Atlântida pt.2
Oii gente! Voltei, em comemoração a Sonda que chegou ontem (27/11/2018) em Marte, e sim eu estou comemorando, afinal isso é histórico, e pra alguém que ama astronomia e foi capaz de chorar quando a July disse "placas solares aberta, sonda em pouso perfeito", isso vale muito, então em comemoração a esse salto humanitário eu voltei.
Se você Simplesmente não gosta de astronomia, sinta-se ao menos feliz um pouquinho, talvez grandes descobertas estejam por vim, então, boa sorte ao InSight.
• A imagem acima é dos gemeos DJ e Dc, como eu os vejo mais o menos.
Teorias, ideias...vitórias...O quão longe é capaz de ir para provar suas teorias? Quando se vence algo, alguma batalha ou jogo, talvez uma corrida ou aposta, será que realmente está vencendo ou se autodestruindo? O que importa mais? Sua ética moral ou as leis? Talvez você devesse fingir ser amoral para ter um ótimo argumento, mas então estaria mentindo e a mentira vai contra a moral, mais se é por uma causa maior então vale a pena mentir?
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Kendra Pov
Destruição. Era tudo o que via a minha frente, já estávamos no meio do processo, centenas de Atlântianos já haviam sido resgatados. Álice e eu estávamos sobrevoando a área dezenove que correspondia á parte norte da cidade, a ordem de Fletcher era para resgatar apenas os Atlântianos, os humanos ali presentes deveriam morrer ou fugir, se conseguissem.
- Acho que não tem mais ninguém - Álice disse, ela estava no piloto enquanto eu ficava na porta da nave olhando para baixo.
- Vamos voltar então?
- Sim - ela manobrou a nave desviando de uma explosão abaixo de nós.
- "Comando sete!" - uma voz soou pelo caixa do painel de piloto - " Responda comando sete!".
- Comando sete na escuta - Álice respondeu.
- " Qual sua posição e estado da nave?"
- Atravessando o campo Norte - Álice respondeu e logo olhou para o painel - A situação é estável no momento.
-" Ótimo! Precisamos que vocês vão até às lápides de Atena e resgatem Fletcher, ele ficou lá quando a bomba explodiu".
Álice me encarou e acenei em afirmação.
- Ok, dando meia volta - ela respondeu - Comando sete desligando.
Demos meia volta e fomos até o local indicado, resquícios de água já começavam a aparecer.
- Álice está vendo ele?
- Não! E você? - ela respondeu gritando por conta do barulho.
- Acho que vi alguma coisa perto dos pilares! - respondi - Vamos descer!
Desci enquanto Álice encontrava um lugar para colocar a nave, enquanto isso andei entre os pilares, tudo estava intacto de certa forma, porém ao lado um grande buraco estava sendo preenchido por água.
Ouvi barulhos e o segui, logo a frente Fletcher se encontrava um pouco distante a uma garota que tentava se manter em pé.
- Fletcher! - gritei enquanto corria em sua direção. - Fletcher! O que tá fazendo?
- Me ajuda aqui Ken - ele falou e logo partiu pra cima de uma garota.
- Não! - falei tentando segura-lo.
- Me solta! Ela é terrestre, vai fazer parte da destruição, ela tem que morrer agora!.
- Você não pode decidir isso! Não pode simplesmente tirar a vida de alguém - falei enquanto o soltava, um estrondo se fez abaixo de nós e a terra tremeu - Você não é ninguém para julgar as pessoas, não pode decidir quem morre ou vive!
O som de água começou a preencher o lugar, olhei aos lados e lá estava ela, a água começava a tomar tudo em volta.
- Acho melhor você me levar daqui Kendra - Fletcher disse - Ela vai morrer de qualquer jeito, que morra submersa.
- Você é muito egoísta mesmo!
- Sinceramente? - indagou sorrindo - Sou mesmo, mais isso não importa, todos vocês fazem sempre o que eu quero! E agora não vai ser diferente.
Ele terminou de falar em tom de zombaria enquanto a água preenchia mais o ambiente, ele tinha razão, todos sempre fizeram o que ele queria, mais não dessa vez, dessa vez eu tinha escolha e eu não ia ajudar um egocêntrico egoísta.
- Tem razão Fletcher, mais dessa vez eu tenho escolha - falei enquanto caminhava em direção á garota que tentava se manter em pé - E não vou ceder aos seus caprichos, vou fazer o que é certo, por uma vez na vida eu vou fazer o que eu quero.
Enquanto falava fui andando em direção da garota que assim que me viu se encolheu, talvez por medo.
- Hey.. Só quero ajudar - falei e estendi minha mão, ajudei ela a se levantar e a sustentei por um braço.
Logo acima de nós a nave de Álice pairou, ela provavelmente não havia encontrado lugar, acenei para ela e logo em seguida um cabo foi jogado. Instrui a garota ao meu lado sobre o que fazer e logo em seguida ela estava sendo puxada pelo cabo.
- Você não podia ter feito isso! - Fletcher gritava de onde estava.- Agora me leva daqui.
- Se você quer ajuda, então vai até a nave você mesmo.- falei enquanto aguardava outro cabo ser jogado.
- Não posso - ele diz olhando para baixo, só agora percebi que ele estava com o pé preso sob uma pedra.- Você tem que me ajudar, isso é uma ordem!
- Tenho mesmo?
- Você foi mandada aqui para me ajudar! Tem que me salvar - ele disse enquanto o desespero se era visível.- Você tem que seguir as regras, as leis, seu código de conduta.
- Acho que meu coração é o meu maior código de conduta, e nesse momento ele está me dizendo que não devo seguir regras, nem leis, elas não salvam ninguém.- falei tranquilamente enquanto o cabo descia da nave.
- Eles vão saber que você quebrou as regras Kendra! - ele disse vermelho assim que peguei no cabo.
Olhei ao lado e percebi que a água já se apossava de grande parte do local, faltava apenas um pedaço de chão para ser invadido.
- Desculpa "Amigo", mais não posso salvar quem está morto.
Assim que disse isso o único lugar que faltava se desmanchou em água, o lugar todo tremeu e antes mesmo que ele tivesse chance de dizer algo um estrondo se fez, agarrei o cabo e o puxei para baixo duas vezes fazendo com que o mesmo se recolhesse e eu consequentemente subisse.
Olhei para baixo e Fletcher já havia sumido, a cidade estava entrando em submersão, quando cheguei á bordo da nave a cidade quase já não existia.
- Você está bem? - Álice perguntou enquanto afirmava com a cabeça - Onde está Fletcher?
- Espero que morto - respondi e fiz sinal a ela dizendo que explicaria tudo depois.
Caminhei em direção a garota que se encontrava encolhida e com alguns ferimentos.
- Oi - falei e logo ela me encarou - Você é humana eu sei, e sei também que pode parecer confuso tudo o que está acontecendo, mais vou te pedir que não diga a ninguém sua origem.
- Mais...Eu não sou humana.- ela respondeu enquanto me encarava, olhei para Álice que apenas observava tudo.
- Quem é você? - perguntei com o cenho franzido, nada daquilo fazia sentido.
- Meu nome é Reyna, mais pode me chamar de Saturno.
...
Código, moral, leis... A auto destruição está mais perto do que se imagina, ela está dentro de cada um, "o ser humano é mal" disse o filósofo, porém, coloquemos em prática o mito do bonde, reflita comigo.
Se você estivesse em um bonde e ele tomasse um dos trilhos, logo a frente se encontra mais dois caminhos, porém, em um dos trilhos está um grupo de pessoa, já no outro trilho há apenas uma pessoa, quem você passaria com o bonde por cima?
Algumas pessoas diriam que por cima dessa uma pessoa, pois salvaria mais vidas, mais então, e se essa uma pessoa fosse sua mãe? Talvez seu pai ou filho?
Sua conduta mudou não é? Talvez salvar um poder maior seja a pior das dores.
(Dedicado a Lígia Trolezi, melhor professora de Filosofia e Química que conheço)
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