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|006 - Crucifixo.


Minha alma urrou, com todas as forças e banhada no desespero mais lancinante que já lhe devorou. Ainda sim, jazia encarcerada, em um corpo lânguido que só emanava morte nesse instante.

Havia água por todos os lados, me engolindo por inteiro, uma tortura lenta e infindável pois eu não podia morrer se já era um cadáver. Não importava o quanto minha mente gritasse e agonizasse, suas súplicas eram um lamento silencioso e inútil, pois meu exterior era incapaz de reagir.

Minha pele estava derretendo, como se feita de piche, eu podia ver com tenebrosa nitidez minha carne escurecida se soltando dos ossos. A água era cáustica, tirava tudo de mim, seja imundície ou virtude. Porém, eu jazia preso em mim mesmo. Imóvel, invejava as bolhas provocadas pela minha respiração, que em uma dança plácida flutuavam livres até a superfície. Havia uma luz muito alva acima de mim que me cegava, e esse era meu único e débil vislumbre do mundo fora do tanque, um vazio luminoso que ainda que desconhecido me enchia de ânsia e curiosidade.

Um objeto desconhecido vindo da luz tocou sem aviso a superfície da água, afundando vagarosamente pelos fios de iluminação que traspassaram o líquido até mim. O observei pairar como uma pluma no vento fraco sem reconhecer sua forma a princípio, mas sentia que ele limpava a impureza que de mim escorria. A aura de pureza que aquele pequeno objeto emanava aos poucos me alcançava também, e isso não me trouxe qualquer paz.

Quis fugir, gritar que a qualquer um que aquilo seria contaminado por minha imundície também. Meus ossos pareciam queimar como as mais devassas chamas do inferno, lutando contra qualquer purificação em minha alma e sendo consumidos no processo. Achei que morreria no meio daquela batalha, mas quando a prata gelada tocou meu peito nu, tudo somente cessou e minha alma se apaziguou.

Toquei com as pontas dos dedos aquele velho crucifixo, ornamentado com delicados arabescos que não se usam mais em joias atualmente. Pequenas gemas vermelhas cravejadas em sua extensão traziam um ar sangrento à peça sacra, que agora brilhava com uma espécie de malícia pra mim. Porém, meu tempo avaliando as pedrinhas valiosas foi escasso, a água antes apenas uma prisão invadiu minhas vias aéreas de um súbito e eu me vi verdadeiramente me afogando.

Finalmente recuperei meus movimentos e desajeitado me ergui num rompante, rumo ao almejado e desconhecido clarão da superfície. O ar que encheu meus pulmões foi a mais doce das dádivas, ainda sim, parecia carregado de inseticida. Tossi com violência, peito e garganta queimando com a aspiração de líquido pelo caminho errado, mas logo notei que esse era o mais trivial dos meus problemas.

Minha face e abdômen pareciam a pouco terem sido macerados com uma bala de canhão. Não encontrei voz para expressar a dor, mas amoleci, somente não retornando à água porque braços desconhecidos e gelados me seguraram sobre a borda.

A primeira coisa em que reparei, incapaz de sequer mover o rosto de primeira, é que meu recente cativeiro era nada menos que uma jacuzzi e não um mero tanque. O luzeiro que me cegava vinha de uma luminária no teto, a qual iluminava um banheiro amplo e cheio de chiquês, os quais não pude me dar ao luxo de analisar. Não tinha ideia do que quer que havia acontecido na água, mas não estava disposto a descobrir agora.

A segunda coisa que percebi, foi o peitoral maciço em que eu me apoiei sem notar no momento em que a fraqueza me abateu. Me afastei num arranque, a movimentação brusca fez a região das minhas costelas latejar, tossi novamente com a falta de ar dolorosa que me atingiu. Ainda não tinha recuperado o fôlego ao reparar de soslaio num outro homem mais distante no cômodo.

- Não se mova tanto, vai piorar seus ferimentos... - a voz que me repreendeu era melodiosa, de um timbre suave, tão diferente da intensidade que aqueles olhos mais uma vez enegrecidos carregavam.

Suas feições moldadas em mármore eram as mesmas que me atormentaram o dia inteiro, o mesmo cara em que esbarrei na saída do refeitório, e agora eu estava pelado em um banheiro desconhecido com ele. Se essas palavras ao menos tivessem um sentido mais promíscuo, seria mais fácil lidar com a situação, mas tudo o que eu sentia era medo.

- Quem caralhos é você, e que merda fizeram comigo?! - o grito saiu rasgado de minha garganta antes que eu pudesse me conter, mais um acesso de tosse me abateu.

- Te explicaremos tudo, mas seria aconselhável que ao menos se secasse antes... Um resfriado não é bem-vindo em sua atual condição. - fora o outro homem alí quem falou.

Seu tom de voz era calmo, do tipo que parecia acostumado a lidar com pessoas. Algo como um médico. Era loiro e parecia ser mais velho que nós dois, mas era bonito de uma forma extrema assim como o rapaz ao meu lado.

Talvez eu tivesse negado seu pedido de primeira em outra ocasião. Porém, considerando minha atual nudez, acabei apenas me encolhendo na jacuzzi numa tentativa patética de me cobrir.

- Deixamos roupas para você sobre a pia. Você precisa de...? - o garoto de olhos multicolores cortou a frase antes do fim quando o olhei alarmado, talvez minha expressão tenha denunciado, mas ele pareceu entender que eu só queria ficar sozinho. Não havia reparado de primeira, mas haviam queimaduras em toda a extensão de suas mãos e antebraços...

Os dois saíram do cômodo sem dizer mais nada, ou disseram e não os ouvi, não importava no fim. A solidão que agora inundava aquele banheiro luxuoso me tornou muito mais autoconsciente, e pensar com clareza muitas vezes é mais maldição que benção. Minhas lembranças estavam distorcidas, apenas pedaços de acontecimentos inenarráveis se mostravam desordenados em meu subconsciente, mas havia fogo. Chamas vivas como eu nunca vi antes, e em meio a elas um cheiro de algo queimando, horrendo e que parecia estar impregnado nas minhas narinas.

Não dediquei muito tempo àquilo, no entanto, minha principal preocupação era ir embora e algo me dizia que talvez eu sequer quisesse compreender tudo. Apoiei os braços na borda da jacuzzi, eles estavam fracos e mal sustentavam meu peso, mas foram o suficiente para me tirar da água. Claro que não da forma mais ágil, a dor me consumiu no meio do processo, e acabei apenas me deixando cair como uma droga de lesma no chão gelado.

Lágrimas brotaram em meus olhos, tentei conter, mas elas logo alcançaram minhas bochechas. O sentimento de injustiça tinha sempre aquele mesmo gosto amargo. "De tantas pessoas no mundo, tantas escolhas diferentes, por que eu?", era o que me perguntava todas as vezes, mas ninguém nunca respondeu qualquer das minhas súplicas. Nesse maldito mundo sem esperança, onde o ódio gratuito se tornou uma estatística tão corriqueira, e onde minha morte também se tornaria um dia estatística... Eu gostaria de poder me pendurar em alguma fé tola também.

Do porcelanato frio até o monte de roupas na pia, acho que conheci o inferno três vezes. Podia muitas vezes sentir nitidamente como minhas costelas partidas se moviam errado dentro de mim, um martírio injustificado pelas minhas memórias embaralhadas.

Além da porta do banheiro encontrei um corredor ladeado por obras de arte, que não tive o tempo que gostaria para apreciar, enquanto me apoiava nas paredes em meu caminhar frouxo. Falta de ar logo me atingiu com o esforço, mas sempre fui mais teimoso que prudente.

Vozes pouco nítidas e enervadas me fizeram querer desviar o caminho, mas eles me viram primeiro. Todos com aqueles olhos frios e rostos pálidos exageradamente harmônicos, mas igualmente incompletos, eu não via vida em seus corpos. Era como se nem tivessem alma, apenas cascas atraentes e enganosas.

- Hey, carinha! Deu um susto danado em todo mundo! Como está se sentindo? - um rapaz alto e forte como um grande urso perguntou, tinha cabelos escuros curtos e um sorriso simpático demais para se dar a um desconhecido.

- Quem são vocês?! - perguntei na defensiva, tentando sem muito sucesso endireitar a postura para parecer menos detonado.

- Se sente, por favor... Não vamos te fazer mal, mas acho que será um assunto difícil de digerir. - dessa vez, uma mulher entrou na conversa. De longos cabelos escuros, semblante gentil e trejeitos ternos que me fizeram obedecer sem perceber.

- Respondendo sua pergunta... Sou Carlisle Cullen, essa é minha esposa Esme e meus filhos Emmett, Rosalie, Alice, Jasper e Edward.

Ele apontou respectivamente a mulher simpática, o grandalhão metido a piadista de antes, a loira que me olhava feio abraçada a ele, uma baixinha de cabelos escuros e repicados que me lembrou uma fada, o loiro que parecia meio empalhado ao lado dela, e por fim... O rapaz com cabelos cor de cobre no canto mais afastado da sala, as queimaduras em seus braços haviam sumido, e talvez isso fosse apenas mais um atestado da minha loucura. Ele não olhou para mim.

- Certo, entendi... Mas, por que estou aqui? O que aconteceu comigo? - por dentro eu estava me repreendendo pela falta de educação, mas minha confusão me pareceu mais urgente que os bons modos.

- Acho que perda de memória é comum na primeira manifestação de poder... - Carlisle murmurou, franzi o cenho - Foi a primeira vez, não é?

- A primeira vez de quê?! Será que dá pra ir direto ao assunto?

- Você queimou vivos três caras que estavam te batendo, no pátio da escola. - Edward pela primeira vez se pronunciou na conversa, ainda não olhava pra mim, mas seu tom era sério.

Uma dor aguda se instalou na minha cabeça, flashes invadiram minha mente sem permissão.

" - CALA A BOCA, PORQUE É DISSO QUE ABOMINAÇÕES COMO VOCÊ GOST-AAARGH!!! - algum deles gritou, não sei qual, mas minha mão estava em seu rosto e a única coisa que vi em completa nitidez foram seus olhos explodindo sob o meu toque. "

Abri os olhos e os fechei novamente, minha respiração estava ainda mais descompassada e um tremor dolorido se espalhou pelo meu corpo. Me coloquei de pé num rompante, já havia me fartado dessa história toda.

- Vocês são loucos, estou caindo fora! - a negação era a única coisa que me mantinha são.

- Não pode só sair assim! Você causou mortes humanas com esse descontrolezinho dos seus poderes, quase nos trouxe um problema imenso! Está no nosso território, garoto! - a loira chamada Rosalie ralhou, estaquei no lugar por um instante e a encarei nos olhos, mas não consegui conter uma gargalhada por muito tempo.

- Poderes?! Território?! - ironizei, a risada me fazia sentir tanta dor que eu estava a um passo de vomitar no meio daquela sala impecável - O que, estamos em Harry Potter agora?! Alguém me passe o telefone de Cedrico Diggory!

Acho que a loucura daqueles lunáticos era contagiosa, todos me encaravam com um ar de pena, como se eu fosse um pobre coitado que perdeu a cabeça. Talvez não estivessem errados, mas acho que eu não me importava mais.

Passei pelo canto do sofá sem dizer mais nada. Nenhum deles tentou me parar, mas senti um par de olhos escuros queimando em minhas costas quando contornei Edward e atravessei a porta grande da entrada. O ar gelado e carregado de neve daquela noite arranhou meu rosto, meu carro estava parado em frente à casa, como um pequeno pontinho de normalidade em uma terra alienígena.

Não pensei no fato de não estava apto a dirigir, só precisava me afastar o máximo que pudesse daquele hospício. Nunca desejei tanto ver a carranca de Jacob e as piadas bobas de Bill como agora.

XXX

Notas da Autora:

Hello, darlings!!

Quem é vivo sempre aparece, né?

Obrigada pela sua leitura e paciência, até a próxima amigos!

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