Cap 1 - prólogo
"Pare! Pare tudo o que está fazendo agora.... Observe ao redor, o que vê? Pessoas? Animais? Objetos? Comida? O que tem acima de você agora? Um teto? Uma árvore ou quem sabe um espaço? ...
Já olhou o céu hoje? Qual a cor dele? Já viu as estrelas e as constelações hoje? Já viu o sol e suas maravilhosas manchas solares? Tenho quase certeza que grande maioria nem sabia que o sol tinha manchas!
Viviam todos conectados a todo o tempo que nem percebiam a maravilha que tinham ao seu alcance! O ar, a água, a sensação de ter o vento sobre si, e mesmo assim, Nada! A tecnologia dominou o mundo, e isso, apenas isto, em grande parte, foi a causa da destruição da terra.
Vivemos em uma era que não existe mais contagem de calendários, pelo menos não em Marte, isso mesmo, Marte! Na era antiga, por volta dos anos 70 ou 80, os terrestres acreditavam que Marte seria habitável, porém essa ideia se dissipou anos mais tarde quando os astronautas conduziram satélites até aqui e perceberam que apesar de toda a estrutura igualmente da terra, em Marte não se era possível conter a criação de animais, eles estavam certo não era mesmo, mas talvez se sua capacidade de pensar maior, pensar como o espaço, fosse mais plausível então descobririam que este não era problema...
Algumas centenas de anos mais tarde os terrestres desenvolveram altas tecnologias, estavam cercados disso, poluição, destruição e guerras eram frequentes, o mundo não vivia, não para si mesmo mas pelos outros, e apesar de tudo, eles não paravam de destruir!
Anos após a guerra que destruiu grande parte do mundo, houve uma chuva intensa, a famosa chuva negra, um furo na atmosfera causou isso matando grande parte...Tempos depois as usinas de radiação começaram a derreter por conta das bombas e o mundo foi condenado a morte.
Porém em meio ao caos que ocorria, uma pessoa, um líder que acreditava em algo maior, Jason Masetti, organizou um grupo de astronautas e astrônomos e enviou estes a Marte, durante o período da guerra Jason reuniu pesquisas e estudos que comprovaram a possibilidade de vida em outros planetas. Graças a Masetti hoje vivemos aqui, milhares de anos depois ainda existe vida.
Depois da explosão de radiação a terra virou inabitável para qualquer ser vivo, quando aconteceu Masetti já estava a meio caminho de Marte, ele com mais 150 pessoas, dentre estes: médicos, astrônomos, astronautas, professores, operários, e até mesmo o que antes julgavam ser a "classe baixa" etc. Todos eles iniciaram uma nova vida aqui! E desde então vivemos em Marte, não temos "anos" de calendários, mas estima-se que já faça cerca de mil anos desde a chegada de Jason.
Mil anos e temos tudo! Porém tão pouco. Não existe mais nenhum terrestre aqui, só marcianos, porém existe os descendentes dos terrestres e graças a eles que temos acesso a tudo, tecnologia razoável, formação de estufas onde mantemos nossas plantações e animais, uma atmosfera artificial por cima da atmosfera real de Marte, Bibliotecas e compartimentos, ainda existem filmes dos anos antigos e por incrível que pareça há natureza aqui!
Você deve estar se perguntando como isso é possível em apenas Mil anos?...A resposta é que: Estima-se que por volta dos anos de 2008 um projeto estava sendo iniciado em Marte, porém só saiu do papel realmente em 2020, a guerra ocorreu por volta de 2228 e a explosão ocorreu anos mais tarde, ou seja, o projeto "Vida em Marte" já vinha sendo executado desde antes de Jason pensar em vir até aqui! E bom.... Abençoado sejam os terrestres por isso!"
Ouvi mais uma vez a mesma coisa estava no meu compartimento esperando a hora do café quando a familiar voz de Connor invadiu meus ouvidos, e isso só significa uma coisa, gente nova! Toda vez que algum povo de outro planeta chegava aqui eles rodavam o mesmo vídeo de sempre e apesar de não estarmos mais em Marte aquele vídeo nunca deixou de ser "tradição".
Já faz alguns séculos que saímos de Marte, acidentalmente um satélite espacial que estava sob vigilância acabou sendo atingido por um minicometa e lançada para longe, ficamos sem sinal por um bom tempo.
Alguns meses depois o satélite enviou sinais, ele tinha caído em zona desconhecida e ocasionalmente encontrado um planeta novo, pelo menos essa é a história que nos contam. Hoje habitamos o Gs4 ou planeta K e até que é melhor que Marte, embora eu não tenha chegado a viver lá, quando nasci já morávamos aqui.
- Octavia!! - ouvi meu nome sendo chamado mais não soube ao certo se era Joey ou Emmett - Já vamos começar!
Não respondi nada, apenas levantei e fui até a porta e assim que abri dei de cara com Emmett.
- Anda Black o Oliver só está te esperando - disse ele, Oliver era meu "irmão" e ocasionalmente o líder das ideias malucas.
Caminhamos pelos compartimentos, cada um tem o seu, os maiores são divididos, o meu era pequeno então ficava sozinha, passamos pelo laboratório e pegamos um corredor que levamos alguns minutos andando até que já era possível ver uma sala no final.
Abri a porta e assim que entrei me deparei com um grupo de cinco pessoas.
- Finalmente Black - disse Lise, a maioria das pessoas aqui me chamam pelo meu sobrenome, mas a diferença entre essas pessoas e Lise é que ela sempre está irônica.
- Desculpa a demora - falei sem olhar para ninguém.
- Tudo bem Tavia - Oliver disse e virou para a mesa - Bom, não sei se perceberam mais hoje tem gente nova! Ou seja, temos que ser "cordiais e bem receptivos" - ele disse a última frase com a voz mais fina causando risos.- Então vamos dar um pequeno susto neles. Vamos entrar pelo tubo de ventilação, abaixo do lado esquerdo tem uma grade de proteção, iremos instalar bombas de água e assim que encerrar a palestra do senhor Connor nós iremos estourar as bexigas.
- Só isso? Bexigas D'Água? - Lise falou entediada, ela era o tipo de pessoa mandona, cabelos loiros claros além de longos, quem a vê não fala que pode ser um demônio de pessoas quando quer, deve ser mal de Ariana.
(N/a: não há contagem de calendários no planeta K e isso antecede desde Marte, porém não podem esquecer que eles vieram da linhagem de nos humano, ou seja, eles não terem uma contagem de calendários não significa que eles não o canheça e não os usem, afinal ser humano passou a ser tradição em um mundo onde tais já não exiatem e os Signos fazem parte da tradição, logo eles os conhecem)
Não são apenas bexigas D'água querida Lise - disse Oliver - Digamos que tem um acréscimo de coceira no meio, é passageiro mas...Já sabem como funciona.
- Tem certeza que vai dar certo? - perguntei, afinal não era tão fácil entrar em um tubo de ventilação.
- Ah qual é Black?! Tá com medo? - Harley uma das garotas perguntou, era o tipo de pessoa que se faz de patricinha pra conseguir o que quer.
- Medo? Eu? Claro que não! Só que não é tão fácil assim, o tubo de ventilação não é tão largo e fácil de entrar.
- É por isso que o Joey vai, ele é o mais magro de todos..- Oliver olhou pra Joey que acenou com a cabeça e logo pegou uma mini caixa onde continha as bexigas.
Ele saiu e foi em direção aos corredores enquanto Oliver ou como a maioria o chamava, Olie ficou com um rádio escuta. Não demorou muito e Joey mandou o sinal, já estava feito. Todos ali se dirigiram para a sala onde acontecia a reunião.
Assim que chegamos percebi que estava tudo muito calmo, o que era incomum por aqui. Connor ainda falava e mostrava uma planta das estações, mas tinha algo diferente, não havia guardas como de costume.
Uma luz piscou acima do telão e logo percebi o porquê de não haver guardas e nem seguranças, haviam trocado as câmeras quebradas, o que significava que estávamos com problemas. Olhei para trás e vi Harley fazer o sinal.
Não demorou muito e um alarme tocou e logo os minis chuveiros contra incêndio foi acionado e com isso as bexigas estouraram. Eu sabia que tinha que sair dali antes que sobrasse para mim, mas foi como se tudo estivesse acontecendo em câmera lenta.
Ouvi o barulho de choques e olhei pra cima a ponto de ver que a barra de ferro que sustentava o telão estava a meio fio de cair, observei em volta e vi uma garota agachada e logo acima o meio fio do telão, se ela não saísse de lá era perigoso ser atingida.
- HEEEY! - gritei tentando chamar a atenção dela, mas não funcionou.
Todos estavam correndo, provavelmente por conta da coceira. Não pensei duas vezes e sai correndo no meio das pessoas, logo senti a água me atingir mas nada de diferente aconteceu, talvez o efeito já estivesse passando, alcancei a garota que estava assustada.
- Vem precisamos sair daqui - falei e a ajudei a levantar.
- O que aconteceu? - ela estava confusa, mas não havia tempo de conversar.
- Precisamos sair! Corre!..
As pessoas estavam se dissipando da sala, só restavam umas três além de mim e da garota.
A essa altura a sala já estava cheia d'água e o risco de eletrochoque era maior, olhei pra cima e percebi que faltava pouco para o telão despencar. Corremos mais rápido e graças aos deuses deu tempo de chegarmos ao lado seco.
Segundos depois ouvimos o barulho de algo caindo e logo a água que antes era clara foi marcada por tons de azul e cinza, não sabia ao certo o quando de voltagem a água continha, mas tinha certeza que era o suficiente para deixar uns belos roxos na pele de quem encostasse lá.
- Octavia Black! - ouvi meu nome como se um raio (ironias a parte) estivesse soando.- Para minha sala agora!
Respirei fundo e segui em frente, apenas pensando em que furada fui me meter!? Obrigada Olie.
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