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|019 - O Elefante Na Sala.


Acordei com a luz suave da manhã entrando pelas janelas amplas do quarto de Edward. Piscando, percebi que ele não estava ali, apenas o silêncio preenchia o espaço ao meu redor. Esperei um momento, talvez esperando ouvir algum ruído vindo do banheiro, mas nada. Eu estava sozinho.

Então, lentamente, a lembrança da noite anterior começou a retornar, e senti meu rosto aquecer na mesma hora. Eu tinha beijado Edward. Ou melhor... nós tínhamos nos beijado. E foi suave, quase íntimo demais, como se ambos estivéssemos tentando encontrar uma conexão perdida há muito tempo. Meu coração acelerou só de lembrar, e era impossível ignorar o quanto aquilo tinha me abalado, porque era Edward. Um vampiro misterioso e perigoso... mas também gentil e bonito.

Soltei um suspiro, apoiando as mãos sobre o rosto. Como se não bastasse já estar confuso o bastante com Jacob, agora eu estava ali, no meio de uma bagunça emocional sem saber o que fazer com esses dois sentimentos conflitantes. Edward era... bem, ele era Edward, o tipo de cara que parecia saído de um sonho sombrio, cheio de mistérios e sorrisos meio irônicos. E Jacob... Jacob era selvagem, impulsivo, mas leal como ninguém. E ambos, de alguma forma, pareciam estar ali, enraizados dentro de mim, me puxando para direções opostas.

- Que droga, Erick - murmurei, fechando os olhos e tentando não me deixar levar demais por esses pensamentos. Mas, infelizmente, era impossível ignorar a forma como meu corpo reagia a essa lembrança. A ideia de ter beijado Edward, de sentir sua pele fria e firme sob meus dedos, de ter estado tão próximo de um cara tão absurdamente bonito, me deixava num estado de nervosismo. Um calor estranho subiu por minha pele, e eu estremeci um pouco, ainda mais confuso.

Tentei afastar a lembrança do beijo - e a sensação quente e nada prática que ela me causava -, e finalmente levantei da namoradeira. Me banhei e troquei de roupa rapidamente, sem conseguir evitar a ideia de que, naquele momento, eu devia parecer um pré-adolescente bobo e perdido. Porque era exatamente assim que eu estava me sentindo.

Quando desci as escadas, o cheiro de algo familiar e agradável me trouxe um pouco de conforto. Cheguei à cozinha e encontrei Esme e Alice preparando uma mesa de café da manhã. Elas se moviam em uma sincronia leve, e era curioso pensar que, embora não precisassem daquilo, estavam ali, provavelmente só por minha causa.

- Ah, bom dia, Erick! - Esme me cumprimentou com seu sorriso acolhedor, colocando uma jarra de suco na mesa. - Esperamos que você goste do café. Nós não comemos, mas nos esforçamos para preparar algo agradável.

- Bom dia, querido! - Alice me lançou um sorriso travesso, parecendo já saber de alguma coisa. - Espero que tenha dormido bem.

- Bom dia... E... obrigado - murmurei, me sentando devagar e tentando esconder minha expressão confusa. - Hm... vocês sabem onde está o... Edward?

As duas se entreolharam brevemente, e Esme abriu um sorriso que parecia até compreensivo.

- Ele saiu para caçar com os outros ao amanhecer. Mas não se preocupe, ele deve voltar logo - respondeu, como se já esperasse minha pergunta. - Coma um pouco. Fizemos panquecas para você.

Agradeci e comecei a comer, mas a verdade é que a ausência de Edward só aumentava minha insegurança. O que aquele beijo significava? E por que ele saiu tão cedo, sem dizer nada?

Cada mordida nas panquecas parecia sem gosto, e eu mal registrava os sabores. Minha mente estava em uma confusão completa, rodando em círculos ao redor de uma única questão: por que ele me beijou e desapareceu logo em seguida?

Enquanto eu comia em silêncio, senti o olhar atento de Alice sobre mim. Ela apoiou os cotovelos na mesa, com um sorrisinho travesso.

- Então, Erick... teve uma boa noite? - perguntou, seu tom inocente demais para ser verdadeiro.

Corei na mesma hora, desviando o olhar e empurrando os restos das panquecas no prato.

- Ah... é... mais ou menos - murmurei, tentando soar casual, mas a última coisa que eu conseguia era parecer relaxado.

Alice soltou uma risadinha e me deu uma piscadela, como se ela já soubesse exatamente o que estava se passando na minha cabeça - ou, pior ainda, como se tivesse visto algo na noite passada.

- Não precisa ficar nervoso, sabe? Edward é... complicado, mas ele também gosta de você. Só não sabe muito bem como lidar com isso.

Aquelas palavras fizeram meu estômago dar um nó ainda maior. Eu imaginava que vampiros podiam ser reservados, mas Edward... Ele era um mistério até para eles, ao que parecia. Só que ouvir aquilo da Alice, a ideia de que ele podia gostar de mim... de verdade... isso me deixou ainda mais inseguro e confuso.

Esme, que estava colocando mais uma jarra de suco na mesa, sorriu, tentando amenizar o clima.

- Querido, Edward sempre foi... Um pouco distante com os sentimentos dele. Se ele se aproximou de você, é porque confia muito em você. Ele deve estar processando o que tudo isso significa, não só para ele, mas para você também.

Eu queria acreditar nisso, mas era difícil. Edward parecia ter o controle de tudo, menos de mim. E talvez ele sentisse o mesmo. A verdade é que nem eu entendia direito o que significava aquele beijo, mas parte de mim queria desesperadamente que significasse algo real.

Nunca fui do tipo de paixões avassaladoras, minha primeira vez foi aos 16, e eu sequer me lembro do nome dele. Estava tão nervoso e cheio de preconceitos comigo mesmo, como se fosse doente por não me atrair por mulheres. E, agora, além de ser gay eu tenho uma maldição... A sensação de ter nascido com defeito provavelmente nunca vai me abandonar.

Terminei de comer em silêncio, apenas acenando em agradecimento para Esme e Alice, que pareciam satisfeitas em me ver mais confortável, ainda que eu estivesse claramente com o rosto quente e um tanto envergonhado. Finalmente, Alice se aproximou de mim, colocando uma mão leve sobre meu ombro.

- Vá com calma, Erick. Isso é novidade pra todos nós - ela falou, com aquele tom enigmático, mas reconfortante.

Assenti, suspirando. Talvez ela tivesse razão. Eu precisava de um pouco mais de tempo para entender o que estava acontecendo entre nós.

XXX


A floresta estava em silêncio, preenchida apenas pelo som dos nossos passos ligeiros e do farfalhar das folhas sob os pés. Eu corria junto com meus irmãos e Carlisle, tão rápido que não podíamos ser vistos, mas minha mente estava a quilômetros dali, ou melhor, estava ainda no quarto, onde Erick dormia. As sombras da noite já haviam cedido espaço ao amanhecer opaco de Forks, mas tudo o que eu conseguia lembrar era no momento em que ele se aninhou em meus braços, vulnerável e assustado, e do toque de seus lábios contra os meus. Tão macios, quentes e humanos, sei que nunca estive tão perto do inferno quando o beijei, mesmo que cada grama contaminada do meu ser quisesse matá-lo. Eu passei tão perto de feri-lo... e ainda assim, ele parecia se sentir tão protegido ao meu lado.

Senti uma pontada de algo indesejável no peito, algo que, para um vampiro, era quase como uma sensação de ardor. Era errado, um desejo que não deveria existir, e eu não podia negar que isso me perturbava profundamente, junto ao desejo uma culpa avassaladora me consumia. Dentro de mim, havia uma dúvida enraizada e assustadora. Erick era humano, e meu instinto me dizia para protegê-lo, para me manter afastado o suficiente para que ele estivesse seguro. Mas ao mesmo tempo... eu queria ele por perto, queria ele com uma intensidade que desafiava tudo o que eu tinha aprendido ao longo dos anos.

Parei no topo de uma pequena elevação, sentindo o cheiro de um alce nas proximidades. Ouvi os passos de Emmett e Jasper ao meu redor, silenciosos como sombras, mas todos atentos ao mesmo alvo. Era uma dança precisa e feroz, cada um de nós em perfeita sincronia, como se a floresta fosse um palco construído apenas para nosso prazer predatório. O cheiro do sangue estava cada vez mais forte, e, como um sinal mútuo, nos lançamos em direção ao alce, cortando o ar e cercando a criatura.

O animal percebeu nossa presença apenas no último instante, mas já era tarde demais. Emmett foi o primeiro a saltar, agarrando o alce com força, enquanto eu e Jasper completávamos o círculo, bloqueando qualquer rota de fuga. Carlisle, sempre mais controlado, se manteve um pouco atrás, observando como uma figura calma e quase alheia à nossa brutalidade. Em segundos, nós nos atiramos sobre a presa, e o sabor do sangue quente preencheu minha boca, intenso, metálico e primal, um lembrete de quem eu era realmente. Vi os olhos do alce aos poucos perdendo o brilho, até que estivesse morto diante de nós.

Mas, em meio a tudo aquilo, minha mente voltava para Erick, quase que automaticamente, como se mesmo ali, no ápice da ferocidade, ele fosse um ancoradouro para algo humano que eu pensava ter perdido. Eu me lembrava do modo como ele se aconchegou em mim, de como meu corpo reagiu ao dele, e isso... isso me assustava. O que minha mãe biológica, devota e firme em seus princípios, pensaria de mim agora se estivesse viva? O que meu pai diria se me visse desejando não só um humano, mas um homem? Aqueles pensamentos me faziam sentir um peso enorme. Eu podia ser um monstro, mas, no fundo, ainda era o mesmo Edward que valorizava a moralidade e a honra, que no fundo ainda imaginava se havia um Deus para me julgar lá em cima.

Perdi a noção de tempo, até sentir uma mão em meu ombro. Emmett estava me observando, um sorriso divertido nos lábios enquanto limpava os vestígios de sangue do rosto.

- Edward, você tá com uma cara de quem comeu e não gostou - ele riu, levantando as sobrancelhas em tom provocativo. - Pensando no Erick de novo?

Não precisei responder, pois ele soltou uma gargalhada que ecoou pela floresta.

- Relaxa, cara. Não tem nada demais se você está... interessado, digamos assim - Emmett continuou, lançando um olhar sugestivo para Jasper, que apenas deu de ombros, com um sorriso contido.

- É isso mesmo, Edward - disse Jasper, com um tom tranquilizador. - O que você sente não é errado, nem perigoso. Estamos aqui para te ajudar com isso, o que quer que seja.

Carlisle se aproximou, seu olhar paternal e compreensivo me trazendo uma sensação de calma que eu não esperava sentir.

- Edward, o amor é algo raro para nós imortais - ele falou, em um tom baixo e gentil. - Você deve saber, talvez melhor do que qualquer um, o quão importante é se permitir sentir. Não deixe que velhos medos te impeçam de encontrar algo verdadeiro.

Eu estava prestes a responder, mas Emmett, como sempre, não resistiu em soltar mais uma de suas piadinhas.

- Olha, se você precisar de algumas dicas, só me falar - ele piscou, exagerando no tom sugestivo. - Ou se quiser que eu mostre como dar aquele "primeiro passo"...

Joguei uma expressão irritada para ele, e Emmett riu ainda mais alto, me puxando para um abraço de lado.

- Sério, irmão. O importante é que você seja feliz. Você sabe que sempre vou fazer piada de qualquer coisa, mas... você merece isso. Merece alguém que te faça sentir vivo de verdade.

Aquelas palavras ficaram ecoando em minha mente, e pela primeira vez, senti algo como alívio. A aceitação de minha família significava mais do que eu podia expressar, e o apoio deles, mesmo que com as piadas típicas de Emmett, me fez sentir que talvez, só talvez, não estivesse completamente sozinho nessa luta contra minhas próprias inseguranças e desejos.

Soltei um suspiro, finalmente me permitindo sorrir um pouco. A intensidade dos meus sentimentos por Erick ainda me assombrava, mas ao mesmo tempo, a presença dele na minha vida parecia inevitável, como se algo nos ligasse de uma forma que eu ainda não compreendia. E por mais que minha mente tentasse resistir a essa ideia, meu coração - ou o que restava dele - já parecia ceder.

Carlisle assentiu, vendo minha expressão suavizar.

- Vamos voltar, Edward. E lembre-se, estamos aqui com você, não importa o que decida fazer.

Jasper me deu um sorriso discreto, e Emmett me lançou uma piscadela exagerada antes de começarmos a caminhar de volta, mais leves, como se algo tivesse sido resolvido entre nós.

Durante o caminho de volta para casa, senti uma calma que eu não tinha experimentado em muito tempo. Claro, havia a incerteza, os medos antigos que ainda me assombravam, mas agora, com o apoio deles, parecia possível lidar com tudo isso. Talvez, só talvez, eu pudesse realmente deixar Erick se aproximar e ver onde isso nos levaria.

Ao chegar, o cheiro familiar da casa me acolheu. O ar estava carregado com o perfume da floresta, misturado com o cheiro dos livros e móveis antigos. E sabia que, dentro de tudo isso, havia um lugar esperando por Erick, caso ele decidisse ficar.

Subi as escadas com passos leves, sabendo que Alice havia preparado algo para mim. Sua expressão maliciosa e a piscadela exagerada ao me ver chegando diziam tudo. Eu sabia que ela estava tramando alguma coisa, então não fiquei surpreso ao abrir a porta do meu quarto e encontrar Erick ali, encolhido na namoradeira, coberto por uma manta grossa e absorto em um livro que pegou da minha estante.

Ele não percebeu minha presença imediatamente, e pude observá-lo por um breve instante, com o rosto concentrado, os olhos azuis acompanhando cada linha do livro com uma atenção calma. Porém, assim que ele ergueu o olhar e me viu ali, parado à porta, seu rosto ficou vermelho de imediato, como se tivesse sido pego em flagrante.

- Ah... E-Edward - ele gaguejou, a voz baixa e embaraçada, como se não soubesse exatamente o que fazer com as mãos. Fechou o livro rapidamente, segurando-o com força no colo. - Eu... não queria invadir seu espaço. Só peguei o livro para passar o tempo porque Alice recomendou.

Dei um sorriso, tentando tranquilizá-lo, e entrei no quarto com passos lentos, me aproximando da namoradeira. Ele parecia ainda mais constrangido com minha aproximação, mas isso só o tornava ainda mais adorável aos meus olhos. O modo como seu rosto ficava corado, os olhos desviando dos meus e, ao mesmo tempo, buscando alguma segurança.

- Não se preocupe - falei em um tom suave. - Gosto de te ver aqui... e, sinceramente, gosto de saber que você se sente confortável no meu quarto.

Erick sorriu timidamente e abaixou a cabeça, ainda um pouco sem jeito. A lembrança do beijo da noite passada pairava entre nós como um elefante na sala, algo que ambos queríamos abordar, mas que nenhum de nós parecia saber como.

- Sobre... sobre ontem à noite - ele começou, nervoso, mas ainda mais corajoso que eu. - Aquilo foi... quer dizer, foi... bom? - Ele balançou a cabeça e riu nervoso. - Ok, isso saiu estranho.

Ri baixinho, sentando ao seu lado e olhando diretamente para ele, meus olhos refletindo a calma que eu tentava transmitir.

- Eu gostei, Erick. Mas admito que também estou confuso. Nunca me senti assim antes - confessei, com uma sinceridade que me pegou de surpresa. - Não precisamos rotular nada, se você não quiser. Podemos apenas... deixar as coisas acontecerem.

Ele ergueu o olhar, as íris azuladas me encarando com uma intensidade que fez algo em mim vibrar, uma sensação que eu mal conseguia controlar. Parecia que minhas palavras o tinham acalmado, e a tensão entre nós parecia dar lugar a algo mais suave, mais compreensivo. Sem pensar, estendi a mão, tocando seu rosto com delicadeza, e ele inclinou-se para o meu toque, fechando os olhos por um instante.

Nos abraçamos com ternura, senti o calor que vinha dele, e, por um momento, o tempo parecia ter desacelerado. Mas então, uma nova onda de tensão começou a surgir. Sua respiração estava próxima demais, seu cheiro, quente e pulsante, tão convidativo... Ouvindo o ritmo de seu coração se acelerar, eu soube que ele sentia o mesmo.

Antes que pudesse controlar, nossas bocas se encontraram novamente, e o beijo foi tudo menos suave desta vez. Havia uma fome, uma intensidade ali que eu nunca havia sentido tão forte antes, e nossas línguas se entrelaçaram em uma dança que beirava o delírio. O calor subia entre nós, cada movimento aprofundando o beijo, e eu sentia meu próprio desejo crescendo enquanto ele se apertava contra mim.

Erick também não parecia imune a tudo isso. Pude sentir sua respiração acelerada, o corpo dele reagindo ao meu, tão entregue quanto eu. Era como se cada parte de nós estivesse ansiosa para explorar a outra, mas, ao mesmo tempo, havia uma barreira invisível, algo que nos mantinha com os pés no chão.

Com algum esforço, separamos nossos lábios, ainda ofegantes, tentando recuperar o fôlego. Eu toquei sua bochecha mais uma vez, e ele sorriu de leve, com um brilho no olhar.

- Acho que... isso pode esperar mais um pouco - ele disse, um tanto envergonhado, mas ainda sorrindo, apesar de ter puxado de leve a camiseta para cobrir algo em suas calças. - Talvez possamos só... ler?

Assenti, sentindo uma paz renovada. Eu queria que as coisas entre nós fossem construídas com calma, que cada momento fosse especial, e ele parecia sentir o mesmo. Peguei o livro que ele havia deixado de lado e me aconcheguei ao seu lado na namoradeira. Ele se inclinou para mim, deixando-se envolver pelo meu braço, e começamos a ler juntos, sentindo a tranquilidade daquele momento e a promessa de que, aos poucos, encontraríamos nosso caminho.

XXX

NOTAS DA AUTORA:

Tô achando muita fofa essa aproximação dos dois, mas acho que um certo lobo vai discordar. O que vocês acham? Deixem nos comentários!

Obrigada por ler!

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