Planeta das fadas
As vezes as palavras nos coloca limites, assim como a liberdade, essa pequena palavra pode não ser tão libertadora assim, a partir do momento que temos liberdade estamos propensos a tomar decisões, e talvez esta não seja a correta, aprendi a viver corretamente a partir do momento que entendi que nem todas as barreiras são feitas de metais, mas sim de consoantes e vogais postas em uma sequência.
....
- Kendra? - chamei a garota que estava parada em frente ao Jardim de Tecnotec - Está muito ocupada?
- Hey! Não, porque? - disse ela se virando enquanto eu ia ao seu encontro.
- Preciso ir a um lugar, mas não quero incomodar os gêmeos sabe...Eles estão um pouco ocupados.
- Pra onde quer ir? - perguntou ela com uma sobrancelha arqueada.
- Para o planeta das fadas - assim que disse isso ela franziu o cenho enquanto um jatinho passava atrás dela.
Só então percebi onde realmente estávamos, não era apenas um jardim qualquer, havia alguns robôs e drones no ar, pessoas andando de mãos dadas e até mesmo correndo uma atrás das outras, acima perto da atmosfera uma barreira de tecnologia se erguia e brilhava, os gêmeos me disseram um dia que quando isso acontece é por conta dos trabalhadores.
Teoricamente eles trabalhavam de modo diferente, cada pessoa continha uma pulseira, esse objeto era ligado a tecnologia de toda a Tecnotec e cada vez que a pessoa corria ou fazia algo que gastava energia isso refletia nos átomos da pulseira e transmitia energia para os geradores, também havia pessoas que ficavam em cima de bicicletas pedalando gerando uma quantidade de energia muito maior, a maioria dos trabalhos realizados naquele planeta se baseava nisso, tanto que até mesmo as crianças tinham pulseiras assim.
Nas casas das pessoas também havia bicicletas, ou seja, cada cidadão tinha uma meta de energia para ser batida no dia, o que demorava de quatro a cinco horas dependendo da velocidade de cada um, essa energia que é liberada fora da casa da pessoa vai para o planeta, e a energia gerada na bicicleta que fica dentro das casas, vai para a casa. Cada casa tem um sistema de economia de energia e a noite alguns pontos de tecnotec são apagados, como por exemplo as grandes instituições de investimentos, escolas, prédios que tenha qualquer ativo no governo, ao todo são cerca de oito horas de geração de energia, porém quando você escolhe não usar a bicicleta, mas sim o lazer como forma de transmissão essas horas na maioria aumentam e a carga sobre ela diminui!
- O que vai fazer lá? - ela perguntou enquanto voltávamos para dentro do prédio em que eu estava a poucos minutos.
- Digamos que eu encontrei algumas informações sobre meus pais e de meu planeta, preciso ir até lá para ver se é verdade - fiz uma pausa já que estávamos em frente à porta do quarto dela - Preciso saber se o que sei é verdadeiro para quando voltar para o meu planeta eu estar preparada.
Um breve silêncio se fez e pude ver que sua postura mudou consideravelmente, seus olhos se estreitaram um pouco e sua testa franziu ainda mais.
- Pretende voltar ao seu planeta? - sua voz era fria - Achei que estivesse bem aqui.
- E estou Ken! Mas como todas as pessoas eu preciso de algumas respostas.
Ela soltou um suspiro como se estivesse considerando a ideia.
- Se você estiver ocupada posso pedir a Saturno quando ela voltar.
Percebi que sua expressão logo mudou e ela soltou um suspiro me encarando logo em seguida.
- Eu te levo lá, mas teremos que ser rápidas, os gêmeos não gostam muito quando saímos sem eles.
- Tudo bem, só vou pegar algumas coisas no quarto e te encontro na garagem.
Ela apenas acenou enquanto corria até meu quarto, peguei minha mochila na qual havia algumas roupas, acessórios que os gêmeos me deram, entre eles uma pulseira que se adaptava a gravidade, na saída vi Lise de relance, ela estava conversando com um casa, parecia muito alegre e isso me confortou, atualmente tenho me distanciado de meus amigos e isso me deixa triste, mas conheço cada um ali e sei que eles não entenderiam algumas coisas, principalmente Oliver, ele parece ter medo do passado, algumas vezes já suspeitei que ele soubesse de algo que não sabemos, mas nunca consegui comprovar.
Voltei rapidamente para a garagem aonde uma nave pequena estava despercebidamente ligada, fui até a mesma que estava com a porta aberta e entrei, assim que o fiz encontrei Kendra sentada na cadeira de comando mexendo nos painéis fazendo com que logo a porta atrás de mim se fechasse.
Foram cerca de uma hora para que finalmente eu pudesse ver um globo achatado na forma redonda (ou quase isso considerando que havia várias deformações), só havíamos chegado rápido pela velocidade extra em que ela se encontrava.
- Quem você vai procurar quando chegar lá? - ela me pergunta enquanto diminuiu a velocidade da nave, estávamos a cerca de 5 minutos do planeta.
- Kevin - respondi sem muito alarde.
- Não conheço nenhum Kevin por lá, e olha que conheço uma boa massa de pessoas, ele é alguém do Conselho?
- Acho que não, foi uma pessoa que me disse sobre ele.
- E você sabe ao menos como ele é?
- Sim, sei..- lembrei da semelhança entre Kevin e Connor, ainda não acreditava que ele estava envolvido nisso - Ele é casado com uma moça bem bonita pelo que vi - assim que disse isso ela me olhou deitando a cabeça levemente, parecendo um gato curioso - Ela se chama Sephera, conhece?
- Sephera? - ela relaxou a expressão pressionando um botão no painel - conheço sim uma mulher com esse nome, mas ela não tem um esposo chamado Kevin, mas sim Zanis.
- As vezes confundi o nome - respondi enquanto entrávamos na atmosfera do planeta.
- uma bela confusão né? - respondeu ela e por um segundo senti o deboche.
Antes que pudesse responder uma massa verde começou a se formar a nossa volta fazendo com que o planeta tomasse forma sob meus olhos, de cima se via muitas árvores e no meio delas uma cidade com direito a prédios brancos e objetos voadores eram vistos, em volta casas cercavam as ruas. Em alguns pontos da enorme vegetação havia algumas casas isoladas.
- Pode ser que você se sinta estranha por conta da gravidade aqui, você trouxe a pulseira que os gêmeos te deram?
- Sim, está na bolsa. - soltei meu cinto enquanto ela procurava um local para pousarmos.
Mexi em minhas coisas pegando a pequenas pulseira feita de metal preto, liguei ela fazendo com que algumas luzes piscasse no pequeno painel digital, coloquei ela no pulso e voltei até onde Kendra estava, ela já se encontrava em pé observando o amplo campo que se fazia a nossa frente.
- Me deixa ver como está isso - ela diz apontando para o objeto preto em meu pulso.
- Tem algo errado?
- Aparentemente não - ela deu de ombros e segurou meu braço enquanto clicava em algumas configurações - Sabe como funciona?
Acabei negativamente com a cabeça e mais uma vez ela levantou apenas uma sobrancelha, esse gesto me lembrou de Regina fazendo com que o dispositivo em meu braço tremesse surgindo uma voz robotizada na qual dizia "batimentos elevados, por favor respire profundamente" isso porque lembrar da minha "mae" sempre fazia meu coração acelerar, pude sentir meu rosto esquentar envergonhada na mesma hora.
- Você está bem? - Kendra vez a mesma coisa que antes com a cabeça me analisando.
- Estou sim - respondi sem olhar para ela.
- Bom...Esse botão já está ativado, ele serve como uma camada de proteção - ela apontou para um dos botões do lado da pulseira - Como a gravidade desse planeta é baixa o seu corpo pode pesar, se você se sentir muito pesada é só aumentar a proteção, mas quanto mais protegida da gravidade você ficar mais lenta você vai ser.
- Como isso me protege exatamente?
- Essa pulseira contém Dec-tecnologia, ela mexe com todas as moléculas do seu corpo deixando algumas mais leves, ela tem um código que se assemelha com a do planeta fazendo com que seu corpo se adapte a gravidade.
- Okay isso é estranho, mas acho que entendi.
- Certo! Esse outro botão - dessa vez era um que tinha formato de asas - tem a função de te Fazer voar, ele usa a gravidade do planeta a seu favor fazendo seu corpo flutuar.
- Como? - indaguei espantada enquanto Kendra ria.
- Nem eu saberia te explicar, os gemeos tentaram uma vez, mas eu nao consegui compreender - ela fez uma pausa e entao pressionou o botao que abria as portas da nave.- Tome cuidado, so isso.
- Pode deixar que tomarei sim.
Logo apos isso nos descemos da nave nos deparando com um imenso jardim todo florestado, era incrivel a forma como tudo parecia estar em seu lugar, as arvores todas alinhadas como se tivessem nascido sob metrica, as flores azuis que saiam de seus longiguos galhos, e ate mesmo as pequenas plantinhas que havia no chao, no meio dessa mata toda alguns sons estranhos eram ouvidos, sons que estavam alem da minha compreensao humana.
Estava tao imersa em minhas observacoes que nem percebi quando um casal se aproximou, de longe reconheci eles, eraos mesmos do meu sonho, procurei por Kendra mas ela ja estava perto da mulher que caminhava me nossa direcao, ela a comprientou com um abraco e logo em seguida o rapaz fez o mesmo, andei despreocupada ate o trio a inha frente e assim que cheguei pero o suficiente pude ver que Kendra estava conversando e explicando do porque estarmos ali.
Assim que entrei no campo de visao do homem ele abriu um breve sorrso e me comprimentou com um abraco, o que achei meio estranho, mas logo em seguida sua esposa fez o mesmo, era estranho ver que eles nao mudaram nada, ela continuava alta com seus cabelos grandes e pele clara, olhos castanhos claros porem bem marcantes, ja ele trazia os tracos de lutas, rosto preenchida por uma pequena barba, olhos negros e porte de lutador.
- Bem vinda ao nosso planeta Octavia - disse ele - Me chamo Zanis, e essa - ele diz apontando para a moça ao seu lado - é minha esposa Sephera.
- Realmente é um prazer - falei apos um breve espaco de tempo - Mas jurava que seu nome era Kevin!
- Ja faz um tempo que nao me chamam assim - ele sorriu e começou a caminhar a minha frente, um pedido mudo para que o acompanhássemos, o seguimos em direção a floresta, tudo parecia diferente e algo me dizia que bons tempos estavam a caminho, mas ao mesmo tempo eu sabia que isso não ia durar, eu só espero que tudo seja real, não quero estar errada novamente.
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