Estávamos caminhando amarrados já fazia minutos, porém pareciam ser horas.
A moça de arco e flecha havia nos dado duas opções: ou nos rendíamos e íamos com ela, ou então morreríamos ali.
Depois de caminhar chegamos ao que parecia ser uma cidade, ela nos caminhou para uma casa enorme, ela ficava no que pareceu ser o centro de tudo. Olhei para cima e vi Pontes com grandes trens passando acima de nós, pessoas aparentemente voando com dispositivo acima de suas cabeças, crianças jogando bolas no ar como se fosse uma espécie de vôlei só que a bola nunca caia...
Antes que eu pudesse ver mais algo fomos empurrados para um túnel, mas não era um túnel qualquer, caminhamos por segundos e logo estávamos dentro de uma espécie de elevador, começamos a subir todos em silêncio, ninguém falava nada e se não precisássemos de ar também não respiraríamos de tal medo que estávamos.
  Minutos se passaram e as portas se abriram, logo uma sala tecnológica entrou em meu campo de visão, no entanto não pude ver muitas coisas apenas computadores, mas não igual aos que tinha no meu planeta, mas sim algo que parecia ser apenas uma tela transparente cheia de palavras. Caminhamos até uma porta na qual a moça de arco e flecha simplesmente tocou nela e ela se abriu instantaneamente.
Chegamos a uma sala simples porém muito chique, era rústica, havia uma poltrona e prateleiras com livros, uma alta e longa janela se estendia e dava para ver o céu lá fora, estava observando tudo atônita até que uma voz rompeu meus pensamentos.

- O que é isso? - me virei e vi outra mulher, ela tinha pele clara, cabelos liso e curto na altura do ombro, olhos marrons claro, vestia uma espécie de jeans e regata preta com um desenho estampado.

- Kendra - a moça de arco cumprimentou a de preto - Achei essas pessoas nos arredores da floresta.

- O que fazia lá? - Kendra perguntou séria.

- Estava praticando minha mira quando ouvi uma explosão ali perto, no começo achei que fosse a equipe de experimentos, mas logo depois ouvi passos e vozes, segui eles e os encontrei.

Kendra ergueu uma sobrancelha como se duvidasse um pouco da garota, mais então após alguns minutos de silêncio ela suspirou e se virou para nós.

- Quem são vocês e o que querem aqui?

Ninguém respondeu, olhei de relance para Olie e ele olhova para baixo, assim como os outros.

- Somos descendentes de Marte, filhos do planeta K ou Gs4 - falei e olhei para os outros que continuavam iguais, apenas Olie me encarava.

- Nunca ouvi sobre planeta K! - Da onde vocês são? - Kendra parecia não acreditar em nós.

- Ela já disse, somos do planeta K - Olie respondeu mais não encarava Kendra.

- O que querem aqui? - ela perguntou, tentei decifrar seu olhar, mas não tinha como.

- Nós caímos aqui por acaso - falei e a encarei, ela não estava acreditando - Nossa nave saiu do percurso quando estávamos vindo e então após quase morrermos em um acidente nós encontramos esse planeta.

Kendra olhou para a outra garota de arco, pareciam estar tendo uma conversa mentalmente.

- Álice - Kendra disse depois de um tempo em silêncio, a garota de arco  fez um sinal - Leve eles para baixo e os mantenha lá até segunda ordem!

- Você tem que acreditar na gente! - falei, não era possível que iríamos sobreviver e depois morrer aqui - Por favor!

Kendra me observou antes de se virar para Álice que já estava com o arco armado.

- Leve eles Álice - ela manteve seu olhar sobre mim e depois disse - Você fica!

O medo se apoderou sobre mim, olhei para Olie como se quisesse falar que estava tudo bem, mas ele me conhecia o suficiente para ver o medo em meus olhos.
Aos pouco e sem protesto eles foram tirados dali, eles sabiam que não adiantava fazer nada.

- Vem comigo - Kendra disse e logo a acompanhei tomando cuidado a cada passo.

Caminhamos por uma porta que eu nem sabia que existia ali, enquanto andávamos prestei atenção nos detalhes. O que era para ser paredes na verdade era vidro, podia ver tudo dali, olhei para fora e vi um grande trem passando e logo mais baixo algumas pessoas, algumas pareciam estar carregando flores nas mãos e outras pintando em quadros, eu não sabia como consegui ver elas, afinal há uma grande distância separando eles dali.

- Entra - ouvi a voz de Kendra e assustei.

Entramos numa sala pequena onde só havia uma mesa e duas cadeiras e no canto esquerdo havia o que parecia ser uma mini geladeira.
Sentei em uma cadeira e Kendra na outra, ela me encarou como se me estudasse.

- Então me diga senhorita?..- disse ela.

- Octavia Black.

- Então me diz Black, o que vocês realmente fazem aqui? E como vieram parar em Arthorius?

- Arthorius? Esse é o nome do planeta? - ela estreitou os olhos e logo voltou a falar.

- Sim, esse é o planeta da Arte, mas está não foi minha pergunta! O que fazem aqui e como nos encontraram?

- Já disse a você, não estou mentindo - ela me analisou novamente, será que todos fazem isso?

- O que vocês faziam no espaço?

- Estávamos em uma missão - me limitei a dizer.

- Que tipo de missão?

- A de explorar planetas novos!

- Vocês queriam invadir nosso planeta? É isso? - Kendra parecia desconfiada de mais e eu estava começando a me preocupar, qualquer erro poderia ser fatal.

- Não! Claro que não! Nem sabia da existência desse planeta.

- Então como nós encontraram? - ela já estava impaciente.

- Foi por acaso! Já disse.

- Olha Black - sua voz estava mais firme e fria - Eu nunca tive problemas com ninguém e sinceramente não quero ter, mas se você não me disser a verdade, terei que tomar medidas drásticas.

- Já te disse a verdade! - a coisa estava piorando.

- Acho que existe mais do que está contando! - houve um silêncio - Porque você não me conta tudo o que aconteceu desde o começo?

- Tudo bem - suspirei derrotada e comecei a história, desde a confusão de semanas atrás, até a morte de Emmett, nessa parte tive de conter as lágrimas, mesmo assim continuei e logo chegamos ao final.- Satisfeita?

- Não tanto - ela estava indiferente - Mas vocês vão ficar sob vigilância.

- Não tem como você me ajudar a volta para casa? - perguntei mais manti a esperança baixa.

- Não, infelizmente não tem.

- Porque não? Você tem alta tecnologia aqui!

- Simplesmente não dá! Não sei se percebeu mais nosso planeta se move muito rápido, nós andamos pelo universo em lugares diferentes e nunca até hoje passamos pelo mesmo lugar duas vezes!

- Então estamos presos aqui? - perguntei.

- Não estão presos, vocês vão viver aqui e seguiram nossos modos! - pensei em insistir mais sabia que não iria adiantar - Olha Octavia, eu lamento por tudo o que passou, mas mesmo se eu te desse a melhor nave que tenho, quais são as possibilidades de vocês encontrarem o caminho de volta?... Muito poucas e você sabe disso! O melhor que posso oferecer é o nosso planeta - ela dizia e pude ouvir a sinceridade em suas palavras - Terão tudo, como se sempre estivessem aqui...Mas se caso desobedecerem ou então tentarem algo contra nós, eu serei obrigada a tomar decisões que nunca tomei!...Estamos entendidas?

Me limitei apenas a concordar com a cabeça.

- Ótimo - ela falou e se levantou - Agora vamos até seus amigos.

Levantei e logo voltamos a andar só que desta vez fomos por um caminho diferente.
Não podia acreditar que nunca voltaríamos para casa, não acreditava em nada do que acontecia e muito menos na aceitação de Kendra, não, ela aceitou rápido de mais, e se tem algo que aprendi nos livros, era que tudo o que parece fácil de mais, sempre tem consequências altas.
Talvez seja só coisa da minha cabeça, mas bem lá no fundo, algo me dizia que não, um medo súbito se apoderou de mim, mas seja lá o que estiver por vir, nós iremos enfrentar, não deixaremos que a morte de Emmett seja em vão, nos voltaríamos, nem que demorasse, voltaríamos por nós e por Emmett, e nisso eu tinha fé, a esperança me dominou e a mais certeza que tinha era que voltaria para todos os meus amigos.
Até lá esperaria pacientemente até que nos encontrássemos de novo.

....

***Curiosidade***

Exoplanetas giram de forma mais rápida que planetas normais, mas claro que não chega na velocidade da luz! Isso é uma ficção científica então relevem né gente! Mas de forma racional, como já perceberam arthorius é um planeta de Alta tecnologia logo ele utiliza uma camada de proteção extra fora do planeta, como se um domo o protegesse por isso quando ele tromba em objetos massivos ele não é tão afetado!
Partindo para parte do "girar rápido de mais" isso faz parte de uma técnica chamada ilusão, quem está fora do planeta acha que ele gira muito rápido, quando na verdade ele gira apenas na velocidade de um Exoplaneta normal! Já quem está dentro do planeta não percebe tal giro pois a tecnologia equilibra isso.