravenot e Bella Kincaid, deixando uma mensagem para Madakki.

Os dois chegam ao local em que o ataque aconteceu e, no mesmo instante, os olhos verde água de Madakki se fixam naquela mensagem escrita com sangue e, mais uma vez, seus pensamentos se voltam para a sua filha caçula, vendo cada vez mais o perigo que está diante dela.

Seu rosto está branco como papel, enquanto pensa o que uma bastarda pode querer com seus filhos? Sabe que a vida de Evelyn está em perigo por conta da aproximação da Convergência, mas, em nenhum momento consegue imaginar o que uma bastarda pode querer com seus filhos, com nenhum dos três. A não ser que ela queira algum resgate por eles, ou...

― Sir Tamien. – a voz de Madakki se faz ouvir.

― Sua Graça.

― Sei que você já faz isso, mas, só quero reiterar a minha ordem. Proteja a minha filha, Sir, não importa o que aconteça, você deve protegê-la com a sua vida, se preciso for.

― Não se preocupe, Sua Graça, eu protegerei a Princesa Evelyn com a minha vida, se preciso for.

― E eu lhe agradeço por isso, Sir.

Isabella chega aos seus aposentos completamente cansada. Dispensara a sua criada, que queria lhe preparar um banho, pois, tudo o que ela não precisa neste momento é de um banho.

Durante a tarde, em seu passeio com Olivier, ela se sentira tranquila, principalmente porque o "noivo" pareceu entender e respeitar os sentimentos dela. E, o que ela dissera ao Protetor do Oeste é verdade, não negará a ele a sua amizade no momento!

Sua mãe lhe dissera que com o tempo passará a amar o noivo e, à tarde que passou com ela foi muito agradável, mas então, por que ela não está tão bem quanto deveria? Por que sente este sentimento tão opressor tomando conta de seu coração?

Assim que chegou ao castelo, recebeu a notícia do ataque a Bella Kincaid e Lance e Laila Ravenot, bem como a morte de Brady, e, ver o corpo do jovem, inerte e sem vida só a fez se sentir pior.

Sente um ódio profundo do Necromante e da bastarda mercadora de venenos, pois é tudo culpa deles! Se ela tivesse condições, poderia ela mesma ceifar a vida dos dois!

Sentindo um aperto cada vez maior em seu coração, Isabella se seita em sua cama e, começa a pensar em Brady, pois agora, as palavras que ele lhe dissera mais cedo começam a fazer todo o sentido!

O pior é que agora ele está morto e, por toda a sua vida, jamais irá se esquecer do rosto de Brady no momento em que ela aceitou cavalgar com Brady.

E, enquanto estes pensamentos não saem de sua mente, s lágrimas começam a cair livremente por sua face...!

Guinevere simplesmente não consegue esquecer o olhar que aquele desconhecido, que despois ela ficou sabendo ser Seth Kasnier dirigiu a ela. E, como ela não costuma confiar em ninguém, pois, há dez anos atrás, confiara e, como recompensa, recebera a pena de morte por algo que ela não fez!

Depois disso sua vida virou um inferno e, só tem em sua mente o desejo de provar a sua inocência, reaver a sua honra e a honra de sua Casa e recuperar tudo o que lhe foi tirado! E, não importa quanto tempo isso leve, ela vai conseguir!

E, é em nome deste grande desejo por justiça que tomara a decisão mais importante dos últimos dez anos de sua vida: e, esta decisão é a de que vai voltar a Capital Rahssar, não importa como, e encontrar uma prova de sua inocência!

E, quando o Rei Madakki deixar o Norte com sua comitiva rumo a Capital, ela deixará o Norte também, nem que tenha que ir escondida como uma clandestina, mas, os seus dias nestas terras geladas estão contados!

Já percebeu que nestas terras, escondida como tem feito nos últimos dez anos, não irá conseguir nada. Não quer ser Catriona para sempre, quer voltar a ser Guinevere Spitzell, a Terceira de Seu Nome, Lady das terras Spitzell, localizadas ao sul da Capital. E, vai conseguir ter tudo o que lhe fora tirado, custe o que custar!

Bella, mesmo ainda sentindo um pouco de dor devido aos seus ferimentos, chama uma criada para lhe ajudar a se vestir e, deixa os seus aposentos, a fim de ir prestar um pouco de solidariedade a Casa Kasnier, após o assassinato de Brady Kasnier.

Chega a sala do castelo, e, encontra ali Lance e Laila que, assim como ela, também estão ali para prestarem a devida solidariedade para os Kasnier.

Se aproxima de Lady Kasnier e, dá nela um abraço confortador, desejando os seus sinceros sentimentos e, depois de fazer isso, se senta em um sofá ao lado de seu noivo e de sua futura cunhada.

Cansada e ainda sentindo as dores causadas por todos os ferimentos causados por Erein, ela continua observando o entra e saí de pessoas e, não deixa de notar a expressão cada vez mais preocupada do Rei Madakki e, sente, no mais fundo do seu coração, que toda esta preocupação se deve há algo que pode ir muito além do que a morte do jovem Brady Kasnier.

Percebe que os olhos verde água do rei são de uma grande preocupação, assim como o rosto pálido e sabe que isso não é só pela morte do rapaz.

E, por mais estranho que possa parecer, a preocupação do rei a assusta, pois ela tem medo de que os ventos do inverno do Norte, possam trazer com eles catástrofes para os homens...

Misaki está em seu quarto. Como criada, sabe que não deve ir para a sala com os nobres e, não conhece o jovem que morreu, logo, não tem porque estar ali.

Pensa na conversa que ela tivera mais cedo com Sir Sarle e, em como ele ficou desconfortável com sua presença em seus aposentos, enquanto ela própria não estava muito incomodada com isso.

E, o que mais a incomoda é que Sir Sarle não lhe dera uma resposta e, ela precisa desta resposta o mais rápido possível.

Sem perder tempo, Misaki deixa o seu quarto e, caminha até o pátio da ala militar, sem se importar com os olhares dos cavaleiros. Encontra o Sir sentado em um banco e se aproxima dele, sentando-se ao seu lado.

― Atrapalho, Sir? – questiona Misaki.

― De forma alguma, Misaki. – responde Sir Sarle, de forma indiferente – O que posso fazer por você?

― Só vim aqui porque não vou conseguir ficar tranquila enquanto não me der uma resposta, sobre aquele meu pedido.

Ao ouvir as palavras de Misaki, Sarle a encara confuso. Mais cedo, pensara que ela estava brincando quando falara de entrar para a Guarda Real, mas, cá está ela agora, voltando neste assunto, e, provando que estava falando sério quando teve com ele mais cedo.

― Não vai me responder? – Misaki volta a questionar.

― Misaki, entenda que, por tradição, mulheres não lutam com espadas.

― Mas não quero lutar com espadas! O meu negócio é o arco e a flecha!

― Dá no mesmo. Moças nasceram para casar e cuidas da casa e dos filhos! Confesso que suas habilidades me impressionam, mas, não tenho poder para recomendá-la, só Lorde Ravenot teria este poder, e, duvido que ele o faça!

― Veremos se ele não vai fazer!

Um brilho de determinação surge nos olhos de Misaki e, este brilho não passa despercebido por Sir Sarle que, apenas dá de ombros, sabendo que não conseguirá fazer com que ela mude de ideia.

Após prestar um pouco de solidariedade a Lady Cameryn Kasnier, a Rainha Jade se dirige para os seus aposentos particulares, completamente cansada. Tudo o que ela quer, neste momento, é tomar um banho, dar um beijo de boa noite em sua filha, e se deitar, para esperar por Madakki.

Vê a porta de seus aposentos se abrindo e Mandy, sua criada particular entrando, junto com Victory, outra criada. As duas fazem uma reverência, e, sem dizer uma única palavra, Mandy vai para o quarto de banhar, carregando uma bacia com água quente para o banho da rainha, enquanto Victory começa a ajudar a Rainha Jade a se vestir.

― Por que Mandy não faz esta tarefa sozinha, como é seu dever? – pergunta Jade, ao acaso, a voz completamente cansada.

― Eu não sei, Sua Graça. – responde Victory, terminando de tirar o vestido da rainha – Ela apenas me pediu que viesse ajuda-la esta noite.

― Compreendo. – Jade volta a falar.

Mandy volta ao quarto, carregando a bacia vazia e, deixa o mesmo, enquanto Victory começa a desamarrar o espartilho da rainha, para que ela possa se banhar.

Maia novamente vê a vida da rainha correndo perigo e, corre em disparada em direção a sala em que estão todos os nobres, pois ela precisa avisar a Damian o mais rápido possível que a vida da rainha está em jogo.

Chega a sala e, apesar de tantas pessoas estarem lá, ela rapidamente localiza o seu príncipe, assobiando para chamar a sua atenção.

Damian entende o sinal de Maia, e, se afasta da multidão, chegando até a porta e, vendo os olhos da jovem tomado por lágrimas e, por isso, não deixa de se preocupar. E, ele é seguido de perto por Davie, que, também vira a moça.

― Qual o problema, Maia? – questiona Damian, sem esconder o tom de preocupação em sua voz.

― A Rainha...! – a voz de Maia soa completamente desesperada – Por favor...! salve a rainha...! Vão matá-la...! Eu vi...! Vão matá-la...! Vão matá-la...! Alguém colocou algo na água da banheira...! Não deixe que ela entre na água...! Vão matá-la...! Vão matá-la...!

Antes que Damian possa esboçar qualquer reação, Davie se afasta, indo chamar o pai, enquanto Damian e Maia saem em disparada, em direção ao quarto da rainha. Logo eles são alcançados por Madakki e Davie e, os quatro chegam aos aposentos de Madakki e Jade, adentrando os aposentos de qualquer forma, passando pelas duas antessalas e chegando ao quarto principal, vendo que este está vazio. Eles então passam pelo quarto de vesti, chegando ao quarto de se banhar e, encontrando Jade de robe, pronta para tirá-lo e entrar na banheira.

― Jade! – exclama Madakki, seu tom de voz soando completamente desesperado.

A rainha encara o marido, os filhos e Maia completamente atônita, sem entender o que está acontecendo ali.

― Madakki... – a voz de Jade mostra toda a confusão de seu olhar – O que vocês estão fazendo aqui...?

― Mãe... – Damian é o primeiro a conseguir dizer alguma coisa – Por favor, não entre na banheira!

― O que está acontecendo? – a rainha volta a questionar, totalmente confusa.

― A Maia viu alguém tentando assassiná-la. – responde Davie – Ela viu alguém colocar algum tipo de veneno nesta água!

Ao ouvir as palavras de Davie, Jade sente a cor fugir de seu rosto e, como que para confirmar as palavras do filho, Madakki rasga um pedaço de sua blusa e, joga o pedaço de tecido nas águas da banheira. No mesmo instante, o pedaço de tecido é completamente corroído.

Ao ver a cena, os olhos de jade perdem o foco e, ela sente a força lhe faltar, suas pernas já não são capazes de sustentar o peso de seu corpo, sua visão se torna turva e, ela perde completamente os sentidos e, só não vai ao chão porque Madakki a segura em seus braços bem a tempo.

― Jade...! – exclama o monarca.

Adenor olha fixamente para o saco de moedas que tem em suas mãos, esperando pelo momento em que a criada que ele deverá matar irá surgir ali.

Não demora muito e, a tal moça surge, olhando para ele como se estivesse esperando por algo. Adenor não deixa de notar que a jovem é muito bela e, sente pena por ter de matá-la, porém, lembra-se das moedas de ouro e, este sentimento logo some de sua mente.

Sem perder tempo, Adenor entrega a jovem o frasco com o veneno e ela, inocentemente, o bebe. No mesmo instante, os olhos dela se arregalam, e, ela leva as mãos ao coração, como se estivesse sentindo muita dor.

Caí de joelhos no chão e começa a respirar de forma ofegante, o ar cada vez mais lhe faltando. Sua respiração vai se tornando cada vez mais ofegante, até que ela dá o seu último suspiro, caindo sem vida, no chão congelado da floresta.

Adenor observa a moça sem nenhum remorso e, segue o seu caminho, sacudindo alegremente o saco de ouro que tem em suas mãos.

Cithien Aranel está em frente ao esquife congelado de Joniver Cúthalion quando ouve passos se aproximando. Ela olha para atrás e vê um homem, com a pele tão pálida como a sua, olhos negros e, cabelos negros e longos, trançados, vestindo-se totalmente de negro. Ele se ajoelha diante da mulher da raça dos elfos negros, sua igual e, sua voz se faz ouvir:

― Estou de volta, Senhora Cithien Aranel.

― Bem vindo de volta, Zetho Azarath.

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